Conversando um pouco…
Iniciaremos o estudo de uma importante parte da gramática normativa: a ortografia. Gostaria de salientar que este capítulo deve ser estudado com cuidado. Inevitavelmente, você se deparará com várias regras, orientações, muitas exceções etc., etc. Ficar decorando os pontos talvez não seja a melhor técnica. Por isso, sugiro que estude o capítulo aos poucos, tendo sempre em mente que o melhor remédio para se aprender a escrever os vocábulos corretamente ainda é a leitura. Cremos que só com a leitura habitual o operador da língua conseguirá memorizar – pela apreensão visual – a correta escrita de muitas palavras. Portanto, leia mais! E não deixe, é claro, de, aos poucos, apreender pela norma gramatical algumas orientações ortográficas. Por isso, vamos lá!
Antes de qualquer consideração, convém mencionar que a palavra ORTOGRAFIA é formada por dois radicais gregos (orto + grafia), os quais significam respectivamente “correto” e “escrita”. Logo, ortografia é a parte da gramática normativa que se preocupa com a correta representação escrita dos vocábulos em nossa língua.
As dificuldades de escrita que muitas palavras nos oferecem ocorrem em virtude de as palavras em nossa língua obedecerem a dois critérios distintos: ora a grafia do vocábulo está baseada na etimologia, ora a grafia do vocábulo está baseada na fonética.
Como sabemos, os sistemas ortográficos são três: o fonético, o etimológico e o misto. Nossa língua portuguesa faz uso do sistema “misto”. Por isso, muitos operadores da língua sentem dificuldade (ou dúvida) em escrever alguns vocábulos.
Como sabemos, a letra é a representação gráfica de um fonema. Nem sempre, como se demonstra no capítulo de introdução à fonética, esta relação “letra” / “fonema” é perfeita, pois existem fonemas representados por mais de uma letra e vice-versa. O conjunto de todas as letras em nossa língua é denominado de “alfabeto português”. Nosso alfabeto é hoje composto por 26 letras, sendo 21 consoantes e 5 vogais. São elas:
a A (á) |
j J (jota) |
s S (esse ou sê) |
b B (bê) |
k K (capa ou cá) |
t T (tê) |
c C (cê) |
l L (ele ou lê) |
u U (u) |
d D (dê) |
m M (eme ou mê) |
v V (vê) |
e E (é ou ê) |
n N (ene ou nê) |
w W (dáblio) |
f F (efe ou fê) |
o O (ó) |
x X (xis) |
g G (gê ou guê) |
p P (pê) |
y Y (ípsilon ou ipsilone) |
h H (agá) |
q Q (quê) |
z Z (zê) |
i I (i) |
r R (erre ou rê) |
Além das letras, nossa língua usa uma série de sinais auxiliares a fim de indicar alguns fonemas especiais. Ao conjunto desses sinais gráficos, chamados também de sinais diacríticos (gr. “diacríticos” = apto a distinguir), dá-se o nome de notações léxicas. Esses sinais acessórios da escrita são os seguintes: acentos (agudo, circunflexo e grave), til, apóstrofo, cedilha e hífen.
Os acentos são notações léxicas empregadas sobre algumas vogais para indicar a sílaba tônica ou para indicar a fusão entre elas. Como já dissemos, temos três tipos de acentos na língua portuguesa: ( ´ ) agudo, ( ^ ) circunflexo e ( ` ) grave.
O acento agudo é empregado sobre as vogais para assinalar, quando as regras da acentuação assim exigirem, a tonicidade aberta das vogais “a, e, o” e a tonicidade fechada das vogais “i, u”.
Observe:
água
café
paletó
difícil
baú
O acento circunflexo é usado sobre as vogais “a, e, o”, quando as regras da acentuação exigirem, para indicar o timbre fechado delas.
quilômetro britânico |
cortês constância |
repô-lo prêmio |
O acento grave é usado exclusivamente em português para indicar o fenômeno da crase, isto é, a contração, a fusão de dois “as” (a + a).
Para aprofundar os seus conhecimentos sobre o emprego do acento grave, sugerimos que estude o assunto “Crase” em sintaxe.
É uma notação léxica usada para indicar a nasalização das vogais “a, o”, quando houver necessidade.
órgão |
não |
intenção |
ímã |
põe |
mãe |
É uma notação léxica colocada sob a letra “c”, a fim de se obter o fonema /s/ antes das vogais “a, o, u”. Observe:
faço |
caçar |
mulçumano |
açúcar |
paçoca |
espaço |
O apóstrofo é um sinal empregado para assinalar a supressão de um fonema numa palavra, a fim de se evitarem sons desagradáveis ou mesmo a repetição de um fonema ao se pronunciar o vocábulo. Geralmente ocorre a elisão do “e” da preposição “de”.
queda d’água pau-d’água pau-d’arco |
pau-d’arara estrela-d’alva pau-d’óleo |
galinha-d’água mãe-d’água |
copo-d’água borda-d’água |
Emprega-se também o apóstrofo nas ligações das formas “santo” e “santa”, quando importa representar a elisão das vogais finais “o” e “a”. Observe:
Sant’Ana |
Sant’Iago |
Sant’Antônio |
É a notação léxica que apresenta maior número de empregos. É frequentemente empregado para unir palavras compostas, prefixos e formas verbais. Observe abaixo algumas orientações que estão respaldadas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, publicado no ano de 2009.
Como já dissemos, o hífen é a notação léxica que apresenta o maior número de empregos. É frequentemente empregado, por exemplo, para indicar a ênclise dos pronomes oblíquos átonos, para formar vocábulos por derivação prefixal e para unir compostos. Veja:
fazê-lo |
cachorro-quente |
pré-operatório |
pós-verbal |
pô-las |
Quando une vocábulos, o hífen, em muitos casos, servirá como um sinal de conotatividade, pois indicará que os elementos unidos por ele não estão empregados em seus sentidos originais, mas passaram a compor um novo conceito, uma nova ideia. Observe como o emprego do hífen, nesse caso, altera o sentido nos exemplos abaixo:
mesa redonda mesa em formato circular |
≠ |
mesa-redonda reunião, debate, discussão |
casca grossa casca espessa, grossa |
≠ |
casca-grossa ignorante, bruto, grosso |
criado mudo empregado que não fala |
≠ |
criado-mudo móvel de cabeceira |
ferro velho peça de ferro antiga |
≠ |
ferro-velho estabelecimento que vende coisas velhas |
pão duro pão endurecido, velho |
≠ |
pão-duro sovina, pirangueiro, avaro |
calça curta calça de pequena extensão |
≠ |
calça-curta dominado, inexperiente |
Para aprofundar o conhecimento, observe agora os principais empregos do hífen:
1) Para indicar a ênclise dos pronomes oblíquos átonos às formas verbais.
Entregou-me Hei de comprá-lo |
Vamos fazê-lo Passou-nos o projeto |
Observação:
Não se emprega o hífen nas ligações verbais, formadoras de locuções verbais, com o verbo “haver” + preposição “de”.
hei de vencer |
haveríamos de encontrar |
hás de fazer |
2) Em vocábulos compostos, formados por “substantivo + substantivo”, nos quais o segundo substantivo indique forma, finalidade ou tipo.
decreto-lei homem-robô |
ideia-mãe homem-chave |
café-concerto |
3) Nas palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos elementos constituem uma unidade sintagmática e semântica única e mantêm acento próprio. Em outras palavras, os vocábulos perderam suas significações individuais e passaram a compor um novo conceito, uma nova semântica.
decreto-lei arco-íris afro-asiático azul-escuro caneta-tinteiro |
médico-cirurgião tio-avô primeiro-ministro conta-gotas saca-rolha |
tenente-coronel turma-piloto beija-flor porto-alegrense saia-calça |
ano-luz sul-africano luso-brasileiro marca-texto boas-vindas |
4) Nos topônimos compostos iniciados pelos adjetivos “grã-, grão-” ou por forma verbal ou cujos elementos estejam ligados por artigo.
Grã-Bretanha Abre-Campo Trinca-Fortes |
Grão-Pará Baía de Todos-os-Santos Entre-os-Rios |
Traga-Mouros Trás-os-Montes |
5) Nas palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas, estejam ou não ligadas por preposição ou qualquer outro elemento.
couve-flor erva-do-chá cobra-d’água cobra-capelo |
erva-doce ervilha-de-cheiro andorinha-do-mar formiga-branca |
feijão-verde bem-me-quer bem-te-vi lesma-de-conchinha |
6) Nos compostos com os advérbios “bem” e “mal”, quando estes formam com o elemento que se lhes segue uma unidade sintagmática e semântica, e tal elemento começa por vogal ou “H”.
bem-aventurado mal-estar mal-intencionado |
bem-estar mal-afortunado mal-assombrado |
bem-humorado mal-humorado |
Observações:
a) Em muitos compostos, o advérbio “bem” aparece aglutinado com o segundo elemento (forma consolidada pelo uso), quer este tenha ou não vida à parte.
benfazejo |
benfeito |
benfeitor |
benquerença |
b) Em outros vocábulos, o advérbio “bem” pode não se aglutinar com palavras começadas por consoante. Observe:
bem-criado |
bem-ditoso |
bem-nascido |
bem-visto |
Consideração importante: A verdade é que nós não temos uma orientação segura a respeito do emprego do hífen com este advérbio. Nesse caso, não há outra solução: em caso de dúvida, consulte um bom dicionário. Se você é daqueles que escrevem com frequência, sugiro que também tenha sempre à mão o VOLP – Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.
c) É importante não confundir! Quando o vocábulo não começar por vogal nem por “H”, não haverá hífen com o advérbio “mal”. Observe:
malformação |
malcozido |
malcheiro |
malcriado |
Mas escreveremos...
mal-educado mal-avisado |
mal-afortunado |
mal-encarado |
mal-humorado |
7) Nos compostos com os elementos “além, aquém, recém, sem”.
além-Atlântico recém-nascido |
além-mar sem-cerimônia |
além-fronteiras sem-número |
aquém-mar sem-vergonha |
Nas formações com prefixos ou falsos prefixos só se emprega o hífen nos seguintes casos:
1) Nas formações em que o segundo elemento começa por “h”, ou seja, não importa o prefixo: se o segundo elemento iniciar-se por “H”, deve-se empregar o hífen. Observe:
pré-história anti-herói semi-hospitalar |
extra-humano arqui-hipérbole poli-hidratação |
sub-hepático geo-história |
super-homem pan-helenismo |
Observação:
Não se usa, no entanto, o hífen em formações que contêm em geral os prefixos “des-” e “in-”, nas quais o segundo elemento perdeu o “h” inicial. Veja:
desumano |
desumidificar |
inábil |
inumano |
2) Nas formações em que o prefixo termina na mesma vogal com que se inicia o segundo elemento. Observe:
anti-ibérico micro-ondas anti-imperialista arqui-inimigo |
contra-almirante auto-ônibus anti-inflamatório semi-interno |
infra-axilar micro-organismo supra-auricular eletro-ótica |
Observação:
Esta regra não se aplica ao prefixo “re-”. Por isso, escrevem-se corretamente sem hífen, por exemplo, os vocábulos “reencarnação, reenvio, reemissão, reempossar, reencontro, reestabelecer etc.”.
3) Nas formações com os prefixos “circum-” e “pan-”, quando o segundo elemento começar por vogal, “m” ou “n”, além do “h” já mencionado.
circum-escolar pan-mágico |
circum-murado pan-negritude |
circum-navegação pan-americano |
pan-africano |
4) Nas formações com os prefixos “hiper-, super-, inter-”, quando o segundo elemento iniciar-se por “r”, além, é óbvio, do “H” já mencionado.
super-resistente hiper-requintado inter-regional |
hiper-reativo inter-hemisfério inter-renal |
inter-relacionado hiper-rugoso |
super-revista super-realismo |
5) Nas formações com os prefixos “ex-, pós-, pré-, pró-, sota-, soto-, vice-, vizo-”, isto é, esses prefixos sempre serão usados com hífen.
ex-diretor vice-presidente pós-graduação pró-americano |
pró-labore vizo-rei pré-vestibular pós-tônico |
sota-piloto soto-general pré-natal pró-europeu |
soto-mestre pré-datado pró-britânico vice-diretor |
6) Com o prefixo “sub-”, haverá hífen sempre que o vocábulo iniciar-se por “b, h ou r”. Observe:
sub-base sub-rogar |
sub-bibliotecário sub-repartição |
sub-humano sub-bosque |
sub-hepático sub-rotina |
Observação:
Caso não se inicie por “b, h ou r”, não haverá hífen. Veja:
subepiderme |
sublocatário |
subclasse |
subutilizar |
Observações:
a) Em alguns vocábulos, o prefixo (átono) se incorporou à palavra primitiva, como em “predeterminado, pressupor, propor, pospor, promover, prever”. Por isso, estes vocábulos são escritos sem hífen.
b) Nas formações por sufixação, só se emprega o hífen nos vocábulos terminados por sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, com “açu, guaçu e mirim”, como, por exemplo, “amoré-guaçu, anajá-mirim, andá-açu, capim-açu, Ceará-Mirim”.
c) Usa-se também o hífen nas ligações de formas pronominais enclíticas ao advérbio “eis” (ei-lo, ei-los) e ainda nas combinações de formas pronominais “o, a, os, as” com os pronomes oblíquos “nos” e “vos”, como, por exemplo, “no-lo”, “vo-los”.
d) O Novo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa registra tanto “pro forma, pro labore”, formas latinas, quanto “pró-forma, pró-labore”, formas aportuguesadas. Portanto, ambas as grafias, sem hífen na forma latina e com hífen na forma aportuguesada, são corretas.
1) Nos vocábulos derivados por prefixação, cujo prefixo terminar em vogal e o segundo elemento iniciar-se por consoante. Caso o segundo elemento inicie por “r” ou “s”, estas consoantes devem ser duplicadas.
contrarregra minissaia semicírculo extracorpóreo |
infrassom neorrepublicano ultrarromântico supracitado |
suprassumo microcirurgia hipoderme neoliberal |
antirreligioso minissérie semimetal |
2) Nos vocábulos derivados por prefixação, cuja vogal final do prefixo é diferente da vogal inicial do segundo elemento.
antieconômico aeroespacial coeducação |
extraescolar semiárido autoestrada |
extraoficial agroindustrial plurianual |
intraocular hidroelétrico antiaéreo |
3) Nos vocábulos formados por palavras compostas, cuja noção de composição, em certa medida, se perdeu, uma vez que tais palavras passaram a compor um sentido único, individualizado.
paraquedas pontapé sobremesa |
mandachuva madrepérola vaivém |
madressilva passatempo malmequer |
girassol rodapé aguardente |
A partir de agora, vamos estudar o emprego de diversas letras do vocabulário português. Sugerimos que estude o assunto aos poucos para um melhor aprovisionamento do conteúdo. Salientamos, entretanto, que a melhor técnica para se evitarem erros ortográficos ainda é a leitura. Só a leitura, continuada e bem orientada, propiciará uma escrita livre dos problemas ortográficos. Ademais, é preciso que se diga que “ninguém” – repita-se “ninguém” – possui pleno domínio de todos os vocábulos da nossa língua. Daí a importância de o operador da língua pátria sempre possuir à mão um bom dicionário. Será este compêndio vocabular que afastará o erro ortográfico. Por isso, orientamos o nosso aluno para que leia o assunto abaixo não com o intuito de decorar simplesmente, mas principalmente com o intuito de entender o porquê do emprego desta e não daquela letra. A missão não é tão simples. Mas certamente não é impossível. Mãos à obra!!
Inicialmente, tenha cuidado com algumas letras que, frequentemente, impõem dúvida no escritor. Vamos a elas!
Dica: Sugiro que pare um pouco agora. Descanse a mente alguns minutos antes de passar para o próximo ponto. Preferencialmente, releia o assunto acima – emprego do hífen. É um ponto bastante explorado pelas bancas. Por isso, vale a pena olhar novamente, fazer outras anotações. Provavelmente você não obsorverá todas as informações sobre o hífen agora. Anote em algum lugar a data em que você estudou o assunto. Revise-o em poucos dias. Certamente o resultado será bem melhor na próxima vez que estudar o assunto. Quando estiver pronto, passe para o ponto abaixo... Vamos lá...
Em nossa língua, o emprego do “e” e do “i” é responsável por uma série de equívocos ortográficos. Portanto, é preciso estar atento para se evitarem muitos erros. Observe abaixo uma série de orientações sobre o emprego destas duas letras.
ESCREVE-SE COM “I” E NÃO COM “E”: |
||
• aborígene/aborígine |
• alumiar |
• ansiar |
• antipatia |
• ária (música) |
• arriar (baixar) |
• calidoscópio |
• cerimônia |
• chilique |
• colibri |
• corrimão |
• crânio |
• criação |
• criatura |
• crioulo |
• diferir (adiar) |
• disfarce |
• digladiar |
• dilação (adiamento) |
• dilapidar |
• discrição (reserva) |
• discricionário |
• discriminar (discernir) |
• disparate |
• dispensa (folga) |
• displicência |
• distorção |
• erisipela |
• escárnio |
• esquisito |
• idiossincrasia |
• Ifigênia |
• imergir (mergulhar) |
• imigrar (entrar no país) |
• iminente (próximo) |
• incinerar |
• infestar |
• inigualável |
• lampião |
• meritíssimo |
• miscigenação |
• pátio |
• penicilina |
• pião (brinquedo) |
• pinicar |
• pontiagudo |
• privilégio |
• réstia |
• ridículo |
• silvícola |
• siri |
• tinir |
• umbilical |
• vadiar (vagabundear) |
Lembre-se de que também se emprega a letra “i”:
a) Nas terceiras pessoas do presente do indicativo dos verbos terminados em “-AIR”, “-OER” e “-UIR”:
cai atribui |
sai constrói |
corrói dói |
possui |
b) No prefixo grego “anti-”, que indica “ação contrária, oposição”.
antídoto anti-infeccioso |
antissepsia anti-horário |
antimoral |
c) No paradigma de conjugação dos verbos terminados em “-IAR”, como “variar, estagiar, abreviar, aliciar, assobiar etc.”.
Eu vario tu varias, ele varia, nós variamos, vós variais, eles variam.
Eu estagio tu estagias, ele estagia, nós estagiamos, vós estagiais, eles estagiam.
Eu assobio tu assobias, ele assobia, nós assobiamos, vós assobiais, eles assobiam.
d) Nas terminações em “-ANO” (significando “aquele que pertence a” ou “relativo a”) nas quais se aplica um “i”, que funcionará como vogal de ligação.
freudiano goethiano |
machadiano ciceroniano |
camoniano açoriano |
Observação:
Neste último caso, quando o vocábulo termina em “E”, é de rigor a manutenção deste “E”. Observe:
Daomé daomeano Ageu ageano |
Arqueu arqueano Galileu galileano |
ESCREVE-SE COM “E” E NÃO COM “I”: |
||
• acarear |
• aéreo |
• apear |
• área (espaço) |
• arrear (enfeitar) |
• beduíno |
• beneficência |
• berilo |
• cadeado |
• campeão |
• campear |
• carestia |
• cedilha |
• cemitério |
• confete |
• corpóreo |
• creolina |
• deferir (ceder) |
• delação (denúncia) |
• descrição (redação) |
• desenfreado |
• desfrutar |
• despensa (depósito) |
• desforra |
• desfrutar |
• destilar |
• disenteria |
• elucidar |
• emergir (vir à tona) |
• encrenca |
• espaguete |
• emigrar (sair do país) |
• embutir |
• eminência (altura) |
• empecilho |
• encrenca |
• endireitar |
• enfezar |
• engolir |
• enteado |
• estrear |
• geada |
• granjear |
• mestiço |
• mexerico |
• paletó |
• páreo |
• parêntese (ou parêntesis) |
• peão (homem do campo) |
• penico (urinol) |
• periquito |
• petisco |
• preá |
• recrear (divertir) |
• quepe |
• sequer |
• seringa |
• umedecer |
• vadear (passar a vau) |
• veado |
Lembre-se de que também se emprega a letra “e”:
a) Nos ditongos nasais “ãe” e “õe”:
dispõe alemães |
mãe compõem |
cirurgiães cães |
b) No prefixo grego “ante-” que indica “anterioridade”:
antediluviano antecâmara |
anterreforma antessala |
antegozo |
c) Nas formas dos verbos terminados em “-OAR” e “-UAR”:
abençoe atue |
perdoe continue |
magoe efetue |
d) Nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo de muitos verbos:
caem arguem |
saem possuem |
destroem constituem |
e) No prefixo latino “des-” que indica “oposição, negação, falta ou afastamento, separação”:
descortês desamor |
desleal desarmonia |
descascar |
Observação
Não se esqueça também de que a oposição “e” e “i” é responsável pela distinção entre vários vocábulos. São formas parônimas. Veja:
Cuidado aqui, pois várias bancas exploram este tipo de conhecimento. Portanto, vale a pena ler o ponto mais de uma vez. Use caneta marca-texto.
ESCREVE-SE COM “E” |
ESCREVE-SE COM “I” |
área (espaço, superfície) |
ária (melodia, concerto) |
arrear (pôr arreios) |
arriar (abaixar) |
deferir (conceder) |
diferir (adiar ou ser diferente) |
delatar (denunciar) |
dilatar (distender) |
delação (denúncia) |
dilação (adiamento) |
descrição (ato de descrever) |
discrição (ser discreto) |
descriminação (absolvição) |
discriminação (separação) |
emergir (vir à tona) |
imergir (afundar) |
eminente (ilustre) |
iminente (prestes a ocorrer) |
peão (pedestre) |
pião (brinquedo) |
recreação (diversão) |
recriação (criar novamente) |
vadear (passar a vau) |
vadiar (andar à toa) |
Teste o seu vocabulário. Observe abaixo um grupo de palavras escritas com “O” e outro grupo de palavras escritas com “U”. Fique atento, pois não raros são os equívocos ortográficos com estas palavras.
ESCREVE-SE COM “O” E NÃO COM “U”: |
||
• abolição |
• abolir |
• agrícola |
• amêndoa |
• amontoar |
• aroeira |
• assoar |
• bobina |
• boate |
• bochecho |
• boteco |
• botequim |
• bússola |
• chacoalhar |
• cobiça |
• cochicho |
• coelho |
• comprido |
• comprimento (extensão) |
• costume |
• cortiça |
• coruja |
• êmbolo |
• encobrir |
• engolir |
• engolimos (forma verbal) |
• esmolambado |
• espoliar |
• focinho |
• goela |
• lobisomem |
• lombriga |
• mocambo |
• mochila |
• moela |
• moleque |
• molambo |
• moringa |
• mosquito |
• névoa |
• nódoa |
• óbolo |
• polenta |
• poleiro |
• polir |
• ratoeira |
• sapoti |
• silvícola |
• sortir (abastecer) |
• sortido (variado) |
• sotaque |
• toalete |
• tocaia |
• tostão |
• tribo |
• vinícola |
• zoada |
ESCREVE-SE COM “U” E NÃO COM “O”: |
||
• abulia |
• acudir |
• anágua |
• bueiro |
• bônus |
• bruxulear |
• bugalho |
• buliçoso |
• bulir |
• burburinho |
• camundongo |
• chuviscar |
• cumbuca |
• cumprimento (saudação) |
• cumprimentar |
• cúpula |
• curinga (carta de baralho) |
• Curitiba |
• curtir |
• curtição |
• cutia (animal) |
• curtume |
• cutucar |
• embutir |
• entupir |
• estripulia |
• esbugalhar |
• escapulir |
• fuçar |
• íngua |
• jabuti |
• juazeiro |
• légua |
• manusear |
• muamba |
• mucama |
• mulato |
• murmurinho |
• mutuca |
• pirulito |
• rebuliço |
• sanduíche |
• sinusite |
• suar (transpirar) |
• supetão |
• surripiar |
• tábua |
• tabuleiro |
• tulipa |
• urticária |
• usufruto |
• virulento |
Há na língua uma série de vocábulos que tanto podem ser escritos com o ditongo “OU” quanto com o ditongo “OI”. É certo que uma das formas sempre será a mais usual, embora ambas estejam corretas. Observe:
• açoite – açoute |
• estoiro – estouro |
• afoito – afouto |
• loiça – louça |
• besoiro – besouro |
• loiro – louro |
• biscoito – biscouto |
• oiço – ouço |
• coice – couce |
• oiro – ouro |
• coisa – cousa |
• tesoiro – tesouro |
• doido – doudo |
• toiro – touro |
• doirar – dourar |
• toicinho – toucinho |
• dois – dous |
a) Empregam-se as letras “C” ou “Ç” em vocábulos de origem tupi ou africana:
açaí paçoca caiçara miçanga puçá |
araçá caçula Paraguaçu Pajuçara piracema |
Iguaçu cacimba Piracicaba Moçambique Araci |
Moçoró babaçu muçum Juçara Piraçununga |
b) Em palavras de origem latina, finalizadas em “t”, emprega-se “ç” ou “c”, pois há geralmente uma correlação entre o “t” latino e o “ç” ou “c” português.
absorto absorção ato ação adotar adoção torto torção isento isenção executor execução |
abster abstenção distinto distinção infrator infração marte marcial extinto extinção |
c) Emprega-se também o “C” ou “Ç” em muitas palavras de origem árabe:
açafrão muçulmano |
acicate alface |
açucena açúcar |
açude |
d) Emprega-se também o “Ç” na correlação: verbo em “TER” substantivo em “TENÇÃO”:
ABSTER abstenção DETER detenção ATER atenção |
CONTER contenção RETER retenção |
e) Empregam-se também as consoantes “C” e “Ç” nos sufixos “-AÇA, -AÇO, -AÇÃO, -ECER, -IÇA, -IÇO, -NÇA, -UÇO”.
carcaça caliça estilhaço criança |
cabaça chouriço noviço armação |
bagaço festança ricaço magriço |
anoitecer dentuça carniça |
f) Emprega-se também o “Ç” ou “C” após vários ditongos. Observe:
fauce traição traiçoeiro |
feição beicinho bouçar |
foice caiçara calabouço |
louça precaução coice |
ESCREVE-SE COM “C” OU COM “Ç”: |
||
• absorção |
• abstenção |
• acaçapar |
• açafrão |
• açaí |
• acelga |
• acender (iluminar) |
• acessório |
• acervo |
• acetinar |
• aço |
• açucena |
• açúcar |
• adereço |
• afocinhar |
• alçapão |
• alicerçar |
• alicerce |
• almoço |
• ameaçar |
• arregaçar |
• arruaça |
• asserção |
• babaçu |
• beça |
• Berenice |
• boçal |
• buço |
• cabaça |
• caçarola |
• cacimba |
• calção |
• caniço |
• carapaça |
• carcaça |
• cê-cedilha |
• cela (quarto) |
• celibato |
• celofane |
• cênico |
• censo (recenseamento) |
• censura |
• cereja |
• cerração (nevoeiro) |
• certame (ou certâmen) |
• cerzir (costurar) |
• chacina |
• chumaço |
• cilada |
• cintura |
• cirrose |
• cismar |
• concertar (ajustar) |
• contorção |
• dentuça |
• descrição |
• disfarce |
• dobradiça |
• eriçar |
• espinhaço |
• exceção |
• hortaliça |
• inchaço |
• jaçanã |
• licença |
• linhaça |
• maçada (importunação) |
• maçaneta |
• maçante |
• maciço |
• maniçoba |
• miçanga |
• maçom |
• mormaço |
• muçarela |
• noviço |
• ouriço |
• paçoca |
• palhoça |
• pança |
• pinçar |
• pocilga |
• presunção |
• rebuliço |
• rechaçar |
• regaço |
• ruço (pardo, grisalho) |
• sanção (ato de sancionar) |
• sumiço |
• tenção (intenção) |
• terraço |
• tição |
• torção |
• traça |
• vacilar |
• viço |
• vidraça |
• vizinhança |
Outro conjunto de palavras que frequentemente trazem dúvidas ao operador da língua são os vocábulos escritos com “G” e com “J”. Como os fonemas dessas duas letras são bem parecidos, os equívocos não são raros. Portanto, fique atento às orientações abaixo.
ESCREVE-SE COM “G” E NÃO COM “J”: |
||
• adágio |
• agenda |
• agiota |
• algema |
• algibeira |
• angelim |
• angina |
• apogeu |
• aragem |
• auge |
• digerir |
• digestão |
• égide |
• egrégio |
• estrangeiro |
• evangelho |
• falange |
• ferrugem |
• frigir |
• fuligem |
• garagem |
• geada |
• gêiser |
• geleia |
• gêmeo |
• gengibre |
• gengiva |
• gergelim |
• geringonça |
• gesso |
• gesto |
• gibi |
• gilete |
• gim |
• girândola |
• gíria |
• impingem |
• megera |
• monge |
• ogiva |
• rabugem |
• rabugento |
• regurgitar |
• rugido |
• selvagem |
• sugestão |
• tangente |
• tangível |
• tangerina |
• tigela |
• vagem |
• vagina |
• vargem |
• vertigem |
• viagem |
• vigência |
Emprega-se a letra G:
a) Nos sufixos “-agem, -igem, -ugem, -ege, -oge”. Observe:
aragem vertigem frege |
malandragem ferrugem micagem |
fuligem sege viagem |
miragem paragoge |
Observação
Usa-se o “G” no substantivo “viagem”, mas se emprega a letra “J” no verbo “viajar” e seus derivados.
É importante que ele faça uma boa viagem. (substantivo)
É importante que ele viaje em segurança. (verbo)
Representam exceções a esta regra: lambujem, pajem e lajem.
b) Nas terminações “-ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio”. Veja:
adágio prodígio fastígio naufrágio |
pedágio relógio necrológio plágio |
estágio refúgio colégio |
egrégio remígio subterfúgio |
c) Nos verbos terminados em “GER” e “GIR”. Observe:
eleger impingir |
proteger mugir |
fingir submergir |
frigir |
d) Geralmente depois da vogal “A”, a qual inicia o vocábulo. Perceba:
agente agitar |
agiota agitação |
ágio agenda |
agir |
Observação
Representam exceção a esta regra os vocábulos que por origem se escrevem com “J” ou que são derivados de outros, os quais apresentam a letra “J” após a vogal “A”. São bons exemplos: ajeru, ajeitar, ajesuitar.
e) Nos vocábulos derivados, cujas palavras primitivas são grafadas com “G”. Observe:
exigir exigência tingir tingido |
impingir impingem afligir afligem |
ESCREVE-SE COM “J” E NÃO COM “G”: |
||
• ajeitar |
• alforje |
• anjinho |
• anjo |
• berinjela |
• cafajeste |
• canjica |
• canjirão |
• cereja |
• cerejeira |
• cerveja |
• cervejeiro |
• desajeitado |
• enjeitar |
• enrijecer |
• gajeiro |
• gorjear |
• gorjeio |
• gorjeta |
• granjear |
• injeção |
• interjeição |
• jeca |
• jeito |
• Jeni |
• jenipapo |
• jequitibá |
• Jeremias |
• Jericó |
• jerimum |
• jérsei |
• jesuíta |
• jiboia |
• jirau |
• jiu-jitsu |
• laje |
• laranjeira |
• lisonjear |
• lojista |
• majestade |
• manjericão |
• Moji |
• objeção |
• ojeriza |
• pajé |
• pajem |
• Pajeú |
• pegajoso |
• projeção |
• projétil |
• rejeição |
• rejeitar |
• sarjeta |
• traje |
• trejeito |
• ultraje |
• varejeira |
• varejista |
É comum, portanto, o emprego da letra “J”:
a) Em muitas palavras de origem latina. Observe:
jeito cereja |
majestade lájea |
hoje jeira |
b) Em muitas palavras de origem africana e tupi-guarani. Veja:
beiju caju jerimum Ubirajara |
jeribá jenipapo pajé mujique |
jiboia jirau jê |
maracujá jequitibá jerivá |
c) Em palavras derivadas de outras que já têm a letra “J”. Observe:
laranja laranjeira, laranjinha manjar manjedoura viajar viajei, viajem (verbos) |
rijo rijeza, enrijecer gorja gorjeta, gorjear, gorjeio encorajar encoraje, encorajem (verbos) |
d) Nas flexões do modo subjuntivo dos verbos terminados em “-jar”, como “arranjar, despejar, sujar, viajar, aleijar, almejar etc.”. Veja:
arranjar arranje, arranjes, arranje, arranjemos, arranjeis, arranjem.
despejar despeje, despejes, despeje, despejemos, despejeis, despejem.
A princípio, é preciso dizer que a letra H, em início e fim de vocábulo, não representa fonema em nossa língua. Funciona com mero símbolo gráfico, mantendo-se simplesmente em razão da etimologia de muitos vocábulos. Emprega-se a letra H, portanto:
1) No início dos vocábulos em razão da etimologia:
herói do latim “heros” haver do latim “habere” humano do latim “humanus” hesitação do latim “haesitatione” |
habitar do latim “habitare” haste do latim “hasta” hipótese do grego “hupóthesis” hipotaxe do grego “hupótaksis” |
2) No final de algumas interjeições. Observe:
ah! |
eh! |
ih! |
oh! |
puh! |
3) Em compostos unidos por hífen, quando o segundo elemento possui “h” etimológico. Observe:
pré-histórico |
super-homem |
anti-higiênico |
sobre-humano |
4) Como integrante dos dígrafos “ch, nh, lh”. Veja:
chuva |
inhame |
ilha |
chaveiro |
filho |
banha |
5) Por tradição, no topônimo BAHIA.
Observação
O “H” medial que não soa não se escreve, como em “desumano, exausto, filarmônico, inábil, lobisomem, reabilitar, reaver, turboélice”.
Observe agora uma lista com alguns vocábulos, em que se emprega a letra H, os quais podem gerar dúvidas.
ESCREVE-SE COM “H” INICIAL |
||
• hã |
• Habacuque |
• hagiografia |
• haicai |
• Haiti |
• hálito |
• haltere |
• hangar |
• harmonia |
• harpa |
• harpejar |
• harpia |
• haste |
• haurir |
• Havana |
• Havaí |
• haxixe |
• hebdomadário |
• hebreu |
• hectare |
• hediondo |
• hedonismo |
• Hedviges |
• hélice |
• hemeroteca |
• hemisfério |
• hemorragia |
• hemorroidas |
• hendecassílabo |
• hepático |
• heptassílabo |
• hera (planta) |
• herbívoro |
• hermenêutica |
• hermético |
• hérnia |
• herói |
• hertziano |
• hesitar |
• heureca |
• hexagonal |
• hexágono |
• hiato |
• hibernal |
• híbrido |
• hidra |
• hidrato |
• hidravião |
• hidrogênio |
• hiena |
• hierarquia |
• hieróglifo |
• hífen |
• higrômetro |
• hilaridade |
• hilário |
• himeneu |
• hinário |
• hino |
• hipérbole |
• hipismo |
• hipocondria |
• hipocrisia |
• hipódromo |
• hipófise |
• hipopótamo |
• hipoteca |
• hipótese |
• hirto |
• hispânico |
• histeria |
• histologia |
• hodierno |
• holandês |
• holofote |
• homenagear |
• homeopatia |
• homicida |
• homilia (ou homília) |
• homologar |
• homogeneidade |
• homogêneo |
• homônimo |
• honesto |
• honorários |
• honra |
• honraria |
• hóquei |
• horário |
• horda |
• horizonte |
• hormônio |
• horóscopo |
• horripilar |
• horror |
• horta |
• hortênsia |
• horto (jardim) |
• hosana |
• hóspede |
• hospício |
• hospitalizar |
• hóstia |
• hostil |
• hotel |
• hulha |
• humilde |
• humor |
• húmus |
1) Na correlação ortográfica, verbos com “ND” formarão substantivos e adjetivos com “NS”. Observe:
pretender pretensão, pretensioso, despretensioso
suspender suspensão, suspensivo
ascender ascensão, ascensor, ascensional
distender distensão, distensível, distensor
2) Na correlação ortográfica, verbo com “PEL” formará substantivos e adjetivos com “PULS”. Observe:
impelir impulso, impulsivo, impulsão
expelir expulsão, expulsivo, expulsor
repelir repulsão, repulsivo
compelir compulsão, compulsivo
3) No sufixo erudito “-ense”, formador de adjetivos gentílicos. Veja:
paquistanense vienense |
paraense parisiense |
rio-grandense |
4) É empregada geralmente após ditongos. Observe os inúmeros exemplos:
aplauso maisena pouso Neusa |
causa Moisés Sousa mausoléu |
coisa náusea faisão |
lousa paisagem gêiser |
5) Na conjugação dos verbos “PÔR” e “QUERER”. Veja:
Se eu quisesse; tu quisesses; ele quisesse; nós quiséssemos; vós quisésseis; eles quisessem.
Eu pus; tu puseste; ele pôs; nós pusemos; vós pusestes; eles puseram.
6) Nos vocábulos formados pelos sufixos “-esa, -isa, -osa, -oso, -ês”, os quais geralmente formam adjetivos a partir de substantivos.
burguesa sacerdotisa marquesa diaconisa |
cortês gostoso orgulhosa papisa |
camponês cheiroso francês |
poetisa princesa amorosa |
7) Nos sufixos gregos “-ase, -ese, -ise, -ose”. Observe:
catálise osmose |
prófase metamorfose |
catequese psicanálise |
próclise |
8) Em vocábulos derivados de outros que são escritos com a letra “S”. Veja:
ausente ausência, ausente, ausentar
base baseado, basear, baseamento
casa casar, casamento, casebre
preso presídio, presidiário, presidiar
visão visionário, visível, visionar
Segue abaixo um rol sucinto de palavras escritas com a letra “S”.
ESCREVE-SE COM “S” |
|
• abrasar |
• escusável |
• abusão |
• extasiar |
• abusar |
• formosura |
• abuso |
• frasear |
• adesão |
• freguesa |
• adesivo |
• frisante |
• agasalhar |
• fuselagem |
• aliás |
• fusível |
• alisar |
• gasoso |
• amásia |
• gris |
• ambrosia |
• grosa |
• amnésia |
• groselha |
• analisar |
• hesitar |
• ananás |
• improvisar |
• anestesia |
• Jerusalém |
• anis |
• jusante |
• apesar |
• lesar |
• após |
• lesão |
• aposentar |
• lisura |
• apostasia |
• maisena |
• apoteose |
• maresia |
• apresar |
• medusa |
• apresilhar |
• misantropo |
• aprisionar |
• miséria |
• ardósia |
• misericórdia |
• arrasar |
• nasal |
• artesanato |
• obesidade |
• atrasar |
• país |
• atrasado |
• paisano |
• através |
• paralisar |
• basebol |
• parisiense |
• basílica |
• parnasiano |
• besuntar |
• pêsame |
• brasa |
• pesquisar |
• brisa |
• precisão |
• camiseta |
• preservar |
• camisola |
• prosélito |
• camponês |
• raposa |
• casebre |
• raso |
• casaco |
• reclusão |
• casimira |
• rasura |
• casuísta |
• resina |
• casulo |
• revés |
• catalisar |
• revisar |
• catequese |
• sassafrás |
• cesariana |
• sinestesia |
• cisão |
• sinusite |
• colisão |
• sisudo |
• concisão |
• sósia |
• cortesão |
• televisor |
• cortesia |
• torquês |
• crisálida |
• tosar |
• demasia |
• transação |
• desinência |
• usufruto |
• diaconisa |
• usura |
• divisor |
• vaselina |
• dose |
• vesícula |
• entrosar |
• viseira |
• enviesar |
• zeloso |
1. Na correlação ortográfica, verbos com “CED” formarão substantivos com “CESS”. Observe:
ceder cessão, cessionário
interceder intercessão, intercessor
exceder excessivo, excesso
conceder concessão, concessivo
aceder acesso, acessível
2. Na correlação ortográfica, verbos com “GRED” formarão substantivos e adjetivos com “GRESS”. Veja:
agredir agressão, agressivo, agressor, agressividade
progredir progresso, progressão, progressivo
regredir regressão, regresso, regressivo
transgredir transgressão, transgressor
3. Na correlação ortográfica, verbos em “PRIM” formarão substantivos e adjetivos com “PRESS”. Observe:
comprimir compressão, compressivo
exprimir expressão, expressivo
imprimir impressão, impressor
oprimir opressão, opressor
reprimir repressão, repressor
deprimir depressão, depressivo
4. Na correlação, verbos terminados em “TIR” formarão substantivos e adjetivos com “SSÃO”. Confira:
admitir admissão, admissível
discutir discussão
repercutir repercussão, repercussivo
eletrocutir eletrocussão
5. Em palavras derivadas por prefixação, cujo prefixo termina em vogal e o vocábulo se inicia por “s”. Observe:
mini + saia minissaia a + salariar assalariar ante + sala antessala re + surgir ressurgir neo + simbolismo neossimbolismo |
a + silábico assilábico anti + séptico antisséptico pseudo + sufixo pseudossufixo para + sífilis parassífilis |
Observe agora uma série de vocábulos em que se emprega o dígrafo “SS”.
ESCREVE-SE COM “SS” |
|
• acessível |
• excesso |
• alvíssaras |
• fossa |
• amassar |
• fossilizar |
• assar |
• gesso |
• apressar |
• girassol |
• argamassa |
• imissão |
• arremesso |
• impressionar |
• assear |
• massagem |
• assédio |
• massapé |
• asseio |
• melissa |
• assessor |
• missionário |
• asserção |
• obsessão |
• assoprar |
• passatempo |
• aterrissagem |
• passeata |
• aterrissar |
• pintassilgo |
• avesso |
• possessão |
• bissetriz |
• presságio |
• bússola |
• promessa |
• compasso |
• ressaca |
• concessão |
• ressentir |
• condessa |
• ressonar |
• confessionário |
• ressuscitar |
• confissão |
• russo |
• demissão |
• sanguessuga |
• depressa |
• sobressalente |
• devasso |
• sossego |
• dissensão |
• travesso |
• dissídio |
• uníssono |
• endossar |
• vassoura |
• escassez |
• verossímil |
• escasso |
Em muitos vocábulos, principalmente por razões etimológicas, emprega-se “SC”. Geralmente são vocábulos eruditos, provenientes do latim. Observe abaixo um quadro sucinto com alguns vocábulos escritos com “SC”.
ESCREVE-SE COM “SC” |
|
• abscesso |
• irascível |
• abscissa |
• isósceles |
• acrescer |
• lascívia |
• adolescência |
• luminescência |
• apascentar |
• miscelânea |
• aquiescência |
• miscigenação |
• ascendente |
• nascença |
• ascender (subir) |
• obsceno |
• ascético (místico) |
• oscilação |
• concupiscência |
• piscina |
• condescender |
• presciência |
• consciência |
• prescindir |
• convalescença |
• prescindível |
• descendência |
• recrudescer |
• descentralização |
• remanescente |
• discente |
• reminiscência |
• discernimento |
• renascentismo |
• disciplina |
• rescindir |
• efervescência |
• rescisão |
• fascículo |
• ressuscitar |
• fascismo |
• susceptível |
• fascínio |
• suscitar |
• florescente |
• transcendente |
• imprescindível |
• víscera |
• incandescente |
• visceral |
• intumescer |
Geralmente emprega-se a letra Z:
1) Na maioria dos substantivos derivados de adjetivos. Observe:
2) No sufixo “-IZAR” formador de verbos a partir de substantivos e adjetivos não terminados em “S”. Veja:
agon(ia) + izar agonizar colon(o) + izar colonizar hospital + izar hospitalizar final + izar finalizar suav(e) + izar suavizar símbol(o) + izar simbolizar fiscal + izar fiscalizar cristal + izar cristalizar capital + izar capitalizar |
amen(o) + izar amenizar ideal + izar idealizar modern(o) + izar modernizar canal + izar canalizar civil + izar civilizar harmoni(a) + izar harmonizar universal + izar universalizar divin(o) + izar divinizar formal + izar formalizar |
Observações:
a) Os substantivos derivados dos verbos acima (com o sufixo “-IZAÇÃO”) também são escritos com “Z”.
suavização modernização formalização |
agonização finalização capitalização |
colonização fiscalização |
idealização harmonização |
b) Se o vocábulo finalizar com a letra “S”, acrescenta-se tão somente o sufixo “-AR”. Observe:
a + lis(o) + ar alisar avis(o) + ar avisar pesquis(a) + ar pesquisar catális(e) + ar catalisar |
anális(e) + ar analisar fris(o) + ar frisar pis(o) + ar pisar divis(a) + ar divisar |
c) Para a regra acima, temos uma exceção: o verbo “catequizar” – escrito com “Z” – que é derivado do substantivo “catequese” – escrito com a letra “S”.
3) Nos verbos terminados em “-UZIR” e nas suas conjugações:
conduzir conduz, conduziu, conduzirá
deduzir deduz, deduziu, deduzirá
produzir produz, produzia, produziria
Em português, geralmente se fazem confusões, na formação do diminutivo de alguns vocábulos, quanto ao emprego das letras “Z” e “S”. Primeiramente, convém dizer que o sufixo para o diminutivo em português é, em geral, o “-INHO”. Para usá-lo corretamente, atente para as seguintes orientações:
a) Quando o vocábulo finalizar em “S” ou em “Z”, acrescentar-se-á tão somente o sufixo “-INHO”. Observe:
raiz + inha raizinha lápis + inho lapisinho ros(a) + inha rosinha Luís + inho Luisinho chinês + inha chinesinha |
nariz + inho narizinho Teres(a) + inha Teresinha as(a) + inha asinha princes(a) + inha princesinha mes(a) + inha mesinha |
b) Quando o vocábulo não termina nem em “S” nem em “Z”, usa-se a consoante de ligação “Z” entre o vocábulo e o sufixo indicador do diminutivo. Veja:
amor + z + inho amorzinho flor + z + inha florzinha café + z + inho cafezinho pai + z + inho paizinho só + z + inho sozinho João + z + inho Joãozinho |
anel + z + inho anelzinho mar + z + inho marzinho mão + z + inha mãozinha pé + z + inho pezinho Maria + z + inha Mariazinha homem + z + inho homenzinho |
Observações:
a) Perceba que, na última regra, a letra “Z” funciona como consoante de ligação entre o final do vocábulo e o sufixo “-inho(a)”, já que os vocábulos sem ela seriam cacofônicos, malsoantes.
b) Com certos vocábulos, admitem-se duas grafias. Observe:
colherzinha ou colherinha hominho ou homenzinho dentinho ou dentezinho gavetinha ou gavetazinha montinho ou montezinho |
florzinha ou florinha ovinho ou ovozinho campinho ou campozinho mulherinha ou mulherzinha pastorinho ou pastorzinho |
Observe abaixo uma tabela com vocábulos escritos com a letra “Z”.
ESCREVE-SE COM “Z” |
|
• abalizar |
• embriaguez |
• acidez |
• escassez |
• agonizar |
• espezinhar |
• ajuizar |
• estupidez |
• alazão |
• falaz |
• algazarra |
• fineza |
• algoz |
• flacidez |
• alteza |
• frigidez |
• altivez |
• fugaz |
• amenizar |
• gazear |
• amortizar |
• geratriz |
• apaziguar |
• gozo |
• aprazível |
• indenizar |
• aridez |
• intrepidez |
• assaz |
• lambuzar |
• avestruz |
• lhaneza |
• azar |
• loquaz |
• azedar |
• mazela |
• azeitona |
• mazurca |
• azucrinar |
• morbidez |
• baixeza |
• nudez |
• baliza |
• ozônio |
• bambuzal |
• perdiz |
• bezerro |
• prazerosamente |
• buzina |
• prenhez |
• capataz |
• quizila |
• capuz |
• rapaziada |
• chafariz |
• razoável |
• cizânia |
• revezar |
• coalizão |
• sagaz |
• conduzir |
• seduzir |
• contemporizar |
• surdez |
• contumaz |
• topázio |
• copázio |
• varizes |
• coriza |
• vazante |
• cozer (cozinhar) |
• verniz |
• desazo (descuido) |
• vileza |
• desfaçatez |
• vizinho |
• deslizar (mas alisar) |
• xadrez |
• deslize |
• ziguezague |
• dizimar |
|
• eficaz |
a) Por questões etimológicas, emprega-se o “X” com o som de “S” em vocábulos como:
expor sexta êxtase sextilha |
auxiliar contexto próximo sintaxe |
extenso expectativa texto aproximar |
extrato expor têxtil |
b) Emprega-se geralmente a letra “X” após ditongo. Veja:
baixo queixada eixo |
caixa peixe seixo |
deixar gueixa |
frouxo feixe |
Exceção: Os vocábulos “guache” e “caucho” – e seus derivados, como “recauchutar, recauchutagem” – são escritos com “CH”.
c) Geralmente após a sílaba “me” inicial da palavra emprega-se a letra “X”. Observe:
mexerico mexida mexerucar |
mexilhão mexedor mexe-mexe |
mexerica mexeriqueiro |
mexicano mexeriquice |
Exceção: O vocábulo “mecha” e seus derivados “mechado, mechagem, mechar”.
d) Após a sílaba inicial “en” geralmente se emprega a letra “X”. Observe:
enxada enxugar enxovalhar enxaguar |
enxergar enxame enxaqueca enxaimel |
enxofre enxerido enxadrezar enxertar |
enxoval enxurrada enxaguada |
Exceções: Os vocábulos “encher” (e seus derivados) e enchova (= peixe) são escritos com “CH”. Ocorrerá também uma exceção quando o prefixo “en-” for anexado a um vocábulo iniciado por “CH”, como “enchiqueirar, encharcar, enchumaçar etc.”.
Observe abaixo uma tabela com alguns vocábulos escritos com a letra “X”.
ESCREVE-SE COM “X” |
|
• abacaxi |
• maxixe |
• almoxarife |
• oxalá |
• atarraxar |
• praxe |
• baixada |
• puxar |
• baixela |
• puxão |
• bexiguento |
• Quixote |
• broxa (pincel) |
• relaxar |
• bruxulear |
• remexer |
• buxo (arbusto) |
• repuxo |
• caixeiro |
• rixa |
• caixote |
• rouxinol |
• capixaba |
• taxa (imposto) |
• caxumba |
• trouxa |
• coxinilho |
• vexame |
• elixir |
• xá (título de nobreza) |
• enfeixar |
• xadrez |
• enxada |
• xampu |
• enxaqueca |
• xeque (chefe árabe) |
• faxina |
• xereta |
• feixe |
• xícara |
• graxa |
• xilindró |
• gueixa |
• xilofone |
• lagartixa |
• xingar |
• laxativo |
• Xingu |
• lixa |
• xiquexique |
• luxúria |
• xodó |
• macaxeira |
Não se esqueça de que, em muitos vocábulos, a letra “X”, quando usada no final do vocábulo ou quando empregada entre duas vogais (intervocálica), representa o fonema “KS”. Observe a tabela:
LETRA “X” COM O SOM DE “KS” |
|
• afluxo |
• látex |
• amplexo |
• léxico |
• anexar |
• lexicografia |
• asfixiar |
• Marx |
• asfixiante |
• marxismo |
• axioma |
• máxime |
• boxe |
• nexo |
• caquexia |
• ônix |
• clímax |
• ortodoxia |
• complexo |
• oxidar |
• conexão |
• óxido |
• convexo |
• oxigênio |
• córtex |
• paradoxal |
• crucifixo |
• perplexo |
• dislexia |
• profilaxia |
• doxologia |
• reflexão |
• dúplex |
• refluxo |
• fixação |
• saxão |
• fixo |
• saxofone |
• flexionar |
• sexagésimo |
• fluxo |
• sexo |
• genuflexão |
• tórax |
• heterodoxia |
• tóxico |
• hexacampeão |
• toxicologia |
• intoxicar |
• uxoricida |
Em alguns outros vocábulos, a letra “X” representará o fonema “Z”. Observe abaixo:
LETRA “X” COM O SOM DE “Z” |
|
• exagero |
• existir |
• exalar |
• êxito |
• exame |
• êxodo |
• exasperar |
• exonerar |
• executar |
• exorcismo |
• exemplo |
• exortar |
• exegese |
• exótico |
• exercer |
• exuberância |
• exercício |
• exultar |
• exército |
• exumar |
• exibir |
• inexistente |
• exigir |
• inexorável |
• exíguo |
|
• exilar |
Geralmente se usa o dígrafo “CH” por razões etimológicas. Há inúmeras palavras provenientes do latim, do francês, do espanhol e do italiano as quais são escritas com o dígrafo “CH”. Podemos citar, a título de exemplo, os vocábulos “chave, cheirar, chuva” (do latim); brocha, chalé, chefe, mochila (do francês e do espanhol); charlatão, salsicha, espadachim (do italiano).
Abaixo segue uma tabela com alguns vocábulos escritos com “CH”.
ESCREVE-SE COM “CH” |
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• Anchieta |
• churrasco |
• apetrecho |
• chuteira |
• belchior |
• cochichar |
• bochecha |
• cochicho |
• bochecho |
• cocho (recipiente) |
• boliche |
• colcha |
• bombacha |
• concha |
• brocha (prego) |
• coqueluche |
• broche |
• deboche |
• bucha |
• despachar |
• bucho (estômago) |
• encher |
• cachaça |
• espichar |
• cachimbo |
• estrebuchar |
• cachola |
• fachada |
• capuchinho |
• ficha |
• capucho |
• guache |
• cartucho (cápsula) |
• inchar |
• chá (infusão de folhas) |
• machucar |
• chácara |
• mochila |
• chafariz |
• pachorra |
• charco |
• pecha |
• charque |
• pechincha |
• cheque (ord. pagamento) |
• rachar |
• chimarrão |
• salsicha |
• chiste |
• tacha (mancha) |
• chuchu |
• tachar (acusar) |
• chucrute |
|
• chutar |
|
• chumaço |
Um ponto bastante interessante em nossa língua é o emprego das letras minúsculas e maiúsculas. Embora seja pouco explorado pelas bancas dos concursos, este assunto é bastante útil para o usuário da língua, notadamente para aqueles que trabalham frequentemente com a língua escrita.
Para uma orientação mais segura, procuramos pautar as regras abaixo no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, edição de 2009, sem exclusão de outras regras óbvias e bastante usuais.
É de praxe o emprego da letra maiúscula:
1) No início de frases, orações ou períodos, versos, citações diretas e logo após o ponto final. Veja:
“Disse o padre Antônio Vieira: “Estar com Cristo em qualquer lugar...”.
“Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!
Mas que na forma de disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.”
(Olavo Bilac)
Observação:
Muitos poetas usam, à moda espanhola, a minúscula no princípio de cada verso, quando a pontuação o permite, como se vê abaixo em Carlos Drummond de Andrade:
“É quando, ao despertar, revejo a um canto
a noite acumulada de meus dias,
e sinto que estou vivo, e que não sonho.”
2) Nos substantivos próprios de qualquer espécie (antropônimos: nomes de pessoas, alcunhas, patronímicos, cognomes, tribos e castas, seres mitológicos e fabulosos; topônimos: nomes de lugares, cidades, países; designação de comunidades religiosas e políticas).
João da Silva Sigmund Freud Hespéria os Pirineus Vênus Nação |
Dom Quixote Recife Ruanda Alá Júpiter Estado |
Dom Casmurro Palmares Brasil Jeová Baco Pátria |
Branca de Neve Atlântida Olinda Testemunhas de Jeová Igreja Católica Raça |
Observações:
a) Os vocábulos “Nação, Estado, Pátria, Raça” devem ser escritos com minúscula quando forem empregados em sentido geral ou indeterminado.
“O único expediente regular (para revogar uma lei que não se acha de acordo com as necessidades de uma nação) é o remédio que pode provir do Poder Legislativo.” (Rui Barbosa)
“Também me ocorreu aceitar a batalha, no sentido natural, e fazer dela a luta pela pátria, por exemplo.” (Machado de Assis)
b) Os substantivos que designam os nomes dos países, estados e cidades devem ser grafados com letra maiúscula, mas seus povos escrevem-se com inicial minúscula, não só quando designam os habitantes ou naturais daquele lugar, mas também quando representam coletivamente uma nação, um povo. Observe:
o Brasil os brasileiros a Rússia os russos Palmares os palmarenses |
a Bahia os baianos Pernambuco os pernambucanos a Venezuela os venezuelanos |
3) Nos nomes de festas e festividades. Veja:
Natal |
Páscoa |
Ramadão |
Todos os Santos |
4) Nos nomes que designam a divindade. Observe:
o Altíssimo o Onipotente |
o Todo-Poderoso o Criador |
o Rei dos reis |
5) Nos pontos cardeais ou equivalentes, quando empregados absolutamente, isto é, quando empregados em referência à região. Observe:
o Nordeste, por nordeste do Brasil Meio-Dia, pelo sul da França |
o Norte, por norte de Portugal o Ocidente, por ocidente europeu |
6) Nos títulos de jornais e periódicos, que retêm o itálico. Observe:
O Estado de São Paulo Jornal do Commercio |
Zero Hora Diário da Manhã |
Folha de São Paulo O Primeiro de Janeiro |
7) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais ou nacionalmente reguladas com maiúsculas. Veja:
VOLP |
FAO |
CPF |
H2O |
Sr. |
V. Ex.ª. |
ONU |
8) Nos nomes próprios de eras e de acontecimentos históricos, e épocas notáveis. Observe:
Segunda Guerra Mundial Renascimento |
Idade Média Revolução Industrial |
9) Nos nomes de repartições, corporações ou agremiações e estabelecimentos públicos ou particulares. Observe:
Ministério das Relações Institucionais Academia Pernambucana de Letras Universidade Federal do Rio de Janeiro |
Departamento de Defesa Imprensa Nacional Presidência da República |
É de regra empregar-se a letra minúscula:
1) Ordinariamente, em todos os vocábulos da língua portuguesa nos usos correntes para os quais não haja a obrigatoriedade da letra maiúscula.
2) Nos nomes dos dias, dos meses e das estações do ano. Veja:
segunda-feira março |
sábado primavera |
janeiro verão |
3) Nos usos dos pronomes indefinidos “fulano, sicrano e beltrano”.
4) Depois do sinal de dois-pontos quando não se tratar de nome próprio ou de citação direta. Observe:
Só desejo uma coisa em minha vida: paz.
Bêbado, ele apenas dizia isto: que a vida não vale a pena.
Sempre foi um homem de bem: auxiliava em todos os abrigos do município.
5) Nos nomes próprios tomados comuns por sinédoque. Observe:
Ele foi um judas para a turma. Agia como um dom-quixote. |
Rui era o cristo da sala. |
6) Nos nomes de festas populares ou pagãs. Veja:
carnaval as bacanais |
micareta as saturnais |
as festas juninas |
Pode-se empregar tanto a letra maiúscula quanto a minúscula nos seguintes casos:
1) Em palavras usadas na categorização de logradouros públicos, de templos e de edifícios. Observe:
Rua ou rua Joaquim da Lapa Edifício ou edifício Copan Igreja ou igreja Presbiteriana |
Avenida ou avenida Agamenon Magalhães Largo ou largo de São Francisco Palácio ou palácio da Cultura |
2) Nos nomes, adjetivos, pronomes e expressões de tratamento ou reverência. Veja:
Santa ou santa Ifigênia |
Governador ou governador Eduardo Campos |
Bacharel ou bacharel João Carlos |
Senhor Doutor ou senhor doutor Antônio Carlos Resende |
Cardeal ou cardeal Bembo |
Padre ou padre Ferdinando Marques |
3) Nos nomes que designam domínios do saber, cursos, disciplinas e formas afins. Veja:
Português ou português Belas Artes ou belas artes Letras Clássicas ou letras clássicas |
Matemática ou matemática Filosofia ou filosofia línguas e literaturas modernas ou Línguas e Literaturas modernas |
4) Nos títulos que compõem uma citação bibliográfica, exceto no primeiro vocábulo e naqueles obrigatoriamente grafados com maiúscula.
Menino de Engenho ou Menino de engenho
Árvore e Tambor ou Árvore e tambor
O Crime do Padre Amaro ou O crime do padre Amaro
Memórias Póstumas de Brás Cubas ou Memórias póstumas de Brás Cubas
Em nossa língua portuguesa, certas palavras e locuções, em vez de serem escritas por extenso, são muitas vezes indicadas somente com as iniciais seguidas de ponto ou com as iniciais e mais um número reduzidíssimo de letras seguidas de ponto. Dá-se às palavras e expressões assim representadas o nome de “abreviaturas”.
A escrita das abreviaturas geralmente segue algumas orientações. Vejamo-las:
1) Nas abreviaturas, as letras são frequentemente substituídas por ponto. Este, por sua vez, geralmente só é colocado após a primeira consoante ou após o primeiro encontro consonantal. Perceba:
f. (feminino) Fr. (Frei) |
adj. (adjetivo) dipl. (diploma) |
compl. (complemento) |
Observação:
Algumas abreviaturas modernas empregam o ponto depois de vogal. Veja:
ago. (agosto) litu. (lituano) |
anu. (anuário) memo. (memorando) |
Ci. (Ciência) |
2) As abreviaturas de símbolos científicos (medidas, pesos, distâncias etc.) são escritas sem ponto e sem a letra “s” para indicar o plural. Veja:
g (grama) m (metro) kg (quilograma) |
km (quilômetro) cm (centímetro) min (minuto) |
K (potássio) l ( litro) |
sen (seno) h (hora) |
3) Algumas abreviaturas mantêm a(s) última(s) letra(s) do vocábulo postas acima das outras. Observe:
C.el (Coronel) Rem.te (remetente) |
Ex.ma (Excelentíssima) V. Ex.a (Vossa Excelência) |
4) Geralmente, quando se deseja expressar o plural de uma abreviatura, acrescenta-se tão somente a letra “s”. Observe:
caps. (capítulos) Dr.as (doutoras) |
fls. (folhas) págs. (páginas) |
Observações:
a) Quando a abreviatura é formada por letras maiúsculas, duplicam-se essas letras para se expressar o plural. Logo:
SS.AA (Suas Altezas) VV.MM (Vossas Majestades) |
VV.PP. (Vossas Paternidades) |
b) Em alguns casos, a duplicação das maiúsculas pode representar superlativos. É o caso de:
DD (Digníssimo) |
MM (Meritíssimo) |
SS (Santíssimo) |
5) O acento gráfico, quando houver, deve ser mantido se recair antes do ponto abreviativo. Veja:
séc. (século) anún. (anúncio) mús. (música) |
pág. (página) Fís. (Física) Quím. (Química) |
téc. (técnica) núm. (número) |
côv. (côvado) gên. (gênero) |
Observe abaixo um rol sucinto com algumas abreviaturas bastante usuais na escrita portuguesa:
a.C ou A.C. = antes de Cristo |
A/C = ao(s) cuidado(s) |
A.D. = anno Domini (ano do Senhor) |
adj. = adjetivo |
ad. lit. = ad litteram (ao pé da letra, literalmente) |
adv. = advérbio |
Aeron. = aeronáutica |
Ah = Ampère hora |
a.m. = ante meridiem (antes do meio-dia) |
A.M. = ave-maria |
am.o = amigo |
ap. ou apart. = apartamento |
ár. = árabe |
arc.o = arcebispo |
asp. ou asp.te = aspirante |
assoc. = associação |
ativ. = atividade |
at.o = atento ou atencioso |
at.te = atenciosamente |
A.T. = Antigo Testamento |
banc. = bancário |
B.el = bacharel |
B.eis = bacharéis |
B.O. = boletim de ocorrência |
bras. = brasileiro ou brasileirismo |
Bras. = Brasil |
cap. = capitão |
Cap. = Capital |
C.el ou C.el = coronel |
Cia. ou C.ia = companhia |
Col.o = colégio |
Corresp. = correspondência |
d.C. ou D.C. = depois de Cristo |
DD. = digníssimo |
Dec. = Decreto |
diác. = diácono |
dic. = dicionário |
div. = divisão |
Dr. = doutor |
Drs. = doutores |
Dr.a = doutora |
Dr.as = doutoras |
Ed. = edição |
E.D. = espera deferimento |
el. = elemento |
espec. = especial |
etc. = et cetera |
Ex.a = Excelência |
f., fl. ou fol. = folha |
fls. ou fols. = folhas |
flex. = flexão |
F.o = filho |
g = grama(s) |
g. ou gr. = grau(s) |
gen. = general |
h = hora(s) |
ib. ou ibid. = ibidem (no mesmo lugar) |
i.e. = id est (isto é) |
Il.ma = ilustríssima |
Il.mo = ilustríssimo |
Juríd. = jurídico |
Kg = quilograma |
lit. = litteratim (literalmente) |
min = minuto(s) |
m = metro(s) |
mons. = monsenhor |
N.T. = Novo Testamento |
P.S. = post scriptum (pós-escrito) |
seg = segundo(s) |
seg. = seguinte |
v. = você, veja, verbo, volume |
v.g. = verbi gratia (por exemplo) |
V.T. = Velho Testamento |
1. (FCC) Está correta a grafia de todas as palavras do seguinte comentário sobre o texto:
a) Uma das iniciativas encontornáveis da cidadania está em se ezercer a consciência crítica, aplicada aos fatos da realidade.
b) Recusando os privilégios dos que se habituaram a viver em grupos autônomos, o texto propõe o acesso de todos a todas as instâncias sociais.
c) Ninguém deve se ezimir de cobrar do Estado a prezervação do princípio de igualdade como um direito básico da cidadania.
d) Constitue dever de todos manter ou readquirir a crença em que seja possível a vijência social dos princípios da igualdade e da solidariedade.
e) O que se atribue a um cidadão, como direito básico, deve constituir-se em direito básico de todos os cidadãos, indescriminadamente.
2. (FCC) Há palavras cuja grafia exige correção na frase:
a) Incompreensivelmente, dá-se absoluta primazia à experiência, quando se trata do preenchimento de novas vagas.
b) Pretextando a inexperiência dos jovens pretendentes a uma vaga, os empregadores lhes oferecem estágios, com pagamento irrisório.
c) É lamentável que jovens com aptidão e vocação para o trabalho sejam rejeitados em nome de uma experiência a que não podem ter acesso.
d) Diminui paulatinamente o número de novos empregos, o que obriga os jovens candidatos a se submeterem a exigências cada vez mais rigorosas.
e) É evidente o descazo com que o mercado de trabalho trata os recém-formados, frustrando assim suas legítimas pretenções.
3. (ESAF) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia.
Diante da atual mediocridade da representação política, é necessária(1) a participação e a organização da sociedade, operando uma profunda mudança em nossa cultura política. Quanto maior(2) o individualismo, mais frágeis são os governos. As regras formais constitucionais não são suficientes para freiar(3) os vícios exacerbados(4) pelo poder. As organizações da sociedade devem ter o poder de vigiar e cobrar prestação de contas. Por isso, em vez de desacreditar da política, devemos agir em corresponsabilidade, com coragem, lucidez e discernimento(5) num grande mutirão para abrir caminho para um país democrático, justo, desenvolvido e pacífico.
(Adaptado de Dom Geraldo Majella, cardeal Agnelo, Folha de S. Paulo, 21/6/2005)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
4. (FCC) Está correta a grafia de todas as palavras da frase:
a) Malediscente como sempre, não deixa de proferir injúrias, manifestando, além da hostilidade, uma extraordinária vocação para provocar a cisânia entre seus desafetos.
b) Diante de nossa relutância, propôs que fôssemos com ele ao supermercado, emprendêssemos, de modo alheatório, uma pesquisa de preços, e os comparássemos aos da feira.
c) Como não conta com nenhum para-raios, o povoado se alarma tão logo comece a trovejar: na última tempestade, a inscidência de descargas elétricas foi a maior da região.
d) Será necessário intensificar a assistência aos pescadores, por ocasião da reversão das águas do rio – operação esta que certamente beneficiará as hidrelétricas, mas que poderá levar muitos à indigência.
e) Os maltratos recebidos afetaram-na tão profundamente que ela não consegue relaxar: ficaram-lhe os resquícios de um trauma familiar que dificilmente superará sem os subssídios de um tratamento especializado.
5. (FCC) Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras da frase:
a) É costume discriminar-se os jovens, e a razão maior está em serem jovens, e não em alguns de seus hábitos que fossem em si mesmos pernisciosos.
b) A encorporação de um novo léxico é uma das consequências de todo amplo avanço tecnológico, já que este indus à criação ou recriação de palavras para nomear novos referentes.
c) Um pequeno glossário, capaz de elucidar a nova terminologia da informática, contribui muito para afastar os percalços do caminho dos usuários iniciantes, aturdidos com tanta novidade.
d) Os maus-entendidos são fatais quando ainda não se tem destreza numa nova linguagem, quando ainda não se está familiarizado com um novo vocabulario.
e) Muita gente letrada e idosa aderiu ao uso do computador, considerando-o não um sinal do apocalípse, mas uma ferramenta revolucionária na execução de tarefas, um instrumento útil para qualquer pesquizador.
6. (ESAF) Assinale o trecho do texto que apresenta erro gramatical.
Machado de Assis – Um gênio Brasileiro, de Daniel Piza
a) Na apresentação da biografia de Machado de Assis (1839-1908), o jornalista Daniel Piza observa que o autor foi, ao mesmo tempo, uma expressão de sua época e uma exceção a ela.
b) Em seus contos e romances, ele deixou um retrato acurado do Rio de Janeiro do século XIX, mas sua crítica ácida à sociedade brasileira nem sempre foi percebida pelos seus contemporâneos.
c) Piza busca demonstrar que Machado era muito diferente do protagonista de seu último romance, Memorial de Aires.
d) O escritor não tinha “tédio a controvérsias”, pois, na verdade, participou dos grandes debates públicos de sua época.
e) A ascenção social do mulato no Brasil escravista e a epilepsia estão entre os aspectos de sua vida examinados no livro.
(Adaptado de Revista VEJA, 28 de dezembro de 2005, p. 196)
7. (ESAF – SEFAZ/CE 2007 – Aud. Fiscal) Assinale a opção que contém erro de grafia ou inadequação vocabular. (Artigo extraído, com modificações, do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Ceará).
Art. 192 – O funcionário deixará de cumprir ordem de autoridade superior quando:
a) a autoridade de quem emanar a ordem for incompetente;
b) não se contiver a ordem na área da competência do órgão a que servir o funcionário seu destinatário, ou não se referir a nenhuma das atribuições do servidor;
c) for a ordem expendida sem a forma exigida por lei;
d) não tiver a ordem como causa uma necessidade administrativa ou pública, ou visar a fins não estipulados na regra de competência da autoridade da qual promanou ou do funcionário a quem se dirige;
e) a ordem configurar abuso ou excesso de poder ou de autoridade;
(http://www.al.ce.gov.br/publicacoes/estatutocivis/estatuto/capitulo_2_t6.htm,
pesquisa em 20/10/2006)
8. (FCC – TRT 23.ª região – Analista Judiciário) Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras da frase:
a) A corrupção só se extingue ou diminue quando os justos intervêm para que as boas causas prevalesçam.
b) Os homens que usufruem de vantagens a que não fazem jus cultivam a hipocrisia de propalar discursos moralizantes.
c) Contra tantos canalhas audases há que haver a reação dos que têm a probidade como um valor inerente ao exercício da cidadania.
d) Há uma inestricável correlação entre a apatia dos bons cidadãos e a desenvoltura com que agem os foras-da-lei.
e) Deprende-se que houve êxito das iniciativas dos homens de bem quando os prevaricadores sentiram cerceada sua área de atuação.
9. (CESGRANRIO – BNDES) O substantivo derivado do verbo está grafado INCORRETAMENTE em
a) ascender: ascensão.
b) proteger: proteção.
c) catequizar: catequeze.
d) progredir: progressão.
e) paralisar: paralisia.
10. (FGV – Ministério da Cultura) As dificuldades gráficas constituem um grande entrave à boa comunicação escrita, podendo gerar desvios da intenção de comunicação original.
Assinale a alternativa em que não haja inconsistência gráfica ou semântica.
a) Ele mora há cerca de dez minutos do Centro.
b) Votamos naquele presidente, pois suas ações viriam ao encontro de nossas expectativas.
c) Como tinha corrido muito, chegou espavorido ao trabalho.
d) Embora fosse importante, o evento passou desapercebido.
e) O mandado do deputado será suspenso.