CONCLUSÃO

A educação tem de surpreender, cativar, conquistar os estudantes a todo momento. A educação precisa encantar, entusiasmar, seduzir, apontar possibilidades e realizar novos conhecimentos e práticas. O conhecimento se constrói com base em constantes desafios, atividades significativas que excitem a curiosidade, a imaginação e a criatividade.

A escola é um dos espaços privilegiados de elaboração de projetos de conhecimento, de intervenção social e de vida. É um espaço privilegiado para experimentar as situações desafiadoras do presente e do futuro, reais e imaginárias, aplicáveis ou limítrofes. No entanto, a promoção do desenvolvimento integral da criança e do jovem só é possível com a união do conteúdo escolar e da vivência em outros espaços de aprendizagem.

Quanto mais avançadas as tecnologias, mais a educação precisa de pessoas humanas, evoluídas, competentes, éticas. São muitas informações, visões, novidades. A sociedade torna-se cada vez mais complexa, pluralista, e exige pessoas abertas, criativas, inovadoras, confiáveis.

Caminhamos para aulas com acesso wireless, com cada vez menos momentos presenciais e mais momentos conectados. Caminhamos também para cidades digitais, conectadas. Quanto mais acesso remoto tivermos, mais necessidade de mediação, de pessoas que inspirem confiança e que sejam competentes para ajudar os alunos a encontrar os melhores lugares, os melhores autores e saber compreendê-los e incorporá-los a sua realidade. Quanto mais conectada a sociedade, mais importantes se tornam as pessoas afetivas, acolhedoras, que sabem mediar as diferenças, facilitar os caminhos, aproximar os outros.

Educar é um processo complexo, que exige mudanças significativas, investimento na formação de professores, para o domínio dos processos de comunicação da relação pedagógica e o domínio das tecnologias. Só assim, poderemos avançar mais depressa, com a consciência de que, em educação, não é tão simples mudar, porque existe uma ligação com o passado, que é necessário manter, e uma visão de futuro, à qual devemos estar atentos. Não nos enganemos. Mudar não é tão simples e não depende de um único fator. O que não podemos é jogar a culpa nos outros, para justificar a inércia, a defasagem gritante entre as aspirações dos alunos e a forma de satisfazê-las. Se os administradores escolares investirem na formação humanística dos educadores e no domínio tecnológico, poderemos avançar mais.

Caminhamos para formas de gestão menos centralizadas, mais flexíveis, integradas, para estruturas mais enxutas, com uma aproximação sem precedentes entre organizações educacionais e corporativas.

O processo de mudança na educação não é uniforme nem fácil. Mudaremos aos poucos, em todos os níveis e modalidades educacionais, pois existe na sociedade uma grande desigualdade econômica, de maturidade, de motivação das pessoas. Algumas estão preparadas para a mudança, outras não, e é difícil mudar padrões nas organizações, nos governos, nos profissionais e na sociedade.

As possibilidades educacionais que se abrem são imensas. Os problemas também são gigantescos, porque não temos experiência consolidada de gerenciar pessoas individualmente e em grupo, simultaneamente, a distância. As estruturas organizativas e os currículos terão de ser muito mais flexíveis e criativos, o que não parece ser uma tarefa fácil de realizar. Numa sociedade em mudança acelerada, além da competência intelectual, do saber específico, é importante que haja muitas pessoas para sinalizar com possibilidades concretas de compreensão do mundo, de aprendizagem experimentada de novos caminhos, com testemunhos vivos – embora imperfeitos – das imensas possibilidades de crescimento em todos os campos. O que faz a diferença no avanço dos países é a qualificação das pessoas, para encontrarmos na educação novos caminhos de integração do humano e do tecnológico, do racional, sensorial, emocional e do ético, do presencial e do virtual; da escola, do trabalho e da vida em todas as suas dimensões.