274.
Desce em folhedos
tenros a colina
Camilo Pessanha
Desce em folhedos tenros a colina:
— Em glaucos, frouxos tons adormecidos,
Que saram, frescos, meus olhos ardidos,
Nos quais a chama do furor declina…
Oh vem, de branco, — do imo da folhagem!
Os ramos, leve, a tua mão aparte.
Oh vem! Meus olhos querem desposar-te,
Reflectir-te virgem a serena imagem.
De silva doida uma haste esquiva
Quão delicada te osculou n’um dedo
Com um aljofar cor de rosa viva!…
Ligeira a saia… Doce brisa, impele-a.
Oh vem! De branco! Do imo do arvoredo!
Alma de silfo, carne de camélia…