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Sexualidade

ENERGIA SEXUAL E SHAKTI

Pergunta:

Em uma resposta anterior sobre a energia sexual e a energia do coração, você escreveu: “Existe uma corrente de pensamento que vê como energia sexual toda a energia vital na mente, no corpo e no universo — a força criativa primária do cosmos que se expressa de diferentes formas e como diferentes fenômenos. Essa shakti dirige a manifestação, a diversidade e o movimento de toda a criação. Portanto, nesse sentido, podemos ligar nossa experiência da energia do coração a uma força criativa mais ampla ou à energia sexual da vida.” Isso significa que a energia sexual transcende o masculino e o feminino e no seu estado primal é indiferenciada? Em que ponto da manifestação essa energia se torna sexual? É possível haver energia sexual sem emoção?

Resposta:

Os sábios iluminados de diversas culturas do passado consideravam a força criativa primária da natureza uma energia sexual, não por causa das emoções e dos impulsos humanos que associamos com a sexualidade, mas porque as forças criativas emergem da união mística de polos opostos: luz e escuridão, ação e inação, conhecedor e conhecido. Portanto, eu não diria que esse estado básico seja indiferenciado, mas diferenciado em dois extremos básicos. O subproduto dessa interação dinâmica de opostos é algo diferente, algo novo, assim como o ato de procriação entre o homem e a mulher cria um novo ser. Portanto, a sexualidade se torna uma metáfora das forças criativas da consciência. É uma maneira de tornar mais compreensível a natureza abstrata da dinâmica da consciência.

Esse poder criativo pode ser reconhecido na natureza como energia sexual propriamente dita quando os organismos se reproduzem sexualmente. Portanto, em muitas circunstâncias é possível haver energia sexual sem emoções.

À VONTADE COM O SEXO

Pergunta:

Eu me casei há quatro meses e não consigo me sentir segura com o sexo. Tento tomar iniciativas, mas não tenho sucesso. Entro em pânico e sinto que não posso me mover. Não tenho vontade de pedir o que preciso ou o que gosto, nem me sinto bem numa roupa sensual. Tenho vergonha. O que posso fazer?

Resposta:

Você está casada há poucos meses. Às vezes leva algum tempo até nos sentirmos completamente à vontade e confiantes na interação sexual com o cônjuge. Não se obrigue a tomar iniciativas, nem pense que nesse aspecto precisa tornar-se mais sofisticada do que lhe parece confortável. Concentre-se em alimentar sua autoestima e cultivar um sentimento de autoaprovação que inclua seu amor, sua beleza e sua sexualidade. Pode ser útil escolher um arquétipo feminino que reflita as qualidades de expressão sexual confiante que você gostaria de incorporar; use esse arquétipo para ajudá-la a expressar de dentro para fora essa confiança. Uma vez que sua autoconfiança se firme numa experiência interna da sua verdadeira natureza, você será capaz de encontrar um nível de expressão sexual que lhe pareça adequado, sem o sentimento de vergonha.

NECESSIDADES SEXUAIS DIFERENTES

Pergunta:

Meu marido anda aborrecido porque eu não gosto de fazer sexo com a mesma frequência que ele. Isso tem sido um problema há bastante tempo; penso que, seja qual for a frequência com que transemos, ele achará pouco e ficará ressentido. Quero dizer, se transarmos mais do que três vezes por semana, isso poderá se tornar uma obsessão ainda maior. Ele também percebeu isso, portanto, combinamos de transar duas vezes por semana, mas nos últimos tempos tem sido mais comum termos apenas uma relação sexual por semana.

Ele não concorda com a palavra “obsessão”, mas é assim que vejo, porque podemos ter uma relação muito intensa e passional e no dia seguinte parecer que voltamos à estaca zero, e assim ele precisa recriar aquilo; para mim, no entanto, parece que acabei de ter aquela experiência e não quero repeti-la imediatamente. É muito cansativo!

Hoje, a questão voltou à tona, e meu marido disse que estava pensando em se divorciar de mim porque não estávamos tendo atividade sexual suficiente. Ele disse que pensava diariamente no fato de não ter bastante sexo e que se sentia muito mal e solitário. Ele acha que todo o controle sobre essa situação está em minhas mãos porque isso não é importante para mim, e eu posso simplesmente dizer não. Ele fica zangado com isso. Na verdade, o que me tira todo o tesão é a raiva que ele sente de nossa vida sexual. Perco o desejo de transar quando penso que ele ficará com raiva de mim se eu não concordar. Eu costumava ceder porque não queria deixá-lo triste e não conseguia dizer não e me sentir bem depois. No entanto, agora, quase sempre digo não quando não estou com vontade de ter intimidade física, porque aprendi que, se eu ceder nessas circunstâncias, vou me ressentir e ter raiva durante o sexo, e eu já disse a ele coisas agressivas.

Ele acha que deveríamos ler livros sobre o assunto e encontrar um terapeuta sexual, mas não quero fazer isso. Não quero tomar medidas para ficar mais interessada. Tudo o que quero é que isso não seja tão importante. Não quero que o sexo seja o ponto central do dia. Só quero curtir estar junto dele, e se a vontade e a oportunidade surgirem para os dois, tudo bem. Se não, tudo bem também. Não é que eu não goste de sexo, não tenha desejo ou não sinta atração por meu marido. A questão é apenas que isso não é tão importante para mim. Para ser justa, às vezes sou muito sensível com relação a meu espaço. Ser tocada pode ser uma coisa dolorosa quando não estou a fim ou quando estou estressada. Eu costumava pensar que isso era um defeito, alguma coisa que precisava mudar em mim, mas na verdade não acho que eu possa mudar ou mesmo não acho que queira mudar. Disse a meu marido que sou assim mesmo. Nem sempre quero que me toquem, mesmo com delicadeza. Não consigo me obrigar a transar porque nem sempre encontro o interruptor que me permite desfrutar o sexo e não me sentir pressionada e desconfortável. Contudo, às vezes consigo encontrar esse interruptor ou a coisa acontece naturalmente. É verdade, nesse caso posso ser muito passional. Mas não é algo que eu consiga fazer por encomenda.

Para ser justa com meu marido, deveria dizer que, em geral, não tenho sentido interesse por sexo nos últimos tempos. Gosto de estar perto dele e abraçá-lo ou ser abraçada, mas não sinto o mesmo desejo de ter relações sexuais que ele sente. Sei que isso é importante para ele, portanto tento aplicar energia nessa área do nosso relacionamento, mas o sexo acaba por me cansar, e para ele acontece o contrário.

Tornamos a conversar hoje, e ele disse que na verdade não quer o divórcio, mas está realmente perturbado com a situação. Não sei o que fazer. Hoje de manhã decidi tentar ter mais compreensão com as necessidades dele, mas no decorrer do dia me senti zangada e inquieta com a situação. Pensei que talvez você possa ter uma percepção ou proposta que nos ajude a encontrar uma condição de paz sobre esse problema. Sinto que isso também é sintoma de um desequilíbrio mais profundo em nosso relacionamento, mas não sei o que fazer quanto a isso. Toda vez que ele fica perturbado, me diz que isso (o fato de não transarmos bastante) é a única coisa que me pede. Depois ele faz uma lista de tudo o que não me pede (mencionando o que ele faz por mim e/ou o que não faço por ele etc.). Isso me leva a crer que ele tem ressentimento porque acha que está dando mais do que recebendo. Sobre essa questão, também não sei bem o que fazer. Eu o amo e não quero que ele fique infeliz. No entanto, essa coisa toda me causa ansiedade (quase não consigo respirar), e é difícil para mim até mesmo discutir a questão, porque parece que não existe nenhuma maneira de fazê-lo feliz, e uma parte de mim simplesmente se tranca.

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Minha mulher e eu estamos casados há 14 anos. Somos saudáveis, temos dois filhos e nossa condição de vida é boa. Somos muito unidos e passamos muito tempo conversando sobre nossos interesses e nossas vidas. Sempre tivemos o que eu considero uma boa vida sexual. Tradicionalmente, sinto mais desejo, mas sempre encontramos o meio-termo que satisfaz aos dois. No entanto, nos últimos seis meses ou quase um ano, o impulso sexual de minha mulher mudou, e ela cada vez tem menos vontade de transar. Embora eu esteja na faixa dos 40, meu desejo ainda é bastante intenso, embora com certeza seja menor do que era aos 20. Nós passamos de uma frequência de duas relações sexuais por semana para uma vez por semana, e depois para duas vezes por mês num período relativamente curto, e estou sentindo muita frustração.

A prática regular de sexo faz com que me sinta conectado com minha mulher e minha família. Tenho experimentado sentimentos de solidão e isolamento com a rápida mudança em nossa vida sexual, sem falar da frustração e das dúvidas. Parece-me que quanto mais eu tento induzir minha mulher a fazer sexo, mais ela se sente pressionada e menos desejo tem, o que resulta num círculo vicioso que deixa os dois se sentindo desconectados. Embora eu entenda que isso não é pessoal, que provavelmente é apenas uma parte dos altos e baixos normais num relacionamento ou mesmo do início da menopausa da minha esposa, só consigo me sentir rejeitado pela falta de desejo dela. Nós ainda passamos muito tempo abraçados à noite e temos muito contato físico na vida diária, mas ainda sinto desejo por sexo.

Isso pode parecer muito barulho por nada e talvez seja apenas uma situação do tipo “bem-vindo ao clube”, mas estou desorientado, e muitas vezes essa situação me traz a sensação de isolamento. Gostaria de saber se você tem algumas ideias ou estratégias que possam nos ajudar a equilibrar nossas necessidades e superar esse obstáculo.

Resposta:

A questão das relações sexuais entre dois indivíduos é uma mistura incrivelmente complexa de sentimentos, convicções, impulsos, associações e hábitos, que assume vida própria no decorrer de um relacionamento duradouro. Sendo assim, é quase impossível sugerir uma solução simples que tenha algum significado. Sugiro que vocês procurem um terapeuta de casal com experiência em problemas sexuais. Sei que um de vocês mencionou que não deseja fazer isso porque não quer sentir mais interesse por sexo e não quer transformar a questão sexual num “grande problema”. Eu só gostaria de comentar que ela já é um grande problema.

Você não precisa procurar a terapia com a ideia de que já tem um problema porque não quer ter muito sexo, ou de que seu marido tem um problema porque quer mais sexo. Você pode ver a questão com o entendimento de que existe uma boa razão para cada qual sentir o que sente, e a terapia é uma oportunidade para os dois encontrarem um novo nível de intimidade entre si. Acredito que você está certa ao pensar que o sexo não é o problema. Veja essa situação como uma oportunidade de descobrir quais são as questões mais profundas e como essas questões podem ajudar os dois a encontrar mais autoconhecimento e mais amor.

O que me veio à mente quando li sua carta foi que você se vê como uma esposa cheia de amor e afeto que só deseja expressar esses sentimentos sexualmente quando existe uma confluência fácil de todas as circunstâncias corretas, ou seja, nos momentos em que não há raiva, ressentimento, pressão emocional ou sensibilidade extrema ao toque. Pode lhe parecer que você está numa posição de neutralidade com relação ao sexo, mas a tendência revela que você fica feliz em encontrar motivos para não transar. Como o sexo é muito importante para o homem que você ama, essa provavelmente é uma área fértil para autoanálise.

O Dr. David Schnarch escreveu dois bons livros sobre esse tema: Passionate Marriage e Ressurecting Sex. Recomendo os dois.

Para o marido, também recomendo uma autoanálise. Pense na possibilidade de que ter menos sexo também possa ser interessante para você. Pense se não existem outras vertentes de conexão física e emocional com sua esposa, como a afeição e o respeito, que possam ser igualmente satisfatórias para você e que sejam bem-vindas à sua esposa. Concentre-se nas áreas em que vocês têm fortes ligações de amor e conexão e parta daí para encontrar novas formas de compartilhar a intimidade física. Boa sorte.

CELIBATO

Pergunta:

Você tem alguma sugestão sobre a maneira de manter um relacionamento que costumava ser sexual, mas que agora está se tornando casto? Nós estivemos lendo muito na esperança de alcançar uma realização espiritual mais elevada. Você acha que é possível estar apaixonado e viver um relacionamento casto?

Resposta:

Sim, com certeza é possível estar apaixonado e viver um relacionamento sem sexo se essa for a expressão natural do amor dos dois. Eu apenas sugiro que os dois abordem o relacionamento segundo a evolução espontânea do amor que compartilham. Por outro lado, se você tenta fazer seu relacionamento se encaixar num ideal espiritual que vocês decidiram ser o melhor para ambos e se estão tentando condicionar seus sentimentos e impulsos a esses ideais, provavelmente muito em breve sentirão frustração e desequilíbrio.

Se o relacionamento está migrando naturalmente na direção do celibato e os dois estão felizes com isso, então vocês não precisam de orientações específicas. Apenas continuem a procurar maneiras de aprofundar e compartilhar um amor que traga satisfação e enriqueça a vida de ambos.

SEXO ANTES DO CASAMENTO

Pergunta:

Sou um jovem indiano de 28 anos que vive nos Estados Unidos há sete anos. Pertenço a uma família tradicional e morei em Mumbai até os 21. Sempre respeitei a vida e fui fiel a mim mesmo, nunca me entregando a prazeres fúteis. Para falar francamente, ainda sou virgem. Nunca tive vergonha de ter me guardado. Sempre tive orgulho disso. No entanto, meu dilema é: conheci uma moça indiana criada nos Estados Unidos e, por conta das pressões familiares, do amor e da atração, decidimos nos casar. Por ela ter sido criada nos EUA, seu estilo de vida não é parecido com o meu. Ela manteve um relacionamento íntimo e físico com um homem durante mais de três anos. As coisas não funcionaram, e eles se separaram. Antes e depois desse relacionamento, ela teve vários namorados, e vários desses relacionamentos foram físicos.

Quando ficamos noivos, eu só tinha informação sobre aquele relacionamento longo, e desde então fiquei sabendo do resto aos poucos. Aceitei a situação e segui em frente. Contudo, isso está me incomodando. Nunca senti tanta depressão, desgosto e frustração com a vida. Total perda da esperança, náusea, falta de desejo sexual, insônia... é perturbador conviver com uma pessoa que teve alguém antes de mim. Sempre me guardei e esperava encontrar alguém que tivesse feito o mesmo. Apesar de amá-la, não sei se vou conseguir superar isso. Sempre me senti um eterno otimista, com uma profunda fé em Deus. Nunca me senti tão por baixo. Compartilhei essa informação com um parente; ele me disse que não é possível ser como sou e que eu pertenço a 3% da população. Recentemente aconteceram alguns incidentes em que ela mentiu sobre seu passado e me enganou, só revelando mais informações aos poucos. Não confio nela e não sei o que fazer. Sou uma pessoa de emocional forte e não sou um macho chauvinista. Tenho respeito por ela, mas acredito que ela mentiu para mim e vai continuar a mentir. Não acredito que possa viver com uma pessoa que mente, além de todos os outros problemas que tenho para aceitar a condição física de minha noiva. Sinto que estou à beira de um esgotamento nervoso. Não sei o que fazer ou como falar com ela sobre isso. Muitas vezes choro por causa da situação atual de minha vida e sou incapaz de aceitar isso. Estou esperando uma resposta de Deus que me ajude a tomar uma decisão. Estou fazendo o que é certo, ou estou errado? A vida parece sem sentido para este rapaz que era efusivo, brincalhão e cheio de entusiasmo.

Resposta:

Você diz que aceitou o passado sexual de sua noiva com outros homens e que superou essa questão, mas é claro que isso não aconteceu. Você parece preso ao ponto de vista de que o padrão moral dela deve ser menos refinado que o seu porque você tem altos valores morais e permaneceu casto, e ela não fez o mesmo. Acho que grande parte de sua desconfiança está baseada mais na indignação do que na confiabilidade de sua noiva. Você não dá muitas informações sobre ela, mas me parece que ela não é promíscua nem desonesta. Como você reagiu às informações anteriores de forma intensa, é fácil entender por que ela reluta em deixá-lo saber mais sobre seus outros relacionamentos. Nos Estados Unidos e na Europa, os costumes relativos a namoro e relacionamento antes do casamento são muito diferentes das práticas tradicionais indianas, mas você precisa deixar de lado o preconceito de que esses costumes são necessariamente impuros ou imorais. Por que você não se dedica a procurar saber como sua noiva realmente é e de que gosta, em vez de se concentrar nas diferenças de seus antecedentes sociais? Quer você se case com essa garota, quer não, você está neste país, e deve a si mesmo o direito de remover as viseiras morais; caso contrário, essas limitações vão continuar a impedir seu crescimento e sua fruição também em outras áreas da vida.

AMOR E MONOGAMIA

Pergunta:

Meu parceiro e eu somos constantemente desafiados por dúvidas sobre a natureza do amor e da intimidade e como fazer nossos ideais funcionarem no dia a dia de nosso relacionamento. Se amar alguém significa querer para essa pessoa o que ela deseja para si, é possível um casamento monogâmico da forma definida por nossa sociedade estar realmente alinhado com o verdadeiro amor? O fato de estabelecer limites sobre quem você pode amar e como prefere expressar o amor pode limitar a verdadeira natureza da alma? Será que a monogamia não é apenas um construto derivado do medo ou da referência ao objeto? Se a natureza da vida é crescer, como podemos fazer promessas e assumir compromissos para o futuro (por exemplo, no casamento) se estamos constantemente nos transformando?

Estamos atolados num conflito com essas questões fundamentais. Acredito que a monogamia é a grande oportunidade de aprender a expressar e experimentar o amor. Meu parceiro acredita no contrário e teme que essa prática só sirva para limitar o amor. E nós definimos a monogamia como muito mais do que a simples intimidade sexual.

Resposta:

A monogamia por si só não é uma restrição ao amor. A limitação ao amor vem do coração, e não da estrutura do relacionamento. A monogamia pode não garantir um amor profundo, mas pode constituir a base para o crescimento desse amor. A vida existe em função de limites — temporais, espaciais, físicos, sociais etc. O segredo de viver uma vida de amor ilimitado não é tentar eliminar as limitações, mas expressar o ilimitado por meio dos limites, assim como um artista exprime sua visão por meio de algumas tintas e pinceladas.

SONHOS ERÓTICOS

Pergunta:

Sou uma mulher casada e ultimamente tive sonhos eróticos que não envolvem meu marido. Em uma ocasião meus sonhos incluíram um amigo, e em outra, um ex-namorado, mas ambos foram sonhos cheios de afeto e paixão. Durante essa atividade onírica me senti muito realizada, apesar de ter uma consciência parcial de que era casada. Nas últimas semanas, tenho tido muitas dúvidas sobre esses sonhos. Estou ignorando uma mensagem que deveria entender? Será que minha alma tenta me dizer alguma coisa? Quais são as mensagens desses sonhos?

Resposta:

Ter sonhos eróticos é completamente normal, mesmo que não envolvam o marido. A psicanálise provavelmente diria que esses sonhos têm um significado profundo, mas eu não concordo com isso. A maior parte da atividade onírica é subproduto da normalização das necessidades da mente e do corpo acumuladas durante o dia, uma vez que as imagens são formadas pelas várias impressões da psique, reunidas para compor o conteúdo dos sonhos.

Há ocasiões em que os sonhos trazem mensagens importantes, e precisamos estar atentos a essas orientações e pistas. Em seu caso, porém, não acredito que existam mensagens profundas. A menos que esses sonhos continuem por algum tempo, eu não me preocuparia com eles.

PERDOAR A INFIDELIDADE

Pergunta:

Estou casada há 13 anos, mas vivo com meu marido há 22 anos, e temos dois filhos, de 13 e de 10 anos. Fiquei arrasada quando descobri que meu marido me traiu. Soube disso há sete meses, e estou com muita dificuldade para superar o problema. Já rezei muitas vezes para tomar a decisão correta, mas ainda estou muito confusa.

Meu marido me contou algumas histórias diferentes. Há alguns meses descobri um telefone celular secreto que ele usava apenas para chamar com frequência uma colega de trabalho. Desconfiei de que ela era a amante, mas meu marido continuou a negar, afirmando que eles eram apenas amigos. No entanto, alguns meses depois, coloquei um gravador no carro dele. Naquela manhã, ele telefonou para duas mulheres, a colega de trabalho e a mulher que ele acabou por admitir que era sua amante. Ele manteve conversas eróticas com ambas. Meu marido disse que isso não significa nada, que me ama, que só quer estar comigo, e me prometeu não voltar a procurar nenhuma das duas.

Você tem alguma sugestão sobre como se recuperar e perdoar? Ou será que estou sendo uma completa idiota? Vale a pena salvar meu casamento?

Resposta:

Por mais que você queira superar seus sentimentos e perdoar, esse processo não pode ser apressado ou forçado. Se quiser uma verdadeira cura, precisa ser paciente com o processo e deixar que ele siga seu curso. Se tentarmos contornar esse processo por conta de um ideal espiritual de sermos cristãos antes de nos sentirmos genuinamente cristãos, apenas retardaremos a cura. Sugiro que você volte ao terapeuta para trabalhar seus sentimentos. Isso não lhe dará mais clareza ou removerá o sofrimento de imediato, mas com o tempo você deve começar a entender o que se passou a ponto de poder tomar uma boa decisão sobre seu casamento. Além disso, se seu marido estiver sendo honesto sobre reassumir o compromisso com seu casamento, veja se ele também está disposto a participar das sessões de terapia.

SONHOS DE LESBIANISMO

Pergunta:

Sou uma mulher casada com dois filhos crescidos. Na época da faculdade, fui apaixonada por uma amiga, e tivemos um romance secreto. Perdemos contato depois que nos formamos. Eu me casei, e ela também, mas ela não teve filhos. Depois de vinte anos, tornamos a nos encontrar e falamos sobre nós, e foi aí que nossos sentimentos retornaram. Mas nos últimos tempos tenho sonhado com essa minha amiga. Tenho tido muitas dúvidas sobre esses sonhos recentemente. Quero saber o que você pensa do lesbianismo. Minha alma está tentando me dizer alguma coisa? Quais são as mensagens desses sonhos?

Resposta:

Não posso dizer de forma conclusiva qual o significado de seus sonhos; você vai ter que resolver isso por si. No entanto, é claro que sua alma lhe diz que existem questões emocionais não resolvidas com sua amiga, e essas questões foram agitadas depois que você tornou a vê-la. Não acho que daí você deva concluir que agora é lésbica e precisa deixar para trás sua vida atual. Ainda existem mais perguntas do que respostas. Converse com sua amiga e veja se pode descobrir o que está causando essa atração entre vocês. Seja tão honesta quanto possível. Talvez você esteja passando por uma fase de forte carência de intimidade ou simplesmente pelo anseio de ter suas emoções compreendidas. Isso também pode ser uma grande onda nostálgica por algo que experimentou durante a faculdade. Ter sonhos eróticos com pessoas do mesmo sexo não é uma coisa rara e não significa que você seja lésbica.

Se por acaso sua avaliação mais honesta e genuína mostrar que um relacionamento homossexual com essa mulher é a direção de sua vida, então isso é o que você precisa fazer. Evidentemente, você terá que lidar com muitas consequências, mas só podemos ser o que somos. Você deve a si mesma e a todos aqueles que ama uma avaliação sóbria do que está realmente acontecendo, antes de tomar decisões que afetem toda a sua vida.

CELIBATO CATÓLICO

Pergunta:

Sou uma mulher católica de 46 anos, separada do marido há quase 12. Sendo católica e ainda legalmente casada, de acordo com minha crença não posso me divorciar. Também sou ministra da Eucaristia em minha paróquia há cinco anos, portanto levo minha religião a sério. Alguns dizem que estou sendo extremada por manter o celibato e desperdiçar o presente corporal dado por Deus. Acredito que a alma é mais valiosa que o corpo, portanto escolhi a prática do celibato. No entanto, experimento uma solidão terrível, e de certa forma também me sinto um tanto inexistente sem um parceiro. Se procurar companhia masculina, serei uma adúltera! Sou uma mulher extremamente solitária, de bom nível cultural e boa aparência. O celibato não é uma prática tão difícil quando acreditamos na fé escolhida. Contudo, meu coração e minha alma anseiam por companheirismo, e meu filho precisa de um modelo paterno. Eu arrisco o valor da minha alma se quebrar meus votos católicos por amor?

Resposta:

O objetivo da orientação religiosa e dos votos é a evolução espiritual. Eles não devem ser regras seguidas por si mesmas ou por medo do castigo divino. Entendo seu ponto de vista no sentido de que os ditames da alma têm precedência sobre as necessidades do corpo. No entanto, isso só acontece se o corpo estiver em equilíbrio com a direção evolutiva da alma. Você mesma disse em sua carta que sua alma anseia por companheirismo, portanto não é apenas seu corpo que procura uma intimidade física. Sentir solidão e vazio porque pensa que essa é a exigência de Deus, 12 anos após um casamento fracassado, não me parece uma boa receita para salvar sua alma ou para ter uma vida espiritualmente gratificante. E isso é o que sua religião deveria ajudá-la a conseguir. Como pessoa consciente e madura, você tem a responsabilidade de localizar em seu coração o espírito dessas regras religiosas, e não apenas seguir cegamente a letra da lei. Este é seu desafio espiritual no momento: encontrar dentro de si, e não numa definição do Vaticano, a verdade viva da santidade do casamento e de sua sexualidade. Alguns dos maiores santos cristãos constataram que a própria verdade espiritual entrava em conflito com o dogma e com a política da Igreja Católica, no entanto mantiveram-se fiéis à verdade viva da própria experiência do divino. Se refletir sobre sua situação, você poderá descobrir que não existe nada de sagrado no casamento legal que você tem no momento, e que Deus não lhe pede para ser solitária e vazia. Você não vai pecar se encerrar formalmente um casamento que já morreu e partir para uma parceria amorosa significativa, que celebre o amor de Deus. O progresso de sua alma será muito mais prejudicado se você mantiver fidelidade a uma regra baseada no medo, e que já perdeu a relevância para sua vida.

HOMOSSEXUALIDADE E OS VEDAS

Pergunta:

Venho tendo problemas com o fato de ser homossexual. Conheço muitas pessoas pelo mundo afora que passam pelo mesmo conflito. No ano passado, contei aos meus pais e à minha irmã. Eles não entendem, mas me amam como sou. Só minha irmã está zangada.

Meu desejo é ser feliz, e espero ter filhos com uma mulher que eu ame. (Quem não quer ter um casamento feliz e filhos?) Contudo, existe esse problema, e eu detesto isso. Não posso viver assim.

Comecei uma terapia que pode me ajudar a viver com esses sentimentos, e eles dizem que é possível transformar os sentimentos homossexuais em heterossexuais. Sinto que essa é minha única esperança. A pessoa que está me ajudando foi gay e agora tem filhos e esposa. Ele acredita que todos nascem heterossexuais e escreveu um livro contando a própria história. Meu professor de ayurveda também afirma que todos nascem heterossexuais. Não contei meu problema para ele.

Você acha que é possível mudar esses sentimentos homossexuais? Como fazê-lo? Isso tem alguma relação com os hormônios? O que os vedas dizem sobre esses sentimentos? O que devo fazer? Sou um caso perdido.

Resposta:

Você não é um caso perdido. Parece-me que você ainda está no processo de entender a própria sexualidade. Não concordo com a ideia de que a homossexualidade seja um problema que precisa ser transformado em heterossexualidade. Talvez a atração física por mulheres faça parte de seu futuro, mas talvez não. Porém, haja o que houver, não duvide ou sabote seu impulso básico para o amor humano. Esse impulso não é errado.

Não sei ao certo o que está envolvido nessa terapia que você mencionou, mas se afirma que um homossexual pode resolver ser hétero, ela parece indicar que, para começar, ser gay foi uma opção. Pelo que você escreveu e pelo que aprendi com meus amigos gays, isso não é verdade.

Você quer ser feliz, e quer ter filhos. Há muitas maneiras de conseguir isso sem ser desonesto consigo ou com uma mulher. Existe a adoção, a gravidez de aluguel etc. Meu conselho é que você pare de pensar que existe algo errado e pare de entrar em conflito consigo mesmo. Use seu amor para se sentir melhor consigo e como uma maneira de se doar, em vez de interpretar seu amor como algo que precisa ser bloqueado, mudado ou escondido.

EX-NAMORADO TRANSEXUAL

Pergunta:

Meu ex-namorado quer ser mulher, mas não conversou comigo a respeito. Isso é muito evidente, mas ele continua negando e se recusa a fazer qualquer menção ao assunto. Como podemos nos relacionar nessa questão, já que continuamos amigos e ainda gostamos muito um do outro? Eis a situação: eu o amo por seu espírito, pelo que ele é por natureza. Ele não me ama e me afasta porque chego perto demais de sua realidade. Ele agora só quer que eu seja uma amiga muito íntima para poder continuar a levar uma vida de homem para o mundo exterior. Eu já lhe disse que amo seu espírito incondicionalmente e que um espírito não tem gênero. Eu o estimulo a se deixar florescer e a parar de esconder o que ele chama de seu “segredo tenebroso”. Ele é uma pessoa maravilhosa e linda, com qualidades que nunca deixou florescer.

Depois de ler diversos artigos sérios sobre o comportamento de transexuais e travestis, ficou extremamente difícil confrontá-lo, porque o que li pode ser a história da vida dele: nascido numa família rigidamente cristã (gays e lésbicas vão para o inferno, e vai para o céu quem servir), ele passou toda a vida num ambiente masculino, circulando numa imensa Harley-Davidson, com dois casamentos fracassados e mantendo uma aparência de machão, pois sua verdadeira natureza precisa permanecer oculta. Ele vem se mantendo prisioneiro durante toda a vida, não sabe o que quer ou quem é, não tem objetivos, não consegue fazer planos, não consegue assumir compromissos, está sempre inquieto e fugindo de tudo. Uma batalha constante entre seus lados masculino e feminino, inquietante e difícil de controlar.

Nosso relacionamento acabou porque não estávamos chegando a lugar nenhum: eu o amava, e ele não me amava; além disso ele tinha um medo evidente de que eu descobrisse o que já sabia. Agora, uma semana depois de terminarmos o namoro, ele está muito melhor, e é claro que se sente aliviado por viver como se tudo fosse maravilhoso e escondido do mundo todo. Sem dúvida, para mim é muito difícil aceitar que nosso relacionamento nunca mais será o mesmo e que ele não é capaz de assumir um compromisso comigo. Mas também quero compartilhar com ele meu imenso amor pelo que ele realmente é por natureza, seu puro espírito. Quero confortá-lo e abraçá-lo, deixar que ele seja quem quiser ser e cuidar dele com amor, segurança e paz. Se ele quiser guardar esse segredo, o mundo não precisa saber, mas então pelo menos ele não ficará sozinho com isso. Ele recusa qualquer ajuda, conversa ou terapia que diga respeito a qualquer coisa em sua vida, porque isso é coisa de “bicha”, e não serve para ele.

Talvez o relacionamento entre nós venha a ser possível, como casal ou como verdadeiros amigos, quando ele se entregar a seu verdadeiro Ser. Desejo muito que isso aconteça, porque é incrível a intensidade do meu amor pelo espírito dele. E preciso admitir que isso tomou conta da minha vida.

Resposta:

É muito mais difícil aceitar o fim de um relacionamento quando estamos apaixonados e a outra pessoa não está. No entanto, é disso que se trata — e não de seu ex-namorado revelar ao mundo que deseja mudar de gênero.

Como ele diz que não a ama e deixou claro que não vai assumir com você o compromisso de um relacionamento, você sente que não há a menor chance de trazê-lo de volta com base na experiência de um amor que vocês compartilharam. Em vez disso, você colocou suas esperanças na ideia de que o muro de sigilo que ele criou em torno de seu segredo tenebroso é o que o impede de amá-la. Você acredita que se ele admitisse seus problemas de gênero e os resolvesse, talvez entregasse os pontos e também admitisse ter por você um profundo amor espiritual.

Essa não é uma maneira realista de pensar, é pensamento mágico, e não é sequer o tipo bom de pensamento mágico. Claramente, você tem um grande amor por seu ex-namorado e vê a verdadeira natureza espiritual dele. Esse é um dom raro e maravilhoso. Você quer que ele a ame e a aceite assim como você o ama e o aceita. Contudo, é importante reconhecer que, por mais difícil que seja o segredo dele, ele vai ter que se aceitar nos próprios termos. Paradoxalmente, tentar encorajá-lo a se assumir como transexual e se aceitar pode na verdade ter o efeito contrário e desestimulá-lo. Essa atitude pode parecer uma mensagem subliminar de que ele não está administrando corretamente a situação e vem fazendo algo errado. O Ser emocional dele pode entender que “não sou aceito como sou, alguma coisa está errada comigo”.

É o mesmo que tentar ajudar uma adolescente a ter autoestima e a ser aceita pelos outros dizendo-lhe que a ama e que ela deveria se sentir bem consigo mesma e que, se isso não acontece, alguma coisa está errada com ela, e não é de admirar que as pessoas não a apreciem. Tudo o que a psique ferida entende é “sofro porque me sinto rejeitada, e agora estou sendo rejeitada porque sofro”.

O fato nessa questão é que seu ex-namorado vai se aceitar quando estiver pronto para isso — nem antes, nem depois; você não tem controle sobre isso. Seu amor por ele pedirá a sabedoria adicional de entender que o momento e as circunstâncias em que ele venha a se assumir dependem do tempo divino certo para ele e para todos os envolvidos, e não necessariamente do momento em que seu coração deseja que isso aconteça.

SUICÍDIO

Pergunta:

De alguma forma, me vejo no meio da maior confusão que já encontrei. Tenho 28 anos, estou casada há quatro, mas estou com meu marido há dez (menos um ano em que estivemos separados antes do casamento). No ano passado eu me apaixonei por uma colega de trabalho e combati furiosamente meu desejo. Achava que a atitude mais elegante era me abster e procurar reencontrar o amor e a paixão com meu marido e me unir a ele numa “paixão eterna”. No entanto, por mais que combatesse meu desejo, não tive sucesso, e mais de uma vez causei sofrimento a meu marido maravilhoso. Cada vez que isso aconteceu, eu contei a ele, por mais difícil que tenha sido ser honesta (e ver o sofrimento e a raiva dele). Eu achava que ele pelo menos merecia saber.

Com o passar dos meses, tentei de tudo, buscando formas menos egoístas e mais delicadas, fracassando e explodindo intermitentemente ao longo do processo. Deixei o emprego que eu amava, na esperança de salvar nosso casamento e reencontrar a mim mesma e a nós. A dor de “perder” uma mulher que eu amava profundamente era grande demais, e certo dia, bem tarde, eu a procurei e passei a noite com ela. A partir daí, há dois meses, começamos a ter um caso, e essa foi a primeira vez que menti para meu marido. No entanto, a culpa está me devorando. Ele superou todas as minhas expectativas em matéria de amor e está vivendo, praticando e incorporando o amor incondicional que eu achava impossível. Diante disso, a culpa, as mentiras e a traição me ferem ainda mais. Sinto que não tenho outra opção senão o suicídio. Eu amo meu marido como meu melhor e mais sincero amigo, mas não consigo desistir do que sinto por essa mulher e com essa mulher. (O sexo com ela vai muito além do físico, e estar com ela nessa condição me faz sentir que algo em mim é desbloqueado.)

Tentei me afastar dela e acabar com a intensa atração que sinto. Já abri mão de praticamente tudo, e não me parece que isso tenha resolvido coisa alguma. Quero amar meu marido como desejava e prometi, mas outra parte de mim parece incapaz de desistir ou reprimir o desejo que sinto por essa mulher mágica.

Inevitavelmente, em situações como esta alguém vai ser ferido, mas só quero sair dessa confusão. Minha mãe se suicidou quando eu tinha 14 anos, e desde então isso sempre me pareceu uma opção. Só essa ideia me ajudou a tolerar muitos anos de sofrimento. Tenho buscado profundamente dentro de mim uma decisão, mas isso parece cada vez mais distante.

É a primeira vez em minha vida que ajo de forma tão egoísta e insensível para com a própria pessoa que menos desejo ferir. Parece que não há saída. Estou procurando, raspando o fundo do poço. Minhas duas dúvidas mais importantes são: você acha que tenho mais possibilidade de encontrar minha mãe se morrer da mesma maneira que ela morreu? Você acha que vou levar comigo essa angústia e esse sofrimento?

Resposta:

Se você ainda não procurou um aconselhamento, pegue o telefone assim que ler esta resposta e procure ajuda para sua situação. Mesmo que você ligue para um telefone de emergência, eles poderão encaminhá-la a alguém que possa ajudar. Esse não é o tipo de problema que possa ser atendido de forma adequada por e-mail.

O suicídio de sua mãe deixou em você cicatrizes profundas que precisam ser elaboradas para que você possa ter uma vida saudável e feliz. Honestamente, não acredito que tirar a vida vá aliviar seu sofrimento, sua confusão e sua culpa. Também não há chance de que isso promova um feliz reencontro entre mãe e filha na vida após a morte, porque sua mãe ainda estará elaborando o sofrimento e a angústia de que tentou fugir. E você também deve reconhecer o efeito do suicídio de sua mãe sobre sua família, que, em vez de resolver problemas, na verdade criou um legado de novos problemas para as pessoas amadas que ela deixou para trás.

Eu realmente não posso lhe dar conselhos úteis sobre seu casamento e sua amante, mas o mais importante agora é recuperar o valor de sua vida e curar o sofrimento do passado. Depois disso, você terá condições de conseguir avaliar seus verdadeiros sentimentos em seus relacionamentos.