CRONOLOGIA

 

 

 

 

 

1902

Nasce Carlos Drummond de Andrade, em 31 de outubro, na cidade de Itabira do Mato Dentro (MG), nono filho de Carlos de Paula Andrade, fazendeiro, e Julieta Augusta Drummond de Andrade.

1910

Inicia o curso primário no Grupo Escolar Dr. Carvalho Brito.

1916

É matriculado como aluno interno no Colégio Arnaldo, em Belo Horizonte. Conhece Gustavo Capanema e Afonso Arinos de Melo Franco. Interrompe os estudos por motivo de saúde.

1917

De volta a Itabira, toma aulas particulares com o professor Emílio Magalhães.

1918

Aluno interno do Colégio Anchieta da Companhia de Jesus, em Nova Friburgo, colabora na Aurora Colegial. No único exemplar do jornalzinho Maio…, de Itabira, o irmão Altivo publica o seu poema em prosa “Onda”.

1919

É expulso do colégio em consequência de incidente com o professor de português. Motivo: “insubordinação mental”.

1920

Acompanha sua família em mudança para Belo Horizonte.

1921

Publica seus primeiros trabalhos no Diário de Minas. Frequenta a vida literária de Belo Horizonte. Amizade com Milton Campos, Abgar Renault, Emílio Moura, Alberto Campos, Mário Casassanta, João Alphonsus, Batista Santiago, Aníbal Machado, Pedro Nava, Gabriel Passos, Heitor de Sousa e João Pinheiro Filho, habitués da Livraria Alves e do Café Estrela.

1922

Seu conto “Joaquim do Telhado” vence o concurso da Novela Mineira. Trava contato com Álvaro Moreyra, diretor de Para Todos… e Ilustração Brasileira, no Rio de Janeiro, que publica seus trabalhos.

1923

Ingressa na Escola de Odontologia e Farmácia de Belo Horizonte.

1924

Conhece, no Grande Hotel de Belo Horizonte, Blaise Cendrars, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral, que regressam de excursão às cidades históricas de Minas Gerais.

1925

Casa-se com Dolores Dutra de Morais. Participa — juntamente com Martins de Almeida, Emílio Moura e Gregoriano Canedo — do lançamento de A Revista.

1926

Sem interesse pela profissão de farmacêutico, cujo curso concluíra no ano anterior, e não se adaptando à vida rural, passa a lecionar geografia e português em Itabira. Volta a Belo Horizonte e, por iniciativa de Alberto Campos, ocupa o posto de redator e depois redator-chefe do Diário de Minas. Villa-Lobos compõe uma seresta sobre o poema “Cantiga de viúvo” (que iria integrar Alguma poesia, seu livro de estreia).

1927

Nasce em 22 de março seu filho, Carlos Flávio, que morre meia hora depois de vir ao mundo.

1928

Nascimento de sua filha, Maria Julieta. Publica “No meio do caminho” na Revista de Antropofagia, de São Paulo, dando início à carreira escandalosa do poema. Torna-se auxiliar na redação da Revista do Ensino, da Secretaria de Educação.

1929

Deixa o Diário de Minas e passa a trabalhar no Minas Gerais, órgão oficial do estado, como auxiliar de redação e, pouco depois, redator.

1930

Alguma poesia, seu livro de estreia, sai com quinhentos exemplares sob o selo imaginário de Edições Pindorama, de Eduardo Frieiro. Assume o cargo de auxiliar de gabinete de Cristiano Machado, secretário do Interior. Passa a oficial de gabinete quando seu amigo Gustavo Capanema assume o cargo.

1931

Morre seu pai.

1933

Redator de A Tribuna. Acompanha Gustavo Capanema durante os três meses em que este foi interventor federal em Minas.

1934

Volta às redações: Minas Gerais, Estado de Minas, Diário da Tarde, simultaneamente. Publica Brejo das almas (duzentos exemplares) pela cooperativa Os Amigos do Livro. Transfere-se para o Rio de Janeiro como chefe de gabinete de Gustavo Capanema, novo ministro da Educação e Saúde Pública.

1935

Responde pelo expediente da Diretoria-Geral de Educação e é membro da Comissão de Eficiência do Ministério da Educação.

1937

Colabora na Revista Acadêmica, de Murilo Miranda.

1940

Publica Sentimento do mundo, distribuindo entre amigos e escritores os 150 exemplares da tiragem.

1941

Mantém na revista Euclides, de Simões dos Reis, a seção “Conversa de Livraria”, assinada por “O Observador Literário”. Colabora no suplemento literário de A Manhã.

1942

Publica Poesias, na prestigiosa Editora José Olympio.

1943

Sua tradução de Thérèse Desqueyroux, de François Mauriac, vem a lume sob o título Uma gota de veneno.

1944

Publica Confissões de Minas.

1945

Publica A rosa do povo e O gerente. Colabora no suplemento literário do Correio da Manhã e na Folha Carioca. Deixa a chefia do gabinete de Capanema e, a convite de Luís Carlos Prestes, figura como codiretor do diário comunista Tribuna Popular. Afasta-se meses depois por discordar da orientação do jornal. Trabalha na Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (DPHAN), onde mais tarde se tornará chefe da Seção de História, na Divisão de Estudos e Tombamento.

1946

Recebe o Prêmio de Conjunto de Obra, da Sociedade Felipe d’Oliveira.

1947

É publicada a sua tradução de Les Liaisons dangereuses, de Laclos.

1948

Publica Poesia até agora. Colabora em Política e Letras. Acompanha o enterro de sua mãe, em Itabira. Na mesma hora, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, é executado o “Poema de Itabira”, de Villa-Lobos, a partir do seu poema “Viagem na família”.

1949

Volta a escrever no Minas Gerais. Sua filha, Maria Julieta, casa-se com o escritor e advogado argentino Manuel Graña Etcheverry e vai morar em Buenos Aires. Participa do movimento pela escolha de uma diretoria apolítica na Associação Brasileira de Escritores. Contudo, juntamente com outros companheiros, desliga-se da sociedade por causa de atritos com o grupo esquerdista.

1950

Viaja a Buenos Aires para acompanhar o nascimento do primeiro neto, Carlos Manuel.

1951

Publica Claro enigma, Contos de aprendiz e A mesa. O volume Poemas é publicado em Madri.

1952

Publica Passeios na ilha e Viola de bolso.

1953

Exonera-se do cargo de redator do Minas Gerais ao ser estabilizada sua situação de funcionário da DPHAN. Vai a Buenos Aires para o nascimento do seu neto Luis Mauricio. Na capital argentina aparece o volume Dos poemas.

1954

Publica Fazendeiro do ar & Poesia até agora. É publicada sua tradução de Les Paysans, de Balzac. A série de palestras “Quase memórias”, em diálogo com Lia Cavalcanti, é veiculada pela Rádio Ministério da Educação. Dá início à série de crônicas “Imagens”, no Correio da Manhã, mantida até 1969.

1955

Publica Viola de bolso novamente encordoada. O livreiro Carlos Ribeiro publica edição fora de comércio do Soneto da buquinagem.

1956

Publica Cinquenta poemas escolhidos pelo autor. Sai sua tradução de Albertine disparue, ou La Fugitive, de Marcel Proust.

1957

Publica Fala, amendoeira e Ciclo.

1958

Uma pequena seleção de seus poemas é publicada na Argentina.

1959

Publica Poemas. Ganha os palcos a sua tradução de Doña Rosita la Soltera, de García Lorca, pela qual recebe o Prêmio Padre Ventura.

1960

É publicada a sua tradução de Oiseaux-Mouches Ornithorynques du Brésil, de Descourtilz. Colabora em Mundo Ilustrado. Nasce em Buenos Aires seu neto Pedro Augusto.

1961

Colabora no programa Quadrante, da Rádio Ministério da Educação. Morre seu irmão Altivo.

1962

Publica Lição de coisas, Antologia poética e A bolsa & a vida. Aparecem as traduções de L’Oiseau bleu, de Maeterlinck, e Les Fourberies de Scapin, de Molière, recebendo por esta novamente o Prêmio Padre Ventura. Aposenta-se como chefe de seção da DPHAN, após 35 anos de serviço público.

1963

Aparece a sua tradução de Sult (Fome), de Knut Hamsun. Recebe, pelo livro Lição de coisas, os prêmios Fernando Chinaglia, da União Brasileira de Escritores, e Luísa Cláudio de Sousa, do PEN Clube do Brasil. Inicia o programa Cadeira de Balanço, na Rádio Ministério da Educação.

1964

Publicação da Obra completa, pela Aguilar. Início das visitas, aos sábados, à biblioteca de Plínio Doyle, evento mais tarde batizado de “Sabadoyle”.

1965

Publicação de Antologia poética (Portugal); In the Middle of the Road (Estados Unidos); Poesie (Alemanha). Com Manuel Bandeira, edita Rio de Janeiro em prosa & verso. Colabora em Pulso.

1966

Publicação de Cadeira de balanço e de Natten och Rosen (Suécia).

1967

Publica Versiprosa, José & outros, Uma pedra no meio do caminho: biografia de um poema, Minas Gerais (Brasil, terra e alma), Mundo, vasto mundo (Buenos Aires) e Fyzika Strachu (Praga).

1968

Publica Boitempo & A falta que ama.

1969

Passa a colaborar no Jornal do Brasil. Publica Reunião (dez livros de poesia).

1970

Publica Caminhos de João Brandão.

1971

Publica Seleta em prosa e verso. Sai em Cuba a edição de Poemas.

1972

Publica O poder ultrajovem. Suas sete décadas de vida são celebradas em suplementos pelos maiores jornais brasileiros.

1973

Publica As impurezas do branco, Menino antigo, La bolsa y la vida (Buenos Aires) e Réunion (Paris).

1974

Recebe o Prêmio de Poesia da Associação Paulista de Críticos Literários.

1975

Publica Amor, amores. Recebe o Prêmio Nacional Walmap de Literatura. Recusa por motivo de consciência o Prêmio Brasília de Literatura, da Fundação Cultural do Distrito Federal.

1977

Publica A visita, Discurso de primavera e Os dias lindos. É publicada na Bulgária uma antologia intitulada Sentimento do mundo.

1978

A Editora José Olympio publica a segunda edição (corrigida e aumentada) de Discurso de primavera e algumas sombras. Publica O marginal Clorindo Gato e 70 historinhas, reunião de pequenas histórias selecionadas em seus livros de crônicas. Amar-Amargo e El poder ultrajoven saem na Argentina. A PolyGram lança dois LPs com 38 poemas lidos pelo autor.

1979

Publica Poesia e prosa, revista e atualizada, pela Editora Nova Aguilar. Sai também seu livro Esquecer para lembrar.

1980

Recebe os prêmios Estácio de Sá, de jornalismo, e Morgado Mateus (Portugal), de poesia. Publicação de A paixão medida, En Rost at Folket (Suécia), The Minus Sign (Estados Unidos), Poemas (Holanda) e Fleur, téléphone et jeune fille… (França).

1981

Publica, em edição fora de comércio, Contos plausíveis. Com Ziraldo, lança O pipoqueiro da esquina. Sai a edição inglesa de The Minus Sign.

1982

Aniversário de oitenta anos. A Biblioteca Nacional e a Casa de Rui Barbosa promovem exposições comemorativas. Recebe o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Publica A lição do amigo. Sai no México a edição de Poemas.

1983

Declina do Troféu Juca Pato. Publica Nova reunião e o infantil O elefante.

1984

Publica Boca de luar e Corpo. Encerra sua carreira de cronista regular após 64 anos dedicados ao jornalismo.

1985

Publica Amar se aprende amando, O observador no escritório, História de dois amores (infantil) e Amor, sinal estranho (edição de arte). Lançamento comercial de Contos plausíveis. Publicação de Fran Oxen Tid (Suécia).

1986

Publica Tempo, vida, poesia. Sofrendo de insuficiência cardíaca, passa catorze dias hospitalizado. Edição inglesa de Travelling in the Family.

1987

É homenageado com o samba-enredo “O reino das palavras”, pela Estação Primeira de Mangueira, que se sagra campeã do Carnaval. No dia 5 de agosto morre sua filha, Maria Julieta, vítima de câncer. Muito abalado, morre em 17 de agosto.

CRÉDITO DAS IMAGENS

 

 

Foto do autor: DR/ Acervo pessoal de Carlos Drummond de Andrade

 

CAPAS ORIGINAIS

 

Alguma poesia, Brejo das almas, A falta que ama, Discurso de primavera e algumas sombras, Corpo e O amor natural: Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin

 

Sentimento do mundo e Claro enigma: Acervo da Fundação Casa de Rui Barbosa/ Arquivo Museu de Literatura Brasileira. Fundo Carlos Drummond de Andrade. Reprodução de Ailton Alexandre da Silva

 

A rosa do povo: DR/ Santa Rosa. Acervo da Fundação Casa de Rui Barbosa/ Arquivo Museu de Literatura Brasileira. Fundo Carlos Drummond de Andrade. Reprodução de Ailton Alexandre da Silva

 

Fazendeiro do ar e A vida passada a limpo: Acervo Decio de Almeida Prado/ Instituto Moreira Salles

 

Lição de coisas: Acervo Jurandir Ferreira/ Instituto Moreira Salles

 

As impurezas do branco: Acervo Otto Lara Resende/ Instituto Moreira Salles

 

A paixão medida: Acervo Mauricio Rosenblatt/ Instituto Moreira Salles

 

CAPAS PELA COMPANHIA DAS LETRAS

 

Alguma poesia, Brejo das almas, Sentimento do mundo, José, A rosa do povo, Claro enigma, Fazendeiro do ar, A vida passada a limpo, Lição de coisas, A falta que ama, As impurezas do branco, A paixão medida, Discurso de primavera e algumas sombras, Corpo e O amor natural: Raul Loureiro e Claudia Warrak