SEGUNDA PARTE

Sangue e vinho

Verão de 1793

Na vida, motivos muitos tereis para beber,

Se para bem os ponderar tempo houver.

Felicidades ou tristezas sempre o destino envia,

Para todas enfrentar, um só remédio, a cada dia:

Vinho, os ditosos mais felizes torna ainda;

Alívio de provações e mágoas sobrevindas.

Os tempos serão o que deles fizerdes,

Inquietações o ébrio não irão perturbar.

Sede alegre com amigos, se os tiverdes.

«Adeus!», dizei-lhes, se a festa acabar.

O vinho é o conforto que a Providência deu,

Do berço ao casamento, da velhice ao céu.

— Anna Maria Lenngren, 1793