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O comandante Fairfax estava deitado na cama da suíte. Sendo uma criatura de hábitos, sabia que ler durante vinte minutos o ajudava a relaxar. Estava prestes a desligar a luz de leitura quando o telefone tocou. Era o engenheiro-chefe do navio.

— Senhor comandante, estamos com alguns problemas de propulsão. São mínimos e estávamos a levar a cabo testes em todos os motores. Esperamos ter o assunto resolvido nas próximas vinte e quatro horas.

— Foi necessário reduzir a velocidade do navio?

— Foi sim, senhor comandante. Mas conseguimos manter a velocidade a vinte e cinco nós.

Fairfax começou a fazer cálculos mentais.

— Muito bem. Mantenham-me informado — disse e desligou o telefone.

O comandante pensou no burburinho de atividade que os esperava em Southampton. Um pequeno exército de empregados de limpeza estaria a postos para limpar o navio minuciosamente para receber os novos passageiros que iriam subir a bordo. Seriam trazidas novas provisões e o lixo seria despejado. E tudo isto teria lugar numa pequena janela de tempo, desde o desembarque de passageiros a meio da manhã e embarque de novos passageiros a meio da tarde. O processo era preciso como um relógio. Mas o relógio tinha de começar a horas, com o Queen Charlotte a chegar às seis da manhã a Southampton.

Vai correr tudo bem, tentou assegurar a si mesmo. Podemos compensar o tempo que vamos perder nestas vinte e quatro horas andando mais depressa depois de o problema dos motores estar resolvido. Vai correr tudo bem, desde que não aconteça mais nada que atrase a nossa chegada.