VERSOS DO PRISIONEIRO (4)
Mãos frias
sobre os ferros frios.
O meu corpo não me reconhece,
o meu ser perdeu o espelho.
De que lado está a cidade?
Para quê as grades
se já não sei
de que lado dorme a cela?
Estes ferros meus,
meu corpo mineral,
estranham, em mim,
as mãos
que já foram minhas.
Maputo, 2006