DA TERRA 

Terra nas unhas, 

sem lençol, adormeço. 

 

Pés encardidos, 

nas pestanas 

o peso da poeira. 

 

Meus olhos 

calam o dia, 

fecham-se as asas da última garça. 

 

Uns lavram a terra, 

Eu durmo lavado pela terra. 

 

Boane, 2006