Tabanídeos do Brasil e de alguns países vizinhos*
O estudo dos dípteros hematófagos ganhou novo impulso com o reconhecimento de seu significado para a patologia humana e veterinária. Esse estudo voltou-se, em primeiro lugar, para os culicídeos, cujo papel como transmissores de doenças foi o primeiro a ser reconhecido, sendo também certamente o mais importante. Em número de espécies, no entanto, são significativamente superados pelos braquíceros hematófagos, entre os quais os tabanídeos representam, de longe, o maior contingente. Como transmissores de infecção, eles só assumem grande significado, segundo o que se conhece e se presume até o momento, em algumas epizootias provocadas por tripanossomas. Entre estas é digna de menção uma epidemia eqüina sul-americana (mal de cadeiras, peste de cadeiras), cuja transmissão, embora muito provavelmente feita por tabanídeos, ainda não foi completamente comprovada nem estudada exatamente. Esse motivo já seria suficiente para se retomar o estudo dos tabanídeos sul-americanos; acrescente-se ainda o incômodo em parte bastante significativo causado a homens e animais domésticos por esses hematófagos, e que constitui, por si só, decididamente, uma ocorrência desagradável, durante a qual causa diretamente um momento nocivo, além de fazer, provavelmente, a transmissão de outras enfermidades. Mas, mesmo puramente do ponto de vista das ciências naturais, esses parasitas temporários, distribuídos sobre toda a terra com um número colossal de espécies, oferecem um objeto de estudo extremamente atraente. A América tropical é marcada não apenas por um grande número de espécies, mas também pela ocorrência de gêneros e espécies peculiares. Ainda que muitos tabanídeos justamente do Brasil já tenham sido descritos, se nos ocuparmos mais pormenorizadamente com esse grupo veremos o quanto é difícil identificar com segurança as espécies coletadas. Mesmo a obtenção de literatura está associada a grandes dificuldades, já que se trata, em grande parte, de obras antigas e esgotadas (por esta razão tive que fazer copiar uma parte da literatura). As próprias descrições são muitas vezes insuficientes, em função do grande número de espécies semelhantes; faltam também chaves para uma rápida identificação, e os gêneros não são satisfatórios, nem no referente ao seu número nem à sua definição. Mas, principalmente, faltam ilustrações, que no caso são praticamente imprescindíveis.
Os próprios tipos originais encontram-se muito dispersos e, em parte, por serem antigos, estão danificados ou perdidos, enquanto outros exemplares de museus freqüentemente nem se encontram marcados como tal, ou estão de forma errônea. Acrescente-se a isto que a maioria dos autores nunca viu um exemplar vivo e baseou suas descrições, na maioria das vezes, em um único exemplar, muitas vezes imperfeito, o que, pela grande variação individual, é bastante melindroso. Também as modificações causadas por influências externas nem sempre foram suficientemente levadas em conta. Percebe-se quase sempre a falta de informações mais pormenorizadas sobre a localidade, período de ocorrência e distribuição, muito importantes para as identificações. Mesmo onde mais se coletou, ainda há espécies não descritas, e pode-se esperar um número muito maior delas em regiões ainda não pesquisadas. Os machos, de difícil obtenção, são em grande parte desconhecidos e assim presumivelmente permanecerão por muito tempo ainda, de modo que a sistemática pode tomá-los muito pouco em consideração; mas isto não tem grande importância, já que eles geralmente só divergem em alguns caracteres conhecidos e facilmente perceptíveis. Nem os estágios imaturos são utilizados em sistemática, pois são dificilmente obteníveis e ainda hoje praticamente desconhecidos.
Mais importante é o descaso em relação ao padrão de colorido dos olhos, já que ele não apenas tem grande valor para a diferenciação de espécies semelhantes, amiúde variáveis, mas também pode ser útil para a delimitação de gêneros inteiros e mesmo de subfamílias. Em geral, esse padrão não pode mais ser divisado em exemplares conservados secos, mas pode ser restabelecido de forma suficientemente clara através de umidificação do exemplar, se não for muito velho. Ele se mantém melhor na conservação em líquidos e, especialmente com o uso de solução de formol, fica claramente visível. Durante a coleta alguns exemplares devem ser, portanto, conservados em meio líquido, ou deve-se fazer um pequeno esboço dos olhos, que deverá também ser espetado no alfinete.
Se o estudo desse grupo deve ser facilitado, torna-se imprescindível encurtar o longo caminho que eu tive de percorrer na comparação e definição de cerca de 160 espécies. Por isso tenho a intenção de trabalhar com elas de tal maneira que o peso principal seja dado a uma estampa colorida exata das espécies disponíveis. A estampa não deve ser feita a partir de tipos determinados, mas sim a partir do uso de todos os exemplares disponíveis, sendo composta de acordo com a conjunção do que houver de mais típico e bem conservado. Levando-se em consideração determinados momentos, que logo serão citados, será possível na maioria das vezes, à primeira vista, reconhecer a espécie ou distingui-la de alguma outra semelhante.
No que se refere às variações, deve-se lembrar que existem exemplares não descorados, bem como claros e escuros. Nestes últimos, o vermelho, por exemplo, pode passar a marrom-avermelhado, o amarelado a avermelhado, o marrom a preto e o esbranquiçado a amarelado. Em animais mortos algumas cores empalidecem, como por exemplo o verde, e em seu lugar pode surgir um tom amarelado. Intestinos repletos de sangue podem levar o abdome a inchar e a escurecer. – A coloração escura da asa ou de parte dela muda de intensidade e muitas vezes torna-se clara no interior das células (fenestradas), e os complicados desenhos são amiúde sujeitos a pequenas variações, o que também vale para a pilosidade do corpo. Esta última é bastante caduca, e após sua desnudação aparecem (não raro) desenhos e colorações novas, que muitas vezes já podem ser reconhecidos por trás dos pêlos molhados com álcool. As conspícuas manchas claras dos pêlos são muitas vezes variáveis e podem ser inexistentes até mesmo em exemplares não desgastados. O sombreado da base das asas e das nervuras transversais pode variar em intensidade e extensão, e, em espécies mais largamente distribuídas, tais alterações parecem ocorrer regionalmente.
Numa mesma espécie ou até num mesmo gênero, a venação alar é, em geral, constante, mas exceções também ocorrem. Em algumas espécies a primeira célula posterior é ora fechada, ora aberta; o apêndice retrógrado pode estar ora presente, ora ausente, e não raro podem-se observar ambas as possibilidades até mesmo em um mesmo exemplar. No entanto, tal comportamento é bastante restrito a uma determinada espécie e gênero e não chega a extremos; assim, raramente se encontrará uma célula, que normalmente já é fechada antes da margem, muito mais aberta, e também não se sentirá nunca totalmente a falta de um apêndice de nervura, que normalmente é longo.
Sobre a distribuição de determinadas espécies seria importante observar que apenas algumas bastante freqüentes se encontram em regiões inteiras. Normalmente a fauna dos estados do Norte, do Centro e do Sul é bastante variada, e mesmo entre a costa e o interior há muitas diferenças. Em distâncias alternadas, determinadas espécies se separam de outras, muitas vezes pertencentes ao mesmo gênero. Espécies semelhantes até podem encontrar-se em uma mesma região restrita, mas mesmo neste caso o período de ocorrência e a distribuição vertical mostram, não raro, claras diferenças. Exemplares coletados em regiões remotas, ou suas descrições, devem ser sempre conferidos com exatidão, antes de serem relacionados a uma determinada espécie.
A fauna transandina de tabanídeos, com que não me ocupei mais de perto, é completamente diversa da cisandina, e é duvidoso que elas possuam sequer uma única espécie em comum.
Sobre o período de ocorrência, é importante observar que, nos estados da costa sul e central, quase todas as espécies voam apenas durante os seis meses de verão. No inverno são encontradas, em número menor, algumas espécies comuns com período de ocorrência muito longo; além disso, algumas poucas espécies têm seu período de ocorrência no inverno, e somente nas partes mais quentes da região.
A maioria dos tabanídeos voa durante o dia, mas Tabanus mexicanus L. e T. unicolor Wied., pelo contrário, aparecem à noite. Muitas pangoninas compartilham essa preferência pelas horas de crepúsculo, pois quando em áreas abertas voam e picam nesse horário, ao passo que, no entanto, à sombra das florestas, também atacam durante o dia.
Todas as espécies observadas nesta região sugam sangue e atacam cavalos, gado bovino e suíno; algumas também atacam cães ou homens, quando surge a ocasião. Pormenores a este respeito deverão ser dados junto de cada espécie.
Para a bibliografia sobre os tabanídeos desta região, remeto às seguintes obras:
A. Fontes principais para espécies descritas e denominadas:
1. Wiedemann, Aussereuropäische zweiflüglige Insecten, Hamm 1828. Contém também as espécies de Fabricius (in: Syst. Antliator.).
2. Macquart, Diptères exotiques nouveaux ou peu connus, Paris 1834-1835. Originalmente em: Mém. Soc. Sc. Arts Lille, 1838, 1840-1847, 1849, 1855.
3. Walker, List of specimens of Dipterous Insects in the collection of the British Museum. 4 partes com 3 suplementos, Londres 1848-1855.
4. _____, Insecta Saundersiana. Diptera, Londres 1850-1856.
5. Rondani, in: Baudi e Truqui, Studi entomologici, 1848, I, p.109.
6. Bigot, in: Mém. Soc. Zool. France, v.5.
7. Schiner, Diptera, in: Reise der Österreichische Fregatte Novara, Zool. Theil, Wien 1868.
8. Williston, Exotic Tabanidae, in: Kansas Univ. Quart., v.3, n.3, 1905.
9. Ricardo, Miss G., in: Ann. Mag. nat. Hist., v.5, jan., fev., 1900; v.7, set. 1900; out. 1901; v.8, jun. 1902; v.9, nov. 1904; v.14, ago. 1905.
B. Os seguintes autores dão apenas descrições isoladas ou recapituladas da literatura aqui citada:
10. Guérin, Voyage de la Coquille, Zool.; v.2, n.2, p.288 (Pangonia nigripennis e thoracica, Brasil).
11. Perty, Maximilian, Delectus animalium articulatorum quae in itinere per Brasiliam annis 1817-1820 collegerunt Dr. Spix et Dr. Martius, Monachi 1830-1834 (Pangonia castanea Hab. in montibus Minarum = xanthopogon Macq.; Hadrus chalybeus = T. tibialis FABR.
12. Walker, Diptera, in: Descriptions of the Insects collected by Captain King in the survey of the Straits of Magellan (Pangonia cornuta = Tab. planiventris Wied).
13. Rondani, in: Nuovi Ann. Sc. Nat., n.3, v.2 (Tabanus brasiliensis = T. rufipennis Macq.).
14. v. Roeder, Dipteren, ges. in den Jahren 1868-1877 etc. von Alphons Stübel, 1892.
15. Wiedemann, Diptera exotica, Killiae 1824.
C. Indicações sobre a classificação dos Tabanídeos estrangeiros encontram-se, além disso, nas seguintes obras:
16. Loew, Dipterenfauna Süd-Afrikas, Berlin 1860.
17. Rondani, Dipterarum species et genera aliqua exotica etc., in: Archivio Canestrini, v.3, Fasc. 1, Maggio 1864. Também isoladamente: Diptera exotica, Modena 1863.
18. Bigot, Diptères noveaux ou peu connus, 1874-1883.
19. v. Osten-sacken, Prodrome of a monograph of the Tabanidae of the United States, in: Mem. Boston Soc. Nat. Hist., 1875-1878.
D. Um resumo das espécies conhecidas com as indicações bibliográficas encontra-se em:
20. KErtész, Catalogus Tabanidarum orbis terrarum universi, Budapest 1900.
Além disso, indicações sobre a distribuição, o período de ocorrência, a variabilidade e outras relações biológicas das pangoninas e crisopinas nacionais encontram-se em:
21. Lutz. Beiträge zur Kenntniss der brasilianischen Tabaniden, in: Revista da Soc. sc. São Paulo, n.1 e 3-4
Os tabanídeos podem ser divididos em dois grupos, baseados na ocorrência ou não de esporão duplo nas tíbias do último par de pernas. Esses, entretanto, não formam subfamílias, mas sim englobam várias delas, de natureza bastante heterogênea. Sugiro para esses grupos os nomes “Opisthacanthae” e “Opisthanoplae”. De acordo com a composição do último artículo antenal, o primeiro divide-se em Pangoninae, com oito segmentos, e em Silvinae e Chrysopinae, que possuem apenas cinco artículos. As Silvinae são – excluindo-se as espécies erroneamente associadas a elas – menos numerosas e não se encontram representadas na região.
Nas pangoninas um número bastante considerável de gêneros foi distinguido, dos quais alguns, entretanto, não nos interessam, por não estarem representados na região. Os gêneros de Walker possuem nomes inexpressivos e são mal definidos; além disso, os tipos citados não mostram entre si parentesco mais próximo. Por isso, eles nunca foram usados na prática, tendo sido apenas o nome Scione mantido por Rondani, enquanto Schiner substituiu-o por Diclisa. Também esse gênero não foi comprovado na região, mas se aproxima bastante de suas fronteiras. Ele é bastante diferente por causa das acentuadas peculiaridades da venação alar.
Melhor que a classificação de Walker, ainda que não totalmente satisfatória, é a de Rondani, da qual farei uso, seguindo o exemplo de Ricardo. A classificação de Bigot, que, por sinal, mal trouxe progresso e é de data posterior, torna-se, em função disto, sem efeito. O gênero Mycteromyia pode ser mantido, mas apenas para a espécie chilena, que, segundo Philippi, tem olhos glabros, enquanto nas quatro espécies do Brasil descritas por Bigot os olhos são nitidamente hirsutos.
Bem fundado é o gênero Dicrania, de Macquart, ainda que só contenha uma única espécie.
Das pangoninas e dos gêneros próximos distingue-se, de muitas maneiras, um grupo de tabanídeos cujos inúmeros representantes foram designados ora como Pangonia (Macquart, Schiner, Ricardo), ora como Silvius (Wiedemann). Estabeleci para eles o gênero Dyspangonia, sem saber que Rondani (ainda que com definição insuficiente) definira formas aqui pertencentes com o nome de Esenbeckia, que eu, por uma questão de prioridade, manterei para todas as formas, já que ainda não possuo material suficiente para efetuar uma divisão em vários gêneros.
O gênero Pangonia é subdividido por Rondani em quatro gêneros, a saber: Pangonia e Erephopsis,1 com a primeira célula posterior fechada, e Diatomineura e Corizoneura, com ela aberta. Além disso, em Pangonia e Corizoneura os olhos não são claramente pilosos (“nudi vel subnudi”). Como todas as pangoninas da região têm olhos pilosos, estas não nos interessam.
A julgar pelos exemplos apresentados e pelo sentido do nome, só podem ser associadas a Erephopsis formas com tubérculo facial e probóscida alongados. Mesmo assim, o número de espécies é tão grande, que será necessário delimitá-lo. Fiz isto ao estabelecer quatro gêneros para as formas da região que apresentam características evidentes. Ainda restam espécies demais, mas tive que abrir mão de outras divisões, já que as diferenças úteis para alguns casos não foram suficientes para uma execução completa.
À Diatomineura, pelo contrário, pertencem somente as formas com tubérculo facial curto (ou mesmo ausente) e probóscida curta, razão pela qual, para uma forma com probóscida longa e primeira célula posterior aberta, foi criado o gênero Neopangonia.
A seguinte chave serve para uma rápida identificação:
Chave para a identificação dos gêneros de Pangoninae (s. str.) existentes na região
1. Olhos glabros; segundo segmento palpal em forma de bainha de sabre. 9
Olhos pilosos; segmento palpal mais largo próximo à base, transformando-se em uma ponta mais curta ou mais longa. 2
2. Terceiro segmento antenal com processos laterais. Dicrania Macquart
Terceiro segmento antenal sem processos laterais 3
3. Face cônica, bastante proeminente; lábio enrolado na parte central, alon-gando-se através de estiramento ativo ou passivo, mas sempre mais longo que o abdome 4
Tubérculo facial e probóscida curtos. Primeira célula posterior largamente aberta Diatomineura Rondani
4. Coxas e fêmures espessamente cobertos por pêlos escuros, em evidente contraste com as tíbias e tarsos, de coloração clara. 8
Nenhum contraste evidente entre segmentos superiores e inferiores das pernas 5
5. Primeira célula posterior fechada na margem ou antes dela, apenas excepcionalmente bastante peciolada 6
Primeira célula posterior largamente aberta Neopangonia n.g.
6. Olhos com brilho metálico, marcadamente azuis ou verde-azulados. Nervura transversal no ápice da primeira célula basal marcada por uma mancha negra. Ionopis n. g.
7. Olhos não marcadamente azuis ou verde-azulados. Célula basal escura ou largamente marginada de escuro Phaeoneura n. g.
Olhos e células basais como de costume Erephopsis Rondani
8. Aspecto geral nitidamente de um zangão, mesonoto com pêlos longos e densos. Abdome fortemente abobadado em ambas as direções, preto reluzente ou marrom-avermelhado escuro, glabro, apenas próximo ao ápice com pubescência de coloração conspícua. Bombylopsis n. g.
Mesonoto preto-fosco, densa e longamente piloso apenas nas margens. Olhos marcadamente azuis ou verde-azulados, com brilho metálico. Nervura transversal no fim da primeira célula basal muito larga e com borda escura Epipsila n. g.
9. Probóscida curta, face não pronunciada. Primeira célula posterior fechada. Apêndice da furca constante Esenbeckia Rondani
Passo agora às descrições de cada gênero e espécie. Para tanto farei uso das seguintes abreviações:
A | significa a estreita faixa costeira; |
B | a cadeia de montanhas que vai em declive até as proximidades da costa; |
Co | interior das cidades costeiras em questão; |
Cap. | significa a capital do estado de mesmo nome. Quando local de procedência, os estados aparecem sem parênteses, ao passo que um local mais específico no estado está entre parênteses; |
R | com o número seguinte, remete para o número da referência biblio- gráfica. |
As pangoninas brasileiras em sentido estrito e exclusivamente do gênero Esenbeckia são tabanídeos grandes e médios, de estrutura forte, um tanto maciça e compacta, cujo comprimento total, inclusive o tubérculo facial, mal chega à metade da envergadura. A coloração do corpo é quase sempre preta ou amarela ou vermelho-ferrugínea, com um acréscimo maior ou menor de marrom. Nas espécies mais claras, a parede quitinosa do mesonoto apresenta amiúde quatro faixas longitudinais escuras, e também no dorso abdominal encontram-se manchas e desenhos escuros desbotados e pouco regulares. Fora isto, a coloração e o desenho característicos de cada espécie derivam quase exclusivamente da cobertura pilosa. Esta última se encontra como uma barba, muitas vezes de coloração conspícua, na região da gena e daí, seguindo em direção ao tórax e algumas vezes cobrindo o mesonoto, destaca-se por seu comprimento e cor (o que se poderia chamar de juba); mas esta apresenta mais freqüentemente pêlos longos apenas nas laterais e mostra então não raro uma faixa clara sobre as bases das asas e na margem do escutelo. Também as pleuras e a face ventral do tórax são por vezes cobertas por pêlos longos. O dorso abdominal, ao contrário, nunca é coberto por pêlos longos e raramente de forma densa, mas mostra amiúde, na linha mediana, na margem posterior dos segmentos, manchas pilosas conspícuas, ou, próximo à margem posterior, uma pubescência colorida que também passa para as margens laterais. Em muitas espécies, pelo contrário, encontra-se no ângulo lateral da margem posterior uma crista de cerdas duras e de coloração variada, que às vezes também atinge parte da face superior. Boas características são dadas, e belos efeitos são muitas vezes alcançados, através das particularidades da vestidura pilosa: em alguns casos ela contribui para a imitação de himenópteros vulnerantes.
O abdome é bastante largo, freqüentemente um pouco achatado dorsalmente, mas ainda assim espesso e relativamente curto. Mais raramente apresenta-se, na parte de cima, fortemente abaulado em ambas as direções e com forma oval. O processo cônico da face corresponde ao comprimento da probóscida e é bastante conspícuo em algumas espécies grandes. Nestas, a probóscida assume uma posição quase horizontal, ao passo que se aproxima da vertical quando o processo facial é apenas curto. Os segmentos palpais podem ser qualificados de lanceolados; em casos isolados são curtos, quase triangulares, em outros longamente pontiagudos. As margens oculares, superiormente, são sempre, ou quase sempre, paralelas, de modo que o vértice (considerado como parte da fronte por autores mais antigos) não é muito dilatado na frente, como em muitas pangônias de todo o mundo. Falta uma calo nítido, mas os ocelos sempre existem. Os olhos são sempre pilosos e sem qualquer desenho, e apresentam coloração verde, marrom ou preta, no último caso amiúde com brilho esverdeado ou avermelhado; somente em Ionopis e Epipsila são marcadamente coloridos.
As asas são ora claras ora mais ou menos escurecidas, e neste caso, às vezes fenestradas; verdadeiros desenhos coloridos são sempre inexistentes, no máximo algumas áreas são coloridas diferencialmente e algumas nervuras alargadas e marginadas por cor. Também as pernas são em geral monocromáticas e, apenas nas extremidades dos tarsos, um pouco escurecidas.
Como todo o corpo se mostra encurvado, com convexidade dorsal, obtêm-se valores menores quando se mede apenas a distância dos pontos mais afastados do que, como eu faço, quando se adiciona o eixo longitudinal da cabeça e do tubérculo facial ao do tórax e do abdome, o que corresponderia a uma linha reta imaginária na metade do eixo do corpo.
Dicrania Macq.
Macquart (I. 27) assim descreve esse gênero, que propôs nas Suites à Buffon:
Les Pangonia furcata et cervus Wied., pour lesquelles nous avons formé ce genre sont remarquables par la fourche que présentent les antennes; cette dernière espèce l'est surtout par la dent dont est munie chacune des huit divisions du dernier article. Elle difère encore des autres par la forme de la première cellule postérieure des ailes, fermée bien loin du bord intérieur.
Como P. furcata Wied é uma tabanina, assim como P. cornuta Walker, o gênero engloba, por hora, apenas as seguintes espécies:
1. D. cervus Wied. (R.1, 3) (Fig. 1)
Descrição de Wiedemann:
Rubido-fusca; antennis pedibusque ferrugineis, illis dentatis, proboscide thorace longiore. Rötlich-braun; Fühler und Beine rostgelb; jene gezahnt; Rüssel länger als der Rüchenschild. 5 L. Aus Pará in Brasilien.
Die einzige mir bekannte Art, welche nicht allein den den Viehbremsen (Tabanus) gewöhnlichen gekrümmten zahnförmigen Fortsatz an der Wurzel des dritten Fühlergliedes, sondern sogar an der innern Seite dieses Gliedes selbst deutliche Zähnchen hat. Der Zahnfortsatz ist lang und stark, mit langen Härchen besetzt; Farbe der Fühler sehr brennend rostgelb. Taster lang, an der Wurzel rostgelblich, gegen die Spitze braun. Untergesicht sehr glatt, rötlich-braun; Stirne bräunlich-schwarz. Rückenschild kolkotharbraun mit schwärzlich gemischt; Brustseiten bräunlich, rostgelb behaart. Hinterleib kolkotharbraun, mit schwärzlich gemischt; Bauch gelb-bräunlich. Flügel ebenso; der innere Ast der Gabelader nimmt die nächsthintere Ader weit entfernt vom innern Flügelrande auf. Schwinger lehmgelb, mit reingelbem Knopfe. Beine rostgelb. Im Berliner Museum.2
Walker descreveu um exemplar desta espécie como variedade, além disso, segundo Ricardo, também sua Pangonia comprehensa faz parte dela, o que não se presumiria nem em função da descrição, nem em função do desenho.
Comprimento segundo Wied 5 linhas, segundo Walker 5 ½ linhas, comprehensa 6 linhas.
Coletei uma fêmea em Manaus em junho ou julho
Procedência: Pará [isto é, Belém], Santarém, Manaus na região do rio Amazonas.
Erephopsis Rondani.
(Definição e transcrição mais minuciosas já dadas acima.)
Grupo I.
Espécies grandes (Compr.: 20 mm e mais), de cor básica castanha, pardo-avermelhada ou preta.
2. E. nigripennis Guérin (R 10, 12, 3) (Fig. 2)
A descrição original de Guérin concorda suficientemente com meus exemplares. A cor básica do corpo é castanho-avermelhada a preta. A barba varia de pardo-amarelada clara a pardo-avermelhada; mesonoto com pêlos pretos, entre os quais algumas linhas escuras; além disso o tórax tem pêlos pardo-avermelhados. No abdome uma camada lateral de pelinhos amarelo-ouro, antes e entre os quais se encontram, no segundo, no terceiro e no quarto segmentos, pelinhos pretos. Asas pardo-avermelhadas opacas, mais escuras e avermelhadas após a costa e a base, raramente fenestradas. Pernas pardo-avermelhadas a pretas; fêmur com cílios pretos. Comprimento do corpo nas fêmeas até 25 mm; macho amiúde um pouco mais claro e bem menor (19 a 22 mm).
Esta espécie grande e inconfundível não é, de modo geral, freqüente; mas às vezes ambos os gêneros perdem o rumo, batendo em vidros de janelas, onde se destacam por seu tamanho. Wiedemann apresenta-a como possível variedade de P. venosa; Macquart (L. 2) descreve um macho como sendo de P. lingens. Walker (L. 3) e descreve-a sob quatro nomes (P. rufohirta, piceohirta, nigrohirta e badia), conforme me convenci a partir do exame dos tipos. Todos os exemplares mencionados possivelmente provêm da região do Rio de Janeiro. Eu os recebi da vizinha, porém elevada, Petrópolis.
Procedência: Rio de Janeiro B, São Paulo B, C (Cap., Pouso Frio, próximo a Pindamonhangaba, Sabaúna etc.), apenas esporadicamente. Numerosos exemplares de Jacutinga, próximo a Bauru.
Período de ocorrência: janeiro a abril.
Comprimento: 10-25 mm.
3. P. fulvithorax Wied. (R.1, 3, 8) (Fig. 3)
Sinônimo: P. thoracica Guérin (R.10). Descrição de Wiedemann:
Rückenschild und After goldhaarig; Hinterleib schwarz; Flügel rauchgrau. – 8 L. ♂ ♀ – aus Brasilien.
Rüssel vier Linien lang; Taster und Untergesicht braun; Fühlerwurzel schwarz, Endglied ocherbraun. Grundfarbe der Rückenschildes und Schildchens bräunlich, aber von der goldgelben Behaarung bedeckt; Brustseiten braun, mir schwarzer Behaarung. Hinterleib kastanienbräunlich schwarz. Dritter Abschnitt an jeder Seite und am Hinterrande, die folgenden nebst den After fast ganz mit goldgelben Haaren besetzt. Bauch und Beine schwarz. Flügel gleichförmig und satt rauchgrau.3
Todos os exemplares de museus parecem provir do Rio de Janeiro; possuo um exemplar ruim do mesmo lugar, juntamente com dois ou três outros observados em novembro em um subúrbio. Ela não parece muito rara neste habitat, mas não foi encontrada ainda em nenhum outro lugar.
Procedência: Rio de Janeiro A (Cap.).
Tamanho: 8 linhas (Wiedemann), 23 mm (mensuração própria).
Período de ocorrência: novembro.
4.E. venosa Wied (R.1, 3) (Fig. 4)
Descrição de Wiedemann:
Mit braunem Rückenschilde, schwarzem Hinterleibe und fast wasserklaren, an den Adern braungesäumten Flügeln: – 10 L. ♀ – Aus Brasilien.
Rüssel 4 ½ Linien lang, schwarz; Taster braun; Fühler bräunlich schwarz; Untergesicht und Stirne braun; vom Scheidel läuft eine wenig erhöhte Leiste zur Stirne hinab. Rückenschild rußbraun, schwarz behaart, ohne Glanz; Brustseiten ebenso; Schildchen bräunlich schwarz, schwarz behaart, Flügelader deutlich sehr braun gesäumt; Schwinger braun; Beine schwarz. Ändert ab mit überall braunen Flügeln und gelbhaarigen Seitenrändern der Hinterleibsspitze. ♂ ♀ – Im Berliner Museum und meiner Sammlung.4
A última variedade mencionada é talvez E. nigripennis Guérin. O tipo de venosa parece perdido, sendo provavelmente um exemplar fenestrado desta espécie, que normalmente tem as asas com a mesma coloração usual de E. nigripennis. Nos museus encontram-se somente exemplares com asas monocromáticas, de cuja identidade não se pode duvidar, já que na região não há outra espécie monocromática com esse tamanho. O desenho foi feito a partir de um exemplar de 22-23 mm; as pequenas dimensões do exemplar de Wiedemann podem ser explicadas (em parte) por um modo um pouco diverso de medição.
Procedência: Rio de Janeiro A (Cap.).
Período de ocorrência: novembro.
5. E. lingens Wied. (R.1, 2 ,3) (Fig. 5)
Descrição de Wiedemann:
Röthlich. Rückenschild mit weißlichen Linien, an jeder Seite mit schneeweißen Haaren; Hinterleib mit goldbehaarten Einschnitten; mit schwärzlich braunen Flügeln und schneeweißem Barte. 9 ½ Linien Rüssel 5 ½. ♀.
Kopfrötlich braun; Stirne in der Mitte mit zwei schrägen, hintereinander sich berührenden Eindrücken. Rückenschild braunroth, mit drei weißlichen Längslinien, dünn-schwärzlich behaart, an den Seitenrändern schneeweiße Haaren; auch die Brustseiten vorn und hinten ebenso behaart, zwischen den Hüften schwarze Haare; Schildchen schwarz behaart. Grundfarbe des etwas abgeriebenen Hinterleibes wie am Rückenschilde, die von schwarzen anliegenden Härchen mehr weniger verdeckt ist; Hinterrand des zweiten und aller folgenden Abschnitten mit bleich gelben Härchen dicht besetzt, am dritten scheinen sie in der Mitte zu fehlen, doch könnten sie auch nur ganz abgerieben sein. Flügel einfarbig schwärzlich braun; Schwinger braun mit gelblichen Knopfe; Beine tief rötlichbraun. In meiner Sammlung.5
Esta espécie, de acordo com a descrição inconfundível, parece bastante rara; eu possuo apenas dois exemplares bem ruins de Petrópolis. A face é extremamente pronunciada. A pálida pilosidade amarelo-ouro é mais forte no segundo segmento do que no terceiro e no quarto; nos meus exemplares ela está ausente no centro, onde aparece apenas no sexto.
Período de ocorrência: dezembro e janeiro.
Comprimento, inclusive processo facial, até 21 mm.
6.E. flavicrinis n. sp. (Fig. 6)
Probóscida com 10-12 mm, preta, artículo apical palpal estreito, amarelo-amarronzado, com ápice longo e escuro. Face marrom-avermelhada, mas em grande parte coberta espessamente com polinosidade cinza. Antenas: os primeiros segmentos marrom-acinzentados, o último avermelhado. Fronte cinza, vértice mais pardacento. Olhos verde-escuros, a seu redor uma estreita margem amarelo-clara. Barba amarelo-canário, na frente bastante clara, quase branca. Occipício com pilosidade amarelo-opaca. – Tórax castanho-marrom, mesonoto e escutelo com polinosidade cinza-amarelada, rodeados de longos pelinhos amarelos, estes encontrando-se na frente, no esterno e nas pleuras. Dos calos umerais parte uma larga faixa preta em direção à base das asas.
Abdome preto brilhante, passando a marrom-avermelhado em ambos os finais do dorso. Nas margens laterais uma crista de cerdas horizontais eretas e pretas, substituídas por cerdas níveas no final do segundo e do quarto segmentos, bem como no início do sexto. Asas cinza-enegrecidas passando a amarelo-avermelhadas em direção à base e à Costa; área costal intensamente amarela ou amarelo-avermelhada. Um curto, porém nítido, apêndice na nervura furcada. Halteres marrons, amarelados no ápice. Pernas geralmente bastante escuras, total ou quase totalmente pretas.
Procedência: São Paulo C (Canaã).
Período de ocorrência: março. Três exemplares.
Comprimento: até 24 mm.
7.E. auripes Ricardo (R. 9) (Fig. 7)
Descrição:
Dark brown. Antennae dark red; first joint grey, clothed with long black hairs. Palpi red, the edges and tip black, the second joint very long and tapering. Frontal stripe covered with hoary pubescence on the posterior half near the antennae; face with hoary pubescence. Beard white. Thorax covered with black pubescence and with black hairs on the anterior half of the lateral margins, then white hairs at the base of wings extending to the scutellum; breast with white hairs on the sides, and black hairs in the centre. Abdomen black; tufs of white hairs on the posterior lateral margin of second, fifth and sixth segment, which also appear on the underside, becoming a faint band on the second segment. Legs black; underside of tarsi covered with orange pubescence, extending to the tibia and the anterior legs. Wings hyaline, faintly yellow on the fore border, brown at the base, no appendix. Length 16, proboscis 13 mm. Hab. Pará 6 (Wallace and Bates).
Meu desenho representa uma fêmea do Pará, que concorda com a descrição, mas é notavelmente maior. Comprimento: 20 mm.
8. E. (Mycteromyia) penicillata Bigot (R. 6) (Fig. 8)
Descrição:
M(ycteromyia) penicillata, long. 16 millim. (praeter haustellum). Haustello nigro, dimidiá parte corporis circiter aequilongo; oculis villosis; alarum furca venae quartae longitudinalis (Rondani) breviter appendiculata; antennis rufis, basi et apice nigris; palpis nigris; facie nigro nitido; fronte cinereo nigro, pruinosa, barba albida; tergo nigro et, utrinque, nigro piloso, scutello obscure castaneo, pectore pleurisque longe et dense albido villosis; abdomine nigri nitido, incisuris parce aureo tomentosis, apice, utrinque, albido et flavo aureo penicillato; calyptris fuscis, halteribus rufis, clavâ fuscâ; femoribus fuscis, tarsis apice fuscis; alis fuscanis.
Pipette noire, dépassant un peu la moitié de la longueur du corps; les yeux villeux; ailes, bifurcation externe de la quatrième nervure longitudinale (Rondani) brièvement appendiculée; antennes obscurément rougeâtre, la base et l'extrémité noire; palpes noires; face d'un brun noirâtre luisant; front d'un gris obscur; barbe épaisse e blanche; tergum noir, presque glabre mais avec des poils noirs sur les côtés; écusson brun noirâtre; flanc et sternum couverts d'une épaisse villosité blanchâtre; abdomen d'un noir luisant, un peu de duvet jaune d'or aux bords des segments, et deux touffes blanches sur les côtés, à l'extrémité entremêleés de poils d'un jaune doré; cuillerons bruns, balanciers rougeâtres, massue brune; fémurs noireâtres, tibias et tarses d'un rougeâtre pâle, les derniers avec l'extrémité brunâtre; ailes brunes. – Brésil, quatre spécimens.
Parece-me que devo identificar a espécie ilustrada com a descrita acima, embora existam algumas pequenas variações, que podem ser explicadas através de variações locais e do mau estado de conservação dos exemplares de Bigot. Provavelmente estes últimos provêm, assim como as espécies descritas concomitantemente, das cercanias mais amplas do Rio de Janeiro (Teresópolis?), enquanto os meus foram coletados entre Santos e São Paulo. Para completar esta ilustração menciono o seguinte:
Palpos quase pretos ou marrom-avermelhados, face marrom-avermelhada brilhante ou com polinosidade variando de cinza a preta. Antenas pretas com tom quase imperceptível de vermelho. Fronte e vértice com polinosidade preta ou cinza-claro. Olhos verdes, assim como o occipício, com pilosidade esbranquiçada. Barba branca, tornando-se para trás cor de creme. A pilosidade branca sob as asas alcança a linha mediana somente na extremidade anterior do esterno; fora isso, encontram-se no meio do esterno apenas pêlos escuros. Mesonoto ora cinza com linhas claras e nítida pubescência cinza, ora quase preto. Escutelo da mesma forma. Sobre a base das asas e na margem do escutelo alguns tufos de pêlos brancos ou amarelados. Abdome no dorso apenas com um brilho fusco, se não estiver desgastado, apresenta pubescência densa cor de fuligem. Em dois exemplares pelinhos brancos ou amarelados nas laterais da margem posterior do segundo segmento, e no mesmo local, no quinto e no sexto, pequenos tufos de pelinhos brancos, aos quais pode estar misturado um tom amarelo-avermelhado. Isto se pode observar em todos os exemplares; ao contrário, encontram-se na estria média do segundo ao quinto segmento, localizadas na margem posterior, máculas compostas por poucos pelinhos brancos, amiúde apenas vagas, já que os pelinhos são bastante caducos. Apêndice inconstante, já que pode faltar em um ou ambos os lados. Nos meus exemplares as pernas são geralmente pretas como piche; um leve tom de vermelho esboçado pode aparecer, no máximo, nos tarsos.
Comprimento: 17-19 mm.
Procedência: São Paulo B (Serra de Cubatão).
Período de ocorrência: março. Seis fêmeas.
9. E. xanthopogon Macq. (R. 2, 3) (Fig. 9).
Descrição original:
Ferruginea. Antennis testacceis. Oculis hirsutis. Cellulâ submarginali secundâ inappendiculatâ; posticâ primâ clausâ.
Long. 81. – Trompe brune, longue de quatre lignes. Palpes bruns, à pointes allongées. Barbe fauve. Face très saillante, testacée, ainsi que le front. Ocelles distinctes. Thorax et abdomen bruns à duvet ferrugineux. Pieds d'un fauve foncé. Ailes brunâtres.
Cette espéce ne diffère guère du P. tabanipennis, nobis, que par la première cellule postérieure des ailes fermées et du leucopogon par la barbe fauve. Du Brésil, au midi de la capitainerie de Goyaz. Muséum.
A curta descrição é insuficiente, porém não resta dúvida quanto à identificação, como mostra um exemplar de Paris, a que Macquart deu o nome latino fulvibardis, o qual, ao que tudo indica, só mais tarde ele traduziu para o grego; além disso também a procedência está correta. O tamanho, ao contrário, é um quarto menor que a média dos exemplares normais, significativamente maiores que E. leucopogon e tabanipennis. A barba varia um pouco de cor, no entanto praticamente nunca poderá ser definida como puramente amarela, talvez como cor de chamois; normalmente ela apresenta um nítido cinza-marrom-amarelado. O abdome não tem apêndices laterais e é notavelmente glabro, na frente é pardo avermelhado, passando a enegrecido na parte posterior, o último segmento é opaco, de resto é brilhante. A curta pubescência do esterno é mais escura do que a barba, os pêlos da pleura, ao contrário, são parecidos ou um pouco mais claros. O capítulo dos halteres é amarelo pálido. – As nervuras transversais internas podem ser sombreadas e as primeiras células posteriores podem ser abertas.
Considero esta espécie idêntica a P. castanea Perty, no entanto, a curta descrição não permite uma delimitação de outras espécies semelhantes. (procedência: “Montes minarum.”).
Esta espécie é largamente distribuída no interior, mas não ocorre na costa; recebi inúmeros exemplares de diversos locais, mas apenas fêmeas.
Comprimento: 20-22 mm, probóscida 9 mm.
Período de ocorrência: fevereiro a abril.
Procedência: São Paulo C (Ribeirão Preto, Limeira, Canaã, Bauru etc.), Goiás (Amaro Leite, o mesmo também em meses de inverno), Minas (Bicudos).
10. E. (Mycteromyia em Bigot) albipectus Bigot (R. 6) (Fig. 10)
Descrição o riginal:
Long. – 20 millim. (praeter haustellum) etc. Pipette, noire à-peu-près égale à la longueur du corps, face conique, allongée, brunâtre, ainsi que le front et les palpes; antennes noirâtres, premier segment rougeâtre; barbe blanche; tergum d'un brun noirâtre, avec deux lignes grisâtres peu distinctes, flancs et poitrine densement couverts de longs poils blanchâtres, une touffe de poils blanchâtres au dessus de l'insertion des ailes; écusson d'un rougeâtre obscur; cuillerons brunâtres, balanciers d'un fauve obscur; abdomen noirâtre, le bord externe des segments, principalment vers l'extrémité, et les derniers couverts d'une courte villosité roussâtre, un peu de duvet jaunâtre au bord postérieur du troisième segment; pieds d'un brun rougeâtre; ailes d'un brunâtre três pâle, un peu plus foncé à la base et au bord externe: corps large; tête aussi large que le thorax; les yeux villeux: ailes, bifurcation externe de la quatrième nervure longitudinale (Rondani) inappendiculée. – Brésil. – 2 spécimens.
Meus exemplares estão de um modo geral de acordo com a descrição e devem ser indubitavelmente incluídos na mesma espécie; nos pormenores encontram-se no entanto algumas diferenças:
A coloração básica é, em todo o corpo, vermelho-violeta enegrecida, coberta nas partes encouraçadas por pelinhos claros, quase puramente brancos. O terceiro artículo palpal torna-se bastante escuro em direção ao ápice, o terceiro segmento da antena é, ao contrário, na maioria das vezes, vermelho vivo, e, somente bem no final, preto. O mesonoto é coberto por pubescência cinza, sob a qual transluzem quatro faixas longitudinais, com diferentes graus de nitidez, na disposição usual. Escutelo da mesma cor do tórax. Dorso do abdome bastante escurecido por pelinhos pretos, ventre mais marrom-avermelhado. Pelinhos laterais no segundo segmento brancos, no terceiro inexistentes, no quinto e no sexto segmentos também brancos, porém aparentemente amarelados em função das margens livres transparentes do anel. Pernas quase totalmente vermelho-amareladas mais escuras ou mais claras, apenas os fêmures passando a roxo na parte superior, com pubescência escura. Apêndices de veia curtos ou inconstantes, amiúde inexistentes em um ou ambos os lados. A primeira célula posterior nunca é aberta, normalmente é fechada já antes da margem. O tamanho é bastante variável, mas meus exemplares raramente ultrapassam os 20 mm.
Possuo inúmeras fêmeas de Petrópolis, o período de ocorrência é fevereiro-março.
Grupo II.
Espécies menores, com 15-16 mm de comprimento e de coloração negra ou enegrecida.
11. E. nigricans n. sp. (Fig. 11)
Comprimento: cerca de 16 mm. Probóscida 6-7 mm, preta. Palpos enegrecidos. Antenas: segmento basal marrom, segmento apical vermelho-ferrugíneo. Face proeminente, coniforme, cor de canela; vértice escuro, quase preto; olhos escuros, um pouco esverdeados, com pilosidade amarelada. Barba branca.
Tórax: dorso desnudado, marrom canela, com quatro faixas transversais escuras, pouco nítidas. Escutelo avermelhado no centro. Pêlos brancos mais longos a partir da base das asas até o escutelo. Dos úmeros à base das asas passa uma estria pilosa negra. Pêlos da face amarelo-acinzentados bem claros, quase brancos.
Abdome: dorso castanho nos dois primeiros segmentos, quase negro na parte posterior, enegrecido na inferior, com as margens posteriores do segmento claras.
Asas cinzas, com tons amarelados, tornando-se mais avermelhadas em direção à base e à Costa, nervuras amarelo-couro, especialmente as mais espessas. Primeira célula posterior e célula anal fechadas pouco antes da margem. Halteres marrons com capítulo amarelo-ocre.
Pernas quase monocromáticas, de pardo-amareladas a castanho-escuras.
Possuo apenas uma fêmea do estado do Espírito Santo.
12. E. winthemi Wied. (R. 2, 3) (Fig. 12)
Descrição original:
Thorace brasiliano, abdomine badio albofasciato; alis fuscanis. – 6 Linien ♀ – aus Brasilien.
Fühler rostgelb, Taster ein wenig satter; Bart gelblich; Stirne bräunlich; Augen mit greisen Härchen. Rückenschild etwas gelblich brasilienholzbraun, mit zwei schwach gelblichen Linien; Brustseiten mit längern ocherbraunen Haaren. Hinterleib hoch kastanienbraun (in einigen schwärzlich), in gewisser Richtung von äußerst dünnen Härchen haargreis; zweiter, fünfter und sechster Einschnitt weiß von Härchen, die am Bauche auch Binden bilden. Auf dem ersten Abschnitte sind noch Spuren einer wenig gelblichen Binde, Flügel gleichförmig bräunlich: innerer Ast der Spitzengabel mit der nächsten Ader am Innenrande der Flügel verbunden. Schwinger ocherbraun mit weißem Knopfe. Beine ocherbraun. – In V. Winthemes und meiner Sammlung.7
A concordância de meus exemplares com a descrição é bastante satisfatória. Seria importante observar que na margem posterior do primeiro segmento abdominal encontram-se pelinhos brancos, embora não haja nem sombra de uma faixa amarelada. Em exemplares frescos o mesonoto é coberto por pubescência marrom-amarelada. A primeira (e a quinta) células posteriores quase sempre já estão fechadas antes da margem. Somente os exemplares de Petrópolis são mais pardacentos, enquanto nos outros o mesonoto é quase ou totalmente preto. A espécie não é rara em alguns locais, mas eu possuo apenas fêmeas.
Procedência: Rio de Janeiro B (Petrópolis), São Paulo B (Sabaúna, Pouso Frio, próximo a Pindamonhangaba).
Período de ocorrência: janeiro, fevereiro.
13. E. besckii Wied (R. 1, 3) (Fig. 13)
Descrição original:
Schwarz, mit an jeder Seite gelbhaarigem Rückenschilde, Weißen Mittelflecken des Hinterleibes und schwärzlich braunen Flügeln. – 7-8 Linien. – Aus dem Innern von Brasilien.
Fühlerwurzel schwarz, Endglied roströthlich gelb; Taster schwarz. Untergesicht ubd Stirne bräunlich schwarz; Bart und Hinterkopfsbehaarung gelb. Rückenschild und Schilchen bräunlich schwarz, mit schwarzem Flaume: Seitenränder von beiden und Brustseiten gelbbehaart. Hinterleib rein schwarz, am Hinterrande jedes Abschnittes in der Mitte ein weißer Haarflecken; von fünften Abschnitte an sind die Seitenränder auch deutlich weiß behaart, auch an den beiden ersten Abschnitte stehen einige weiße Haare. Bauch schwarz mit etwas röthlicher Spetze; Hinterränder aller Bauchabschnitte weiß behaart. Flügelschuppe schwärzlich braun, weiß gewimpert. Schwinger bräunlich. Beine tief und ziemlich reinbraun, die hintersten mehr schwarz, alle wenigstens an den Schenkeln schwarz behaart. 8
Meus exemplares combinam bem entre si e com essa descrição, devendo-se, entretanto, observar o seguinte. A probóscida, quando não esticada, mal mede 1 cm; as manchas médias bastante caducas do dorso do abdome, quando frescas, não são brancas, mas sim amarelas bem claras. Os olhos são negros e os ocelos, não percebidos por Wiedemann, nitidamente existentes.
Possuo também machos, os quais, como mostra a figura, diferenciam-se de forma bastante conspícua das fêmeas. A parte anterior do abdome é amarelochifre transparente, tornando-se, em direção à parte posterior, mais marrom-escura e não puramente negra. Os pêlos, que nas fêmeas são amarelo-canário, aqui são mais amarelo-laranja, assim como aqueles do ápice da face ventral do abdome.
Ocorrência: São Paulo B, C (Cap. Cantareira, Serra da Bocaina, Jacutinga).
Inúmeras fêmeas de 16-18 mm, dois machos de 15-16 mm.
Período de ocorrência: fevereiro, março, abril.
Grupo III.
Espécies médias e pequenas com os primeiros segmentos do abdome amarelo-avermelhados ou marrom-avermelhados.
14. E. ardens Macquart (R. 2, 3) (Fig. 14)
Descrição original:
Tête assez épaisse. Trompe noire, longue de quatre lignes. Palpes noirs. Face avancée, allongée, conique, d'un testacé luissant à tache noirâtre au milieu: base à duvet jaunâtre. Front à duvet brun. Thorax noir à duvet roussâtre, terne; dessous à poils gris. Abdomen: les quatre premiers segments à fond d'un brunâtre clair à poils d'un fauve ardent et et tâche dorsale noire, à poils noirs; troisième et quatrième à poils noirs au bord extérieur; cinquième, sixième et septième noirs, à bord postérieur testacé, couvert de poils d'un fauve ardent sur les côtés et de poils blanches au bord extérieur; ventre brunâtre. Pieds d'un fauve brunâtre; hanches grises. Ailes brunâtres, plus foncées à la base et au bord extérieur. Nervures normales. Long. 8 l. ♀.
De Saint Léopold [Brasil, RS, São Leopoldo].
Quanto à identificação da espécie com meus exemplares, quase não pode restar dúvida. A barba, não mencionada, é branco-amarelada, como também parte dos pêlos das pleuras e da face ventral do tórax. O “fauve ardent” corresponde a um vermelho-ouro com brilho sedoso. A seqüência de manchas no dorso do abdome é um pouco variável. Na diagnose, Macquart diz o seguinte sobre as antenas: Anntenis testaceis apice nigro, o que é verdade para alguns exemplares. No tórax desgastado podem-se reconhecer nitidamente quatro faixas longitudinais escuras na forma usual sobre fundo cinza.
A espécie parece largamente distribuída, mas de um modo geral não é freqüen-te. Conheço um exemplar da Argentina (província de Entre Ríos).
Procedência: Rio Grande (São Leopoldo, Macq.) [São Paulo, Itapetininga (uma fêmea), Jacutinga (inúmeras fêmeas)]. Província de Entre Ríos, na Argentina.
Comprimento variável. Em exemplares grandes, até 19 mm.
15. E. sorbens Wied (R.1, 3) (Fig. 15)
Descrição original:
Schimmelgraulichbraun, mir rostgelblichem Hinterleibe, Fühler und Beinen. – 6 Linien; Rüssel 6 Linien. – ♀ von Montevideo.
Fühler brennend rostbräunlichgelb, Wurzelglieder graulich. Der kegelförmige Vordertheil des Kopfes honiggelblich, obenauf ein wenig grau. Stirne braun, mit graulichem Schimmer. Rückenschild mit nicht sehr deutlichen tiefer braunen Striemen; über der Flügelwurzel wenig gelbliches Haar. Brustseiten und Brust schimmelgraulich und, wie der Bart, lang gelblich behaart; von der Flügeleinlenkung nach der Spitze des Rückenschildes eine Strieme von schwärzlichen Haaren. Hinterleib an der Wurzel bleicher, nach der Spitze zu brennender rostgelb. Bauch gelblich, Flügel bräunlich: innerer Gabelast wie gewöhnlich mit der nächten Ader verbunden. Beine rostbraun.9
A descrição de Wiedemann está bem correta, ao contrário da procedência, pois não obtive nenhum exemplar de Montevidéu, ao passo que em São Paulo a espécie é a mais freqüente entre todas as pangoninas que lá ocorrem. Com esta espécie combina muito bem um macho do Espírito Santo com nítido processo facial. É estranho que este falte, pelo contrário, em dois machos de São Paulo, o que nunca observei em machos de outras espécies.
Procedência: Espírito Santo, Rio de Janeiro B (Petrópolis), São Paulo B (Cap., São Roque etc). Freqüente. Inúmeras fêmeas, três machos.
Período de ocorrência: janeiro, agosto, novembro e provavelmente também outros meses tanto do inverno quanto do verão.
16. E. marginalis Wied. (R.1, anexo da segunda parte, 3) (Fig. 16)
Descrição original:
Schimmelgraulich braun; der rostgelbliche Hinterleib mit schwarzer Fleckenstrieme; Seitenränder des Rückenschildes und Afters weiß. – 6 Linien. – aus Cassapawa in Brasilien.
Rüssel etwas länger als der Mittelleib. Fühler und Taster rostgelb; Stirn bräunlich, Bart weiß. Rückenschild grünlichbraun, mit sehr kurzem gelblichem Flaume; Seitenränder bis zur Fühlerwurzel gelblich, von da bis ans Schildchen weißbehaart. Brustseiten fast schimmelgraulich, aber mit weißer Behaarung, die selbst von oben her zu sehen ist. Hinterleib mehr weniger rostgelblich, mit sehr kurzen anliegenden gelblichen Härchen. Auf jedem Abschnitt ein bräunlich schwarzer Fleck der Grundfarbe; Seitenränder der vier letzten Abschnitte weiß behaart. Bauch überall auf gelblichem Grunde weißseiden behaart; Flügel bräunlich getrübt, zumal am äußeren Theile. Äußerer Ast der Gabelader über die Wurzel hinaufragend, innerer Ast mit der folgenden Ader über dem innern Flügelrande vereinigt. Beine mehr weniger braungelb, mit gelblichen Seitenhärchen.10
Meu desenho foi feito a partir de um exemplar coletado por Sello em Caçapava (localidade provavelmente no Rio Grande do Sul), cujo comprimento avalio em 16 mm. Não possuo outros exemplares além desse. Considero a espécie descrita por Macquart como “ nigrivittata” (du Brésil. M. Clausse[n]) como idêntica a esta, já que na descrição não existem diferenças importantes.
17. E. leucopogon Wied (R. 1, 3) (Fig. 17)
Descrição original:
Braun. mit schneeweißem Barte, weißhaarigen Seitenrändern des Rückenschildes, rostbraunem Hinterleibe und Beinen. 6 Linien; Rüssel 3 ¼. – Aus Brasilien.
Fühler rostbraun, Spitze des dritten Gliedes schwarz. Stirne und Rückenschild braun, fein behaart; Brustseiten vor der Flügeleinlenkung mit einem Büschel schneeweißer Haare, des Rückenschildes Seitenränder aber mit gelblichweißen Haaren besetzt. Hinterleib rostbraun, mit äußerst kurzen brennend rostgelben Härchen; Bauch rostbraun, Fußwurzel in's schwärzliche ziehend.11
Procedência: Rio de Janeiro e São Paulo, muito distribuídas e freqüentes. Período de ocorrência: novembro a fevereiro. Comprimento: até 16 mm.
18. E. aurimaculata Macq. (R. 2, 3) (Fig. 18)
Descrição original:
Antennis nigris, oculis hirsutis. Thorace nigro. Abdomine ferrugineo, maculis dorsalibus auratis. Pedibus fuscis. Long. 6 l. ♀.
Trompe noire, longue de 3 ¼ lignes. Palpes gris. Barbe blanche. Face et front d'un brun mat. Antennes noires; troisième article à base d'un testacé brunâtre. Des ocelles. Thorax à duvet brun; lignes peu distinctes; une bande longitudinale au-dessus des ailes, d'un fauve vif; une autre semblable sous l'insertion des ailes et séparée de la première par une bande étroite de poil noirs. Abdomen ferrugineux; une tâche dorsale de poils dorés sur les deuxième-cinquième segments. À compter du quatrième exclusivement la couleur des segments devient de plus en plus brune: des poils dorés de chaque côté du bord extérieur des segments. Pieds d'un brun noirâtre. Ailes grises, un peu brunâtres à la base et au bord extérieur. Nervures normales. Du Brésil.
O desenho é de um exemplar proveniente da Amazônia, que está um pouco desgastado. De um modo geral, a descrição está bastante correta em relação a ele, só que a barba é amarelo-esbranquiçada, as outras diferenças não têm grande importância. Denomino esta espécie pseudo-aurimaculata, já que encontrei o verdadeiro tipo próximo a Petrópolis. O belo exemplar de Macquart, que examinei há tempos, lembra de forma impressionante o macho de E. besckii.
19. E. incisuralis Macq. (R. 2, 3) (Fig. 19)
Descrição original:
Fusca. Antennis rufis. Oculis nudis. Abdomine incisuris flavis. Pedibus rufis. Long. 5 l. ♀.
Trompe noire, longue de deux l. Barbe d'un blanc jaunâre. Palpes, face et front fauves; ce dernier à léger duvet gris. Des ocelles. Thorax d'un brun roussâtre, à lignes jaunâtres: côtes à duvet blanchâtre. Abdomen: bord postérieur des segments fauve, finissant en jaune. Ventre de même. Ailes d'un brun roussâtre clair; deuxième cellule sous-marginale appendiculée; première postérieure fermée. Du Brésil? M. Bigot.
O desenho representa uma espécie proveniente de Porto Alegre (Rio Grande do Sul), da qual possuo várias fêmeas fortemente desgastadas. Ela é um pouco variável pois ora domina um tom avermelhado, ora um marrom, e às vezes as nervuras transversais possuem uma margem escura. Ela está bastante de acordo com a descrição de Macquart, no entanto é sensivelmente maior.
Período de ocorrência: provavelmente janeiro ou dezembro.
Tamanho: por volta de 15 mm.
20.E. brevistria n. sp. (E. nigripes v. ROEDER = longirostris Macq.) (R. 2, 3)?? (Fig. 20)
Descrição de Macquart:
Thorace fusco. Abdomine rufo, apice fusco. Haustello longitudine corporis. Antennis pedibusque nigris. Oculis hirsutis. Ocellis.
Long. 5 ½ l. Barbe blanche. Trompe et palpes noirâtres. Face et front brunâtre. Base du troisième article des antennes d'un testacé obscur. Thorax à lignes jaunâtres; une bande longitudinale de poils jaunes en avant des ailes; flancs à duvet blanchâtre. Abdomen: une tâche triangulaire de poils jaunes au bord extérieur des derniers segments: ventre fauve. Ailes grisâtres; deuxième cellule sousmarginale à petit appendice; première postérieure fermée. Du Brésil?
A espécie aqui desenhada mostra alguma concordância com a descrição, mas ao mesmo tempo algumas divergências, de tal modo que a questão da identidade só pode ser decidida através da comparação dos exemplares. Em apenas um de meus exemplares a probóscida alcança, quando esticada, quase, se não totalmente, o comprimento do corpo (cerca de 4/5), nos outros casos ela mede 1/2-3/5. Pêlos amarelos encontram-se antes das bases das asas (sob uma estreita faixa longitudinal de pêlos pretos do mesmo tipo), sobre as bases das asas (em forma de faixa estreita), na margem do mesonoto e do escutelo e, finalmente, logo abaixo das bases das asas. A barba e os outros pêlos da pleura podem ser brancos puros ou amarelados. Nas margens laterais, assim como na estria média das margens posteriores, encontram-se, do segundo ao sexto anel, pêlos amarelo-ouro bastante caducos; em outras partes eles são pretos apenas no ápice exterior, fora isso são amarelos. As pernas são marrons, sendo somente os fêmures mais avermelhados; as tíbias do último par com finos cílios pretos, assim como os tarsos anteriores e posteriores. Células discoidal e anal, bem como a basal, um pouco claras. Nos meus exemplares a nervura furcada é curvada angulosamente, mas sem nítido apêndice. O tórax mostra muito claramente as quatro faixas longitudinais costumeiras, sendo as medianas nitidamente mais curtas. Sugiro portanto o nome E. brevistria, caso a espécie de Macquart seja diversa.
O nome de Macquart: P. longirostris, já havia sido dado, e em seu lugar Roeder (Dipteren, gesammelt usw. von A. Stübel, Berlin 1892, R. Friedländer und Sohn) sugeriu a denominação P. nigripes.
Meus três exemplares, só fêmeas, foram coletados em Canaã (São Paulo C), por volta do fim de março. Tamanho: 12-15 mm.
21. E. pubescens n. sp. (Fig. 21)
Probóscida de pelo menos 7 mm, preta, palpos marrom-avermelhados escuros, antenas com os dois primeiros segmentos marrom-cinzentos e o terceiro de amarelo-ferrugíneo a amarelo-avermelhado. Face coniforme, marrom-cinzenta. Vértice marrom escuro, com nítidos ocelos. Olhos escuros com brilho esverdeado e pêlos esbranquiçados. Barba branca, occipício com pubescência amarelada.
Tórax: dorso com finos pêlos marrons, mas com brilho dourado, com quatro faixas escuras, marrons, sobre fundo claro, das quais as medianas são separadas por uma linha fina e encurtadas atrás, enquanto são lateralmente, como de costume, interrompidas antes do meio por uma linha transversal. Escutelo marrom, próximo à sua margem, como também à do mesonoto, longos pêlos amarelos acinzentados claros formam uma faixa que segue por sobre a base da asa. Nas pleuras e na face ventral do tórax pêlos com o mesmo tipo de coloração, passando a brancos em direção à frente.
Abdome amarelo-ocre translúcido na parte anterior, com pelinhos vermelho-ouro brilhantes e provido de algumas manchas escuras irregulares que, a partir do terceiro segmento, recobrem quase ou totalmente os tergitos, deixando à mostra apenas as margens posteriores marrom-ocre. Os pelinhos dourados tornam-se mais espessos, longos e claros a partir da margem posterior do segundo segmento, de modo que toda a parte apical é coberta por uma pubescência amarelo-clara com brilho dourado. Coloração do ventre semelhante à do dorso, porém mais clara e menos hirsuta, com cílios amarelo-ouro somente nas margens posteriores.
Pernas amarelo-couro avermelhadas, os ápices dos tarsos um pouco mais escuros, fêmur anterior e tíbia posterior com cílios muito finos.
Asas cinza-claras, costa e nervuras maiores amarelo-couro a marrom, passando a amareladas a partir da base e da costa, um curto apêndice na nervura furcada. Primeira célula posterior e célula anal fechadas pouco antes da margem. Halteres amarelo-couro, capítulo significativamente mais amarelo, especialmente no ápice.
Comprimento até 15 mm. Procedência: São Paulo C (Jacutinga).
Período de ocorrência: início de abril. Quatro fêmeas.
Phaeoneura n. g.
(Ver chave)
22. Ph. basilaris Wied (R.1) (Fig. 22)
Descrição original:
Braun, After und Hinterleibflecken goldgelb, Flügelwurzel schwarzbraun. – 7 Linien, Rüssel 4 Linien. ♀. Aus Brasilien.
Fühler etwas rötlichbraun; Bart gelblichweiß, Stirn und Schnabel tiefbraun. Scheitel und Punktaugen. Mittelleib rotbraun, schwarz behaart; Hinterleib obenauf ebenso, aber an den zwei letzten abschnitten und an den äußersten Seitenrändern der vorden bleich goldgelb behaart. Auch mitten am Hinterrande der vordern Abschnitte ist ein solcher Haarflecken zu bemerken, ja am zweiten scheint der Flecken weiß zu sein. Bauch eben so braun, als die obere Fläche, aber die Hinterränder aller Abschnitte gelblich. Flügel wenig gelblich, am Wurzeldrittel schwarzbraun, was aber nur die Hälfte von der Breite einnimmt und von da bis zum Innenrande fast ganz verwaschen ist. Schenkel tiefbraun: Schienen und Füße an allen Beinen bleich.12
Wiedemann descreveu outra espécie, que ocorre no México, com esse nome (Roeder afirma que também as encontrou no Equador.) Bellardi chamou-a Pangonia wiedemanni.
No Museu Britânico encontram-se reunidas sob a denominação de P. basalis duas espécies distintas, como supostas variedades. Uma é a nossa espécie e originária, provavelmente, do Rio, a outra pertence à região amazônica.
Esta espécie parece bem rara. Possuo um exemplar que, embora não tenha mancha pilosa na linha mediana e apresente fêmur mais claro, com certeza pertence a esta espécie. Trata-se de uma fêmea de 15 mm de comprimento, coletada no final de janeiro próximo a Petrópolis, Rio de Janeiro B.
Adendo. Recebi desde então inúmeras fêmeas, coletadas em Santo Aleixo, próximo a Petrópolis, em 3 de fevereiro de 1909.
Bombylopsis n. g.
(Ver chave)
23.B. erythronotata Bigot (R. 6) (Fig. 23)
Descrição original:
♀ long = 13 millim. Pipette à-peu-près deux fois aussi longue que la hauter de la tête; les yeux villeux; palpes, antennes, barbe, face et front noirs; tergum, écusson densément couverts d'une courte villosité d'un roux vif, flancs noirs, teintés en arrière d'un gris rougeâtre; abdomen noir luisant, dos des segments et extrémité teintés obscurément d'une nuance rougeâtre pâle. Cuillerons et balanciers roux; fémurs noirs; tibias d'un blanc un peu jaunâtre; tarses de la même nuance, brunâtre à l'extremité: ailes d'un brunâtre pale, bifurcation externe de la quatrième nervure longitudinale (Rondani) coudée à angle droit. Brésil, Theresopolis. – 1 spécimen.
Possuo inúmeras fêmeas dessa espécie. À descrição de Bigot deve-se ainda acrescentar o seguinte: a face é brilhante, porém mais marrom-avermelhada do que negra; o vértice é claro, com polinosidade marrom-canela; os dois primeiros segmentos antenais são marrom-canela claros, o último é vermelho-ferrugíneo inferiormente e negro superiormente. Pelinhos marrom-ferrugíneos no occipício, o mesmo tipo de pêlos no final posterior da barba e sobre as pleuras após a base das asas. Abdome marrom-avermelhado a negro brilhante, pelinhos amarelos ou ver-melho-ferrugíneos a partir do quarto segmento, primeiramente no meio, depois também nas laterais. Mero e coxas com pêlos marrom-enegrecidos. – na nervura furcada pode haver um apêndice curto.
Apesar da descrição insuficiente de Bigot, cujo exemplar estava provavelmente incompleto, não pode haver dúvida quanto à identificação, se levarmos em consideração a procedência.
Habitat: Rio de Janeiro B (Teresópolis segundo Bigot, Petrópolis), São Paulo B (Cantareira).
Período de ocorrência: fevereiro, março.
Tamanho: até 15 mm.
24.(B. pseudoanalis n. sp .), B. analis Fabr. (R. 4) ?? (Fig. 24)
Descrição original de Fabricius, in Systema Antliatorum. Brunsw. 1805:
P. analis, nigra, abdomine apice fulvo, haustello longitudine corporis. Hab. in America meridionali.
Caput nigrum, haustello valde porrecto. Antennae ferrugineae. Thorax villosus, niger, immaculatus. Abdomen basi nigrum, apice fulvum. Alae albae. Pedes flavi, femoribus hirtis nigris.
Descrição de Wiedemann:
Schwärzlich-braun, mit goldgelber Hinterleibsspitze, Rüssel von der Lange des Körpers. – 6 Linien. ♀. – Aus Südamerika.
Farbe sehr satt schwärzlichbraun, an der untern Körperfläche rötlichgelb, Flügel wasserklar, Schenkel schwärzlichbraun, schwarz behaart; Schienen und Fußwurzeln lichtgelb.13
Essas descrições indicam uma espécie de Bombylopsis. Meus exemplares apresentam uma concordância conspícua em alguns pontos. No entanto, as asas não são transparentes como água, mas sim levemente marrom-acinzentado-avermelhadas. Além disso, a área inferior do corpo não é amarelo-avermelhada, mas sim marrom-avermelhado-escura. A descrição e a indicação de procedência deficientes mostram-se aqui capazes de causar perturbação. Como não consigo classificar nem a espécie de Fabricius nem a minha, reunirei ambas provisoriamente, ainda que com muitas dúvidas. Caso se trate de diferentes espécies, o nome deverá ser substituído por “pseudoanalis n. sp.”
A espécie não é freqüente, mas possuo inúmeros ♂ ♂ e 1 ♀.
Procedência: São Paulo B, C (Cantareira Cap. 7), São João da Boa Vista.
Período de ocorrência: fevereiro, março.
Tamanho: até 15 mm. Os machos se diferenciam apenas pelos caracteres sexuais habituais.
25. B. leonina n. sp. (Fig. 25)
Probóscida com cerca de 8 mm, negra. Palpos enegrecidos, face com proeminência coniforme, negra brilhante. Antenas com os dois primeiros segmentos marrons e o último enegrecido. Fronte e vértice com polinosidade marrom-canela, sobre fundo negro. Olhos bastante escuros, com brilho esverdeado e pilosidade avermelhada.
Tórax: todo o dorso, inclusive o escutelo, guarnecido por pêlos longos e espessos, cuja cor reluz do amarelo-acinzentado-claro ao amarelo-avermelhado e ao marrom-amarelado. Todo o ventre é negro e com pêlos muito espessos e escuros.
Abdome: curto, espesso; dorso fortemente abaulado em duas direções, com brilho pardo-negro, pêlos bastante longos, finos e negros nos três primeiros segmentos, em direção às extremidades; a partir daí, todos os anéis na parte superior cobertos de pêlos, cuja coloração concorda com a do mesonoto; no entanto eles são um pouco mais curtos e menos espessos. Podem também invadir o meio do terceiro segmento.
Asas marrons com nítidos tons avermelhados, mais intensos na base e na costa: cada célula pode ser mais ou menos fenestrada; um curto apêndice da nervura furcada não é totalmente constante. Célula anal fechada bem junto à margem e primeira célula posterior fechada pouco antes da margem. Pernas cobertas densamente por pêlos longos e negros até os joelhos, a partir daí glabras e bastante finas, de nuances que vão do amarelo-claro à cor de oliva, os ápices das tíbias e a parte exterior dos metatarsos enegrecidos. Tíbias do último par com cílios muito finos e escuros na parte exterior. Halteres enegrecidos, capítulo marrom, mais claro na área apical.
Procedência: São Paulo [Cap. (Serra da Cantareira)].
Período de ocorrência: segunda metade de abril. Quatro fêmeas.
Tamanho: até 17 mm.
Epipsila n. g.
Pernas como em Bombylopsis, apenas a pilosidade um pouco mais curta. Mesonoto com pêlos longos somente nas margens. Asas claras, com sinais negros nas veias transversais da primeira célula basal. Olhos singularmente azuis.
26. E. eriomera Macq. (R. 2, 3) (Fig. 26)
Descrição original:
Nigra antennis rufis. Oculis hirsutis. Abdomine maculis dorsalibus albis. Femoribus nigris, hirsutis; tibiis tarsisque flavis. Alis flavicantibus, basi nigrâ.
Long. 5 ½ l. ♂. Trompe d'un fauve brunâtre à l'extremité noire. Soies et palpes fauves. Barbe noire. Face testacée, assez saillante. Front noir. Des ocelles. Thorax noir, à poils noirs; des poils blancs aux épaules. Abdomen d'un noir luisant; une petite tache dorsale de poils blancs au bord postérieur des segments, et une de chaque côté des derniers segments. Pieds: tarses, hanches noires; cuisses noires, velues surtout en dessus; postérieures d'un testacé obscur; jambes et tarses d'un jaune pâle. Jambes postérieures nues et menues. Ailes d'un jaunâtre très-clair; bord extérieur jaune; base, jusqu'à celle des cellules basilaires brunes, avec un point blanc; nervures formant la base des cellules sous-marginale, première postérieure et discoïdale, brunes; deuxième sous-marginale à appendice très-court; première postérieure à pétiole. Du Brésil.
Possuo inúmeras fêmeas, que inequivocamente pertencem a esta espécie. Encontro os fêmures posteriores sempre com pilosidade negra, o apêndice da nervura bastante curto e na maioria das vezes inexistente. O ápice, e por vezes também as genas, com polinosidade cinza. Em exemplares frescos os olhos são bastante conspícuos, azuis metálicos com brilho esverdeado.
Procedência: São Paulo B, C (Cap. [Cantareira], Jacutinga).
Período de ocorrência: fevereiro a abril.
Tamanho até 19 mm, habitualmente um pouco menores.
27.E. eriomeroides n. sp . (Fig. 27)
A espécie assemelha-se de forma conspícua à anterior, com a qual compartilha a procedência e o período de ocorrência. Ela se diferencia através das seguintes características: comprimento total significativamente menor, face mais enegrecida em vez de vermelho-amarelada ou enegrecida e com polinosidade cinza, antenas pardo-avermelhadas escuras em vez de cor de ferrugem. Barba nívea em vez de negra. De resto, nenhuma diferença importante.
Procedência: São Paulo B (Cap. [Cantareira]).
Período de ocorrência: março.
Tamanho: 15-17 mm, 2 fêmeas.
Ionopis n. g.
Este gênero tem diferenças com os dois últimos. As asas são escuras como em Bombylopsis, mas com uma marca transversal, como em Epipsila, com a qual também se assemelha na cor dos olhos e na forma do escudo. Tem em comum com ambos a coloração negra básica, no entanto a constituição característica das pernas de ambos é, ao contrário, inexistente.
28. I. nitens Bigot (R. 6.) (Fig. 28)
Descrição original:
Long. = 16 millim. (praeter haustellum).
Antennes (incomplètes) noires; pipette noire, à peu près aussi longue que le corps; les yeux tomenteux; palpes et front noirs; face d'un noir luisant; barbe blanche, très courte; tout le reste du corps et des pieds d'un noir luisant, extrémité de l'abdomen bordée de duvet blanc; massue des balanciers rougeâtre; ailes obscurément enfumées, bifurcation externe de la nervure longitudinale (Rondani) brièvement appendiculée. Brésil. Un specimen.
Não tenho dúvidas quanto à identificação de minha espécie com a descrição de Bigot. Dever-se-ia observar o seguinte: a probóscida, quando não proeminente nem esticada, soma apenas 2/5 do comprimento total. Sobre a base da asa encon-tra-se uma curta faixa de pêlos brancos, e na margem posterior dos segmentos abdominais, a partir do terceiro, podem existir manchas brancas de pêlos. No segundo segmento encontram-se lateralmente, tanto em cima quanto embaixo, pelinhos brancos na margem posterior e, no ventre, também medianos. Nos limites entre a margem posterior e a lateral do tórax encontra-se um cachinho branco. Coxas e fêmures apenas com pilosidade curta e fina, de pardo-chocolate a negra, o restante da perna marrom-avermelhado ou enegrecido; tíbias posteriores com cílios muito curtos e escuros. O curto apêndice de veia não é totalmente constante, a barba não chega a chamar atenção por ser curta.
Procedência: São Paulo B, C (Cantareira e Cap.), provavelmente também Rio de Janeiro B.
Período de ocorrência: fevereiro.
Tamanho: 17-19 mm.
Inúmeras fêmeas.
29.I. foetterlei n. sp. (Fig. 29)
Comprimento total (sem a probóscida): 16 mm, probóscida com cerca de 9 mm, Comprimento das asas cerca de 14 mm.
Probóscida negra. Palpos: o segundo segmento bastante prolongado, estreito, enegrecido, face inferior proeminente, brilhante, marrom-enegrecido. Antenas vermelho-ferrugíneas, os dois primeiros segmentos mais marrons e com pilosidade negra, vértice enegrecido; ocelos nítidos, olhos azul-aço escuros com brilho verde, pilosidade curta. Barba marrom-enegrecida. Dorso do tórax – assim como do escutelo – glabro e castanho-escuro, com quatro estrias longitudinais escuras não nítidas, das quais as do meio pouco se separam, com pilosidade negro-fuligem ao redor e nas pleuras. Face ventral um pouco mais clara, castanha opaca.
Abdome negro brilhante no dorso e no ventre. Margem posterior do segundo segmento com pilosidade esbranquiçada embaixo, bem como em cima nos quartos exteriores, onde a pilosidade branca, de forma triangular, se estende mais para a frente; no dorso da margem posterior do terceiro e do quarto segmentos alguns pelinhos brancos na linha mediana, quinto, sexto e sétimo segmentos com cílios brancos laterais em cima e embaixo, os dois últimos em cima em toda a margem posterior. Pernas negras; tarso um pouco marrom-avermelhado; fêmur com curtos pêlos negros.
Asas claras, base e costa mais avermelhadas. Nervuras pardas avermelhadas mais claras ou mais escuras; nervuras transversais nitidamente sombreadas; primeira célula posterior e anal fechadas antes da margem. Nervura furcada curva, com ângulo com apêndice bastante curto, escâmulas enegrecidas, halteres castanhos com capítulo um pouco mais claro.
Esta espécie, aparentemente rara, diferencia-se facilmente da anterior, mesmo quando desgastada, pela barba escura e o tamanho pequeno.
Esta espécie é dedicada ao senhor Foetterle, de Petrópolis, a quem devo inúmeros Tabanídeos daquela região.
Procedência: Rio de Janeiro B (Petrópolis).
Período de ocorrência: início de fevereiro.
Duas fêmeas um pouco desgastadas.
Neopangonia n. g.
Com caracteres de Erephopsis, mas com a primeira célula posterior bem mais aberta.
30. N. pusilla n. sp. (Fig. 30)
Probóscida negra, mais longa que o abdome; palpos: primeiro segmento amarelo acinzentado, segundo amarelo-ferrugíneo, enegrecido em direção ao ápice; face bastante proeminente, marrom, sob os olhos e as antenas com sulcos arqueados, rasgados profundamente: antenas vermelho-ferrugíneas, com os dois primeiros segmentos pilosos, o último glabro, somente com o ápice do oitavo artículo negro e com alguns pelinhos negros; fronte marrom-enegrecida. Olhos verdes bastante vivos, com pilosidade esbranquiçada espessa, porém curta. Ocelos nítidos, vértice marrom, com margem clara ao redor dos olhos. Occipício e barba cinzas.
Dorso do tórax marrom-enegrecido, com linhas medianas mais escuras e linhas laterais mais claras. A partir dos úmeros, passando por sobre a base da asa, prolonga-se uma área nitidamente mais clara. Escutelo marrom ou avermelhado. Pleuras e ventre do tórax, inclusive da coxa anterior, cobertos por pêlos bastante longos, cinza-esbranquiçados.
Abdome fortemente peciolado a partir do terceiro segmento, pontiagudo, seguindo de forma quase retilínea em direção ao ápice. Dorso fortemente convexo em ambas as direções, ventre côncavo. A tonalidade básica é um amarelo-chifre diáfano, com desenhos marrom-enegrecidos, que formam faixas de contornos irregulares nos três primeiros segmentos e, em direção ao ápice, revestem quase continuamente o dorso. No dorso há curtos pelinhos negros, enquanto as margens laterais apresentam cílios mais claros e esbranquiçados. O ventre amarelo-cinza-opaco apresenta – mais ou menos nitidamente – uma estria escura, algumas vezes interrompida na linha mediana, e faixas transversais irregulares, marrom-enegrecidas.
Asas cinzas, mais claras ou mais escuras, na base e na margem anterior mais avermelhadas, algumas células fortemente clareadas no meio, especialmente as anais, o estigma e as duas nervuras transversais sombreadas de negro, primeira célula posterior largamente aberta, nervura furcada abaulada em ângulo, mas sem apêndice. Halteres passando de marrom-amarelados a pardo-enegrecidos. Pernas amarelo-ferrugíneas, com cílios cinzas na face inferior do fêmur, nas outras partes cobertas com finos pelinhos amarelos. Todos os tarsos enegrecidos dorsalmente e com pilosidade negra, embaixo um pouco mais claros.
Período de ocorrência: abril.
Procedência: São Paulo B (Cantareira), quatro fêmeas, coletadas em dois diferentes anos.
Gênero Diatomineura Rondani
(Ver chave)
31. D. exeuns Walker (R. 4) (Fig. 31)
Descrição original:
Fem. Ferruginea, thoracis disco piceo, abdomine rufo, palpis fulvis, antennis ferrugineis basi fulvis apice nigris, pedibus ferrugineis, alis subcinereis ad costam fulvis.
Body pale ferruginous, clothed with tawny hair; head thickly clothed beneath with yellow hairs; eyes black, clothed with tawny hairs; fore part flat, its facets not larger than those elsewhere; sucker black, nearly half the length of the body; palpi tawny, triangular, very short, lancets ferruginous; feelers ferruginous with black tips; first and second joints tawny, short beset with black bristles, third joint narrower than the first and the second, diminishing towards the tip; the following joints are closely united with the third, and appear like a single one which is pointed and slightly curved, and whose divisions successively decrease in breadth; disc of the chest pitchy; abdomen dark red, oval, shining, much longer and broader than the chest; sides clothed with black hairs; hind borders of the segments clothed on each side with tawny hairs; legs ferruginous, clothed with short black hairs, hind legs darker than the two other pairs; foot cushions pale tawny; claws black; wings slightly gray, tawny along the fore border for three-fourths of the length; wing-ribs and veins tawny; tips of the vein black; scales and poisers tawny. Length of the body 6 lines, of the wings 15 lines.
Meus exemplares estão de acordo com os originais e com a descrição – certamente pouco precisa – de Walker. O que mais salta aos olhos, além da estatura maciça e relativamente grande, é a forma larga e curta, quase triangular, do segmento apical dos palpos. Tal caráter só é partilhado por ela com a espécie descrita a seguir, da qual se diferencia levemente, no entanto, através de abundantes cílios amarelo-pálidos no abdome. Estes se encontram em toda a margem posterior do segundo segmento, além disso, porém, apenas lateralmente, nas margens posteriores do quarto, do quinto e do sexto segmentos. Também no primeiro segmento encontram-se inúmeros pelinhos, no entanto sua cor é ouro-avermelhada a verme-lho-raposa, como nos pêlos que se encontram no esterno, nas laterais, e nas margens do escudo e do escutelo. Em exemplares não desgastados todo o escudo é finamente piloso.
Procedência: Rio de Janeiro B (Petrópolis).
Período de ocorrência: abril.
Comprimento: 15-16 mm.
Várias fêmeas.
32. D. molesta Wied (R. 1, 3) (Fig. 32)
Descrição original:
Mit braunem, gelblich behaartem und zweilinigem Rückenschilde, kastanienbraunem Hinterleibe und bräunlich getrübten Flügeln. 6 Linien. ♀. Rüssel 1 ½ Linie. – Aus Brasilien.
Größe, Ansehen und Form der vorigen sehr ähnlich (P. winthemi), aber der Hinterleib in keiner Richtung haargreis, auch ohne alle weiße Härchen und Bauchbinde. Behaarung der Augen und vorzüglich des Mittelleibes mehr gelb, schon ins Rehbraune ziehend. Innerer Ast der Gabelader von der nächsthintern Ader weit entfernt. – in v. Winthem's und meiner Sammlung.14
Apesar da curta descrição, a concordância é inconfundível. Ainda seria importante observar que o abdome é mais claro e brilhante na parte anterior, enegrecido na posterior, e ciliado, especialmente nas laterais. As pernas são avermelhadas, os tarsos mais negros perto do ápice, fêmur coberto escassamente por pelinhos negros, tíbias posteriores com cílios curtos e negros. Asas mais escuras ou mais claras, com nervuras em parte amarelo-couro.
Procedência: São Paulo C (Limeira, Caconde).
Período de ocorrência: maio.
Comprimento: 15 mm.
Várias fêmeas
33. D. tabanipennis Macq. (R. 2, 3) (Fig. 33)
Descrição original:
Fulva. Antennis rufis, oculis hirsutis, pedibus rufis. Alis fuscanis; cellulâ submarginali secundâ inappendiculata; posticâ primâ apertâ. Long. 7 l.♀.
Trompe brune; longue de quatre lignes. Palpes fauves, assez larges, aplatis, pointus. Barbe fauve. Face très-saillante, fauve. Front fauve, peu large. Ocelles distinctes. Thorax à lignes blanchâtres peu distinctes. Abdomen et ventre de coleur fauve uniforme. Pieds d'un fauve clair. Ailes d'un brunâtre clair. – Du Brésil.
Cette espèce ressemble au leucopogon Wied.; mais la trompe de celle-ci n'a que 1 ½ ligne, et l'auteur ne parle pas de la forme de la deuxième cellule sous-marginale des ailes.
Un autre individu femelle de Lamana. La trompe n'a que deux lignes et demi.
Trata-se, no caso de meus exemplares, indubitavelmente da mesma espécie. Em peças frescas encontra-se um verde nos joelhos, na nervura subcostal e sob ela, bem com no capítulo dos halteres. A espécie ocorre com muita freqüência na costa, nos meses de inverno, em determinados locais. Ela persegue o homem mais do que qualquer das espécies descritas, e as picadas são bastante doloridas.
Procedência: São Paulo A, B, Rio de Janeiro B (Petrópolis).
Período de ocorrência: abril a julho, comum em determinados locais.
Tamanho: 12-16 mm.
34. D fenestrata Macq. (R.2, 3) (Fig. 34)
Descrição original:
Testaceus. Antennis rufis. Pedibus nigris; tibiis anticis dilatatis. Thorace nigro nítido. Abdomine basi flavo, diaphano, apice fuscano. Antennis rufis, apice nigro. Pedibus fuscis; tibiis rufis. Oculis hirtis. Alis fuscanis; medio hyalinis (tab 3, fig 4).
Long. 4 ½ ♀. Trompe longue de 2 l. Barbe d'un blanc jaunâtre à poils noirs antérieurement. Palpes fauves, face d'un testacé brunâtre, à poils noirs. Front brunâtre; moitié postérieure à deux bandes longitudinales et parallèlles noires. Antennes fauves à extrémité noire. Des ocelles. Thorax à lignes blanchâtres et poils noirs; côtés brunâtres. Abdomen transparent; les deux premiers segments et le bord antérieur du troisième jaunes; le reste brunâtre. Cuisses et tarses bruns; jambes fauves. Ailes um peu brunâtres; cellule discoïdale claire; première postérieure ouverte.
Du Brésil, Minas Gerais.
Não tenho dúvidas sérias quanto à identidade de minha espécie com a descrita acima, já que eventuais diferenças parecem insignificantes. Assim, parece-me que a parte posterior da fronte possui apenas pilosidade negra, mas sem nítidas estrias negras paralelas. A pilosidade é geralmente bastante longa e ou cinza, como nos olhos e na barba, ou enegrecida, como nas margens laterais do segundo ao quarto segmentos abdominais e no final do abdome, onde mostra amiúde brilho dourado. Sobre o mesonoto, o escutelo e a margem posterior dos segmentos abdominais encontra-se uma pubescência bastante curta com brilho dourado. As asas são pouco enfuscadas, e portanto o clareamento da célula discoidal não chama atenção; as nervuras transversais são, ao contrário, mais ou menos nitidamente acentuadas, às vezes uma parte das nervuras longitudinais mostra margem amarelada. A coloração das asas varia, podendo elas concordar com a descrição ou ainda ser uniformemente vermelho-amareladas.
Esta espécie voa bastante cedo. Possuo inúmeras fêmeas, coletadas já em agosto em diferentes locais montanhosos da região de São Paulo. Elas voam até por volta do final de novembro.
Procedência: São Paulo B (Cantareira, Estação Rio Grande etc. próximo à Capital).
Período de ocorrência: agosto a novembro.
Comprimento do corpo: 12 a 14 mm.
35. D. longipennis Ricardo (R. 9) (Fig. 35)
Descrição original:
Reddish brown. Thorax with four white spots. Wings with shaded cross-veins. Antennae blackish. Legs brown.
Face reddish brown, with grey tomentum and black pubescence, and long white hairs on the sides extending from the base of the antennae to the palpi and covering the cheeks; some long black hairs are intermixed with the white ones on the upper part of the face; the palpi obscure reddish brown, the second joint the length of the first, broad, ending in a point, with the upper edge rounded, the first joint with long white pubescence, the second with short black on the edges. Antennae black, the first two joints grey, with long black hairs, the first annulation of the third dull red. Forehead brown, lighter at the sides; a broad band of grey extends across on the anterior margin; the pubescence is black. Beard whitish, as are also the hairs bordering the eyes. Thorax brown, lighter at the sides, with four greysh spots on the dorsum, the posterior pair contiguous, the anterior pair more widely separated; the spare pubescence consists of black hairs, with a thick tuft of whitish hairs at the base of the wings and on the posterior margin of the thorax and a few scattered white hairs among the black ones on the sides of the anterior part of the thorax; the breast clothed with black hairs and a thick fringe of whitish hairs on the sides; the scutellum dark brown with long black pubescence. Abdomen ovale, hardly wider than the thorax reddish brown with an indistinct black central stripe, with irregular greyish bands on the posterior part of the segments, widest and most noticeable on the second segment; towards the apex darker in colour, the pubescence black, chiefly on the sides and on the posterior segments; there are some whitish hairs on the posterior border of the fifth segment and on the sides of the second, third, fourth, fifth and sixth segments; the underside is yellowish brown, with irregular black bars and black pubescence. On the other female specimen there are also fringes of white hairs on the posterior borders of the segments. Legs reddish brown, the femora darker, the pubescence black, long on the femora, short and thick elsewhere. Wings grey with brown vein all the cross-veins shaded those enclosing the basal cells most intense; no appendix. Length 10 millim. – Two females from Espirito Santo, Brazil.
This small species is easily distinguished by the grey spots on the thorax, the thick tufts of white hairs at the sides and the shaded wings, which are considerably longer than the abdomen.
Nada importante é necessário acrescentar à detalhada descrição. Possuo duas fêmeas do interior do estado de São Paulo.
Sobre as espécies não ilustradas aqui, que se encontram no catálogo de Kertész, é necessário mencionar o seguinte:
Das espécies de Macquart, P. fasciata, incisuralis e translucens pertencem, ao que tudo indica, a Esenbeckia, e dela se aproxima ainda longipalpis que, em todo caso, possui a primeira célula posterior aberta. Estas ficam portanto excluídas por hora e apenas P. unicolor, que procurei por muito tempo em vão, se mantém como pertencente ao gênero Erephopsis. Eu tendo à opinião de que só se pode tratar de E. xanthopogon, na qual a barba mal se diferencia da cor do restante do corpo. Acrescente-se a isto que Williston afirma ter examinado inúmeros exemplares da mesma espécie, nos quais havia um apêndice e a última célula posterior era aberta. Pois ambas as variações ocorrem justamente em xanthopogon, sendo a última bastante rara nas espécies de Erephopsis. Através desta confirmação, minha suposição transforma-se praticamente em certeza, principalmente porque as dimensões concordam perfeitamente.
Walker trata das seguintes espécies: fumifera, tenuistria e nana. A primeira provém de Santarém, a procedência das últimas não é conhecida. Todas as três são certamente espécies boas e ou pertencem a Erephopsis, ou devem ser vistas como tipos de novos gêneros.
P. suturalis Rondani assim como P. arcuata e filipalpis Williston pertencem ao gênero Esenbeckia, e o mesmo vale para P. bahiensis Bigot.
Passo então às descrições ainda restantes:
Erephopsis (Pangonia) unicolor Macq. (R. 2, 8).
Descrição original:
Rufa. Antennis pedibusque rufis. Alis fuscanis. Oculis hirtis (tab. 3, fig. 6).
Long. 9 l. Trompe longue de 4 l. Barbes, palpes, face, front et antennes roux. Front mat à deux bandes longitudinales luisantes.
Yeux brièvement velues. Des ocelles. Thorax et abdomen roux; dessous du corps roux. Ailes d'un rouge brunâtre; deuxième cellule sous-marginale à appendice court; première postérieure fermée au bord de l'aile.
Du Brésil, Minas Gerais. Collection de M. Bigot.
Aditamento de Williston (l. c.):
Numerous specimens. The antennae are slender, the third joint but little expanded at the base, the second to the seventh annuli of the third joint of nearly equal length, the eighth as long as the three preceding together. The face is conically produced. The second joint of the palpi is as long as the third joint of the antennae and is slenderly crescentic in shape. A rudiment of a vein is present on the anterior branch of the third vein, but the first posterior cell is open. The proboscis is long, and the labium is coiled up within the buccal cavity admiting of great extension.
Erephopsis (Pangonia) fumifera Walker (R. 3, 9).
Descrição original:
Foem. Picea; caput et pectus albohirta, illum antice ferrugineum; antennae fulvae; proboscis corpore dimidio longior; abdomen ferrugineum, fasciculis dorsalibus et apicalibus albis; pedes ferruginei, tarsis piceis; alae cinereae ad costam fuscae, apud venas transversas obscuriores.
Fem. Piceous. Head ferruginous in front, clothed beneath with white hairs. Proboscis black much more than half the length of the body. Antennae tawny, darker towards the tips. Pectus and sides of the thorax clothed with white hairs. Wings gray, brown toward the costa; transverse veinlets and angle of the cubital vein forming a slightly obtuse angle which has no rudiment of a vein clouded with darker brown; fore branch of the cubital vein hind branch joining the first externomedial at a short distance of the border of the wing. Abdomen pale ferruginous, semipellucid, darker above than beneath whit a patch of white hairs on the hind border of each segment and one on each side of the tip. Legs tawny tarsi piceous, tawny at the base. Length of the body 5 lines; of the wings 10 lines. This species much resembles P. sorbens but the latter has a longer proboscis and its abdomen is without the dorsal patches of white hairs. – Santarem, Brazil. From Mr. Bates collection.
Observação de Miss Ricardo (l. c.):
The palpi are long, the second joint broad at base, tapering to a point; wings with no appendix. Hab. Santarem, Brazil (Bates).
E. (Pangonia) nana Walker (R. 4, 9).
Descrição original:
Fulva, thorace ferrugineo, palpis fulvis apice nigris, antennis pedibusque fulvis, alis subcinereis ad costam fulvis.
This species will form a subdivision of the group for the posterior submarginal areolet is very short being closed at one-fourth of its length from the border. Body tawny, clothed with short tawny hairs; head thickly clothed beneath with white hairs; upper region of the eyes reddish brown, flat, composed of very large facets, clothed with tawny hairs; lower region brassy, convex, composed of very small facets, clothed with white hairs; sucker black nearly as long as the body, pitchy at the base; palpi tawny with black tips, a little shorter than the feelers; feelers tawny, first joint twice the length of the second; third twice the length of the first; fourth slightly curved, composed of six division, of which the first, second, third and fourth are short; the fifth is much longer than the fourth; the sixth is near twice the length of the fifth; chest ferrugineous; abdomen obconical, longer and a little broader than the chest; legs tawny, clothed with short tawny hairs; feet darker towards the tips; claws black; wings slightly gray, tawny along the fore borders; wing-ribs and veins tawny; veins pitchy towards the tips; scales and poisers tawny. Length of the body 4 ½ lines; of the wings 12 lines. – Brazil.
Observação de Miss Ricardo (l. c.):
E. nana, ♀. In this species the first posterior cell is closed far from margin and more rounded than usual. Hab. Brazil.
E. (Pangonia) tenuistria Walker (R. 3, 9).
Descrição original:
Pangonia tenuistria n. sp. Cinereo-nigra, abdomine nigro albo univittato, pedibus piceis, femoribus nigris, alis limpidis; basi fuscis.
Resembles a Bombylius. Body greyish black; head thickly clothed beneath with black hairs; eyes dark piceous, with a metallic tinge; mouth black, hardly half the length of the body; feelers black; breast and sides of the chest clothed with black hairs; abdomen black, thickly clothed above and below with short black hairs, and having on the back a slender, short and irregular white stripe; legs very dark piceous; thighs black clothed with short black hairs; wings colourless, pale brown towards the base which is dark brown; veins piceous, tawny along the fore border; poisers ferruginous with piceous tips. Length of the body 6 lines; of the wings 12 lines. Brazil. From Mr. Mornay's collection.
Aditamento de Miss Ricardo (l. c.):
The palpi have the second joint shorter than the first and club-shaped. Wings have no appendix.
E. fulvitibialis Ricardo (in: Ann. Mag. Nat. Hist. (7), v.5, Febr. 1900)
Descrição original:
Brown. Antennae reddish brown. Palpi black, long and slender; second joint equal in length to the first, broader at base, tapering to a point. Face with upper part covered with hoary pubescence. Beard white. Thorax chestnut-brown with some hoary pubescence, white hairs at the base of wings. Abdomen shining; a tuft of white hairs on the lateral margins of second, fifth and sixth segments; on the underside the white hairs become a faint band on the second segment. Legs brown; the tibiae and the first joints of tarsi yellow, the posterior tibiae and the tarsi are darker in colour. Wings hyaline, brown at the base and on fore border, cross-veins sligthly shadowed. Length 15 proboscis 8 millim. Hab. Brazil (Mornay).
Com isto estaria pronta a lista das pangônias no sentido amplo. Certamente não se pode admitir dúvida de que ainda ocorrem na região algumas espécies desconhecidas; todavia, provavelmente, será fácil decidir, com base nas presentes descrições e figuras, se os exemplares coletados pertencem a espécies já conhecidas ou novas.
Gênero Esenbeckia Rondani
Embora este gênero pareça limitado às partes mais quentes do continente americano, existem inúmeras espécies suas que em parte ainda não se encontram descritas. Como tipos devem valer os que Wiedemann erroneamente incluiu em Silvius e os que Rondani subdividiu em vulpes Wied. e esenbeckii Wied. (pangonina Rondani). A pesquisa deste gênero está ligada a grandes dificuldades, já que se trata de espécies bastante variáveis, das quais amiúde apenas exemplares esporádicos existem, e que em parte são provavelmente muito semelhantes entre si. É, portanto, bastante difícil orientar-se apenas através das descrições, principalmente levando-se em consideração que a indicação exata da procedência, tão importante justamente aqui, inexiste quase completamente. As espécies diferenciam-se umas das outras, em parte de modo bastante significativo, através da presença ou ausência de calosidades nítidas no vértice; através da constituição deste último e de sua forma, dela dependente; através do desenho das asas, não raro conspícuo, e especialmente através da forma do abdome. No entanto, uma divisão em diferentes gêneros exigiria provavelmente um material mais rico do que o que está à minha disposição atualmente. No momento já é possível afirmar que elas mostram, através de seus caracteres peculiares, uma relação bem mais próxima com as tabaninas do que as verdadeiras pangoninas. Dou aqui primeiramente a descrição das formas brasileiras de que disponho, para cuja seqüência foi determinante a escala de tamanho.
36. E. fuscipennis Wied (R. 1, 2, 3) (Fig. 36, 37)
Descrição original:
Rückenschild rostbraun; Hinterleib kastanienbraun, an jeder Seite mit kleinen weißen Flecken; Flügel braun mit gelber Wurzel. – 9 ½ Linien ♀; Rüssel 2 Linien. – Aus Brasilien.
Fühlerwurzel bräunlich, Endglied brennend rostgelb. Taster bogenförmig, gleichbreit, dunkelrostbraun, Grundfarbe der Stirnekastanienbraun mit rostbraunem Ueberzüge; auf dem Scheitel eine Hervorragung, die nach dem Abreiben zuweilen wie Punktaugen aussieht. Grundfarbe des Rückenschildes schwärzlichbraun, bei einigen in's Kastanienbraune übergehend, aber von dichten rostgelben Härchen bedeckt; Brustseiten bräunlich mit gelblicher Behaarung. Hinterleib platt, glänzend kastanienbraun, mit kurzen dicht anliegenden schwarzen Härchen; am Hinterrande des zweiten bis vierten Abschnittes auf jeder Seite ein kleiner Flecken von gelblichweißen Haaren, an den Bauchabschnitten gleichfalls. Flügel am Wurzeldrittel rostgelblich, Schwinger kastanienbräunlich mit gelblichem Knopfe. Beine mehr weniger kastanienbraun.
Ändert ab mit schneeweißen Flecken des Hinterleibes, nur an der äußersten Wurzel rostgelberen Flügeln und gelblicheren Beinen.15
Em função da análise de dezesseis exemplares, acrescento o seguinte à descrição: presença nítida de ocelos. A larga base amarela das asas encontra-se apenas na quarta parte dos casos, e deve ser entendida, portanto, como variedade (var. flavescens, Fig. 37). Nas asas pouco amarelas encontra-se, não raro, um extenso fenestramento (var. fenestrata); um esboço encontra-se na maioria dos exemplares na forma de manchas esporádicas claras no interior de algumas células. O macho é um pouco menor, e, fora isso, diferencia-se apenas através dos olhos que se unem [holópticos] e do abdome um pouco mais pontiagudo.
Procedência: Rio B (Petrópolis), São Paulo B (Serra de Cubatão, Guararema, Ilha de São Sebastião etc.). Variedades ocorrem comumente. Dois exemplares do Museu de Hamburgo possuem como procedência: “La Plata. ded. Gercke”. Ambos possuem asas marrom-cinzentas bastante claras sem fenestramento e com bases pouco amarelas.
Período de ocorrência: fevereiro a abril.
Comprimento: 22 mm.
38. E. nigricorpus n. sp. (Fig. 38)
Probóscida mais curta do que o tórax, preta opaca, assim como os palpos, antenas e olhos; face e vértice, pelo contrário, com polinosidade cinza. O último bastante alargado anteriormente, com calosidade claviforme negra brilhante, e nítido calo ocelar negro. Da barba apenas alguns pêlos pretos estão presentes.
Mesonoto cinza bastante escuro, com estrias longitudinais brilhantes na disposição habitual, um pouco mais marrom-avermelhadas nas margens laterais em direção à margem posterior. Pleuras e face ventral do tórax negro-fuligem com pêlos negros. Ao redor da base das asas encontram-se alguns tufos de pelinhos brancos.
Abdome um pouco desnudado, dorsal e ventralmente negro brilhante; nas margens laterais do segmento tufos aproximadamente triangulares de pelinhos níveos. Margem posterior com cílios negros.
Asas, na metade basal, irregularmente delimitadas de amarelo-enxofre na célula costal, base e escâmulas, tendendo para o amarelo-laranja; metade distal pardo-avermelhada escura, quase negra, com fenestramento na quarta célula posterior e na célula apical. Um fenestramento deste tipo, porém excêntrico, na parte distal da célula anal, encontra-se com a metade na parte basal amarela. Nervura costal negra, as outras são amarelo-couro ou vermelho-amareladas nas partes amarelas e pardas a negras nas partes escuras. Apêndice relativamente curto, primeira célula posterior e primeira célula anal fechadas antes da margem.
Pernas totalmente negro-piche, apenas os empódios mais claros, pardo-amare-lados.
O presente exemplar, fêmea, está um pouco desgastado e bolorento, mas de modo geral bem conservado. Considero como nova esta espécie bastante conspícua, já que ela se diferencia de todas as descrições que conheço.
Este exemplar pertence à coleção do Museu de Hamburgo e foi coletado na colônia Hansa (estado de Santa Catarina).
Tamanho: 21 mm.
39. E. clari n. sp. (Fig. 39, 40)
Probóscida consideravelmente mais curta que o tórax, de coloração marrom-avermelhado-escura a enegrecida. Antenas e palpos de vermelho-amarelado a marrom-avermelhado, assim como a face, que apresenta, lateralmente e na parte superior, alguns pelinhos branco-amarelados. Vértice com calosidade castanha brilhante sobre base marrom-avermelhado-opaca. Olhos escuros, com brilho esverdeado. Barba curta, amarela albescente, o mesmo tipo de pelinhos no occipício.
Mesonoto marrom-avermelhado bastante claro, as quatro faixas longitudinais habituais e o escutelo totalmente ou quase negros; alguns tufos de pelinhos curtos, amarelos, bastante pálidos, acima e antes da base das asas; eles encontram-se – sobre base bastante escura, marrom-avermelhada – nas áreas laterais e inferiores do tórax. Abdome, especialmente na parte anterior, nitidamente transparente, de cor amarela a marrom-avermelhada, tornando-se mais escuro em direção à parte posterior; é amarelo-chifre opaco nas laterais do primeiro segmento. As margens posteriores de todos os segmentos possuem pilosidade amarelo-pálida, no primeiro completamente, nos seguintes embaixo totalmente e em cima pelo menos nos quartos externos, onde os pelinhos amarelos se estendem até as margens laterais com figura aproximadamente triangular.
Asas pálidas a amarelo-enxofre na parte basal; na margem posterior, do ápice à célula anal, cinza-amareladas; entre ambas áreas corre uma faixa bastante larga, reentrante e irregular, às vezes fenestrada, indo da margem anterior antes do ápice à célula cubital. Sua cor é um marrom-claro fortemente avermelhado. Em um dos meus três exemplares (var. infuscata Fig. 40) a coloração marrom prolonga-se até a base das asas e sobre a escâmula, que nos outros é de um amarelo intenso, tal como a base das asas e a célula costal. As nervuras são amarelo-couro a pardas, sendo mais avermelhadas nas partes amarelas das asas. Um apêndice está evidentemente presente, a primeira célula posterior e a célula anal são visivelmente fechadas antes da margem. Halteres marrom-avermelhados, às vezes um pouco mais claros na superfície apical.
As pernas são de ponta a ponta amarelas a marrom-avermelhadas.
Possuo três fêmeas, da região do Rio Feio, e dou-lhes o nome de seu coletor, Monsenhor Claro Marcondes, que foi ali mesmo morto por índios selvagens. No Museu de Viena existem duas fêmeas, coletadas por Natterer em Ipanema e que representam formas intermediárias.
Procedência: São Paulo C.
Período de ocorrência: janeiro a março.
Comprimento: 20 mm.
Aditamento. Várias fêmeas desta espécie e variedade foram coletadas em 1907 e 1909. São em média mais escuras, de amarelo mais intenso e quase negras (o descoramento dos originais ocorreu provavelmente no tubo [de coleta] de cianeto de potássio.
41.E. lugubris Macq. (R. 2, 3) (Fig. 41)
Descrição original:
Nigra. Anennis nigris, pedibus nigris. Alis nigricantibus. Long. 7 ½ l.
Corps peu élargi, d'un noir luisant, un peu verdâtre. Trompe noire longue de 1 ½ ligne, à lèvres terminales distinctes. Palpes noirs, élongés, déprimés, arqués, tronqués à l'extrémité. Barbe courte, grisâtre. Face peu convexe, d'un gris obscur. Front assez étroit, gris, à bande longitudinale noire, élargie vers la base qu'elle n'atteint pas. Ocelles distinctes. Antennes: troisième article à dent obtuse. Thorax à poils blanchâtres, clairsemés. Abdomen à poils blancs de chaque côté du bord postérieure des segments. Ailes: une petite tache claire au milieu des cellules basilaire interne, discoïdale, quatrième et cinquième postérieures; un point blanc à la base de la basilaire externe e de la discoïdale; une petite bande blanche, longitudinale, à la base de la marginale, nervures normales. – Du Brésil. Sylveira. Muséum.
O exemplar reproduzido combina bem com essa descrição e com a figura que a acompanha; apenas o fenestramento é um pouco diferente, e falta o enfumaçamento largo e cinza-claro da margem posterior, visível na figura. Nesta e na maioria das espécies próximas o terceiro segmento antenal é espesso na base e comprimido lateralmente, afilando-se rapidamente e terminando em um longo ápice encurvado para cima, o que provoca uma semelhança conspícua com as antenas dos tábanos verdadeiros. O segmento apical possui no entanto 8, e não apenas 5 segmentos, e é portanto mais longo.
Procedência: São Paulo C (uma & de Ribeirão Preto).
Período de ocorrência: fevereiro a março.
Comprimento: 20 mm.
42.E. dubia n. sp. (Fig. 42) (Descrição feita a partir de desenho colorido. O original encontra-se no Museu de Montevidéu.)
Probóscida preta, mais curta que o tórax. Segmento palpal bastante estreito, afilando-se progressivamente, de coloração vermelho-amarelada. Os dois segmentos antenais basais igualmente vermelho-amarelados, o terceiro inexistente. Face e vértice marrom-amarelados, o último com calosidade claviforme marrom e nítidos ocelos. Olhos verdes, barba branca.
O mesonoto mostra as quatro faixas habituais de coloração marrom-escura sobre fundo marrom-amarelado; as medianas não são nitidamente separadas. O escutelo e uma bainha que envolve o primeiro segmento abdominal também mostram a mesma coloração.
Abdome marrom-enegrecido dorsalmente, mas com a margem posterior de cada segmento com coloração muito mais clara e um pouco transparente. A cor é um marrom-amarelado-avermelhado. O primeiro segmento da mesma forma, porém mais claro. Nas laterais das margens posteriores manchas brancas de pêlos, como nas espécies descritas acima.
Asas de um intenso marrom-amarelado na costa e na base, células basal e anal de um amarelo bastante claro. O restante das asas cinza-avermelhado, sobre o qual surge, a partir de um largo margeamento marrom-cinzento de uma parte da nervura, uma escura faixa irregular não muito nítida. Todas as nervuras de um amarelo-couro-escuro ou marrom-avermelhado. Apêndice nítido, primeira célula da posterior e célula anal fechadas antes da margem. Escâmulas fortemente amarelas. Halteres pardos, mais amarelados nos capítulos.
Pernas marrom-sépia, os fêmures um pouco mais escuros, pulvilos amarelados.
Procedência: Argentina (Entre Ríos).
Período de ocorrência: ?
Uma fêmea de 19 mm.
43.E. biscutellata n. sp. (Fig. 43)
Aqui também a descrição se baseia apenas na figura, já que o original acabou de ser devolvido ao Museu de Montevidéu.
Probóscida como de hábito; palpos e antenas vermelho-tijolo-claros, o primeiro com os artículos apicais não muito estreitos. Face e barba amareladas, assim como o vértice, que apresenta uma calosidade claviforme marrom-clara. Ocelos nítidos, olhos verdes.
Mesonoto um pouco marrom-amarelado, com as quatro faixas habituais, das quais as do meio não são nitidamente separadas. Sua cor é um marrom algo avermelhado, assim como o do escutelo.
Na face superior do abdome os dois primeiros segmentos são amarelo-chifre transparentes; no segundo, partindo do meio da margem anterior, uma mancha que repete a forma e a cor do escutelo. Os demais segmentos apresentam a mesma coloração marrom-avermelhada com uma faixa amarela estreita na margem posterior.
Asas cinza-avermelhadas. Célula costal, campo basal e escâmula de tom mais amarelo, as células próximas à base cinza-amareladas bastante claras. Nervuras marrons, apêndice presente, primeira célula posterior e célula anal fechadas antes da margem.
Pernas marrom-avermelhadas, somente os pulvilos amarelos.
Procedência: Paraguai.
Período de ocorrência: ?
Uma fêmea de 18 mm.
44. E. filipalpis Williston (R.8) (Fig. 44)
Descrição original:
Eyes bare. Ocelli present. Front narrow, yellow, with a slender, denuded streak. First two joints of the antennae yellow, the third orange-red: basal segment broad, the annulate portion slender, the terminal annulus long, style-like, as long as the preceding four annuli together. Palpi yellow, the second joint long, slender and arcuate. Proboscis stout, a little longer than the vertical diameter of the head, black, the labella short. Face receding in profile, covered with yellow dust. Beard scant, nearly white. Mesonotum deep brown or black beneath the yellowish dust, forming three broad, nearly confluent stripes and leaving the lateral margins yellow. Pleurae brown and yellowish, with white pile. Scutellum nearly black whitish dusted. Abdomen elongate: first segment light yellow, with a black spot beneath the scutellum; second segment light yellow, with a black spot in the middle in front; third segment black, with the hind part yellow, the immediate margin pallid yellow; the remaining segments black, with a pallid yellow hind margin. Legs black. Wings tinged with brown, in front yellowish; anterior branch of third vein with a long stump; first posterior cell closed. Length 17-18 mm. – Two specimens in Paraguay.
A forma dos palpos e a procedência (Paraguai) bem como a concordância geral garantem a identidade, apesar da leve diferença de cores, que se depreende da figura. O original encontra-se no Museu de Montevidéu. Mede 17 ½ mm.
Procedência: Paraguai (rio e cidade). Amazonas (Bates) segundo Ricardo. (Tratar-se-á da mesma espécie?)
Período de ocorrência: ?
45. E. ferruginea Macq. (R. 2, 3) (Fig. 45)
Descrição original:
Ferruginea. Antennis pedisbusque rufis. Alis flavidis. Long. 6 l. ♀.
Corps assez étroit. Trompe brune, longue de 1 1/3 l. Palpes d'un fauve brunâtre. Face, front et antennes fauves. Yeux nus. Des ocelles. Face, front et antennes fauves. Les quatre derniers segments de l'abdomen d'un ferrugineux brunâtre. Nervures des ailes normales.
Du Brésil au nord de la capitainerie de Saint-Paul.
Apesar da brevidade da descrição, não pode haver sérias dúvidas quanto à identidade dos meus exemplares. A espécie chama atenção pela monocromia, amarelo-cinza, descaindo apenas um pouco para o avermelhado. Nos meus exemplares os palpos e às vezes as antenas são realmente avermelhados, mas não as pernas. A calosidade frontal tem forma linear e o vértice não é mais largo na frente que atrás. Os olhos são verdes. A espécie não parece muito variável.
Possuo no momento oito fêmeas de Goiás, onde a espécie parece freqüente. Além disso há uma fêmea bastante semelhante da Venezuela.
Ocorrência: Brasil, Goiás (Amaro Leite, Rio dos Bois), Minas; Venezuela.
Período de ocorrência: agosto (e outros meses).
Tamanho: cerca de 16 mm.
No Brasil e em países vizinhos existe ainda uma série de espécies, que não possuo, e cuja descrição reproduzo a seguir:
E. vulpes Wied (R. 1, 3, 17, nos primeiras citados como Silvius).
Descrição original:
Ferrugineus; tibiis posticis nigro-pilosis; alis saturate flavido-fuscanis. 7 ½ Linien. ♂ ♀. – Aus Brasilien.
Durch Fühler ohne Zahn, sehr deutliche Punktaugen, bräunliche Flügel und Flügeladerverlauf hinlänglich von Tabanus unicolor verschieden, dem er auf den ersten Blick einigermaßen gleicht. Farbe des Rückenschildes minder satt, vorn fast ein klein wenig schimmelgraulich, übrigens das ganze Thier fast überall gleich rostgelb, nur die hintersten Schienen mit äußersten kurzen schwarzen Härchen besetzt. Außenast der Gabelader ein wenig über die Verbindungsader hinausgehend. Innenast an der Spitze mit der nächsthintern Ader am innern Rande der Flügel vereinigt. – Im Berliner Museum das Männchen, in meiner Sammlung das Weibchen.16
Na descrição, algo insuficiente, falta uma indicação sobre o vértice e a calosidade. Suponho, a partir daí, que este último seja pouco conspícuo, de forma linear, talvez coberto por pêlos curtos, como é o caso de Tabanus unicolor. Vi o macho em Berlim, mas apenas anotei que ele certamente pertence à forma por mim chamada de Dyspangonia. A espécie seguinte, que eu antigamente considerava equivalente, diferencia-se através da barba branca das asas claras e talvez através da dimensão um pouco maior.
E. flavescens Ricardo (R. 9)
O exemplar fêmea é descrito por Miss Ricardo da seguinte maneira:
This was incorrectly placed by Walker under Tabanus, as T. testaceus Macq.; it is a Pangonia, apparently not described till now. Yellow. Antennae bright yellow the first two joint greyish, the first annulation of the third joint is wider than the second joint. Proboscis short and stout. Face darker in colour at base with some black hairs. Beard white. Palpi red, bordered with short black hairs, long and curved, the same with throughout. Ocelli present. Thorax bordered on margin with yellow-orange hairs, as is the scutellum. Abdomen long slightly darker in colour at the apex. Legs yellow, posterior femora with black pubescence. Wings hyaline, darker on the fore border and at base, with a long appendix. Length 18-19 mm. – Hab. Brazil.
E. esenbeckii Wied (R. 1, 2, 7, nos primeiros citados como Silvius), sinô-nimo de Esenbeckia pangonina Rondani.
Descrição original:
Fuscus; abdomine niveo-fasciato, alis basi flavidis apice fuscis, pedibus nigris. – 8 Linien. – Aus Brasilien.
Fühler bräunlichschwarz, ohne Zahn; Taster schwarz; Untergesicht und Stirn bräunlich, letzter unten weißlich, mit röthlich-brauner Schwiele.
Punktaugen deutlich. Rückenschild braun, mit gelblichen Härchen. Hinterleib rothbraun, Spitzenrand jedes Abschnittes gelblich, mit schneeweißen Härchen gewimpert, die beiden letzten Abschnitte nur an den Seiten. Auch am Bauche zeigen wenigstens die drei mittleren Abschnitte schneeweiße Wimpern. Flügel an der Wurzel bis fast zur Hälfte der ganzen Länge gelb, von da an scwarzbraun. Äußerer Ast der Gabelader mit der nächst folgenden vereinigt. Beine schwarz.17
Não cheguei a ver o original, e não sei se ele ainda existe. Apesar das várias concordâncias, ele não se deixa identificar com nenhuma das espécies anteriores, e parece diverso também da próxima espécie descrita, com a qual o associei anteriormente.
E. fasciata Maquart (R. 2, 3).
Descrição original:
Brunnea, antennis nigris. Abdomine fasciis flavicantibus. Pedibus nigris. Alis parte antica flavicante, postica fusca. – Long. 7-9 l.
Trompe noire, longue de 1 1/3, 1 ¼ ligne. Lèvres um peu épaissies. Palpes bruns. Face et front d'un gris jaunâtre; ce dernier à bande longitudinale noire, quelquefois recouverte de duvet gris. Des ocelles. Thorax brun, sans lignes distinctes; côtes d'un brun rougeâtre. Abdomen peu élargi, d'un brun noirâtre; chaque segment, à l'exception des deux derniers, à large bord postérieur, d'un jaune blanchâtre, devenant d'un blanc argenté à l'incision; ventre semblable à l'abdomen. Ailes d'un jaune pâle de la base à celle de la cellule discoïdale, ensuite brunes. Nervures normales. – Du Brésil.
Tampouco desta espécie conheço o original. A descrição apresenta algumas concordâncias com E. dubia mihi; mas não acredito que possa tratar-se da mesma espécie.
E. translucens Macquart (R. 2, 3).
Descrição original:
Thorace rufescente, tomentoso. Abdomine depresso, elongato, base flavo, diaphano, apice nigro. Oculis nudis. Pedibus nigris. Alis fuscis (tab. 3, fig. 5).
Long. 8 l. Trompe longue à peine d'une ligne et demie; palpesnoirs. Face noire, à duvet gris. Front noir, bord antérieur et côtés à duvet jaunâtre; une saillie longitudinale dans presque toute la longueur. Antennes: les deux premiers articles noirs; le troisième manque, point d'ocelles. Thorax à duvet
épais d'un fauve grisâtre. Abdomen déprimé alongé; premier et deuxième segments transparents, jaunâtres à tache dorsale noire, triangulaire, s'étendant sur ces deux segments; les autres noirs; un peu de duvet d'un blanc jaunâtre au bord postérieur de ces segments. Ventre: les quatre premiers segments d'un jaune transparent, à taches noires sur les côtés; les autres noirs. – Du Brésil, M. Guérin.
Esta espécie provavelmente também é diversa das descritas. A ausência dos ocelos, se comprovada e constante, seria um caráter bastante singular.
E. prasiniventris Macquart (R. 2, 3, 7).
Descrição original:
Fusca. Thorace rufo. Abdomine viridi. Antennis pedibusque rufis. Oculis nudis (tab. 3, fig. 9).
Long. 7 l. Voisin du P. viridiventris. Trompe longue de 1 ½ l. à lèvres terminales non renflées. Palpes testacés, à l'extrémité brune. Face et front brunâtres; callosité de ce dernier longue, brune. Barbe blanche. Des ocelles. Thorax à léger duvet blanchâtre; côtés à poils blancs. Abdomen d'un vert pomme; côtés des derniers segments à poils blancs; ventre vert, à léger duvet blanc. Pieds: postérieurs bruns, à cuisses fauves en dedans; jambes légèrement ciliées et tarses munis de duvet fauve em dessous. Ailes brunâtres; un peu de fauve à la base et au bord extérieur; nervures normales.
De la Colombie. Collection de M. Fairmaire.
Esta espécie parece largamente distribuída, e é provável que seja encontrada no Brasil. Ela não pode ser parente de viridiventris, já que a última parece fazer parte de Diatomineura. Tenho em mãos um macho da Venezuela e uma fêmea do oeste do Equador. Schiner, cujos exemplares provavelmente provêm da Venezuela, dá a seguinte descrição mais exata:
Sete machos e seis fêmeas da América do Sul. A diagnose macquartiana desta espécie concorda completamente com os exemplares que tenho em mãos, mas na pormenorizada descrição aparecem alguns detalhes que poderiam dar motivo a dúvidas em relação à identidade da espécie: 1. A espécie não tem parentesco com P. viridiventris Macq., especialmente o aspecto geral é bastante diverso; 2. Os palpos não são marrons no ápice, mas a margem e o ápice têm pilosidade curta e negra, o que lhes dá uma aparência escura; 3. A coloração da cabeça não é marrom, mas sim marrom-avermelhada; o tomento do escudo é amarelado; 4. As pernas são, assim como dado na diagnose, amarelo-avermelhadas (Pedibus rufis), mas as posteriores não são marrons, como afirmado na descrição; somente em alguns exemplares, especialmente nos machos, que Macquart no entanto não conhecia, elas são fortemente escurecidas.
O macho assemelha-se à fêmea, o abdome é verde-maçã mais vivo, no entanto o primeiro segmento é amarelado, as margens dos segmentos, e mais largamente dos últimos segmentos, são enegrecidos, sendo o último às vezes totalmente negro; a genitália, no entanto, é sempre amarelo-vermelha. Asas de cor amarelada, às vezes de um marrom-avermelhado bastante intenso.
O prolongamento em forma de lóbulo nas laterais dos segmentos posteriores do abdome parece-me bastante característico para esta espécie. Meu exemplar macho está bem de acordo com a descrição, porém as asas são menos opacas e as tíbias posteriores possuem cílios enegrecidos. A espécie, que ao que parece também ocorre na América Central, é provavelmente um pouco variável, como muitas espécies largamente distribuídas. É muito semelhante a ferruginea.
E. longipalpis Macquart (R. 2, 3)
Descrição original:
Thorace brunneo pubescente caeruleo-nigro. Abdomine incisuris albis pedibus brunneis (tab. 1, fig. 3).
Long. 5 ½ l. ♀. Trompe courte, épaisse; palpes noirs, égalant la longueur de la trompe, bordés de petits poils noirs de chaque côté. Face noire. Front a duvet brunâtre; des ocelles. Yeux nus. Antennes noires; première division du troisième article courte, subconique; les autres menus. Thorax noir, à reflets bleus et duvet brunâtre, et lignes pâles peu distinctes. Abdomen de la largeur du thorax, à cotes droits, a reflets bleus. Balanciers bruns. Ailes grises; deuxième cellule sous-marginale appendiculée; première postérieure ouverte.
Fora isto, a espécie pertence a Esenbeckia, entretanto a primeira célula marginal posterior, se constante, poderia justificar uma divisão. Pelo menos ela seria um caráter singular, ainda não observado.
E. bahiana Bigot (R. 6).
Descrição original:
Fem. Long. 20 mm. Antennis haustello vix capite longiore, labris obsoletis, palpis et facie rufis; oculis nudis; fronte pallide flavido-pruinosa, callositate fulva; toto corpore rufo, pruinoso; alis fuscis furcâ venae quartae longitudinalis appendiculatâ.
Pippete à peine un peu plus longue que la hauteur de la tête, lèvres atrophiées; palpes, antennes et face rougeâtres; front d'un jaunâtre pruineux callosité roussâtre; les yeux glabres. Tout le corps rougeâtre, légèrement pruineux; ailes brunes avec les nervures roussâtres, bifurcation externe de la quatrième longitudinale (Rondani) longuement appendiculée. Bahia (Brésil). – Un spécimen.
A descrição lembra muito E. vulpes Wiedemann, porém o comprimento é significativamente maior e, além disso, o ciliamento negro das tíbias posteriores também não é citado.
Aditamento. Desde então tive a oportunidade de examinar uma fêmea bastante análoga de Minas.
E. suturalis Rondani (R. 5).
Descrição original:
♀. Long. 16 mm. Antennae articulis duobus primis sublutescentibus, nigropilosulis, ultimo fulvo rufo, summo apice nigricante. Palpi elongati, compressi, latiusculi et paulo arcuati, sublutescentes et nigro pilosuli, basi paulo angustiores, apice subacuminati. Oculi nudi, ocelli manifesti. Facies et frons fusco subcinerescentes, línea frontali elevata, nigra. Barba alba. Thorax dorso fulvo et fulvo pilosulo, pleuris subcinereis, albopilosulis. Scutellum colore thoracis. Squamae superne nigricantes, inferne lutescentes. Halteres subfulvi, capitulo apice pallidiore. Abdomen segmento primo sordide albo, subtranslucido, secundo nigricante subtranslucido, sequentibus nigris, omnibus línea albida et albo pilosula postice marginatis; ventre segmentibus primis duobus sordide albides, sequentibus nigris, postice albo marginatis; ventre segmentibus primis duobus sordide albidis, sequentibus nigris, postice albo marginatis. Alae pauco infuscatae, basi et costa antice fulvescentibus et venis majoribus fulvo limbatis; vena quarta longitudinalis prope originem appendiculata. Pedes rufescentes, posticis fulvioribus, tarsis tibiisque nigricantibus. Brésil 1846 (v. Ghiliani).
De acordo com a descrição e com um desenho colorido recebido do Museu de Nápoles, provavelmente trata-se de uma espécie ainda não descrita.
E. arcuata Williston (R. 8).
Descrição original:
Eyes bare. Ocelli present. Front narrow; dark ochraceous, with a slender dark line in the middle. First two joints of the antennae yellow, the third yellowish red; third joint considerably dilated at the base, the eighth annulus long style-like. Face mostly yellowish in ground-colour, lightly dusted, receding in profile, palpi yellow, the second joint much elongated, arcuate and porrect, extending as far forward as do the antennae. Proboscis stout, scarcely as long as the thorax, black. Mesonotum yellow, but little shiny, thinly yellowish and blackish pilose. Pleurae densely white pollinose and with white pile. Abdomen moderately elongated, shiny, thinly black pilose, except on the hind margins of the segments where it is white; first segment light translucent yellow, second segment yellow with the anterior margin in the middle more or less brownish; third segment dark brown with the hind margin yellow; remaining segments nearly black, with the hind margin narrowly pallid yellow. Legs yellow, the hind tibiae and tarsi for the most part brown. Wings tinged with brownish, in front yellowish; anterior branch of the third vein with a long stump; first posterior cell closed. Length 14 mm.
Two specimens, Chapada, Brazil, H. H. Smith.
A espécie mostra, ao lado de algumas analogias, diferenças suficientes para que seja separada de biscutellata e de outras espécies semelhantes. Além disso, ela provém de uma outra região, já que a Chapada fica no Maranhão.18 Ricardo cita duas fêmeas coletadas por Bates na região amazônica.
Fora da região existem ainda muitas espécies que se propagam até o sul da América do Norte. Cito aqui ainda E. diaphana Schinner da Colômbia e E. subvaria (Tabanus subvarius Walker) da Venezuela, na fronteira da região. A primeira parece próxima a translucens Macq., a última, pelo contrário, a fuscipennis Wied.
Um aspecto que salta aos olhos é que, com exceção de fuscipennis, todas as espécies brasileiras cuja procedência é conhecida, são originárias do interior.
As crisopinas, bastante diversas das demais Opisthacanthae sul-americanas, apresentam, pelo contrário, um caráter bastante uniforme no todo. Como caráter da família deve-se considerar, além da constituição da antena, a calosidade oval transversal do vértice e a calosidade da face. As antenas possuem os dois segmentos basais iguais e bastante longos; às vezes o primeiro, especialmente na metade inferior, é bastante inchado, o último possui apenas cinco artículos, os quatro últimos sendo bastante curtos. As asas ficam constantemente abertas diagonalmente e possuem uma singular faixa transversal escura bastante constante, próximo ao meio. Os desenhos do mesonoto e do dorso abdominal reaparecem em várias espécies de modo conspícuo; eles variam quase exclusivamente entre os tons marrom-enegrecido e amarelo. Bastante característico é o singular desenho dos olhos, composto por faixas entrelaçadas, às vezes angulosas e em alguns locais alargadas, que só raramente ocorre em outras espécies. Em oposição às descrições de espécies européias e norte-americanas, encontro, contanto que tenha pesquisado exemplares recém-coletados, a coloração básica variando entre violeta escuro e negro e as faixas verde-claras, as quais são verde-ouro em exemplares conservados. Nestes as cores também podem aparecer invertidas. Em exemplares bem antigos não é mais possível verificar o desenho.
O desenho dos olhos não está de acordo com nenhum dos tipos dados por Osten-Sacken (R. 19) para os crisopídeos norte-americanos, no entanto, aproxima-se bastante do terceiro tipo. Entre si, as espécies mostram apenas poucas diferenças, com exceção de uma espécie.
Uma manifestação singular é que em várias espécies os desenhos do abdome são bastante semelhantes, razão pela qual se é facilmente levado a ver apenas variações, onde na realidade há espécies. Isto ocorre, por exemplo, por um lado com Chrysops laetus Fabr. e varians Wied., por outro lado com costatus, crucians, molestus e fusciapex (n. sp.). Em todas estas espécies, e também em tristis, a célula anal é aberta na margem posterior, o que também ocorre com espécies européias.
No estado de São Paulo encontram-se cerca de sete espécies que se caracterizam, quase sempre, por um longo período de ocorrência, extensivo aos meses de inverno, grande freqüência e distribuição quase uniforme, de modo que amiúde quase todas as espécies podem ser apanhadas no mesmo dia e no mesmo lugar. Dados mais exatos sobre procedência e período de ocorrência têm, portanto, para elas pouco valor.
As espécies locais de Chrysops normalmente pousam sobre as orelhas dos cavalos para picar, nos humanos instalam-se de preferência no chapéu, mas eventualmente também picam, e de modo bastante doloroso. Consegui levá-las a picar pássaros. Dou primeiramente a lista das espécies locais e começo com as descritas por Wiedemann, com a omissão das diagnoses e descrições de Fabricius. As espécies são pouco variáveis e podem ser reconhecidas sem problemas a partir das figuras.
46. Chrysops costatus Fabricius (R. 1, 2, 3, 20) (Fig. 46, 46a)
Descrição de Wiedemann:
Fühler bräunlichgelb; Taster rostgelb; Untergesichts- und Stirnschwiele gelblichbraun; Stirn ochergelb. Rückenschildstriemen keineswegs schwarz, sondern licht braun. Hinterleibstriemen satter braun, vom zweiten Abschnitte anfangend hinten gespalten, der äußere Ast bis zum fünften, der innere bis zum vierten Abschnitte fortlaufend. Flügel wasserklar; an Wurzel, Rippe, Spitze und Binde licht bräunlich; zwiechen dem geraden hintern Rande der breiten Binde und der Flügelspize eine schmale wasserklare Binde gezackt und durch die mittleren Queradern begrenzt. Beine bleich rostgelb, Spitze der hintersten Schienen und aller Fußwurzeln braun. – 4 Linien, ♀.19
A descrição é suficiente para a identificação. No entanto, existem exemplares de coloração bastante pálida e bastante escura. O macho, segundo me consta, não foi descrito até o momento. Tenho em mãos um exemplar de Santos, o qual, mesmo com desenhos alares bastante diferentes, cabe aqui, por causa de suas outras características.
A seguir dou os caracteres:
46a. Face em forma de cone achatado, de cor amarelo-mel clara, bastante saliente; primeiro segmento antenal fortemente intumescido, inchado na base em forma de cebola. Olhos encontrando-se no centro, deixando lugar apenas a ocelos bastante nítidos. Os primeiros têm facetas largas e cor de marrom-dourado a ouro (em exemplares secos) no centro e nos dois terços superiores; o terço externo e quase toda a margem posterior escuros e com facetas estreitas. Os desenhos da parte dorsal do corpo, tanto quanto visíveis no corpo, fortemente atrofiado e deformado, são parecidos com os das fêmeas.
Asas: ápice marrom-claro, com manchas escuras no interior das células; bainha distal da célula apical um pouco mais clara; faixa transversal escura delimitada de forma irregular em sua margem posterior (distal) e fenestrada em toda a sua extensão, com exceção da parte costal amarelo-ouro, somente as bainhas, uma mancha central na célula discoidal e três prolongamentos que vão da margem posterior ao centro da célula seguinte, pardos; as nervuras são geralmente muito escuras na faixa transversal e além disso as nervuras transversais têm bainha parda. Base alar bastante clara, amarelo-ouro na costa e na base.
Outras singularidades não precisam ser descritas. Tamanho 7 mm.
Esta espécie mais ou menos variável não é largamente distribuída apenas na América do Sul, mas provavelmente ocorre também na América Central e nas ilhas da Índia Ocidental. Tenho em mãos um exemplar da Colômbia, ao passo que um parecido do Equador (San Antonio de Curaray) parece pertencer a uma outra espécie, porém bastante semelhante.
47. Chr. leucospilus Wied (R.1, 3, 7) (Fig. 47)
Descrição original:
Dem folgenden nahe verwandt. Fühler honiggelb, drittes Glied braun; Untergesicht ochergelb mit gewöhnlicher, dreitheiliger, honiggelber Schwiele, Stirn ochergelb, die Querschwiele honiggelb, die, Punktaugen tragende, Erhöhung schwarz. Der abgeriebene Rückenschild schwarz, vorn rußbräunlich, mit satterer schwarzer Strieme. Zweiter Hinterleibsabschnitt an jeder Seite mit einem die ganze Länge einnehmenden, fast viereckigen, weißlichen Querflecken: Spitze des zweiten bis fünften Abschnitts jede mit einem gelblichweißen dreieckigen Flecken. Flugelwurzel, Rippe bis zur dritten und eine breite den Innenrand berührende und hier mit einem wasserklaren Tröpfchen und einem, nur sehr licht schwarzlichen, Flecken bezeichnete Binde schwarz; die Rippe an der Spitze etwas schmäler schwarz; Hinterrand der Rinde weiß gesäumt. Beine schwarz. – Im Berliner Museum. 3 2/3 Linien. ♀. Aus Brasilien.20
Tenho o seguinte a acrescentar à descrição: primeiro segmento antenal intumescido, inchado na base em forma de cebola, a mancha no segundo segmento abdominal mais clara ou mais escura, mas sempre nitidamente amarela, as outras (na linha central) normalmente um pouco mais claras. Mesonoto guarnecido com pêlos finos e curtos cinza-amarelados claros sobre fundo escuro. Quanto à identidade da espécie não pode, no entanto, haver dúvidas.
Esta espécie diferencia-se daquelas que ocorrem juntamente com ela pela coloração escura e tamanho um pouco mais significativo.
Na seqüência dou aqui a descrição de uma espécie próxima, sobre cuja procedência nada é conhecido:
Chr. guttula Wied. (R. 1, 3).
Descrição original:
Dem europäischen Ch. coecutiens verwandt. Fühlerwurzel düster honiggelb, Endglied fast überall schwaz; Untergesicht satt honiggelb; Stirn braun mit honiggelber Schwiele; Mittelleib schwarz, Hinterleib schwarz; 2. Abschnitt mit großem, die ganze Länge einnehmend gleich dreiseitigen weißlichen Flecken und Tropfen in der Mitte des Hinterrandes, 3. und 4. Abschnitt jeder mit einem weißlichen Tröpfchen mitten am Hinterrande; diese Tropfen fast viereckig, mit weißen Härchen besetzt, welche an dem abgeriebenen Exemplare noch hin und wieder übrig sind. Flügel wasserklar, äußerste Wurzel, Rippe bis zur Spitze und eine breite Binde, die am Hinterrande weiß gesäumt und am Innenrande mit einem fast dreieckigen weißen Tröpfchen bezeichnet ist, schwärzlich-braun, Beine braun. 3 ½ Linien. ♀. – Aus Brasilien. – Im Berliner Museum.21
Vi o tipo na época e parece-me diferenciar-se de todos os meus exemplares da espécie aqui descrita.
48. Chr. molestus Wiedemann (R. 1, 3) (Fig. 48)
Descrição original:
Fühler, Untergesicht, Stirnschwiele, Beine ledergelb; Spitze der Fühler und Fußwurzeln braun. Mittelstrieme des Rückenschildes linienförmig, Seitenstriemen innen weißlich gesäumt, Farbe zwischen den Striemen Düster haargreis; Seitenränder gelblichweiß; Brust und Brustseiten schwärzlich; Schildchen fast Ledergelb. 1. Hinterleibsabschnitt gelblich, an der Spitze mit braunem Querflecken; 2. braun, an jeder Seite mit dreieckigem gelben Raume, der die Seitenränder in ihrer ganzen Länge berührt, und einer gelben Mittelstrieme; 3. nur mit gelblicher Mittelstrieme; doch sieht man bei einigen noch an jeder Seite eine schwache kleine Strieme oder ein Fleckchen; 4., 5. mit drei gelblichen Striemen; 6., 7. überall braun, mit kaum merklicher Mittelstrieme. Bauch gelblich mit drei braunen Striemen. Flügel braun; der größere wasserklare Flecken liegt zwischen der zweiten und vorvorletzten Längs- und den mittleren Queradern, der Innenrand des Flügels unter diesem Flecken sehr licht bräunlich; der Raum zwischen den zwei letzten Adern ist auch wasserklar; die Flügelspitze ist bis über die Hälfte der Flügellänge braun; ein runder Flecken oder wasserklarer Tropfen liegt unter der Spitze des Randmals, und zwei solche Flecken sind dem Innenrande so nahe, daß sie kaum von ihm durch das sehr l[e]ichte Bräunliche desselben geschieden werden. – 3 Linien. ♀. Aus Brasilien. – Im Berliner Museum und meiner Sammlung.22
A descrição está primorosamente de acordo com meus exemplares do estado de São Paulo. O desenho do abdome está sujeito a pequenas alterações.
49. Chr. laetus Fabricius (R.1, 3, 7) (Fig. 49)
Descrição de Wiedemann:
Fühler ocherbraun, gegen die Spitze hin allmählig schwärlich braun; Taster rostgelb; Untergesicht ochergelb mit gelbbräunlicher Schwiele; Stirn aschgrau mit brauner Schwiele, Rückenschild mit vier schmalen, Brustseiten mit zwei unterbrochenen Striemen; Schildchen schwarz. Hinterleib mit einer aus dreieckigen Flecken zusammengesetzten Mittelstrieme; auf dem zweiten Abschnitte ist der Mittelflecken weniger dreieckig, sondern auch am vordern Ende oder an der Wurzel des Abschnittes ziemlich breit; auch die Seitenränder der Abschnitte sind ochergelb, welches auf dem zweiten sich mehr weniger nach innen erstreckt und oft an jeder Seite einen großen Flecken bildet; auf den zwei letzten Abschnitten fehlen die Mittelflecke. Flügel sehr wasserklar; Hinterrand der Binde gerade, Innenrand tief und schräg ausgeschnitten, Beine keineswegs schwarz, sondern braun, Schenkelspitze und Basis der Fußwurzel lichter. – 3 Linien. ♀. – Aus Südamerika. In Fabricius' und meiner Sammlung.23
Possuo inúmeros exemplares do interior do estado de São Paulo, com os quais essa descrição está satisfatoriamente de acordo. Para a diferenciação da próxima espécie – nitidamente diferente, apesar de considerável semelhança – acrescento o seguinte:
O negro do abdome é puro e opaco, sem o acréscimo de tons pardos ou amarelos, e, a partir do terceiro segmento, cobre a face ventral em toda a sua extensão, deixando livre apenas uma bainha amarela, menos larga, na extremidade posterior do segmento. – Nas asas a base é escura em pequena extensão, apenas até a nervura transversal basal, de modo que as células basais hialinas ficam totalmente livres. Margem anterior com estreita bainha escura até o ápice, faixa transversal estreita e delimitada nitidamente, margem apical levemente côncava no todo, com leve proeminência no ramo superior da nervura furcada. Restante das asas apenas muito levemente cinza turvo, pouco contrastando com as áreas hialinas. O ápice anterior da faixa transversal toca a margem posterior apenas em curta extensão.
Tamanho: 7-7½ mm.
Chr. varians Wiedemann (R.1, 2, 7, 8).
Descrição de Wiedemann:
Der vorigen Art sehr ähnlich und wahrscheinlich nur Abänderung derselben. Fühler ledergelb, an der Spitze des Endgliedes braun; Taster fast ledergelb; Untergesicht ochergelb mit ledergelber dreitheiliger Schwiele; Stirn wenig schimmelgraulich, mit schwärzlich brauner Querschwiele und Scheitel. Rückenschild braun schwärzlich,mit zwei mittleren weißlichen, wenig schimmelgraulichen, zuweilen in's Ochergelbe fallenden und zwei etwas breiteren ochergelblichweißen Seitenstriemen; Brustseiten braun mit ochergelben Flecken und Striemen. Erster Hinterleibsabschnitt an jeder Seite, zweiter mit einer hinten breiteren Mittelstrieme und an jeder Seite einem großen, fast dreieckigen, die Wurzel und den Seitenrand berührende Flecken, alles von ochergelber Farbe; der hintere Rand dieses Abschnitts aber nicht ochergelb; 3. mit hinten viel breiterer Mittelstrieme und mitten zwischen dieser und dem Seitenrande an jeder Seite einem rundlichen, schwachen, gelblichen Flecken, 4., 5. mit dreieckigem Flecken an der Spitze; alle Einschnitte außer dem zweiten ochergelb; Bauch gelblich; Abschnitte 3, 4 mit großem braunem Querflecken in der Mitte und kleineren an jeder Seite; folgende überall braun. Flügel wasserklar, an der äußersten Wurzel, der Rippe bis zur Spitze und einer breiten, am Innenrande eingeschnittenen, gegen die Flügelspitze hin weißlich gesäumten Binde braun; bei einigen die Spitze auch sehr licht braun, bei andern die vorletzte Ader deutlich braun gesäumt. Beine mehr weniger pechschwarz. Schenkel in der Mitte und Fußwurzel an der Basis lichter. – 3 ¼ Linien. ♀. – Aus Brasilien. Im Berliner und Frankfurter Museum und meiner Sammlung.24
Possuo muitos exemplares de uma das diferentes espécies anteriores que, com alguma dúvida, aqui classifico, embora as pernas sejam marrom-avermelhadas, mais claras ou mais escuras. As áreas escuras do abdome apresentam, em relação à espécie acima, um negro menos puro, que, em variável extensão, é substituído por amarelo ou marrom-avermelhado nas laterais do primeiro segmento. Face com faixas laterais mais estreitas e uma estria média mais larga de cor mais escura, convergentes na parte posterior; a primeira originando-se na margem anterior da segunda, a última na da terceira, sendo pouco interrompidas pela estreita bainha amarela da margem posterior. Nas asas os dois terços próximos à célula basal, salvo uma única exceção, são pardos, a faixa transversal é muito mais larga e seu ápice anterior mais achatado, tocando largamente a margem posterior. A margem apical da faixa é nitidamente convexa em seus dois terços superiores e sua estreita bainha hialina destaca-se mais claramente do escurecido ápice da asa – sempre nítido e amiúde forte. A espécie é visivelmente maior e mais larga, de constituição maciça, e mostra alguma tendência à variação. Como na espécie anterior e em algumas outras, as faixas do mesonoto podem ser substituídas por coloração escura quase homogênea. Em ambas as espécies a célula anal é aberta, na última um pouco mais.
O macho descrito por Wiedemann como Chrysops tardus parece-me pertencente a esta classificação.
50. Chr. crucians Wiedemann (R.1, 3, 20) (Fig. 50)
Descrição original:
Fühler, Taster, dreiteiliger Untergesichts- und querrundliche Stirnschwiele fast honiggelb, Spitze der Fühler braun: Stirn ochergelb, in's Goldgelbe fallend; Scheitel braun. Mittlere Striemen des Rückenschildes breit, schimmelgrau, durch eine braune Zwischenlinie geschieden, Seitenstrieme ochergelb, goldgelb behaart; Schildchen braun, an jeder Seite ein wenig gelblich, Brustseiten braun, mit gelber Strieme und Flecken. Des braunen Hinterleibes erster Abschnitt an den Seitenrändern deutlicher, an zwei rundlichen Flecken schwächer gelblich; zweiter Abschnitt am Wurzelrande mit einem großen, dreieckigen, mit jenem Rande zusammenfließenden gelben Flecken auf jeder Seite, und einer gelben bis auf den fünften Abschnitt fortlaufenden Strieme, so daß daraus die Figur T entsteht; auf dem 4. und 5. Abschnitte steht zwischen der Mittelstrieme und dem Seitenrande an jeder Seite eine kleine Strieme, welche sich von der Spize gegen die Wurzel erstreckt, ja im vierten die Wurzel selbst erreicht. Bauch braun, Wurzel und an jeder Seite eine damit zusammenhängende Strieme gelblich. Flügelwurzel etwas länger als bei Crysops varians, Rippe, breite, am Innenrande schräg eingeschnittene Binde und Spize – dieser minder satt – braun; Schüppchen und Schwinger braun. Beine gelblich, vorderste und hinterste Schienen, wie auch die Spize der Fußwurzel pechschwärzlichbraun. – 3 Linien. ♀. – Aus Brasilien. – In meiner Sammlung und im Frankfurter Museum.25
A descrição está suficientemente de acordo com meus exemplares. Há exemplares de Chr. varians com desenho alar muito semelhante, que no entanto se diferenciam através do desenho do abdome. Existem exemplares que se encontram entre ambos (híbridos?). A espécie, segundo tudo indica, largamente distribuída, provavelmente não ocorre apenas na América do Sul, mas também em Cuba.
Chr. tardus Wied. (R. 1, 3).
Descrição original:
Untergesicht und Fühler bräunlich. Rückenschild bräunlichschwarz, mit vier gelben Striemen; die mittleren linienartig, die äußeren breiter; Brustseiten mit gelben Flecken. Zweiter Hinterleibsabschnitt an jeder Seite mit großem, viereckigem, in der Mitte mit einem kleineren dreieckigen Flecken; dritter Abschnitt ebenso, aber die Seitenflecken mitten durch einen braunen Zwischenraum längs getheilt (was jedoch vielleicht nur duch das Vertrocknen entstanden sein könnte); vierter Abschnitt bloß mit einem dreieckigen Mittelflecken; die dreieckigen Flecken am 3. und 4. Abschnitte mit dem scmalen gelben Hinterrande verschmolzen; am fünften Abschnitt bloß der Hinterrand gelb. Flügel in dem Schwarzen mit drei etwas schrägen wasserklaren Flecken, deren dritter vom Innenrande her einen Spitzdreieckigen Einschnitt bildet. Am Spitzendrittel der Flügel ist der Außenrand auch schwarzbraun, das Übrige weniger getrübt mit einem wasserklaren Saume an der Grenze des Schwarzen. Beine schwarzbraun; Wurzel der Füße gelblich. Bauch an der Wurzel gelblichweiß, was sich am zweiten Abschnitte schon in zwei breite Striemen teilt, die bis zum dritten, dann breit unterbrochen am vierten sich nur wenig wieder zeigen. – 3 Linien. ♂. – Aus Brasilien. – In meiner Sammlung und im Frankfurter Museum.26
Parece-me que não haveria razão para ver nesta espécie algo além do macho de Chr. varians.
51.Chr. tristis Fabricius (R. 1, 3) (Fig. 51)
Descrição de Wiedemann:
Kopf bräunlich, Fühler rein braun, bei einigen ocherbräunlich; Untergesicht dreitheilige Schwiele ocherbräunlich; quer rundliche Stirnschwiele schwärzlichbraun. Die beiden Rückenschildlinien vorn mit den weißlichen Seitenstriemen verbunden. Auf jedem Hinterleibsabschnitte fünf weißliche Flecken, der mittelste drei-, die übrigen fast viereckig, jener und die äußersten berühren den Hinterrand, die dazwischen stehenden sind größer und liegen in der Mitte der Länge; Einschnitte fast weißlich; die äußersten Flecken berühren die Seitenränder und sind daher von obenher nicht wohl zu sehen. Am Bauche ist eine fast unterbrochene schwärzlichbraune Strieme. Flügel etwas trüb. Binde wasserklar gesäumt und gegen die Flügelspitze hin zerrissen oder fast gezahnt. Beine schwärzlich ocherbraun, an der Spitze schwärzer. 4 ½ Linien. ♀. – Aus Cayenne. In Fabricius und meiner Sammlung.27
Tenho em mãos muitas fêmeas coletadas no Ipiranga, próximo a São Paulo. Uma fêmea do Suriname pertence à coleção do Museu de Hamburgo. Período de ocorrência: dezembro.
52.Chr. fulviceps Walker (R. 3) (Fig. 52)
Descrição original:
Foem. Niger; caput fulvum; palpi testacei; antennae ferrugineae, basi fulvae, apice nigrae; abdominis segmenta marginibus posticis testaceis; pedes fulvi, tarsis fuscis; alae subcinereae, vitta costali fasciaque lata postice furcata nigro-fuscis.
Female. Black. Head tawny; vertex piceous. Palpi testaceous. Antennae ferruginous, tawny, at the base, black towards the tips. Hind borders of the abdominal segments testaceous. Legs tawny; tarsi brown. Wings very slightly gray dark brown along the fore border and with a very broad dark brown band which is furcate towards the hind border; first branch of the cubital vein simple, slightly curved and not angular near the base; subanal vein joining the anal on the border. Length of the body 2 ¾ lines; of the wings 6 lines.
Pará [i.e., Belém]. From Mr. Bates collection.
O exemplar aqui retratado, que também procede da região do Pará, onde a espécie provavelmente não é rara, apresenta algumas pequenas diferenças em relação à intensidade da cor, mesmo assim deve ser com grande probabilidade associado a esta mesma espécie.
Chr. intrudens Williston (R. 8).
Descrição original:
Female. Front opaque light yellow, the vertical callosity brown, the frontal callosity oval, and shining amber-yellow. Antennae slender, as long as the mesonotum, yellow, the second joint partly and the third joint wholly brown. Face light, shining, reddish yellow, opaque yellow on the sides and above. Mesonotum deep brown, with four opaque yellow stripes, of which the inner pair are connected by a yellowish, somewhat variable dust in front, where the stripes themselves are narrow. Pleurae nearly black, with opaque spots. Scutellum red, shining. Legs yellowish red, the front and hind tibiae, the front tarsi and the distal joints of the posterior tarsi brown. Wings brown with the following hyaline spots: the distal portion of the first and second basal cells, the anal cell, a triangle on the hind border in the fifth posterior cell and another in the second posterior cell extending in the third; the anal angle is subhyaline. Abdomen: first segment wholly yellow, second segment light yellow with two black triangles, their apex in front; third segment black or dark brown with a median yellow stripe; fifth and following segments black or brown with three narrow yellow stripes. Length 9 mm.
Male. First antennal joint a little thickened. Mesonotum darker colored, the inner pair of stripes not connected with by yellowish dust. Abdomen black, the first segment on the sides, the broad anterior angles of the second segment, a slender median stripe beginning on the second segment, and a slender lateral stripe distally, light yellow. Hyaline spots of the basal and posterior cell smaller.
Three females and one male, Chapada, Brazil.
Esta espécie diferencia-se de molestus Wied, evidentemente muito semelhante, e de crucians Wied, apenas pelo desenho alar.
53. Chr. brasiliensis Ricardo, ♀ (Fig. 53)
Descrição original:
Length 9 millim.
Type (male), Amazons (Bates); type (female), Rio Tapayos [sic; Tapajós] (Bates); one female from Pará [i. e., Belém] (Bates); one female from the Amazons (Bates).
Several of these specimens were labelled frontalis Macq. by Walker, incorrectly.
Brown. Abdomen with a small yellow-haired triangular spot in the centre of the second and third segments, and with yellow bands on the posterior borders of the fourth, fifth and sixth segments.
Face and tubercles yellow. The callosity on the forehead yellow with the posterior border black, the forehead black; between the callosity and the vertex is a band of a yellow tomentum, divided in the middle. Antennae yellow, the third joint darker; the first joint is slightly incrassated and a little longer than the second. Thorax brown, with indistinct stripes; the sides of the breast brown, with a yellow stripe. Scutellum brown. Abdomen brown with an indistinct small pale yellow spot on each side of the first segment and a larger one on the second; and a triangular bright yellow-haired spot on the centre of the posterior border of the second and third segments; there is a trace of a yellow band on the posterior border of the third segment, which becomes distinct on the three following ones. Undersides of abdomen brown. Legs brown, the anterior and middle femora almost wholly yellowish, the posterior femora only so at their apex; the anterior and middle tibiae likewise yellowish, and the tarsi the same, with the last joints darker; the hind ones slightly curved and covered with short pubescence. Wings clear, with the usual dark brown colouring at the base, on the fore border, and as a transverse band, this latter with hyaline sinus on the inner border, leaving the fifth posterior cell clear except at its base; the apical spot is long and narrow, the apical border on the band is straight; the fifth longitudinal vein is slightly shaded with the darker colour.
The male is similar, but the yellow band on the third segment is as distinct as the others and the spots on the sides of the second segment obsolete; the triangle between the base of the antennae and the eyes is wholly yellow; the tibiae are browner and the pubescence on the posterior pair thicker; the basal cells of the wings are darker, as usual in the males of this genus, having only a narrow clear stripe between them and the band.
O macho aqui reproduzido, bastante condizente com a diagnose acima, provém de Óbidos (Pará), onde desde então coletei também inúmeras fêmeas.
54. Chr. fusciapex n. sp. (Fig. 54)
A espécie seguinte, bastante distribuída, parece diversa das já citadas, e não aparece na literatura como uma espécie própria. Passarei rapidamente pelos caracteres principais dessa espécie, um tanto variável, da qual tenho em mãos inúmeras fêmeas de diferentes procedências:
Fronte e face amarelo-ouro, vértice mais amarelo-cinza, as partes calosas marrom-amareladas mais claras ou escuras; tubérculo ocelar enegrecido; palpos e os dois primeiros segmentos antenais amarelo-mel, o terceiro apenas no primeiro artículo, os restantes, assim como a pilosidade, negros. Segmento basal apenas medianamente inchado. O desenho dos olhos segue o esquema habitual.
Mesonoto: sobre fundo mais ou menos amarelo-acinzentado, as quatro faixas escuras habituais, as medianas unindo-se em uma única, bastante estreita. Duas faixas interrompidas, negras, nas laterais e na região do esterno. O mesonoto pode também mostrar-se uniformemente marrom-acinzentado, conforme as faixas sejam mais ou menos descoradas. – O escutelo é marrom-enegrecido, mais raramente marrom-avermelhado nas margens livres.
Abdome: Primeiro segmento, na parte superior, amarelo; atrás do escutelo, em ambos os lados, uma linha transversal negra, ou duas manchas negras submedianas na margem posterior do primeiro segmento. Este pode entretanto ser também totalmente amarelo ou escurecido. Na margem anterior do segundo segmento começa, como em costatus etc., uma faixa longitudinal negra submediana, que engloba uma estria mediana amarela, alargada no centro, contínua ou formada por manchas quadradas, que termina no final do quarto segmento. Na margem posterior do segundo segmento a faixa negra forma um ramo externo, que, seguindo ao longo da margem até o ápice, reencontra-se com o ramo principal e engloba, em ambos os lados, uma faixa amarela, às vezes interrompida. Esta última pode ser pouco desenvolvida ou mesmo inexistente; aproxima-se então do desenho daqueles como varians, com os quais sempre coincide no ventre. Às vezes também as margens posteriores do segmento possuem bainha amarela nas partes superior e inferior.
As asas retratam de forma bastante exata o desenho de varians, sendo apenas seu ápice fortemente escurecido em extensão variável, de modo que a bainha apical hialina se destaca como uma foice mais estreita ou mais larga. Célula anal largamente aberta na margem posterior. – Halteres marrons.
Pernas: todos os fêmures vermelho-amarelados, mais raramente enegrecidos em maior ou menor intensidade; tíbias marrom-avermelhadas ou negras, tarsos de marrons a negros, vermelho-amarelados na metade basal, ou pelo menos nitidamente mais claros.
Comprimento: 7,5-8,5 mm.
Desta espécie, tenho em mãos, além de fêmeas de diferentes regiões do estado de São Paulo, também algumas do estado do Rio Grande do Sul (Santa Cruz), pertencentes ao Museu de Hamburgo.
Chr. lugubris Macquart (R. 2, 3).
Descrição original:
Nigro fuscus. Antennis pedibusque nigris. Alis fuscis, maculis pallidis (tab. 4, fig. 11).
Long. 4 ½ l. ♀. Face et front d'un noirâtre, à callosités noires. Premier article des antennes un peu moins long que le deuxième. Thorax et abdomen d'un noir brunâtre. Ailes: milieu des cellules assez claires; deuxième sous-marginale arrondie à la base.
Du Brésil. Collection de M. Robyns, de Bruxelles.
Se esta espécie, que me é totalmente desconhecida, pertence a Chrysops, então parece tratar-se de uma espécie que se diferencia bastante das outras espécies brasileiras.
Chr. subfascipennis Macquart (R. 2)
Descrição original:
Thorace testaceo. Abdomine flavo, duabus vittis interruptis, nigris, apice testaceo. Antennis elongatis, nigris, basi rufis. Pedibus rufis. Alis hyalinis, fascia fusca fenestrata, apice fuscana.
Long. 3 ½ l. ♀. Trompe noire; palpes fauves. Face d'un testacé luisant; sommet et joues à duvet jaune. Front testacé, à callosité brunâtre. Antennes assez distantes à leur base, une fois plus longues que la tête, les trois articles d'égale longueur, le premier fauve, les deux autres noirs. Thorax testacé. Abdomen: les quatre premiers segments jaunes; une bande noire longitudinale, étroite de chaque côté entre le milieu et les bords latéraux, s'étendant depuis la base du deuxième segment jusqu'à l'extrémité du troisième; les cinquième, sixième et septième testacés; ventre fauve uniforme. Pieds fauves; jambes antérieures un peu dilatées; les deux derniers articles des tarses noirâtres. Ailes: la bande transversale brune à cellules discoïdale, quatrième et cinquième postérieures hyalines au moins au milieu; l'extremité brunâtre séparée de la bande brune par une bande hyaline fort étroite; tache stigmatique d'un fauve brunâtre; nervures normales; interno-médiaire bordée de brun.
De l'Amérique méridionale au bord du fleuve des Amazones.
A espécie é-me desconhecida.
Chr. terminalis Macquart (R. 2).
Descrição original:
Thorace nigro, lateribus flavo-tomentosis. Abdomine flavo. Antennis rufis. Pedibus flavis; tibiis tarsique anticis nigris. Alis hyalinis, apice nigris.
Long. 3 l. ♀. Trompe noire; palpes d'un jaune pâle. Face d'un noir luisant; côtés à duvet brunâtre. Front noir, à duvet brun; base d'un jaune blanchâtre, suivie d'une callosité d'un noir luisant. Antennes presque contigües à la base, d'une longueur médiocre, fauves; premier article peu allongé, épaissi, deuxième assez cout; troisième trois fois aussi long que le premier; le tiers postérieur noir. Thorax à dos et écusson d'un noir luisant (peut-être dénudés); bords antérieur et latéraux à duvet jaune excepté au milieu du premier et en avant de l'insertion; côtés à duvet jaune et bande noire. Abdomen jaune; deux bandes longitudinales à peine distinctes, d'un jaune un peu brunâtre, entre le milieu et les côtés; ventre sans bandes. Pieds d'un jaune pâle; antérieurs à jambes un peu épaissies, brunes et tarses noirs. Ailes hyalines, extrémité noirâtre, à partir de la base de la deuxième cellule sous-marginale s'éclaircissant au bord postérieur, tache stigmatique jaune; nervures normales.
De l'Amérique méridionale, pays des Amazones. M. Bigot.
Também esta espécie me é desconhecida.
Chr. vulneratus Rondani vale como sinônimo de Chr. costatus Fabr.; no entanto alguns caracteres combinam melhor com crucians. A existência de uma nova espécie é pouco provável.
As espécies da literatura não citadas aqui foram erroneamente consideradas como pertencentes a Chrysops e devem ser buscadas sob Diachlorus.
A seguir dou a descrição de algumas espécies novas, provenientes de países vizinhos e que talvez também ocorram em solo brasileiro:
55. Chrysops uruguayensis n. sp. (Fig. 55)
Probóscida enegrecida; palpos ocre ou um pouco avermelhados; genas e vértice com polinosidade cinza-clara, às vezes com um tom um pouco avermelhado; calosidade âmbar em um exemplar, marrom em outros. Antenas marrom-amareladas ou marrom-avermelhadas, o último segmento mais escuro e com pilosidade negra. Calosidade transversal marrom-avermelhada brilhante, assim como o calo ocelar marcadamente côncavo. Olhos com desenhos singulares, diferentes dos habituais, com mancha de forma lanceolar no centro.
Mesonoto: uma faixa longitudinal mediana sobre fundo cinza-avermelhado ou cinza-amarelado e duas outras faixas negras paralelas a ela; também nas margens laterais das pleuras encontram-se bainhas negras e na região do esterno encontra-se uma mancha negra. O escutelo é negro ou avermelhado.
Abdome com manchas laterais arredondadas e manchas medianas triangulares, que na direção posterior tornam-se menos nítidas; as primeiras aproximam-se mais da margem anterior, as últimas estão colocadas sobre a base da margem posterior; em um exemplar os últimos segmentos abdominais, na margem posterior, lateralmente, são pontilhados de polinosidade branca; parte ventral negra, com faixas submarginais de manchas triangulares claras, cuja base se encontra junto à margem apical do segmento.
Asas bastante claras, marrons na base até um pouco acima da nervura transversal mais interna e na costa, assim como na estreita faixa transversal, de contornos irregulares em ambos os lados e que atinge a margem posterior com duas estreitas pontas; célula discoidal, parte interna do trecho da faixa e uma bainha apical que segue até a costa, hialinas, o restante das asas levemente opaco acinzentado; célula anal um pouco aberta na margem posterior. Halteres marrons.
Pernas enegrecidas, as tíbias mais avermelhadas, em um exemplar também o fêmur, com exceção da extremidade distal.
Tenho em mãos duas fêmeas, das quais uma, pelo menos em parte, não está desbotada; recebi-as do Museu de Montevidéu.
Procedência: Tacuarembó, Uruguai.
56. Chr. bivittatus n. sp. (Fig. 56)
Coloração básica do corpo ocre; palpos, genas e vértice com polinosidade ocre-clara; calosidades das faces e da fronte e segmentos antenais basais amarelo-mel, último segmento negro a partir do último artículo, calo ocelar da mesma forma, porém marrom-amarelado na margem. Olhos como de costume.
Mesonoto com faixas longitudinais escuras, duas laterais e uma mais larga mediana, sobre fundo cinza. Pleuras amarelas, com bainha negra na parte superior e inferior; também a região do esterno é enegrecida no meio. Escutelo enegrecido.
Abdome ocre na parte superior, tornando-se aos poucos mais escuro a partir do segundo segmento. Duas faixas longitudinais submedianas, algo divergentes no centro, um pouco interrompidas na margem posterior do segmento por bainhas estreitas e claras; nas margens laterais e no meio da face ventral faixas de manchas negras, as primeiras começando no segundo, as últimas no terceiro segmento, ambas unindo-se a partir do quinto.
Asas: com a base, a costa e a cinta de coloração marrom-clara; nas primeiras o início das células basais, especialmente da primeira, é atingido, diagonalmente, pela coloração amarelo-empardecida. Cinta estreita, a margem posterior atingindo as nervuras transversais e a nervura anal; margem apical levemente ondulada, pouco convexa na parte superior. A bainha apical hialina chega até a costa, o processo pontudo anterior da cinta toca a margem posterior em curta extensão. Partes claras das asas levemente cinzas, opacas, mal contrastando com as áreas hialinas habituais. Célula anal com abertura bastante larga. Halteres marrom-amarelados.
Pernas ocres, com manchas escuras nos joelhos, parte distal das tíbias e dos tarsos de coloração escura, nas pernas anteriores os tarsos e a parte distal das tíbias são pardos, nas pernas posteriores apenas o ápice dos tarsos. Tíbias do último par com ciliamento marrom.
Tenho em mãos três fêmeas de Entre Ríos, provenientes do Museu de Montevidéu. Em uma delas o abdome é totalmente tingido de escuro, provavelmente por haver sugado sangue. Dimensão: 7-8 mm.
57. Chr. brevifascia n. sp. (Fig. 57)
Coloração básica marrom-ocre. Palpos mais claros, genas com polinosidade ocre, vértice mais negro; todas as calosidades e o segmento basal das antenas amarelo-mel, segmentos distais enegrecidos. Ocelos brilhantes, sem calo ocelar nítido.
Tórax: mesonoto enegrecido na parte superior; marrom-avermelhado nas margens e no escutelo, nas pleuras uma borda enegrecida sobre fundo ocre, esterno amarelo avermelhado, região central posterior enegrecida.
Abdome: com larga faixa longitudinal negra, em cujo interior, do segundo ao quinto segmentos, o fundo ocre aparece em forma de triângulos com base distal. Margens laterais, a partir do terceiro segmento, circundadas por bordas escuras, confluentes na parte posterior com a faixa central; as margens posteriores possuem uma borda ocre em toda a sua extensão. Parte ventral marrom-ocre, com faixas de manchas enegrecidas e margens mais escuras.
Asas: hialinas; a costa largamente escurecida – especialmente na base, e em menor intensidade na margem apical da cinta – atinge o ramo superior da nervura furcada. Cinta marrom-amarelada, estreita, com contornos irregulares; o processo pontudo anterior é muito curto e chato e bastante distanciado da margem posterior; o posterior mal a atinge, com uma ponta estreita e imprecisa. A primeira célula basal é meio hialina, a segunda e a anal são-no quase por completo, bem como a borda distal da faixa transversal; o restante das asas apenas levemente cinza-claro opaco. Célula anal à direita fechada antes da margem, à esquerda levemente aberta. Escâmulas marrom-amareladas, com margens mais claras. Halteres ocres.
Pernas ocres, com manchas negras nos joelhos; também o ápice das tíbias anteriores e os tarsos, caso conservados, têm coloração escura.
Uma fêmea do Chaco de Santa Fé, pertencente ao Museu de Paris, mostra tamanho de uns bons 9 mm.
58. Chr. ecuadorensis n. sp. (Fig. 58)
Coloração básica ocre, probóscida marrom-amarelada, enegrecida nas labelas e com pilosidade negra. Palpos, face e fronte com polinosidade amarela, calosidades amarelo-chifre, transparentes, cavidade da fronte, porém, algo cinza, opaca. Antenas: segmentos basais surgindo bastante separados, e apenas medianamente intumescidos. Segmento apical apenas pouco mais longo que o segmento basal, o médio notavelmente mais curto. Segmento basal amarelo-ouro, o médio e o primeiro artículo do apical parecidos, porém descaindo para o pardo, os quatro últimos artículos do segmento apical marrom-escuros; também a pilosidade é completamente escurecida. Calo ocelar enegrecido, ocelos transparentes amarelados. Occipício com pilosidade amarelada. Olhos como em Chr. costatus.
Tórax amarelo, com faixas longitudinais praticamente negras; a mediana fortemente estreitada na parte anterior, as laterais com largura completamente uniforme, porém fortemente encurtadas na parte posterior. Pleuras delimitadas por linhas negras. Esterno enegrecido no meio e em direção à parte posterior. Escutelo transparente, de cinza-amarelado a marrom.
Abdome: no primeiro segmento uma faixa longitudinal mediana bastante curta, mais para trás, como em outras nervuras, de cada lado uma faixa longitudinal furcada, que se unificam em forma de arco na margem basal do segundo anel; o ramo interno, bastante largo e escuro, apaga-se na margem posterior do terceiro segmento, e o ramo externo, bastante estreito, pode ser observado até o quinto segmento. Ápice do abdome um pouco mais escuro e com pilosidade amarela. Face ventral amarela, passando a marrom com um toque de vermelho em direção à parte posterior.
Asas: marrom-amareladas na costa, as células basais e anais hialinas, célula axilar cinza opaca. Cinta transversal pardo-avermelhada como habitualmente, o interior das células claros, incisura hialina, porém empardecida na margem. Margem anterior um pouco entrecortada, mas no todo quase linear, a bainha distal clara, razoavelmente larga, não atinge as margens, de modo que o ápice alar, quase tão escuro em cima quanto embaixo, unifica-se com a faixa transversa. Célula anal largamente aberta. Halteres marrons.
Pernas amarelas, apenas os dois terços apicais das tíbias do último par e dos tarsos são marrons.
A descrição foi feita a partir de uma fêmea coletada por Ohaus em abril, em San Antonio de Curaray (Equador), pertencente ao Museu de Hamburgo.
Comprimento: 8 mm.
Legendas das estampas
(Tamanho natural vf. no texto.)
Prancha 1 (ver p.191-2)
Fig. 1. Dicrania servus Wied.
Fig. 2. Erephopsis nigripennis Guérin
Fig. 3. Erephopsis fulvithorax Wied.
Fig. 4. Erephopsis venosa Wied. (var. nigripennis Wied.)
Fig. 5. Erephopsis lingens Wied.
Fig. 6. Erephopsis flavicrinis n. sp.
Fig. 7. Erephopsis auripes Ricardo
Fig. 8. Erephopsis penicillata Bigot
Fig. 9. Erephopsis xanthopogon Macq.
Fig. 10. Erephopsis albipectus Bigot
Fig. 11. Erephopsis nigricans n. sp.
Fig. 12. Erephopsis winthemi Wied.
Fig. 13. Erephopsis besckii Wied.
Fig. 14. Erephopsis ardens Macq.
Fig. 15. Erephopsis sorbens Wied.
Fig. 16. Erephopsis marginalis Wied.
Fig. 17. Erephopsis leucopogon Wied.
Fig 18. Erephopsis pseudo-aurimaculata n. sp.
Prancha 2 (ver p.193-4)
Fig. 19. Erephopsis incisuralis Macq.
Fig. 20. Erephopsis nigripes v. Roeder
Fig. 21. Erephopsis pubescens n. sp.
Fig. 22. Phaeoneura basilaris Wied.
Fig. 23. Bombylopsis erythronotata Bigot
Fig. 24. Bombylopsis analis Fabr.
Fig. 25. Bombylopsis leonina n. sp.
Fig. 26. Epipsila eriomera Macq.
Fig. 27. Epipsila eriomeroides n. sp.
Fig. 28. Ionopsis nitens Bigot
Fig. 29. Ionopsis foetterlei n. sp.
Fig. 30. Neopangonia pusilla n. sp.
Fig. 31. Diatomineura exeuns Walker
Fig. 32. Diatomineura molesta Wied.
Fig. 33. Diatomineura tabanipennis Macq.
Fig. 34. Diatomineura fenestrata Macq.
Fig. 35. Diatomineura longipennis Ricardo
Fig. 36. Esenbeckia fuscipennis Wied (var. fenestrata Lutz)
Fig. 37. Esenbeckia fuscipennis Wied (var. flavescens Lutz)
Prancha 3 (ver p.195-6)
Fig. 38. Esenbeckia nigricorpus n. sp.
Fig. 39. Esenbeckia clari n. sp.
Fig. 40. Esenbeckia clari var. infuscata n. var.
Fig. 41. Esenbeckia lugubris Macq.
Fig. 42. Esenbeckia dubia n. sp.
Fig. 43. Esenbeckia biscutellata n. sp.
Fig. 44. Esenbeckia filipalpis Williston
Fig. 45. Esenbeckia ferruginea Macq.
Fig. 46. Chrysops costatus Fabr. ?
Fig. 46a. Chrysops costatus Fabr. ?
Fig. 47. Chrysops leucospilus Wied.
Fig. 48. Chrysops molestus Wied.
Fig. 49. Chrysops laetus Fabr.
Fig. 50. Chrysops crucians Wied.
Fig. 51. Chrysops tristis Fabr.
Fig. 52. Chrysops fulviceps Walker
Fig. 53. Chrysops brasiliensis Ricardo ?
Fig. 54. Chrysops fusciapex n. sp.
Fig. 55. Chrysops uruguayensis n. sp.
Fig. 56. Chrysops bivittatus n. sp.
Fig. 57. Chrysops brevifascia n. sp.
Fig. 58. Chrysops ecuadorensis n. sp.
Fac-símile de uma versão datilografada, com correções manuscritas, correspondente às p.625-6 do trabalho publicado em alemão. BR.MN. Fundo Adolpho Lutz. Pasta Tabanídeos. Maço 12.
Fig. 6 – Erephopsis flavicrinis n. sp.
Desenhos originais utilizados na confecção das pranchas nos 1, 2 e 3 (p.191-6), correspondentes às figuras nos 6, 18, 30 e 38. O autor provável das gravuras coloridas com nanquim é Manoel Castro Silva, nomeado desenhista do Instituto Oswaldo Cruz em 20.3.1908. É ele quem assina as ilustrações de trabalhos de Adolpho Lutz publicados em 1909 e 1911. Somente a partir do ano seguinte outros desenhistas seriam contratados pelo IOC. Reproduzimos as gravuras em tamanho natural. No Fundo Adolpho Lutz encontram-se outras matrizes de estampas publicadas por Lutz, assim como muitos desenhos que permaneceram inéditos. BR. MN. Fundo Adolpho Lutz, Iconografia.
Fig.18 – Erephopsis pseudo-aurimaculata n. sp.
Fig.30 – Neopangonia pusilla n. sp.
Fig. 38 – Esenbeckia nigricorpus n. sp.