A Segunda Guerra Mundial durou exatamente seis anos e um dia, contando da data em que Hitler invadiu a Polônia até 2 de setembro de 1945, quando os japoneses se renderam aos americanos a bordo do encouraçado Missouri, ancorado na baía de Tóquio, após bombas atômicas terem sido lançadas sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki. Entre soldados e civis, os mortos no conflito somaram mais de 62 milhões de pessoas.
Nos primeiros anos, a vitória dos alemães foi avassaladora. No auge de seu poderio, Hitler chegou a controlar um imenso território que ia da península de Breton, no extremo oeste da França, até os rios Don e Volga, no Cáucaso, União Soviética. No sentido norte-sul, as tropas nazistas dominaram desde a região ártica da Noruega e da Finlândia até as areias escaldantes do deserto líbio, na África.
A partir da derrota na batalha de Stalingrado, travada no final de 1942 e início de 1943, o Terceiro Reich, projetado para mil anos, não fez outra coisa senão encolher. No dia 30 de abril de 1945, quando Adolf Hitler cometeu suicídio em seu abrigo subterrâneo, o Reich não passava de um quarteirão em ruínas no centro de Berlim.
No Pacífico, os japoneses também começaram com uma vitória maiúscula ao atacar e destruir parte da frota americana em Pearl Harbor, Havaí, provocando a entrada dos Estados Unidos na guerra. Seguiu-se uma sucessão de batalhas navais e combates pela posse de ilhas no caminho entre o Havaí e o Japão. Tal como o Reich de Hitler, o império japonês foi encolhendo. E teria encolhido até o fim não fossem as bombas atômicas e a rendição.
Obviamente não houve recessão, e muito menos desemprego, durante a guerra. Mas poderia ter havido tão logo os combates cessaram, se o presidente norte-americano Harry Truman, sucessor de Roosevelt, não tivesse tomado algumas decisões importantes.
No cenário doméstico, Truman assinou a chamada G. I. Bill, através da qual os soldados americanos que haviam retornado dos teatros europeu e do Pacífico fizeram jus a financiamentos com juros próximos de zero para compra ou construção de casa própria, início de um negócio ou custeio de estudos de segundo grau e universitários. Isso deu enorme impulso à economia.
A Europa foi beneficiada com o plano Marshall, também com financiamento americano, que bancou a reconstrução. O mesmo aconteceu no Japão, onde os grandes empresários tiveram acesso a linhas de crédito para refazer seus parques industriais.
Dessa maneira terminou o ciclo perverso iniciado às dez horas da manhã de quinta-feira, 24 de outubro de 1929, quando o superintendente da Bolsa de Valores de Nova York, William Crawford, bateu o gongo do pregão e deu início ao crash.
Resta agora contar o que aconteceu com aquelas pessoas que esta narrativa abandonou tão abruptamente para tratar da depressão e da guerra.