Prelúdio

Todos os grandes tufões, sejam eles vendavais, temporais ou tempestades, apesar da grande força destruidora, trazem como elementos misteriosos da natureza um benefício muito grande, mas muito grande mesmo, como que para compensar o estrago, a destruição que produzem com a sua escandalosa e terrível chegada.

Depois de cada vendaval, ou até mesmo ciclone, fica uma atmosfera mais carregada de vida. Como tentaria eu explicar coisas que não têm explicação? Sei lá... tento usar a mediunidade poética... mas vejam se não é suprema verdade esta afirmação! Após os grandes furacões, justamente porque talvez aí neste estar aí neste estado de coisas e anticoisas, a morte e a destruição se fazem tão presentes e reais, o que sobra é algo que já vem vacinado por esta mesma morte e por esta mesma destruição. E então observamos com os olhos molhados de lágrimas brilhantes como pérolas negras da aurora o renascimento do mundo, e estranhamente observamos os cacos e o caos do universo destruído pelas poderosas forças da chamada natureza que um deus ou deusa desconhecidos fabricaram num outro tempo-espaço para quem sabe brincarem sadicamente conosco num jogo de esconde-esconde, vislumbrando aquele espanto da criança recém-nascida, a esperança brotando mais forte dessa mesma terra castigada pelos demoníacos ventos furacões da existência.

Parmênides, nosso-vosso colega pensador, dizia (numa recriação poética com todos os molhos do Brasil-Universal e sua poesia-total!): Neikós o ódio é aquela força que vem lá de fora para nos destruir, esmigalhar, agredir, dizimar, desencantar... porém, felizmente brota de dentro de nós, como que para compensar tamanha dor e amargura do terror-horror, a força infinita e abençoada do amor, através de Vênus Afrodite, de uma concha nascida e embalada pelas ondas do mar, e ao menos acredite, Vênus Afrodite é irmã-gêmea de Iemanjá e/ou Janainaá!

Assim como o relativismo de Albert Einstein & Pietro Ubaldi e das várias personalidades que o gênio zen-budista-português-universal Fernando Pessoa possui, há muitas versões sobre o nascimento e sobre a morte e... ressurreição de Dionisius! Dionisius é Bromios, é Zagreus, é Soter e é na versão degradada­-mecanizada-pragmatizada-industrializada de Roma conhecido como Baco.

Dionisius sou eu, este que vos escreve-descreve e se atreve ainda a afirmar que é Dionisius-Exu! Assim como Vênus-Afrodite é Iemanjá, Apolo é Oxóssi, Iansã é Wotan, Hades é Abaluaiê, Zeus é Deus é Oxalá etc. etc. É só ouvir os tambores do candomblé da Bahia de Todos os Santos no ar e no mar da harmonia de todos os encantos e cantos, que o coração do ser humano, demasiadamente humano, totalmente entregue a este transe divino-pagão-cristão do Brasil-original-universal-sideral, intuirá... as sendas perdidas da estrada dourada que conduz ao Templo da felicidade.