NOTA DO AUTOR

Ao longo dos anos, incluo sempre uma nota no final dos meus thrillers, onde informo sobre o que é verdade e o que não é nos meus romances… por isso, pensei fazer o mesmo aqui.

No entanto, antes de começar, vou falar um pouco de mim. Apesar de ter uma licenciatura em medicina veterinária, sempre fui um arqueólogo de sofá. Sempre adorei tudo o que estivesse enterrado e perdido no tempo. Na verdade, tenho um Expositor de Curiosidades em casa, onde está tudo o que é estranho e esquisito: desde enormes espécimes fossilizados até minúsculos insetos presos com alfinetes. E, em cima do expositor, tenho uma gigantesca presa de mamute com cem mil anos, vinda da China. Todos os dias, o expositor lembra-me da alegria da grande aventura que é a vida neste mundo.

Assim, como já devem ter adivinhado, o jovem aventureiro Jake Ransom é muito especial para mim… e, para o Jake, reservei a melhor e mais louca aventura de todas.

Resumindo, Jake é quem eu era em criança. Alguém extremamente curioso em relação ao mundo, um pouco impaciente, umas vezes arrojado, outras, um pouco apreensivo… ligeiramente «cromo», mas sempre consciente disso e incapaz de mudar. Também é atormentado por uma irmã mais velha, que pensa que sabe mais do que realmente sabe. Tendo crescido com três irmãos — e três irmãs —, compreendo bastante bem essa relação. As discussões, os ressentimentos, mas, em última instância, uma ligação profunda e inabalável à família.

Mas, voltemos a Jake. No seu coração, Jake é um verdadeiro aventureiro, alguém pronto e disposto a escolher o caminho mais difícil… independentemente de todos os problemas em que se possa envolver.

Tal como Jake, eu adoro viajar e adoro arqueologia. No entanto, e tal como Jake, as minhas viagens ao longo dos anos já me valeram alguns sarilhos. Já nadei nos rios das selvas, descobrindo depois um crocodilo a banhar-se ao sol na margem. Já fiquei preso… em grutas, pendurado de cordas e até cheguei a ficar entalado numa fenda, sem me conseguir mexer. Enquanto praticava mergulho, estive quase a ser picado na mão por um dos peixes mais venenosos do mundo (uma picada é capaz de matar em poucos segundos).

Jake é semelhante… talvez até demasiado aventureiro para o seu próprio bem… e vai meter-se em muitas alhadas. Jake precisará do seu engenho e aptidões, e de todas as suas amizades, para se safar dos perigos e das aventuras que o futuro lhe reserva.

A série está repleta de acontecimentos fantásticos, mas também de outros muito reais. Cada livro foca-se numa antiga cultura perdida do passado da Terra. Os primeiros são os Maias. Ao longo do livro surgem vários glifos maias, a escrita simbólica deste povo mesoamericano. Os glifos no livro são reais e cada um deles desempenha um papel importante na aventura. Da mesma forma, os pormenores da cultura maia — desde a roupa que vestem ao seu tremendo conhecimento de astronomia — são todos factuais e essenciais para a história. Além disso, também existem factos engraçados, como o facto de os maias terem inventado o chocolate e a pastilha elástica.

Relativamente à ciência neste livro, todos os dinossauros que aparecem são criaturas reais, retiradas dos registos fósseis, e as discussões sobre espectros de luz, refrações e mistura de cores são todas baseadas em factos.

Por fim, para esta série, também criei a minha própria linguagem secreta, partes da qual aparecem neste livro. O alfabeto resume-se a equivalentes em inglês, por isso, os leitores mais empenhados podem traduzir esses pedaços de linguagem para revelar mensagens secretas.

Aqui fica então um pequeno vislumbre da verdade por detrás do fantástico mundo de Jake Ransom. Espero que pegues numa mochila e te juntes a mim — a aventura está apenas a começar!

— James Rollins