Tu és meu pai e meu irmão. Tu és meu amigo.
Sorvo da tua morte a lição ansiosa para socorrer e aliviar.
No mármore frio, onde repousou teu corpo, debrucei minha alma e meditei em teu coração.
Não tiveste o descanso da sepultura. Não ouviste uma prece. Não escutaste o nome de Deus na última hora.
Morreste triste, só e esquecido. Sem a luz mortiça de uma vela nem uma lágrima a escorrer pela face de alguém.
Mas o crepe do esquecimento não vai te envolver. Tua lembrança gravará meu espírito, que não morre e ficará.
E no ocaso do derradeiro dia, onde todos estarão, e quando te transformares em luz, consente que eu seja o teu anjo.
Genival Veloso de França