QUARENTA E NOVE
— Oi — disse Felicity.
Tess sorriu para ela. Não conseguia evitar. Era como dizer “obrigado” de um modo mecânico a um policial que está lhe dando uma multa por excesso de velocidade que você não quer e nem tem como pagar. Tess ficou automaticamente alegre por ver Felicity porque a amava, e ela parecia tão legal, e tantas coisas tinham lhe acontecido nos últimos dias que havia muito a contar a ela.
No instante seguinte, Tess se lembrou, e o choque e a traição pareceram inéditos. Lutou contra o desejo de partir para cima de Felicity, derrubá-la no chão, arranhar, socar e morder. Mas mulheres gentis de classe média como Tess não agiam assim, ainda mais na frente de uma criança pequena e impressionável; então ela não fez nada além de lamber os lábios engordurados por causa dos pães de passas e chegar mais para a frente na cadeira, puxando a parte da frente da blusa do pijama.
— O que você está fazendo aqui? — perguntou Tess.
— Sinto muito por simplesmente… — A voz de Felicity falhou. Ela tentou limpar a garganta e disse, rouca: — …aparecer desse jeito. Sem avisar.
— É, teria sido melhor se você tivesse ligado — repreendeu Lucy.
Tess sabia que a mãe estava se esforçando para parecer hostil, mas soava apenas perturbada. Apesar de tudo o que Lucy dissera sobre Felicity, Tess sabia que ela amava a sobrinha.
— Como está o tornozelo? — perguntou-lhe Felicity.
— O papai vem também? — quis saber Liam.
Tess se empertigou. Felicity a encarou e desviou o olhar depressa. É isso aí. Pergunte para Felicity. Ela vai saber quais são os planos de Will.
— Daqui a pouco ele deve estar chegando — disse ela a Liam. — Na verdade, não vou demorar. Só queria conversar com a sua mãe sobre algumas coisas, e depois tenho que ir. Eu, hum, vou embora.
— Para onde? — perguntou Liam.
— Para a Inglaterra — respondeu Felicity. — Vou fazer uma travessia incrível. A Travessia Coast to Coast. Depois vou para a Espanha, para os Estados Unidos… Bem, vou ficar fora por um bom tempo.
— Você vai à Disney? — indagou Liam.
Tess encarou Felicity.
— Não estou entendendo.
Será que Will partiria com ela em alguma aventura romântica?
Manchas vermelhas aflitivas cobriam o pescoço de Felicity.
— Você e eu podemos conversar?
Tess se levantou.
— Venha.
— Vou também — disse Liam.
— Não — atalhou Tess.
— Você fica aqui fora comigo, querido — falou Lucy. — Vamos comer chocolate.
Tess a levou até seu antigo quarto. Era o único que tinha uma tranca. Elas ficaram de pé perto da cama, olhando uma para a outra. O coração de Tess estava disparado. Ela nunca se dera conta de que era possível passar a vida inteira olhando para quem amávamos de um jeito evasivo, indiferente, como se estivesse deliberadamente borrando a visão, até que algo assim acontecia, e então o simples fato de olhar para essa pessoa era apavorante.
— O que está acontecendo? — perguntou Tess.
— Acabou — esclareceu Felicity.
— Acabou?
— Bem, na verdade nunca começou. Depois que você e Liam foram embora, simplesmente…
— Não era mais tão empolgante?
— Posso me sentar? — indagou Felicity. — Minhas pernas estão tremendo.
As de Tess também estavam.
Ela deu de ombros.
— Claro. Sente-se.
Não havia onde sentar, além da cama ou do chão. Felicity deslizou para o chão. Sentou-se de pernas cruzadas, com as costas apoiadas na cômoda. Tess também se sentou, encostando-se na cama.
— Ainda é o mesmo tapete. — Felicity tocou o tapete azul e branco.
— É.
Tess olhou para as pernas magras e os pulsos finos de Felicity. Pensou na garotinha gorda que tantas vezes se sentara exatamente naquela posição durante a infância. Os lindos olhos verdes amendoados brilhando em seu rosto rechonchudo. Tess sempre soubera que havia uma princesa encantada presa dentro dela. Talvez Tess gostasse do fato de ela estar trancada.
— Você está bonita — disse Tess. Por algum motivo, aquilo precisava ser dito.
— Não comece — pediu Felicity.
— Eu não estava começando nada.
— Eu sei.
Elas ficaram sentadas em silêncio por alguns momentos.
— Então, me conte — disse Tess por fim.
— Ele não me ama — explicou Felicity. — Acho que na verdade nunca foi apaixonado por mim. Teve só uma quedinha. Sinceramente, aquilo tudo foi mesmo patético. Eu percebi na mesma hora. Assim que você e Liam foram embora, soube que não ia acontecer nada.
— Mas… — Tess ergueu as mãos, impotente.
Sentiu uma onda de humilhação. As coisas que tinham acontecido na semana anterior pareciam tão estúpidas.
— Mas para mim não era só uma quedinha — confessou Felicity. Ela ergueu o queixo. — Para mim foi de verdade. Eu o amo. Eu amo Will há anos. Desde a primeira vez que o vi.
— Isso é verdade? — perguntou Tess, estupidamente, mas aquilo não era nenhuma surpresa. Não mesmo.
Talvez ela sempre tivesse sabido. Na verdade, talvez até gostasse de sentir que Felicity era apaixonada por Will, porque isso fazia com que ele parecesse ainda mais desejável, e porque era perfeitamente seguro. Não havia a menor chance de Will sentir atração por Felicity. Será que Tess nunca tinha olhado de verdade para a prima? Tinha sido como todos os outros que não conseguiam enxergar além do peso dela?
— Mas todos esses anos — disse Tess. — Passando tanto tempo com a gente. Deve ter sido horrível.
Era como se ela pensasse que a obesidade de Felicity abafasse seus sentimentos, como se acreditasse que Felicity devia saber e ter aceitado que nenhum homem comum pudesse realmente amá-la! E ainda assim, Tess teria matado qualquer um que dissesse isso em voz alta.
— Era assim mesmo que eu me sentia. — Felicity plissou uma parte do tecido da calça jeans entre os dedos. — Eu sabia que ele só pensava em mim como uma amiga. Sabia que Will gostava de mim. Até me amava, mas como uma irmã. Para mim bastava só passar algum tempo com ele.
— Você deveria… — começou Tess.
— O quê? Ter contado a você? O que você poderia fazer além de sentir pena de mim? O que eu deveria ter feito era ir embora para viver a minha vida, em vez de apenas ser sua fiel e gorda dama de companhia.
— Nunca pensei em você desse jeito! — Tess estava magoada.
— Não estou dizendo que pensava assim. Eu é que me via como sua dama de companhia. Como se não fosse magra o bastante para ter uma vida de verdade. Mas aí, depois que emagreci, comecei a reparar que os homens olhavam para mim. Sei que, como boas feministas, não deveríamos gostar disso, de ser tratada como um objeto, mas quando nunca se teve essa experiência, é como, não sei, cocaína. Adorei. Eu me sentia tão poderosa. Parecia que eu estava em um daqueles filmes, quando o super-herói descobre os poderes que tem. E então pensei: Será que consigo fazer Will me notar, como esses homens me notam?… E aí, bem, aí…
Ela parou. Acabou ficando envolvida na história que contava e esqueceu que para Tess não era muito conveniente ouvi-la. Fazia apenas poucos dias que Tess não falava com a prima, enquanto Felicity passara todos aqueles anos sendo incapaz de dividir seu maior segredo.
— E aí ele notou — completou Tess. — Você testou seus superpoderes e eles funcionaram.
Felicity deu de ombros de um jeito modesto e autodepreciativo. Era engraçado como todos os gestos dela pareciam diferentes agora. Tess tinha certeza de que nunca vira aquele dar de ombros específico — meio vulgar e paquerador.
— Acho que Will ficou tão mal por se sentir, você sabe, um pouco atraído por mim que convenceu a si mesmo de que estava apaixonado — disse Felicity. — Depois que você e Liam foram embora, tudo mudou. Acho que ele perdeu o interesse em mim assim que você saiu pela porta.
— Assim que saí pela porta — repetiu Tess.
— É.
— Besteira.
Felicity ergueu a cabeça.
— É verdade.
— Não é, não.
Parecia que Felicity estava tentando absolver Will de todos os pecados, insinuar que ele havia apenas se desviado do caminho por um breve momento, como se o que acontecera não fosse diferente da traição de um bêbado que beijou alguém na festa da firma.
Tess pensou no rosto pálido de Will na segunda-feira à noite. Ele não era tão superficial ou estúpido assim. Seus sentimentos por Felicity tinham sido verdadeiros o bastante para ele começar a desmantelar toda a sua vida.
Era por causa de Liam, pensou ela. No momento em que Tess saiu pela porta com Liam, Will finalmente entendeu o que estava sacrificando. Se não houvesse uma criança envolvida, essa conversa não estaria acontecendo. Ele amava Tess — presumia-se que sim —, mas agora estava apaixonado por Felicity, e todo mundo sabia qual desses era o sentimento mais poderoso. Não era uma luta justa. Por isso que casamentos chegavam ao fim. Era por isso que, se você valorizava seu casamento, devia fazer uma barricada em torno de si mesmo, dos seus sentimentos e pensamentos. Não deixar seu olhar se demorar. Não ficar para um segundo drinque. Manter o flerte na zona de segurança. Não se aventurar. Em algum momento, Will escolheu observar Felicity com os olhos de um homem solteiro. Fora aí que ele traíra Tess.
— É claro que não estou pedindo que você me perdoe — disse Felicity.
Está, sim, pensou Tess. Mas não vai conseguir.
— Porque eu poderia ter seguido em frente — continuou Felicity. — Quero que saiba disso. Por algum motivo, acho importante que você saiba que para mim era sério. Eu me sentia péssima, mas não a ponto de não continuar com aquilo. Eu conseguiria conviver com a culpa.
Tess a encarou, chocada.
— Só quero ser completamente honesta com você — justificou-se Felicity.
— Obrigada, eu acho.
Felicity desviou o olhar primeiro.
— Enfim. Achei que a melhor coisa a fazer seria sair do país, ir para o mais longe possível. Assim você e Will podem se acertar. Ele queria conversar com você primeiro, mas achei que faria mais sentido se…
— Onde ele está agora? — perguntou Tess. Seu tom de voz estava estridente. O fato de Felicity conhecer o paradeiro e os planos dele a deixava furiosa. — Ele está em Sydney? Vocês vieram para cá juntos?
— Bem, sim, viemos, mas… — começou Felicity.
— Isso deve ter sido muito traumático para vocês dois. Seus últimos momentos juntos. Ficaram de mãos dadas no avião?
A hesitação nos olhos de Felicity era inegável.
— Ficaram, não foi? — falou Tess.
Ela podia muito bem imaginar. A agonia. Os amantes malfadados se agarrando um ao outro, imaginando se deveriam fugir — voar para Paris! — ou fazer a coisa certa, a coisa chata. Tess era a coisa chata.
— Não quero mais Will — disse ela para Felicity. Não suportava seu papel de esposa enfadonha, indesejada. Queria que Felicity soubesse que ela não tinha nada de enfadonho. — Pode ficar com ele. Fique com ele! Estou dormindo com Connor Whitby.
Felicity ficou boquiaberta.
— Sério?
— Sério.
Felicity suspirou.
— Bem, Tess, isso é… eu não sei. — Ela olhou ao redor do quarto em busca de inspiração e depois voltou a fitar Tess. — Três dias atrás você disse que não permitiria que Liam crescesse com pais separados. Falou que queria seu marido de volta. Fez com que eu me sentisse a pior pessoa do mundo. E agora está me contando que já engatou um caso com Connor Whitby, enquanto Will e eu… nós nunca nem… Meu Deus! — Ela socou a lateral da cama de Tess. Estava vermelha, os olhos brilhando de raiva.
A injustiça, e talvez a justiça, das palavras de Felicity deixaram Tess sem fôlego.
— Não se faça de santinha. — Ela empurrou a coxa magra de Felicity o mais forte que pôde, de um jeito infantil, como se fosse uma criança num ônibus escolar. Foi estranhamente bom. Ela repetiu o gesto com mais força. — Você é a pior pessoa do mundo. Acha que eu sequer olharia para Connor se você e Will não tivessem me dito aquelas coisas?
— Mas você não ficou se lamentando muito, não é? Puta merda, pare de me bater!
Tess deu um último empurrão e sentou-se direito. Nunca sentira um desejo tão forte de bater em alguém. E sem dúvida jamais cedera a ele. Parecia que toda a gentileza que fazia dela uma adulta socialmente apta havia desaparecido. Semana passada, era profissional e mãe. Agora fazia sexo em corredores e batia na prima. O quer viria em seguida?
Ela inspirou fundo, trêmula. “No calor do momento”, como diziam. Ela nunca tinha se dado conta de quão quente o calor do momento poderia ser.
— Enfim — disse Felicity. — Will quer se acertar com você e eu estou saindo do país. Então, faça o que quiser.
— Obrigada — falou Tess. — Muito obrigada. Por tudo.
Ela quase podia sentir fisicamente a raiva escoando de seu corpo, deixando-a limpa e imparcial.
Houve um momento de silêncio.
— Ele quer ter outro filho — disse Felicity.
— Não me diga o que ele quer.
— Ele quer mesmo ter outro filho.
— E suponho que você iria gostar de lhe dar um — provocou Tess, maldosa.
Os olhos de Felicity se encheram d’água.
— Sim. Sinto muito, mas gostaria, sim.
— Pelo amor de Deus, Felicity. Não me faça sentir mal por você. Não é justo. Por que você tinha que se apaixonar pelo meu marido? Por que não podia ter sido pelo marido de outra pessoa?
— Nós nunca víamos outras pessoas.
Felicity riu e as lágrimas escorreram pelo seu rosto. Ela limpou o nariz com as costas da mão.
Aquilo era verdade.
— Ele acha que não pode lhe pedir para engravidar outra vez porque você enjoou muito — disse Felicity. — Mas não deve ser tão ruim na segunda gravidez, certo? Cada gestação é diferente das outras, não é? Você deveria ter outro filho.
— Você acha mesmo que vamos ter um bebê agora e viver felizes para sempre? — perguntou Tess. — Um filho não conserta um casamento. Não que eu soubesse que meu casamento precisava de conserto.
— Eu sei, só pensei…
— Não é por causa dos enjoos que eu não queria outro bebê — explicou ela a Felicity. — É por causa das pessoas.
— Das pessoas?
— Das outras mães, dos professores, das pessoas. Eu não sabia que ter um filho envolvia tanta atividade social. Você passa o tempo todo falando com as pessoas.
— E daí? — Felicity parecia perplexa.
— Tenho esse distúrbio. Fiz um teste numa revista. Eu tenho… — Tess baixou a voz. — Tenho ansiedade social.
— Não tem nada — disse Felicity, com desdém.
— Tenho, sim! Fiz o teste…
— Você está mesmo se autodiagnosticando a partir de um teste de revista?
— Era a Reader’s Digest, não a Cosmopolitan. E é verdade! Não suporto conhecer gente nova. Passo mal. Meu coração dispara. Não suporto festas.
— Muitas pessoas não gostam de festas. Aceite isso.
Tess foi pega de surpresa. Ela esperava compaixão.
— Você é tímida — disse Felicity. — Não é de falar muito, nem é extrovertida. Mas as pessoas gostam de você. Gostam de verdade. Nunca percebeu isso? Quero dizer, meu Deus, Tess, como você poderia ter tido todos aqueles namorados se fosse tão tímida e nervosa assim? Você teve uns trinta namorados antes dos vinte e cinco anos.
Tess revirou os olhos.
— Não tive nada.
Como poderia explicar a Felicity que sua ansiedade era como um animalzinho de estimação estranho e inconstante do qual era obrigada a tomar conta? Às vezes, estava silencioso e dócil; em outros dias, enlouquecia, corria em círculos e latia alto em seu ouvido. Além disso, namorar era diferente. Namoros tinham regras próprias e bem definidas. Ela podia namorar. O primeiro encontro com um cara novo nunca fora um problema. (Desde que ele a convidasse, é claro. Ela jamais fazia o convite.) Era quando o cara a convidava para conhecer sua família e seus amigos que a ansiedade deixava sua cabecinha esquisita agitada.
— Além do mais, se você tem mesmo essa “ansiedade social”, por que nunca me contou? — perguntou Felicity, absolutamente confiante de que sabia tudo o que havia para saber sobre Tess, mesmo que o contrário não fosse verdade.
— Antes eu não sabia o nome — explicou Tess. — Não tinha as palavras certas para descrever o que eu sentia até poucos meses atrás.
E porque você fazia parte do meu disfarce, pensou ela. Porque, juntas, nós duas fingíamos que não nos importávamos com o que os outros pensavam de nós, que éramos superiores a todo mundo. Se eu admitisse para você como me sentia, teria que admitir não só que me importava com o que as pessoas pensavam, mas que me importava muito.
— Sabe de uma coisa? Entrei numa aula de aeróbica quando tinha pelo menos o dobro do tamanho de qualquer pessoa da sala. — Felicity se inclinou para a frente e olhou-a, furiosa. — As pessoas não conseguiam olhar para mim. Vi uma garota cutucar a amiga para que desse uma olhada em mim, e as duas tiveram vontade de rir. Ouvi um cara dizer: “Cuidado com a vaca.” Então, não venha me falar de ansiedade social, Tess O’Leary.
Bateram à porta.
— Mamãe! Felicity! — berrou Liam. — Por que vocês trancaram a porta? Quero entrar!
— Vá embora, Liam — gritou Tess de volta.
— Não! Vocês já fizeram as pazes?
As duas se entreolharam. Felicity deu um sorriso fraco e Tess desviou o olhar.
Ouviram a voz de Lucy do outro lado da casa:
— Liam, volte aqui! Falei para deixar sua mãe em paz! — Ela estava em desvantagem por causa das muletas.
Felicity se levantou.
— Tenho que ir. Meu voo é às duas horas. Minha mãe vai me levar ao aeroporto. Ela está uma pilha. Ao que parece, papai não está falando comigo.
— Você vai mesmo embora hoje? — Tess ergueu os olhos do chão para a prima.
Pensou rapidamente nos negócios: os clientes que ela se esforçara tanto para conseguir, o fluxo de caixa que lutavam para manter, a confusão e a preocupação com os lucros e prejuízos, como se aquilo fosse uma plantinha delicada, a planilha de “trabalhos em andamento” que analisavam todas as manhãs. Seria o fim da Agência TWF? Todos aqueles sonhos. Todos aqueles materiais de escritório.
— Vou — respondeu Felicity. — Era o que eu deveria ter feito há anos.
Tess também se levantou.
— Eu não perdoo você.
— Eu sei — concordou Felicity. — Também não me perdoo.
— Mamãe! — gritou Liam.
— Espere um pouco, Liam! — retrucou Felicity. Ela segurou o braço de Tess e sussurrou em seu ouvido: — Não conte a Will sobre Connor.
Por um breve e estranho momento elas se abraçaram, então Felicity se virou e abriu a porta.