A meditação: o único caminho
Sem o desenvolvimento da habilidade da meditação, nenhum dos ensinamentos anteriores poderá ser integralmente aplicado. A meditação é a busca de um estado de consciência pura, que se atinge a partir da interrupção de um desordenado e incessante fluxo de pensamentos.
Você pode imaginar sua mente como um cruzamento de duas ruas muito movimentadas. Pense no movimento contínuo de carros em direções distintas. Quando os carros que seguem em uma via param no sinal vermelho, os outros imediatamente começam a se movimentar na direção oposta. Frequentemente, ouve-se o som ensurdecedor de buzinas. Os pedestres, apressados, caminham em todas as direções.
Experimente passar 10 minutos num ambiente desses e você logo começará a ficar muito confuso. E vai desejar estar em um lugar com uma bela paisagem, paz e muito silêncio.
Pois é assim que a mente funciona: como um tráfego de pensamentos que não cessa nunca. Ideias de todos os tipos, em sua maioria pouco construtivas, desconexas, que não levam a lugar algum. Uma torrente incessante de preocupações e ansiedades.
Quer fazer uma experiência? Se possível, comece agora mesmo. Durante alguns minutos, anote em uma folha de papel todos os pensamentos que vêm à sua mente. Apenas registre cada um deles. Depois pegue o papel e leia. Você vai se perguntar em que hospício mora o autor dessas ideias. E vai querer muito se afastar delas.
A meditação é a ferramenta que pode tirar você desse caos. Ela pode interromper o grande tráfego, fazer cessar o barulho incessante para que, somente assim, você sinta a paz e o silêncio. Apenas nesse estado você poderá conhecer a verdade.
O primeiro passo para se tornar um ser meditativo é a quebra total da identificação com a mente. Você precisa se conscientizar de que é algo além dela. Então poderá retornar a um estado original, a uma paz que o aproxima do Criador.
Em plena era da informação, o homem acredita que, quanto mais informado, mais chance de sucesso terá. Porém, superlotando a mente com muitas mensagens, quase todas transformadas em lixo, não deixa espaço para a paz interior. É assim que nos afastamos de nossa essência.
Para não ficarmos apenas na teoria – tendo o conhecimento, mas abdicando da experiência –, precisamos de uma prática. Um exercício para ser usado nos momentos de tristeza e de alegria, e que nos ajudará a entender nossa participação na existência. Isso é a meditação.
Mas ela não deve ser um fenômeno isolado. Não adianta levar a vida em um ritmo caótico e parar 15 minutos para meditar diariamente. Isso ajudaria de alguma forma a acalmar a mente e teria o seu efeito benéfico, mas pode ser muito melhor.
O ser meditativo procura algo além da breve pausa de 15 minutos por dia. Ele cria a nova maneira de enxergar a vida. Temos na Bíblia o exemplo de um personagem muito interessante que nos ajudará a entender esse modo de viver.