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Capítulo 53

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As crianças querem limites.

Limites fazem com que elas se sintam seguras.

—Autor Desconhecido

Georgina estava esperando por Eachann quando ele entrou. Ela estava sentada em uma cadeira no canto escuro da sala e ficou observando-o por um momento.

Ele andava de um lado para o outro como um animal enjaulado, depois parou e olhou para o fogo. Depois de um minuto, sentou-se numa cadeira e inclinou a cabeça para trás. Ele tinha a mão na testa. Ele estava esfregando as têmporas.

Ele não parecia feliz. Ele parecia agitado. E o que ela ia dizer a ele ia piorar as coisas. Era assim quase todos os dias. Eles não podiam estar perto um do outro sem que um deles ficasse irritado.

"Eachann." Ela se levantou.

Ele levantou os olhos da cadeira, surpreso.

"Eu preciso falar com você."

"Sobre o quê?"

“Seus filhos são completamente indisciplinados e sem educação. O comportamento deles está começando a ser cruel. Você tem que fazer alguma coisa."

"O que?"

"Eu não sei. Você é o pai deles."

Ele passou a mão pelo cabelo. "Eu não sei nada sobre crianças."

"Você não pode controlá-los fugindo ou empurrando-os para outra pessoa."

"Eles me assustam, George."

Ela sabia o quanto isso era difícil para ele admitir. Ele era um homem orgulhoso.

"Como era seu pai?"

Ele encolheu os ombros. "Eu não me lembro. Eu não sei como ser um pai. Eu não posso ser algo que eu não sei como ser."

"Por que não? Você sempre soube ser irmão de Calum? Você nasceu sabendo como criar cavalos? Você pode criar cavalos, mas não pode criar seus próprios filhos? ”

“Eu sei que eu deixei eles de lado. E agora eu não sei mais como mostrar que me importo com eles.”

"Você sabia como ser marido?"

"Não," ele disse quase num sussurro. “Talvez eu tenha medo de ser pai deles. Eu não tinha nada para dar a eles depois que a mãe deles morreu.” Ele respirou profundamente e olhou para o teto. "Eu sei que estou sendo egoísta, mas é a verdade."

“Você precisa conhecer seus filhos. Se você prestasse atenção a eles, eles não estariam fazendo todas essas coisas erradas.”

Ele ficou sentado com a cabeça para trás, olhando para o teto como se estivesse procurando por algo que ele tinha perdido. “Sibeal era tão boa com eles. Eu nunca tive que fazer nada. Ela fazia tudo. Ela queria fazer tudo. Mesmo quando eles não eram mais bebês.” Ele olhou para ela. "Eles eram mais dela do que meus."

“Mas ela não está mais aqui para eles. Tudo o que eles têm é você. Eu sei que você se importa com eles. Eu posso ver isso em seu rosto quando você olha para eles. Eu vi o olhar assombrado em seus olhos quando você nos tirou da água naquela primeira noite. Você se importa. Mas se você os ama, você tem que se tornar parte de suas vidas. Você tem que aprender a discipliná-los. Você precisa encontrar alguma maneira de mostrar a essas crianças que você as ama.”

Ele ficou parado por mais algum tempo, apenas pensando, sem falar nada. Ele balançou a cabeça, depois olhou para ela. “Às vezes, George, quando Kirsty olha para mim como se eu fosse um deus, eu quero correr para bem longe. Eu não sou deus. Eu sou apenas um homem e nem ao menos sou um bom pai. ”

"Você não pode ser nada para eles se não os conhecer. Ela é apenas uma garotinha assustada. Ela perdeu a mãe. Você não presta atenção a ela, a menos que ela faça algo errado e ultimamente nem quando ela faz algo errado. Você precisa passar algum tempo com seu filho e com a sua filha. Você precisa aprender quem eles são."

Ele ficou quieto por um momento, depois deu uma risada cínica. “Eu acho que sei quem eles são. Pequenos pagãos que seriam capazes de pintar meu rosto de azul e colocar lagostas na minha cama."