AGRADECIMENTOS

Quem quer que me siga online sabe que tenho uma relação bastante problemática com histórias.

Ou melhor, com o ato de lhes dar vida. Com o domínio dessa besta desgovernada, até os braços tremerem e a cabeça doer, e sei que, se a largar então, antes de estar pronta, ela se desfará, e terei de a eliminar e perderei pelo menos algumas partes pelo caminho.

E por isso, enquanto sustive a história de Addie, muitas pessoas sustiveram-me a mim.

Sem elas, não haveria livro.

E é neste momento que se espera que agradeça a todas elas.

(Odeio agradecimentos.)

(Ou melhor, odeio os «Agradecimentos». Tenho uma memória terrível. Acho que a minha cabeça ficou cheia de buracos por causa de todos estes livros, por isso, quando se trata de agradecer às pessoas que ajudaram este livro a ganhar vida, paraliso, com a certeza de que irei esquecer.)

(Sei que irei esquecer.)

(Estou sempre a esquecer.)

(Acho que é por isso que escrevo, para tentar captar as ideias antes de me escaparem e de me deixarem a olhar para o vazio, a pensar porque entrei naquela divisão ou porque abri aquele tabulador do browser ou do que andava à procura no frigorífico.)

(Claro que é irónico, tendo em conta o tema deste livro.)

(Este livro, que viveu durante tanto tempo na minha cabeça e que ocupou tanto espaço, é responsável por pelo menos parte do esquecimento.)

Assim sendo, será uma lista incompleta.

Este livro é para o meu pai, que caminhou pelas ruas do nosso bairro, em East Nashville, e me ouviu enquanto verbalizei pela primeira vez a ideia que me crescia na cabeça.

Para a minha mãe, que me acompanhou em todos os caminhos tortuosos e nunca permitiu que me perdesse.

Para a minha irmã, Jenna, que sabia exatamente quando eu precisava de escrever e quando precisava de parar de escrever e de, em vez disso, beber um cocktail requintado.

Para a minha agente, Holly, que me arrastou para fora de muitos pântanos de fogo e nunca deixou que me chamuscasse ou afogasse ou fosse devorada por ratos gigantes.

Para a minha editora, Miriam, que esteve comigo a cada passo deste longo e tortuoso caminho.

Para a minha agente publicitária, Kirstin, que se tornou a minha cavaleira, a minha defensora e minha amiga.

Para Lucille, Sarah, Eileen e o resto da incrível equipa da Tor, que acreditaram nesta história quando não passava de uma ideia, que me aplaudiram quando era apenas um esboço, que me defenderam quando se tornou um livro acabado e me fizeram sentir, a cada passo, que me poderia soltar, que eles me iriam agarrar.

Para os meus amigos — que sabem quem são —, que me arrastaram pela escuridão e fugiram comigo à procura de palavras (e de frango assado).

Para Al Mare e Red Kite, por me cederem um lugar para pensar e escrever e por me fornecerem muitos bules de chá.

Para Danielle, Ilda, Britt e Dan, pela sua paixão e por me enfiarem piza por baixo da porta.

Para todos os livreiros que me deixaram ficar até hoje nas prateleiras.

Para todos os leitores que me disseram que estavam ansiosos por o ler, apesar de terem prometido esperar.