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Estacionei nos Moors, no local que eles chamam de Tumba, com a dor desaparecendo, e o dia também.

Sexta-feira, 17 de junho de 1977.

Peguei a caneta e abri o porta-luvas.

Encontrei guia com algumas páginas em branco, que arranquei.

Escrevi páginas e páginas, depois parei e rasguei tudo.

Saí do carro e abri a mala, tirei a fita, a mangueira, e fiz o que tinha de fazer.

Depois simplesmente me sentei, peguei a caneta e recomecei.

 

Querido Bobby,

não quero viver sem você.

Eles te contarão mentiras sobre mim,

mentiras iguais às que me contaram.

Mas eu te amo e estarei ao seu lado,

tomando conta de você, sempre.

Do papai que te ama.

 

Liguei o carro e coloquei o bilhete no painel, depois fiquei olhando para os Moors, e tudo o que eu podia ver, do outro lado do para-brisa, era o seu rosto, os seus cabelos, o seu sorriso, sua barriguinha escapando do pijama azul, e ele fazia um telescópio com as mãos, e depois já não o podia ver por conta das lágrimas, não podia ver porque...