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Achamos na beira do rio um sapo seco, e um pote.

O pote estava de barriga aberta ao sol. (Depois

eu falo do sapo.) Nas enchentes nem quase que não

entravam as águas para dentro do pote. Por forma

que o pote era seco e aberto aos ventos. Os bons

ventos da tarde que entravam com areia e cisco

pelo ventre aberto do pote. (Demoramos de dois

anos para voltar àquele retiro.) Agora, de volta,

achamos o pote tibi de emprenhado. A barriga do

pote fosse agora um canteiro arrumado. Estava bom

de criar. Foi que veio daí um passarinho e cagou

na barriga do pote uma semente de roseira. As

chuvas e os ventos deram à gravidez do pote forças

de parir. E o pote pariu rosas. E esplendorado

de amor ficou o pote! De amor, de poesia e de rosas.

E havia perto, por caso, um sapo destripado e seco.

A abertura do ventre do sapo também se enchera

de areia e cisco. Também se fizera ele um canteiro

arrumado. Foi que outro passarinho veio e cuspiu

outra semente de rosa no ventre do sapo. E outra

rosa nasceu na primavera. Foi um dia de glória

para o nosso olhar. As rosas do sapo e do pote

foram abençoadas de borboletas que pousavam nas

roseiras. Houvemos júbilo!