Orquídea negra

(Atenção artilheiro,

três salvas de tiros de canhão

em honra aos mortos da Ilha da Ilusão

durante a última revolução do coração e da paixão!

Apontar a estibordo… Fogo!)

 

Você é a orquídea negra

que brotou da máquina selvagem

e o anjo do impossível

plantou como nova paisagem.

 

e o anjo do impossível

plantou como nova paisagem.

 

Você é a dor do dia a dia,

você é a dor da noite a noite,

você é a flor da agonia,

a chibata, o chicote e o açoite.

 

você é a flor da agonia,

a chibata, o chicote e o açoite.

 

Lá fora ecoa a ventania

e os ventos arrastam vendavais

do que foi, do que seria

do que nunca volta jamais.

 

do que foi, do que seria

do que nunca volta jamais.

 

Parece até a própria tragédia grega

da mais profunda melancolia,

parece a bandeira negra

da loucura e da pirataria.

 

parece a bandeira negra

da loucura e da pirataria.

 

 

Gravada por Zé Ramalho no álbum Orquídea negra (1983)