Informação do professor Raul Pederneiras
Fiscal de uma casa de penhores, Emílio de Menezes ia uma vez por mês ao Tesouro receber os magros vencimentos do cargo. E ao entrar ali, encontrava sempre um indivíduo obsequioso, que chorava as suas misérias, as suas moléstias, a sua fome, até que lhe arrancava uma cédula de cinco mil réis. Certa vez, o "mordedor" foi mais longe nas suas lamentações.
– O senhor não imagina, – gemia, – o que eu tenho passado. Basta dizer-lhe que há quinze dias não como!
– O que, homem? – espantou-se o poeta.
E para os funcionários:
– Este camarada com certeza já está com teias de aranha no céu da boca!...