Pipoca à meia-noite

Hoje nada me acalma.

Sinto a morte na alma.

 

Quanto ódio contido.

Quanto espelho partido.

Um espelho por dia

é a sua quantia normal.

 

Não brigue tanto comigo

que vais perder um amigo.

É chegado o momento

do despedaçamento final!

 

Ainda ouço aquele rock na vitrola,

teu pai no quarto ao lado, ali a bronquear.

Você saindo tão gracinha da escola

diretamente pros meus braços

pra me beijar.

Depois cinema e pipoca à meia-noite.

Teus olhos tão lindinhos

a me namorar.

Altas transações e muita touca.

Ai, te segura, meu benzinho

que eu vou cair de boca!

 

São cenas que não saem da minha mente.

São coisas que me deixam tão doente,

e eu vou gritando pelo Rio de Janeiro

mais alto que o mais alto dos pandeiros

que acabou de desfilar.

 

Juro, baby hippie,

o nosso amor um dia vai ressuscitar.

Volta logo pro tambá!