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UM INTRUSO À MEIA-NOITE

Era difícil dizer o que o acordara.

Num minuto, Jake dormia ferrado, no minuto seguinte estava acordado no seu pequeno quarto. Os seus aposentos estavam escuros como breu. A janela encontrava-se fechada, com a persiana corrida, e a porta do quarto estava fechada. Não ouvia qualquer barulho.

No entanto, algo o acordara.

Enrolado nos lençóis, Jake tentava perceber porque ficara de repente tão tenso. Cada fibra, cada nervo no seu corpo parecia esticado ao máximo. Examinou o quarto, sustendo a respiração. Para lá dos pés da sua cama, conseguia distinguir o vulto do guarda-fatos. Mas mais nada. Nenhuma sombra se mexia, nada fazia barulho.

Ainda assim, Jake sabia que não estava sozinho. Não sabia dizer porque tinha esta certeza, mas tinha. Os pelos dos seus braços estavam eriçados. Alguém — ou alguma coisa — estava no quarto com ele. Sentia olhos na escuridão a observá-lo.

Depois ouviu-o… um zumbido baixinho, como mil abelhas. O ruído começou, mas parou de imediato. Jake não conseguia perceber de onde vinha, mas gelou-lhe o sangue. Era um som desconhecido. E estava no seu quarto.

Doíam-lhe os olhos de tentar ver na escuridão. O seu coração batia acelerado. Depois ouviu um ruído surdo, furtivo…

… scritch, scritch, scritch…

Pareciam unhas a raspar na madeira. Ele não sabia o que estava a fazer aquele barulho, mas sabia que se estava a aproximar. Os seus dedos apertaram o cobertor com mais força e puxaram-no para a altura do seu queixo. Deslizou as pernas para longe dos pés da cama, encolhendo-se.

Havia um candeeiro numa mesinha ao lado da cama. Marika mostrara-lhe como ligar e desligar o cristal. No entanto, Jake estava com medo de tirar a mão de baixo dos lençóis.

… scritch, scritch, scritch…

Não havia dúvida de que o ruído estava cada vez mais perto. Em seguida, o zumbido estranho surgiu novamente.

O que seria?

Os olhos de Jake esforçaram-se por ver. Sombras obscuras moviam-se e erguiam-se aos pés da sua cama. Não aguentava mais. Tirou um braço de baixo do cobertor e tocou com a unha na lâmpada de cristal. A luz acendeu, brilhando de forma intensa. Fechou os olhos por um segundo por causa do brilho intenso, depois olhou para o que estava agachado aos pés da cama.

Era um enorme inseto negro, do tamanho de um cão pequeno, com tenazes parecidas com as de um caranguejo à frente. Asas semelhantes às de uma libelinha estendiam-se de ambos os lados. Quando Jake recuou, assustado, as asas abriram-se e começaram a produzir um zumbido ensurdecedor. O inseto elevou-se no ar, como um helicóptero a descolar.

De repente, de trás do inseto, surgiu uma cauda curva de escorpião, com um perigoso ferrão na ponta do tamanho do dedo indicador de Jake. À luz do candeeiro de mesa, o ferrão parecia molhado de veneno e tenazes gigantescas abriam e fechavam no ar.

Jake queria gritar, mas o seu peito estava demasiado apertado de terror.

O gigantesco escorpião inclinou-se para a frente e, de súbito, mergulhou direito a Jake. Este reagiu por instinto, pondo em prática a lição que a mãe lhe ensinara sobre o modo como os canibais de Papua-Nova Guiné apanhavam as suas vítimas em armadilhas.

Quando a besta monstruosa mergulhou em voo picado sobre Jake, este encolheu as pernas e os braços, depois empurrou o cobertor atirando-o ao ar, como se fosse uma rede. O cobertor caiu sobre o escorpião e enrolou-se à sua volta, derrubando-o. Jake saiu da cama, descalço e apenas de boxers. Não tinha qualquer arma para se defender.

A criatura caiu no chão entre ele e a porta. O inseto contorceu-se e retorceu-se debaixo do cobertor. Jake teria de saltar por cima dele. Em seguida, uma tenaz negra atravessou o cobertor e agitou-se desenfreadamente no ar. Estava quase a soltar-se. Jake recuou um passo e bateu na mesinha de cabeceira, o que fez com que o candeeiro abanasse.

O candeeiro!

Jake estendeu a mão para trás e agarrou-o.

O escorpião esgueirou-se através do buraco no cobertor. Jake saltou para a frente com o candeeiro na mão, ergueu-o acima da cabeça e deixou-o cair com força. Algo estalou, de algum lado saiu um líquido disparado, salpicando-lhe o pé descalço.

O nojo que sentiu fez com que se imobilizasse uma fração de segundo a mais.

O cobertor rasgou-se e a cauda com o espigão lançou-se sobre ele, acertando-lhe na barriga da perna. Jake agitou o candeeiro no ar e derrubou o inseto. O espigão apenas lhe tocou de raspão na perna direita e acertou no chão de pedra. Uma grande quantidade de veneno salpicou da sua ponta.

Ainda assim, sentiu uma dor aguda e um ardor intenso onde o ferrão o arranhara.

A cauda ergueu-se novamente.

Jake não hesitou e bateu com o candeeiro no cobertor uma e outra vez, como se estivesse a tentar pregar as estacas de uma tenda num chão gelado. Líquido negro escorria de debaixo do cobertor. Continuou a bater até nada se mexer lá em baixo.

Em seguida, deixou cair o candeeiro e cambaleou para trás.

A sua perna direita ardia como se estivesse em chamas, mas conseguiu chegar à porta a coxear, abriu-a e gritou:

— Socorro!

A sua voz saiu abafada. Mas de certeza que o barulho que fizera a bater com o candeeiro no inseto deveria ter acordado Marika e o seu pai.

As portas dos dois abriram-se. Marika vestia uma camisa de dormir comprida. O seu pai saiu para fora do quarto com um roupão até aos calcanhares. Balam fez sinal a Marika para não se aproximar e correu até Jake.

Jake tentou explicar, mas ainda estava em choque. Apontou para o seu quarto, para o rasto de destruição que se encontrava no chão.

Balam espreitou por baixo do cobertor.

— Um cauda-ferrão! — Balam voltou para junto de Jake e agarrou-o pelos ombros. Examinou-lhe o corpo de cima a baixo. — Mordeu-te?

— Picou-me!

Jake apontou para a sua perna direita.

Apenas um pequeno fio de sangue escorria da ferida, mas a pele à volta já tinha um tom vermelho-vivo. Jake sentia-se tonto. Se Balam não o estivesse a segurar, era provável que tivesse caído.

Balam gritou para Marika:

— Traz um cobertor! Depois ajuda-me a levá-lo lá para baixo.

Jake fez-lhes sinal para que não se incomodassem. Ele conseguia andar sozinho. Em seguida, o mundo começou a rodar e a girar e Jake caiu na escuridão.

— Ele está a acordar — sussurrou uma voz que soava muito ténue e distante, como uma voz vinda de uma estação de rádio mal sintonizada.

Jake gemeu quando a escuridão se atenuou e a luminosidade rodopiou à sua volta. Respirou fundo duas vezes, tentando controlar o enjoo que sentia. Em seguida, a sua visão estabilizou.

— Ajuda-me a levantá-lo — disse uma voz junto ao seu ouvido. Era o pai de Marika, que tinha um braço por baixo do seu ombro.

Enquanto Jake tentava equilibrar-se, Marika e o pai ajudaram-no a sentar-se. Viu que se encontrava na sala comum, em cima da mesa, envolto num cobertor. Marika estava de pé, um pouco afastada. Tinha uma mão sobre a boca, com um ar preocupado. Os mestres Oswin e Zahur também lá estavam. O mestre gordo vestia uma camisa de noite às riscas que lhe dava pelos pés e tinha um chapéu pontiagudo. Parecia uma versão ampliada de um dos anões da Branca de Neve. Era óbvio que viera diretamente da cama para aqui.

Zahur exibia olheiras profundas. Estava inclinado na ponta da mesa e segurava o calcanhar de Jake.

Balam continuava a segurá-lo.

— Como te sentes?

A boca de Jake estava seca. Mal conseguia acenar com a cabeça.

Alguns dedos apertaram o ombro de Jake de forma reconfortante.

— És um rapaz de sorte, Jacob Ransom. Poucos sobrevivem à picada de um cauda-ferrão. Se o corte tivesse sido um pouco mais profundo…

Jake sabia que o homem tentava reconfortá-lo, mas não se estava a sair lá muito bem.

Zahur continuava a segurar-lhe o calcanhar. À volta da sua barriga da perna estava enrolada uma ligadura castanha grossa que parecia húmida. Talvez uma espécie de cataplasma para retirar o veneno do arranhão.

Foi então que a ligadura se mexeu. Jake sentiu-a a apertar um pouco mais a sua barriga da perna e depois a soltar novamente.

— A sanguessuga-da-lama está a ficar inquieta — disse Zahur. — É um sinal claro de que o sangue está livre de veneno.

Zahur estendeu a mão e desenrolou o corpo carnudo da barriga da perna de Jake. Foi preciso puxar com mais força a ventosa grande que se encontrava numa das pontas. Descolou-se da carne de Jake com um sonoro pop. Jake estremeceu quando viu a sanguessuga a contorcer-se nas mãos de Zahur. O mestre deixou-a cair dentro de um frasco de água lamacenta. A sanguessuga continuou a contorcer-se.

O estômago de Jake fez o mesmo.

No entanto, a perna de Jake estava com bom aspeto, à exceção da enorme marca da ventosa da sanguessuga junto ao arranhão. A vermelhidão desaparecera e Jake já não sentia qualquer ardor.

— Ele vai ficar bem — disse Zahur. — Deixem-no descansar toda a manhã e tudo ficará bem.

O mestre Oswin mudou a posição dos seus pés, que mais pareciam troncos de árvore, e indagou:

— O que deixa apenas uma pergunta por responder: como é que o cauda-ferrão acabou no quarto do rapaz?

Balam ajudou Jake a descer da mesa e a sentar-se numa cadeira. Marika aproximou-se e entregou-lhe uma caneca de chocolate quente. Os dedos de Jake envolveram a caneca, desfrutando do seu calor. Deu um gole… e nunca provara algo tão bom na sua vida.

Oswin cruzou os braços e disse:

— Eu verifiquei o quarto dele lá em cima. As persianas estavam perfeitamente fechadas.

— Mas o inseto pode ter entrado durante o dia, antes de as fechar — argumentou Balam. — Talvez tenha vindo refugiar-se do calor do dia na sombra fresca do quarto… e, quando a noite caiu, saiu do esconderijo. Debaixo da cama, atrás do guarda-fatos.

Jake apertou com mais força a caneca. De futuro, iria verificar cada canto do quarto antes de ir dormir.

Balam virou-se para Jake e perguntou:

— Deixaste as janelas abertas durante o dia?

Jake pensou por um momento. Lembrava-se de as ter aberto de manhã, depois de ter acordado do seu pesadelo. Acenou lentamente com a cabeça e respondeu:

— Acho que sim.

Balam anuiu com a cabeça, como se isso resolvesse a questão.

Oswin semicerrou os olhos, pouco convencido.

— Mesmo assim, é muito estranho encontrar um cauda-ferrão tão longe da selva.

— De vez em quando, eles voam e entram na cidade — disse Balam.

Zahur falou quando se levantou.

— Receio que a culpa seja minha. Quando soube o que atacou o rapaz, verifiquei as minhas jaulas. Tenho seis caudas-ferrão ali para estudar os seus venenos. Encontrei uma das jaulas vazia, com a porta aberta. Não sei há quanto tempo terá fugido. Tenho andado muito ocupado a cuidar da caçadora Livia.

A expressão no rosto do egípcio tornou-se ainda mais sombria e continuou:

— Tenho de voltar para junto dela. A cada hora que passa, ela fica mais frágil.

Zahur recolheu o seu frasco com a sanguessuga e dirigiu-se para a porta.

— Obrigado pelos teus cuidados — disse-lhe Balam.

— Sim… obrigado — acrescentou Jake.

Zahur não disse uma única palavra e desapareceu pela porta fora.

Oswin fez um som depreciativo e acrescentou:

— Não quero saber o que vocês acham. Algo ainda cheira muito mal nesta história toda. Talvez o cauda-ferrão tenha voado até aqui… ou talvez alguém o tenha colocado aqui.

— Colocado? — gozou Balam.

— Para matar o rapaz.

Balam franziu o sobrolho e abanou ligeiramente a cabeça, como que a dizer-lhe Em frente dos miúdos, não.

Jake sentou-se ainda mais direito e perguntou:

— Mas quem quereria matar-me?

Oswin encolheu os ombros e disse:

— Talvez um dos espiões do Rei Caveira. Talvez tenha receio da tua ci-enzia. De qualquer das maneiras, tu és uma peça desconhecida no jogo que o Kalverum está a jogar. Talvez te queira eliminar do tabuleiro.

— Oswin, já chega! — exclamou Balam. — Vais fazer com que o rapaz comece a saltar de susto cada vez que vir uma sombra.

Oswin suspirou e acrescentou:

— Talvez até fosse uma coisa boa, se andássemos todos a saltar de susto cada vez que víssemos uma sombra. — Abanou a cabeça e arrastou-se pesadamente para a porta. — Ou talvez eu esteja apenas demasiado cansado. Tudo parece ainda mais sombrio na escuridão da noite.

Depois de Oswin sair, Balam tocou no ombro de Jake e disse:

— Não ligues ao que ele diz. Foi apenas um conjunto de circunstâncias infelizes. Um acidente.

Contudo, as palavras do mestre gordo ficaram presas na cabeça de Jake. O seu pai dissera um dia: As palavras são como balas; uma vez disparadas, não podem ser retiradas. E aquelas palavras tinham atingido Jake profundamente.

Se não tivesse sido um acidente, quem teria colocado o escorpião na sua cama? Jake imaginou o mestre egípcio, que admitira com as suas próprias palavras que o cauda-ferrão viera dos laboratórios da sua cave. No entanto, Jake também fitava a porta estreita na parede do fundo da sala comum. Lembrou-se de como encontrara a sua roupa lavada e dobrada. Bach’uuk já entrara e saíra do seu quarto durante a noite sem ele dar por isso. E quem mais sabia da existência das escadas de serviço que percorriam secretamente a torre? O assassino podia ser qualquer um.

Jake colocou a sua caneca em cima da mesa, perdendo todo o interesse no chocolate quente à medida que um novo receio se abatia sobre ele. Se não tivesse sido um acidente… se alguém queria mesmo matá-lo…

Balam devia ter visto a aflição estampada no rosto de Jake. Perguntou:

— O que se passa?

— Kady… a minha irmã…

Jake não teve de dizer mais nada. Os olhos de Balam arregalaram-se. Soube de imediato o que preocupava Jake e isso assustou-o ainda mais. Apesar da tentativa de Balam de classificar o ataque como um acidente, o mestre devia ter alguma suspeita secreta.

— Vou ao Astromicon comunicar com Bornholm. Para ter a certeza de que ela está a salvo — disse Balam. — Dirigiu-se para a porta de roupão. Jake levantou-se para o seguir, mas os seus pés vacilaram e cambaleou. Balam apontou para ele. — Fica aqui. Mari, certifica-te de que ele descansa. Aquece-lhe o cacau.

— Sim, papá.

Depois de ele sair, Marika puxou uma cadeira para junto de Jake e sentou-se ao seu lado. Seguiu-se um momento de silêncio desconfortável, talvez porque ele estivesse praticamente nu debaixo do cobertor. Mas, em seguida, ela virou-se para ele e disse com firmeza:

— Eu vi o que tu fizeste àquele cauda-ferrão. Bach’uuk ajudou-me a limpar aquilo tudo enquanto te estavam a tirar o veneno com a sanguessuga.

Marika enfiou a mão no bolso e colocou algo em cima da mesa. Era o ferrão do escorpião.

— Os Ur creem que o que é morto deve ser honrado e que um pedaço deve ser guardado pelo caçador.

Jake recusou-se a tocar-lhe.

— Eu fervi-o para retirar completamente o veneno — disse ela ao ver a expressão dele. — É seguro.

Jake deslizou cuidadosamente um braço para fora do cobertor e tocou no ferrão. Quase o matara. Pegou no ferrão e examinou-o. Conseguia ver-se um dia a colocá-lo nos seus próprios Expositores de Curiosidades. Essa ideia ajudou-o a afastar o terror que sentia. Até fez com que ficasse um pouco menos preocupado com Kady. Ela devia estar bem.

— Obrigado, Mari.

Ela desviou o olhar dele, talvez até demasiado rapidamente, corando um pouco.

— O Bach’uuk sugeriu que eu to desse. Foi ideia dele. Ele parece estar fascinado contigo.

Jake lembrou-se do rapaz neandertal a levar o dedo aos lábios.

De repente, Marika levantou-se.

— Queres que aqueça o teu cacau?

Antes que ele conseguisse responder, Marika pegou na sua caneca e atravessou a sala até um aparador encostado à parede. Um jarro de pedra encontrava-se sobre um trempe apoiado em quatro cristais cor de rubi que brilhavam. Um vapor suave saía do jarro. Marika ergueu-o e verteu cuidadosamente o seu conteúdo para a caneca de Jake.

Ela voltou para junto dele. Já não tinha as faces coradas, agora parecia preocupada. Olhou de relance para a porta de casa e depois de volta para Jake. Enquanto Jake aquecia as mãos na caneca, Marika sentou-se novamente ao lado dele, pensativa. Tinha o sobrolho franzido.

— O que foi? — perguntou Jake.

Marika abanou a cabeça.

— Não, diz-me lá.

Ela pensou por mais um momento, depois falou:

— Eu não contei isto ao meu pai e talvez o tenha imaginado. Não sei. Mas lembro-me de ter acordado à noite. Pareceu-me ter ouvido alguém no corredor, mas, quando escutei com mais atenção, estava tudo em silêncio. Naquela altura, pensei que não era nada de importante e voltei a dormir. E talvez não tenha mesmo sido nada.

Ou talvez tenha sido algo.

Antes que conseguissem aprofundar a conversa, a porta abriu-se e o pai de Marika entrou de rompante na sala, ofegante. Devia ter ido para ali a correr.

Jake levantou-se, o medo que sentia pela irmã fizera-o pôr-se de pé.

Balam fez sinal a Jake com a mão para que voltasse a sentar-se.

— Ela… ela está bem — arquejou ele. — Pu-los todos a correr que nem baratas tontas em Bornholm, mas não aconteceu nada por lá. — Balam aproximou-se da mesa e apoiou uma mão no tampo. — Vês? Provavelmente foi apenas um acidente, tal como eu disse.

Jake sentiu uma onda de alívio por Kady estar sã e salva, mas continuava desconfiado. As palavras do mestre Oswin não lhe saíam da cabeça.

E as palavras são como balas…

Jake fechou a mão sobre o ferrão do escorpião. Olhou fixamente para Marika e viu a mesma desconfiança nos olhos dela. Independentemente do que dissessem, Jake sabia que o ataque não fora um mero acidente.

Mas quem o queria morto?