Fábio, que pouco entendes de finezas!
Quem faz só o que pode, a pouco obriga:
Quem contra os impossíveis se afadiga,
A esse cede amor em mil ternezas.
Amor comete sempre altas empresas:
Pouco amor, muita sede não mitiga;
Quem impossíveis vence, este me instiga
Vencer por ele muitas estranhezas.
As durezas da cera o Sol abranda,
E da terra as branduras endurece,
Atrás do que resiste o raio se anda:
Quem vence a resistência se enobrece;
Quem pode, o que não pode, impera e manda,
Quem faz mais do que pode, esse merece.