Araripe Júnior – Revista da Academia Brasileira de Letras, n° 39, pág.256.
Genro do general Solon, Euclides da Cunha tivera noticia de que Floriano, que mandara prender aquele militar, o ia mandar fuzilar. Num ímpeto de coragem, o moço escritor procurou o ditador.
E, sem medir as conseqüências, começou a verberar o seu procedimento, se tal fizesse.
Tamanha audácia, era das que Floriano costumava punir com uma descarga de fuzilaria, no silêncio de uma fortaleza. Ao terminar, o ditador indagou, a testa franzida:
– Já acabou?
– Já, – respondeu, firme, Euclides.
E Floriano, desanuviando a testa:
– Menino, quando seu pai não cogitava sequer de fabricá-lo, (a frase é outra, brutal, mas equivalente), eu já era amigo de Solon.
E no mesmo tom:
– Pode retirar-se.