É a classe de palavra variável com a qual se denomina os seres em geral.
Aqui, a palavra “ser” precisa ser entendida não só como aquilo que possui uma existência concreta (pedra, homem, carro, lua), mas também como aquilo que possui uma existência imaginária (Saci, fada, Minotauro), abstrata (fé, alegria, tristeza), ou mesmo de comprovação discutível (anjo, alma, inferno).
Por isso, classificam-se como substantivos as coisas, os sentimentos, as qualidades, as ações, os estados considerados em si mesmos.
Observe os primeiros exemplos:
beleza cobre pureza |
morte água revolução |
vida árvore átomo |
vingança sonho eletricidade |
casamento Terra caderno |
vento símbolo uva |
Nem sempre é fácil para um estudante da língua portuguesa identificar com segurança um substantivo. Por isso, para fazê-lo, convém observar duas características fundamentais:
1. O substantivo é uma classe de palavras que geralmente vem acompanhada de outras palavras, as quais a determinam. Daí dizermos que um substantivo frequentemente se encontra acompanhado de determinantes. Funcionam como determinantes “os artigos, os adjetivos, os pronomes adjetivos e os numerais”. Logo, quase todas as palavras na língua portuguesa podem ser usadas como substantivos.
Veja:
2. O substantivo é a classe morfológica que “privativamente” exerce as funções sintáticas de: sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, agente da passiva, aposto e vocativo. Logo, palavras que exercem tais funções serão substantivos ou substantivadas.
Observe:
Observações importantes:
a) Não confunda um substantivo com uma palavra substantivada. Enquanto esta se encontra exercendo uma função típica do substantivo, aquele é o próprio substantivo por natureza. A palavra “nobre” é um adjetivo por natureza. No entanto, ao dizermos “Os nobres sempre dominaram o mundo”, temos um adjetivo substantivado, ou seja, uma palavra substantivada, pois ela exerce a função de sujeito e está acompanhada de um determinante.
b) Não se esqueça de que alguns substantivos também podem exercer o papel de “adjetivo” pelo processo de derivação imprópria ou conversão, estudado no capítulo sobre a formação das palavras. Veja:
c) O substantivo, como a maioria das classes morfológicas, pode ser expresso por meio de uma oração, denominada de “oração substantiva”. Já que o substantivo exerce funções como “sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal”, a oração substantiva exercerá também – obviamente – uma dessas funções. Observe:
Observação:
Para aprofundar este último ponto, estude, em sintaxe, as orações substantivas.
d) Convém salientar também que é um substantivo o núcleo de boa parte das locuções adjetivas, adverbiais, prepositivas e conjuntivas. Por isso, o substantivo é uma das classes gramaticais mais importantes. Veja:
à espera de = núcleo de uma locução prepositiva
casaco de couro = núcleo de uma locução adjetiva
a fim de que = núcleo de uma locução conjuntiva
à tarde = núcleo de uma locução adverbial
Os substantivos podem ser classificados em: concretos, abstratos, próprios, comuns, simples, compostos, primitivos, derivados e coletivos.
1. Concretos e abstratos: Os primeiros indicam os seres que possuem existência própria independente dos demais seres, não importando se são reais ou imaginários. Já os segundos indicam os seres que dependem da existência de outros seres para existirem. Estes últimos indicam qualidades, ações ou estados.
mesa – faca – lápis – apontador – lua – terra – mar – lampião – fada = são exemplos de substantivos concretos
pânico – medo – tristeza – bondade – sonho – conhecimento – saudade = são exemplos de substantivos abstratos
2. Próprios e comuns: Os próprios designam um ser específico, determinado entre os outros de sua espécie. Já os comuns designam os seres de uma espécie de forma genérica.
rua – casa – flor – carro – aliança – cidade – rio = são substantivos comuns
Pedro – Brasil – Nova Iorque – São Francisco – Jesus Cristo = são substantivos próprios
3. Simples e compostos: São simples os substantivos formados por um só elemento, um só radical. Já os compostos são constituídos por mais de um radical ou elemento formador.
terra – fruta – cavalo – pau = são substantivos simples
terra-cozida – fruta-pão – cavalo-vapor – pau-brasil = são substantivos compostos
4. Primitivos e derivados: Os primitivos são aqueles substantivos que não resultam de nenhuma outra palavra preexistente. Já os derivados, como o próprio nome já o denuncia, são os substantivos oriundos de outras palavras, ditas primitivas.
terra – pedra – mar – luz – folha = são substantivos primitivos
terraplanagem – pedreira – maremoto – luzeiro – folhagem = são substantivos derivados
5. Coletivos: São os substantivos que, no singular, indicam uma coleção, um agrupamento, um conjunto de seres da mesma espécie. Observe abaixo uma tabela com os principais coletivos:
academia |
de literatos, de artistas, de sábios etc. |
acervo |
de bens patrimoniais, de obras de arte etc. |
álbum |
de fotografias, de selos |
alcateia |
de lobos |
antologia |
de trechos literários |
armada |
de navios de guerra |
arquipélago |
de ilhas |
assembleia |
de pessoas reunidas |
associação |
de pessoas reunidas sob o mesmo estatuto |
atilho |
de espigas de milho |
atlas |
de mapas |
bagagem |
de objetos de viagem |
baixela |
de utensílios de mesa |
banca |
de examinadores |
bandeira |
de garimpeiros, de exploradores |
bando |
de crianças, de aves, de ciganos etc. |
baralho |
de cartas |
batalhão |
de soldados |
bateria |
de peças de artilharia, de utensílios de cozinha |
biblioteca |
de livros |
boiada |
de bois |
brigada |
de pessoas voltas para a execução de um serviço |
cabido |
de cônegos de uma catedral |
cacaria |
de cacos |
cacho |
de uvas, de bananas etc. |
cáfila |
de camelos |
câmara |
de deputados |
cambada |
de vadios, de malvados etc. |
capoeira |
de aves, de mato |
caravana |
de viajantes, de peregrinos, de mercadorias etc. |
cardume |
de peixes |
cartuchame |
de cartuchos |
catálogo |
de livros, de plantas, de objetos para a venda etc. |
choldra |
de malfeitores, de desordeiros, de pessoas ordinárias etc. |
chusma |
de gente, de criados, de papéis |
clientela |
de clientes |
código |
de leis reunidas |
coleção |
de livros, de poesias, de selos etc. |
coletânea |
de objetos reunidos |
coligação |
de pessoas, de organizações |
colmeia |
de cortiços de abelhas |
comboio |
de meios de transporte, de animais etc |
conciliábulo |
de feiticeiros |
concílio |
de bispos, de prelados, de pastores |
conclave |
de cardeais |
confederação |
de estados |
confraria |
de pessoas religiosas reunidas |
congregação |
de professores, de membros de uma determinada religião |
congresso |
de sábios, de diplomatas, de deputados |
conselho |
de ministros, de professores |
constelação |
de estrelas |
cordilheira |
de montanhas |
corja |
de canalhas, de vadios, de malfeitores |
coro |
de pessoas reunidas para cantar |
discoteca |
de discos |
doutrina |
de conhecimentos |
elenco |
de atores, de artistas |
enxoval |
de roupas e adornos |
esquadra |
de navios |
fato |
de cabras |
fauna |
de animais de uma região |
feixe |
de lenha, de capim, de varas |
fornada |
de pães, de tijolos etc. |
frotas |
de navios, de ônibus etc. |
galeria |
de quadros, de estátuas |
grei |
de fiéis reunidos |
grêmio |
de intelectuais, de artistas etc. |
irmandade |
de membros de associações religiosas |
júri |
de jurados |
legião |
de soldados, de anjos, de demônios |
lustro |
de cinco anos |
maço |
de papéis, de cartas, de cigarros |
manada |
de bois, de elefantes etc. |
maquinaria |
de máquinas |
matilha |
de cães |
miríade |
de insetos |
molho |
de chaves, de capim |
ninhada |
de filhotes de aves |
nuvem |
de gafanhotos, de mosquitos etc. |
orquestra |
de músicos |
parlamento |
de casas legislativas |
patrulha |
de soldados em ronda |
penca |
de bananas, de uvas, de laranjas |
petrecho |
de armamentos |
pilha |
de livros, de moedas, de pratos |
pinacoteca |
de quadros, de telas |
piquete |
de grevistas |
plêiade |
de grupo de homens sábios, célebres |
prole |
de filhos de um casal |
quadrilha |
de ladrões, de bandidos |
ralé |
de pessoas ordinárias |
ramalhete |
de flores |
rancho |
de soldados, de trabalhadores, de gente |
rebanho |
de ovelhas, de cabras |
renque |
de coisas ou pessoas na mesma linha |
repertório |
de peças teatrais, de músicas |
resma |
de papel (quinhentas folhas) |
réstia |
de cebola, de alho |
revoada |
de aves |
rol ou ror |
de pessoas, de testemunhas |
seleta |
de trechos literários escolhidos |
sínodo |
de párocos, de religiosos reunidos |
súcia |
de velhacos, de patifes |
tripulação |
de tripulantes de um navio, de um avião |
tropel |
de cavaleiros |
tropilha |
de cavalos |
trouxa |
de roupas |
turma |
de estudantes, de trabalhadores etc. |
vara |
de porcos |
viveiro |
de aves, de plantas |
Algumas observações sobre os substantivos coletivos:
a) É importante frisar que os substantivos coletivos podem ser específicos (determinados) ou genéricos (indeterminados). Dizer, por exemplo, “ramalhete de flores”, “cardume de peixes”, “esquadra de navios” consiste numa redundância, pois os coletivos aqui usados se referem – especificamente – a “flores, peixes e navios”, respectivamente. Por outro lado, não se comete redundância quando se criam especificações para coletivos do tipo “grupo, bando, congresso, coleção”, uma vez que estes podem ser utilizados para indicar mais de um ser. Por isso, os primeiros são denominados de específicos e os segundos de genéricos. Veja:
O grupo de estudantes deixou a sala.
Um grupo de deputados inspecionará a obra.
Um bando de aves sobrevoa a cidade.
Um bando de ladrões assaltou um banco hoje pela manhã.
A coleção de selos foi furtada.
A coleção de poesias do Mário impressiona a todos.
Observação:
Nestes exemplos, os substantivos “grupo, bando e coleção” requereram especificações por se tratar de coletivos inespecíficos ou genéricos.
b) Quando se trata de coletivos genéricos ou inespecíficos, a concordância do verbo pode-se dar tanto com o núcleo do termo quanto com a sua especificação.
Uma equipe de jogadores os trabalhos de seleção dos melhores atletas da escola.
c) Os substantivos “parte, metade, maioria, minoria”, que designam fração de um todo, são denominados de “coletivos partitivos”; distinguem-se, portanto, dos outros denominados de “coletivos gerais”.
d) Há coletivos que são denominados de numéricos, pois representam quantidades numéricas exatas. Exemplos:
par conjunto com dois elementos lustro período de cinco anos novênio período de nove anos sextilha estrofe de seis versos tríade grupo de três pessoas septênio período de sete anos semana período de sete dias |
dúzia conjunto de doze elementos milhar conjunto de mil coisas semestre período de seis meses trezena período de treze dias trindade reunião de três pessoas quinquídio período de cinco dias quindênio período de quinze dias |
cento conjunto com cem elementos terceto estrofe de três versos / reunião de três pessoas |
e) Muitos coletivos são formados pelo processo de sufixação. Eis abaixo os sufixos mais comuns para a formação de coletivos.
-ada boiada, manada, brigada -alha parentalha, clericalha -ama dinheirama, boiama -aria livraria, artilharia -eiro formigueiro, abelheiro |
-agem folhagem, carruagem -al cabedal, bananal -ame cordame, enxame -dade cristandade, diversidade -edo arvoredo, vinhedo |
Como palavras variáveis que são, os substantivos se flexionam em: gênero, número e grau.
Em primeiro lugar, é importante dizer que o gênero é uma classificação puramente gramatical. Segundo o gênero, os substantivos são agrupados em masculinos e femininos.
Em tese, são masculinos todos os substantivos aos quais se pode antepor o artigo definido masculino “o(s)”. Por outro lado, são femininos todos os que admitem o artigo definido feminino “a(s)”.
São masculinos |
São femininos |
o cordão – os sapatos – os lençóis – o azeite |
a fralda – a sandália – a leoa – a patroa – a câmera |
o cidadão – o ator – o imperador – o compadre |
a internet – a libélula – a freira – a mãe – a dama |
2.4.1.1.1 Substantivos biformes
A maioria dos substantivos na língua portuguesa apresenta formas distintas para o masculino e para o feminino – são denominados de “BIFORMES”. Para os substantivos desse grupo, o feminino geralmente se forma a partir da(o):
a) Mudança da terminação “-o” por “-a”:
• filho filha
• aluno aluna
• menino menina
• garoto garota
• aluno aluna
b) Mudança da terminação “-e” por “-a”:
• elefante elefanta
• monge monja
• parente parenta
• mestre mestra
• presidente presidenta
c) Mudança das terminações “-e” e “-a” por “-essa, -esa, -isa”.
• sacerdote sacerdotisa
• diácono diaconisa
• barão baronesa
• abade abadessa
• príncipe princesa
• profeta profetisa
• conde condessa
• prior prioresa
d) Mudança da terminação “-ão” por “-ã, -oa, -ona”.
• alemão alemã
• irmão irmã
• leitão leitoa
• valentão valentona
• chorão chorona
• patrão patroa
• cidadão cidadã
• santarrão santarrona
Exceções:
barão baronesa
sultão sultana
ladrão ladra
cão cadela
e) Mudança da terminação “-eu” por “-eia”:
• europeu europeia
• plebeu plebeia
• ateu ateia
• hebreu hebreia
• pigmeu pigmeia
Observação:
Há substantivos que não seguem esta regra: réu ré; judeu judia; ilhéu ilhoa.
f) Acréscimo da terminação “-a” aos substantivos terminados em “-es, -or, -z, -s, -l”:
• camponês camponesa
• juiz juíza
• cantor cantora
• escritor escritora
• bacharel bacharela
g) Acréscimo da terminação “-triz” a certos substantivos terminados em “-or”:
• embaixador embaixatriz
• imperador imperatriz
• cantor cantatriz
• ator atriz
• genitor genetriz
Observação:
Admitem-se também os femininos “cantora” e “genitora” – bem mais usuais no português contemporâneo – para os substantivos “cantor” e “genitor”, respectivamente.
h) Acréscimo da terminação “-ina” a certos substantivos como:
• herói heroína
• czar czarina
• felá felaína
Observação:
Inúmeros são os procedimentos para a formação do feminino na língua portuguesa, e não há uma regra que consiga abarcar todas as situações. Daí a quantidade exorbitante de substantivos os quais possuem formas totalmente diferentes para indicar o masculino e o feminino. Estes substantivos são denominados de “heterônimos”. Segue abaixo uma lista sucinta de tais substantivos (também denominados de “biformes”, diga-se por conveniência) e seus respectivos femininos.
2.4.1.1.2 Substantivos uniformes
Um outro grande grupo de substantivos possui apenas uma única forma gráfica para designar tanto o masculino quanto o feminino – são os denominados de UNIFORMES. Dividem-se em:
a) Sobrecomuns – são substantivos que possuem uma única forma para o masculino e para o feminino. Até o artigo que acompanha estes substantivos é comum aos dois gêneros.
o monstro o defunto a pessoa o esqueleto |
o cadáver o ídolo a vítima a testemunha |
a criança o cônjuge o membro |
o sujeito o carrasco a criatura |
b) Comuns de dois gêneros – são substantivos que possuem uma única forma gráfica para os dois gêneros, mas se faz a distinção do masculino e do feminino pela utilização de artigos “o, a, os, as, um, uns, uma, umas”.
o/a cliente o/a artista o/a nubente o/a ouvinte o/a gerente |
o/a acrobata o/a agente o/a pedinte o/a servente o/a jovem |
o/a diplomata o/a agiota o/a jornalista o/a motorista o/a selvagem |
o/a estudante o/a pajem o/a homicida o/a dentista o/a colega |
c) Epicenos – são substantivos relativos a animais que possuem uma única forma para designar o masculino e o feminino. A distinção entre os sexos se dará pelo acréscimo das palavras “macho” e “fêmea”.
a cobra macho / a cobra fêmea a pulga macho / a pulga fêmea a águia macho / a águia fêmea o tatu macho / o tatu fêmea |
o crocodilo macho / o crocodilo fêmea a borboleta macho / a borboleta fêmea o jacaré macho / o jacaré fêmea a minhoca macho / a minhoca fêmea |
Muitos substantivos mudam de sentido quando têm seu gênero alterado. Diz-se, então, que houve um gênero aparente, já que a outra forma não representa o sexo oposto, mas uma palavra com um significado totalmente diferente do significado da primeira. Observe:
o língua (o intérprete) |
a língua (órgão do corpo humano) |
o caixa (funcionário) |
a caixa (receptáculo) |
o razão (livro mercantil) |
a razão (faculdade intelectual) |
o guarda (policial) |
a guarda (corporação, proteção, cuidado) |
o capital (dinheiro) |
a capital (cidade sede de governo) |
o cisma (separação) |
a cisma (dúvida) |
o vogal (representante) |
a vogal (letra) |
o guia (orientador, pessoa que guia) |
a guia (documento, correia comprida) |
o cura (padre) |
a cura (restabelecimento da saúde) |
o lotação (veículo) |
a lotação (capacidade) |
o moral (ânimo, estado de espírito) |
a moral (ética, princípios) |
o rádio (aparelho) |
a rádio (estação, emissora) |
o crisma (óleo usado em sacramentos) |
a crisma (sacramento da confirmação) |
o águia (pessoa esperta) |
a águia (ave) |
o banana (pessoa mole, palerma) |
a banana (fruta) |
o cabra (pessoa valente) |
a cabra (animal) |
o polícia (policial) |
a polícia (corporação) |
o grama (unidade de peso) |
a grama (relva) |
o estepe (pneu sobressalente) |
a estepe (vegetação) |
o nascente (ponto cardeal leste) |
a nascente (fonte de água) |
Alguns substantivos indicativos de lugares (topônimos) mudam de gênero quando, por metonímia, passam a designar os produtos desses lugares.
Como termos geográficos, esses substantivos são femininos. Ao designar os produtos oriundos de tais lugares, tornam-se nomes comuns masculinos. Um bom exemplo ocorreu com o vocábulo “champagne”, que originalmente designa a região da França produtora de bons vinhos espumantes. Hoje, não há quem nunca tenha tomado “um champanhe”, ou seja, “um vinho champanhe”. Nestes casos, existe, na verdade, a elipse de um substantivo masculino entre o artigo e o substantivo topônimo. Observe outros casos:
Moca (cidade da Arábia) o moca (tipo de café proveniente da cidade de Moca)
Madeira (ilha situada em Portugal) o madeira (vinho proveniente da ilha Madeira)
Borgonha (região situada na França) o borgonha (vinho produzido na região da Borgonha)
Málaga (região situada na Espanha) o málaga (vinho produzido na região de Málaga)
Terra-Nova (ilha situada no Canadá) o terra-nova (cão oriundo da ilha de Terra-Nova)
Holanda (país situado na Europa) o holanda (fino tecido proveniente da Holanda)
Nanquim (cidade da China) o nanquim (pigmento negro para colorir criado na cidade de Nanquim)
Angorá (antiga cidade da Turquia) o angorá (espécie de gato oriundo da cidade de Angorá – hoje “Ancara”)
Há vários substantivos na língua portuguesa que frequentemente suscitam dúvidas quanto ao gênero. Por isso, é bom ficar atento, pois:
a) São masculinos
• o apêndice |
• o guaraná |
• o alvará |
• o herpes |
• o aneurisma |
• o lança-perfume |
• o champanha |
• o magazine |
• o charque (carne-seca, jabá) |
• o matiz |
• o clã |
• o plasma |
• o cônjuge |
• o telefonema |
• o cós |
• o tracoma |
• o delta |
• o cabo (soldado; rabo, cauda) |
• o dó (pena; nota musical) |
• o magma |
• o eclipse |
• o pernoite |
• o estratagema |
• o praça (soldado) |
• o formicida |
• o proclama (anúncio) |
b) São femininos
• a abusão (engano, erro) |
• a fruta-pão |
• a dinamite |
• a pane |
• a acne |
• a mascote |
• a áspide (serpente) |
• a gênese |
• a omelete |
• a couve-flor |
• a omoplata |
• a derme |
• a agravante (circunstância) |
• a echarpe (agasalho, adorno) |
• a alface |
• a ênfase |
• a apendicite |
• a comichão |
• a aguardente |
• a ferrugem |
• a cal |
• a matinê |
• a faringe |
• a sentinela |
• a libido |
• a filoxera (tipo de inseto) |
• a entorse |
2.4.1.4.1 Substantivos que são masculinos ou femininos indistintamente
São substantivos bastante usuais e que podem ser usados tanto como femininos quanto como masculinos.
o/a sabiá (ave) o/a xérox o/a tapa |
o/a cataplasma a/o usucapião o/a ilhós |
o/a suéter o/a diabete (ou diabetes) o/a laringe |
Observações gerais sobre o gênero dos substantivos:
a) O substantivo “personagem” tanto pode ser usado no feminino “a personagem” quanto no masculino “o personagem”.
b) Os substantivos “modelo” e “manequim”, referindo-se às pessoas que posam em público, têm sido usados na língua contemporânea como substantivos comuns de dois gêneros. A distinção de gênero, portanto, dar-se-á pelo determinante – geralmente o artigo – que acompanha tais palavras. Diz-se, então, “o modelo” para o homem e “a modelo” para a mulher.
c) Alguns substantivos que designam patentes militares como “general, coronel, tenente, sargento, soldado” apresentam as formas femininas “generala, coronela, tenenta, sargenta, soldada”, embora sejam estas bastante preteridas na esfera militar, preferindo-se usar tais substantivos como se fossem comuns de dois gêneros “o/a general, o/a coronel, o/a tenente, o/a sargento, o/a soldado”. As patentes “major e cabo” só existem sob a forma masculina.
d) O substantivo “chefe” apresenta a forma feminina “chefa”. Entretanto, é preferível empregar-se “chefe” como substantivo comum de dois gêneros (o chefe / a chefe) pelo fato de a forma “chefa” trazer consigo certa dose de informalidade.
O número é capacidade que possuem alguns nomes de indicar um ou mais seres ou coisas. Como o gênero, a flexão de número é uma categoria gramatical. Em português, existem dois números gramaticais: o singular e o plural. O primeiro indica um ser ou um grupo de seres (flor, soldado, avião, ramalhete, exército, esquadrilha); já o segundo, indica mais de um ser ou grupo de seres (flores, soldados, aviões, ramalhetes, exércitos etc.).
1. Em geral, os substantivos formam o plural com o acréscimo da desinência “-s” ao singular. Isso frequentemente ocorre com os substantivos terminados em vogal ou em ditongo:
casa casas prédio prédios braço braços mãe mães rei reis |
janela janelas menino meninos gramática gramáticas porta portas pai pais |
pé pés livro livros escola escolas estrada estradas herói heróis |
2. Os substantivos terminados em “-ão” fazem o plural de três maneiras:
a) Alguns simplesmente seguem a regra geral e acrescentam “-s” ao “-ão”:
mão mãos chão chãos pagão pagãos órgão órgãos |
cristão cristãos irmão irmãos desvão desvãos sótão sótãos |
grão grãos vão vãos bênção bênçãos cidadão cidadãos |
b) Outros trocam o “-ão” por “-ães”:
escrivão escrivães capitão capitães capelão capelães |
pão pães alemão alemães afegão afegães |
cão cães tabelião tabeliães |
c) Um grande grupo troca o “-ão” por “-ões”:
leão leões caixão caixões canhão canhões fração frações gavião gaviões |
limão limões mamão mamões nação nações coração corações anão anões |
balão balões botão botões opinião opiniões canção canções folião foliões |
Observações:
a) Essas diversas variações para o plural ocorrem em virtude da etimologia das palavras.
b) Alguns substantivos terminados em “-ão” apresentam mais de uma forma para o plural. Observe abaixo:
aldeão adeãos e aldeões ancião anciãos, anciães e anciões guardião guardiães e guardiões verão verãos e verões cirurgião cirurgiões e cirurgiães |
anão anãos e anões castelão castelãos e castelões sultão sultães e sultões vilão vilãos, vilões e vilães vulcão vulcãos e vulcões |
3. Os substantivos terminados em “-r, e -z” formam o plural com o acréscimo da terminação “-es”, uma vez que a língua não aceita as terminações “-rs e -zs”.
flor flores gravidez gravidezes giz gizes colher colheres faquir faquires cateter cateteres |
juiz juízes arroz arrozes andar andares dólar dólares colar colares ureter ureteres |
amor amores mulher mulheres raiz raízes clamor clamores cruz cruzes |
Observação:
Os substantivos “caráter”, “júnior” e “sênior” fazem os plurais “caracteres”, “juniores” e “seniores”, respectivamente, com deslocamento do acento tônico.
4. Os substantivos terminados em “-n” fazem o plural tanto com o acréscimo de “-es” quanto com o acréscimo de “-s”.
próton prótones ou prótons hífen hífenes ou hifens líquen líquenes ou liquens |
nêutron nêutrones ou nêutrons abdômen abdômenes ou abdômens elétron elétrones ou elétrons |
Observação:
Os substantivos “pólen” e “cânon” fazem os plurais “polens” e “cânones”, respectivamente.
5. Os substantivos terminados em “-al, -el, -ol e -ul” trocam o “l” por “is”. Observe:
anel anéis anzol anzóis pastel pastéis |
farol faróis metal metais laranjal laranjais |
paul pauis tribunal tribunais canal canais |
Observações:
a) Nos substantivos “cônsul” e “mal”, a consoante “l” permaneceu intervocálica no plural, daí as formas “cônsules” e “males” para os respectivos plurais.
b) O substantivo “mel” faz os plurais “meles” ou “méis”, assim como “mol” faz os plurais “mols” ou “moles”.
6. Os substantivos terminados em “-il” formam o plural de acordo com duas regras:
a) Se for oxítono, trocará o “-il” por “is”:
anil anis perfil perfis fuzil fuzis |
funil funis quadril quadris canil canis |
barril barris cantil cantis |
b) Se for paroxítono, trocará o “-il” por “-eis”:
fóssil fósseis têxtil têxteis |
réptil répteis míssil mísseis |
projétil projéteis tâmil tâmeis |
Observação:
Em virtude da dupla prosódia dos substantivos “réptil – reptil” e “projétil – projetil”, admitem-se os respectivos plurais “répteis – reptis” e “projéteis – projetis”.
7. Os substantivos terminados em “-m” trocam esta letra por “-ns”. Veja:
fim fins bombom bombons jejum jejuns |
jardim jardins som sons bebum bebuns |
vintém vinténs refém reféns amém améns |
8. Os substantivos terminados em “-s” fazem o plural segundo duas regras:
a) Os monossílabos e os oxítonos recebem “-es”:
gás gases deus deuses português portugueses |
rês reses revés reveses cós coses |
mês meses burguês burgueses chinês chineses |
b) Os paroxítonos e os proparoxítonos terminados em “-s” são invariáveis:
o pires os pires o tênis os tênis o oásis os oásis |
o ônibus os ônibus o vírus os vírus o alferes os alferes |
o lápis os lápis o ourives os ourives o ônus os ônus |
9. Os substantivos terminados em “-x” são invariáveis.
o tórax os tórax uma xérox duas xérox |
o ônix os ônix o látex os látex |
a fênix as fênix |
Observação:
Alguns substantivos monossilábicos terminados em “-x”, entretanto, admitem também, para a formação do plural, o acréscimo da terminação “-es”. É o caso de:
o fax os fax ou faxes o flox os flox ou floxes |
o sax os sax ou saxes o fox os fox ou foxes |
2.4.2.1.1 Particularidades sobre o plural dos substantivos
1. Alguns substantivos mudam o timbre da vogal tônica de (ô – fechado) para (ó – aberto) quando postos no plural. É o que se denomina de plural metafônico ou plural com metafonia. Veja alguns exemplos:
Outros substantivos, porém, permanecem com o (ô) fechado quando vão para o plural. Veja:
2. Alguns substantivos, quando postos no plural, sofrem alteração semântica, ou seja, mudam o sentido. Observe:
bem (virtude) ≠ bens (capital, posses)
ar (atmosfera) ≠ ares (aparência, condições do clima)
gênero (conjunto) ≠ gêneros (alimentos)
féria (remuneração) ≠ férias (descanso)
lua (satélite) ≠ luas (semanas)
honra (dignidade) ≠ honras (homenagens, título)
vergonha (humilhação) ≠ vergonhas (órgãos sexuais)
amor (sentimento) ≠ amores (relações amorosas)
3. Há substantivos que só existem na forma “plural”. Veja alguns exemplos:
as fezes as cãs as cócegas os parabéns as cercanias |
os Alpes as calendas os óculos as exéquias as núpcias |
os pêsames os víveres as condolências os arredores os Andes |
as alvíssaras os anais as olheiras os Pirineus as Belas Artes |
4. Os nomes de pessoas, os numerais e as letras do alfabeto fazem, geralmente, o plural com o acréscimo do morfema “-s” – obviamente quando se prestam a esta regra. Veja:
Ele jamais passará na prova dos noves.
Lá, na festa, encontrarás os Antônios, os Andrés, os Joões, os Junqueiras e tantos outros mais.
Jamais escreverás corretamente se não conheceres bem os “as”, os “bês”, os “cês” que compõem as palavras.
Observação:
Os numerais terminados em “-s” e em “-z” são invariáveis. Ex.: dois, dez, três, seis etc.
5. Em geral os substantivos apresentam tanto o feminino quanto o masculino. Este é o princípio básico. Entretanto, alguns substantivos são, na prática, usados, em quase todos os seus empregos, no singular, embora apresentem flexão de plural como a maioria dos substantivos. Isso ocorre particularmente com:
a) substantivos que designam metais: ouro, prata, ferro, mercúrio, alumínio, cobre.
b) substantivos que designam produtos animais e vegetais: leite, mel, açúcar, lã, vinho, arroz.
c) substantivos que designam artes e ciências: Budismo, Cristianismo, Lógica, Socialismo, Aritmética.
d) alguns substantivos abstratos que exprimem virtude ou vício: preguiça, caridade, confiança, leviandade, liberdade.
Os substantivos compostos apresentam um vasto conjunto de regras especiais para a formação de seus plurais. Vários substantivos fogem das orientações abaixo e apresentam uma forma própria, particular para o seu plural. Por isso, apresentaremos a seguir as regras mais comuns para a flexão de número de tais nomes compostos.
1.ª regra: Substantivos compostos formados por palavras variáveis quanto ao número ambas as palavras devem ir para o plural. As palavras que formam o composto devem, portanto, ser analisadas se, isoladamente, são suscetíveis de ir para o plural.
couve-flor (substantivo + substantivo) couves-flores
terça-feira (numeral + substantivo) terças-feiras
amor-perfeito (substantivo + adjetivo) amores-perfeitos
salvo-conduto (adjetivo + substantivo) salvos-condutos
ponta-direita (substantivo + adjetivo) pontas-direitas
chave-mestra (substantivo + substantivo) chaves-mestras
guarda-noturno (substantivo + adjetivo) guardas-noturnos
má-língua (adjetivo + substantivo) más-línguas
capitão-mor (substantivo + adjetivo) capitães-mores
pai-nosso (substantivo + pronome) pais-nossos
cirurgião-dentista (substantivo + adjetivo) cirurgiões-dentistas
2.ª regra: Substantivos compostos formados por palavra invariável mais uma palavra variável só o segundo elemento deverá ir para o plural.
abaixo-assinado (advérbio + particípio na função de adjetivo) abaixo-assinados
quebra-mar (verbo + substantivo) quebra-mares
ave-maria (interjeição + substantivo) ave-marias
vice-cônsul (prefixo + substantivo) vice-cônsules
infraestrutura (prefixo + substantivo) infraestruturas
beija-flor (verbo + substantivo) beija-flores
salve-rainha (interjeição + substantivo) salve-rainhas
ultrassom (prefixo + substantivo) ultrassons
3.ª regra: Substantivos compostos unidos por preposição só o primeiro elemento varia.
pé de moleque pés de moleque mula sem cabeça mulas sem cabeça pimenta-do-reino pimentas-do-reino amigo da onça amigos da onça |
joão-de-barro joões-de-barro pôr do sol pores do sol pau a pique paus a pique ama de leite amas de leite |
4.ª regra: Substantivos compostos em que o segundo elemento delimita o primeiro só o primeiro elemento varia.
navio-escola navios-escola banana-maçã bananas-maçã caneta-tinteiro canetas-tinteiro erva-mate ervas-mate salário-família salários-família |
peixe-boi peixes-boi pau-brasil paus-brasil pombo-correio pombos-correio escola-modelo escolas-modelo |
Observação:
Por se tratar de substantivos compostos formados por palavras variáveis, admite-se também que os compostos acima variem ambos os elementos. Portanto:
navio-escola navios-escola ou navios-escolas
peixe-boi peixes-boi ou peixes-bois
pau-brasil paus-brasil ou paus-brasis
fruta-pão frutas-pão ou frutas-pães
5.ª regra: Substantivos compostos formados por palavras repetidas ou palavras onomatopaicas (reprodução de sons das coisas, dos animais) só o segundo elemento se flexiona.
reco-reco reco-recos ruge-ruge ruge-ruges corre-corre corre-corres pife-pafe pife-pafes quero-quero quero-queros |
pisca-pisca pisca-piscas tico-tico tico-ticos bem-me-quer bem-me-queres bem-te-vi bem-te-vis pega-pega pega-pegas |
Observações:
a) Quando as palavras repetidas forem verbos, também é lícita a flexão dos dois elementos.
pisca-pisca pisca-piscas ou piscas-piscas
pega-pega pega-pegas ou pegas-pegas
corre-corre corre-corres ou corres-corres
b) São invariáveis os substantivos compostos formados por verbos de sentidos opostos, embora alguns dicionaristas mais modernos insistam em flexionar o último elemento.
o leva e traz os leva e traz o vai-volta os vai-volta |
o perde-ganha os perde-ganha |
6.ª regra: Substantivos compostos em que o primeiro elemento for uma das formas “grão, grã, ex-, dom, são e bel” só o segundo elemento se flexiona.
grão-duque grão-duques grã-cruz grã-cruzes dom-basiliano dom-basilianos ex-voto ex-votos |
grão-mestre grão-mestres bel-prazer bel-prazeres são-bento são-bentos são-bernardo são-bernardos |
7.ª regra: São substantivos compostos invariáveis:
o louva-a-deus os louva-a-deus (invariável)
o saca-rolhas os saca-rolhas (invariável)
o arco-íris os arco-íris (invariável)
o maria vai com as outras os maria vai com as outras (invariável)
Como sabemos, o substantivo é uma classe gramatical que designa os seres em geral. Os seres designados podem se apresentar em tamanhos diversos. À propriedade dos substantivos de indicar a dimensão dos seres dá-se o nome de “flexão de grau”. Em português, há duas flexões de grau: o aumentativo e o diminutivo. Essas flexões tanto podem ser obtidas com a utilização de sufixos (forma sintética) quanto com a utilização de adjetivos (forma analítica). Estudaremos primeiramente a formação do grau com a utilização de sufixos e prefixos.
1. Grau aumentativo: o substantivo se apresenta em tamanho aumentado. Geralmente são utilizados os sufixos “-ão, -arão, -arrão, -zarrão, -eirão, -alhão, -gão”. Ex.:
buraco buracão vaga vagalhão pé pezão amigo amigão |
casa casarão homem homenzarrão capa capeirão lamaçal lamarão |
nariz narigão chapéu chapeirão bobo bobalhão dedo dedão |
Há, entretanto, inúmeros substantivos que usam sufixos especiais para a formação do grau aumentativo. Abaixo apresentaremos alguns desses substantivos:
2. Grau diminutivo: o substantivo se apresenta em tamanho reduzido, diminuto. Para a formação deste grau, sinteticamente, utilizam-se também uma série de sufixos. Os mais usuais são:
Observações:
a) Tanto o grau aumentativo quanto o diminutivo apresentam uma forma analítica, feita geralmente com o auxílio dos adjetivos “grande, enorme, imenso e adjetivos semelhantes” e “pequeno, minúsculo e adjetivos semelhantes” respectivamente.
b) Nem sempre o aumentativo e o diminutivo mostram o aumento e a diminuição de um ser. A utilização dos sufixos próprios para o aumentativo e para o diminutivo também pode indicar “desprezo, desproporção, pejoração, grosseria”. Observe:
Era considerada pela cidade como uma mulherzinha. (= mulher ordinária)
Os silvas eram uma gentalha. (= gente de classe social baixa)
Era um professorzinho! (= professor qualquer, sem qualificação)
Aquele padreco era um grande santarrão. (= padre sem valor; falso devoto)
c) Muitos diminutivos são usados para indicar “afetividade, aproximação, carinho”. É o caso de “amorzinho, paizinho, amiguinha, coleguinha”.
d) O grau aumentativo também é obtido pela repetição do substantivo colocando-lhe no meio a preposição “de”. É um processo muito usado na Bíblia. Veja:
Rei dos reis Mestre dos mestres |
Senhor dos senhores Santo dos santos |
d) Alguns aumentativos e diminutivos são obtidos com o emprego de prefixos. É o que se observa em “minifúndio, maxicasaco, supermercado, minissaia”.
e) Alguns substantivos, pela evolução da língua, perderam o sentido gradual e assumiram valores semânticos autônomos. É o que se verifica, por exemplo, na palavra “portão” que não mais é o aumentativo de “porta”, mas sim um tipo de entrada. Fato idêntico ocorreu com os vocábulos: cartilha, cartão, caldeirão, colchão.
f) No trato familiar, geralmente eivado de bastante afetividade, muitos diminutivos e aumentativos são criados a partir de nomes personativos. Tais criações são denominados de “hipocorísticos”. Observe alguns:
Antônio = Toninho Fátima = Fatinha José = Zezinho |
Carlos = Cacá Maria = Mariinha Alexandre = Xandão |
Paulo = Paulão Josefa = Zefinha |
Para a formação do plural dos substantivos diminutivos deve-se obedecer às seguintes orientações:
1.º coloca-se o substantivo, sem os sufixos do diminutivo, no plural coração faz corações
2.º retira-se o “-s” do plural deste substantivo corações – “s” fica coraçõe
3.º acrescenta-se o sufixo do diminutivo coraçõe + zinho fica coraçõezinho
4.º acrescenta-se o fonema “-s” que foi retirado coraçõezinho + s fica finalmente “coraçõezinhos”
Outros exemplos:
pãozinho pãezinhos barzinho barezinhos farolzinho faroizinhos paizinho paizinhos |
papelzinho papeizinhos florzinha florezinhas amorzinho amorezinhos carretelzinho carreteizinhos |
1. (MM) A alternativa em que há erro no sentido dos substantivos é:
a) o grama = unidade de medida; a grama = relva
b) o rádio = aparelho receptor; a rádio = estação transmissora
c) o guia = documento; a guia = pessoa que guia
d) o cisma = separação; a cisma = desconfiança
e) o moral = ânimo; a moral = ética
2. (TER-MT) O termo que faz o plural como cidadão é:
a) limão
b) órgão
c) guardião
d) espertalhão
e) balão
3. (ESAF-CJF) Assinale a opção em que há substantivos que se referem, respectivamente, a ação e sentimento:
a) homem, passos
b) passado, medo
c) diferença, raízes
d) inteligência, criação
e) trabalho, tristeza
4. (TRT-RJ) Há erro, quanto à flexão do substantivo composto, em:
a) Essa medida irá beneficiar as donas de casas.
b) Os surdos-mudos irão participar da olimpíada dos deficientes.
c) Todas as manhãs os beija-flores apareciam no jardim.
d) No Brasil muitos vice-presidentes assumem a presidência da República.
e) Não podemos tolerar os disse me disse neste assunto.
5. (TRT-RJ) Escolha a alternativa cujos gêneros, pela ordem, correspondem aos seguintes vocábulos: alface, grama (peso), dó e telefonema.
a) masculino – feminino – masculino – feminino
b) feminino – feminino – masculino – feminino
c) masculino – feminino – masculino – masculino
d) feminino – masculino – masculino – masculino
e) feminino – feminino – masculino – masculino
6. (TCE-RJ) A opção em que as duas palavras formam o plural da mesma maneira é:
a) substituição / nação
b) administração / pão
c) ficção / alemão
d) demonstração / capitão
e) talão / cristão
7. (TEC-RJ) Assinale a opção em que o plural das palavras destacadas é feito da mesma forma;
a) O escrivão desacatou aquele cidadão.
b) O salário-família será pago na sexta-feira.
c) O freguês antigo tinha uma aparência simples.
d) O funcionário encarregado de vistoria era dócil e gentil.
e) Naquele mundo pagão, havia apenas um cristão.
8. (Mackenzie-SP) Em qual das alternativas todas as palavras pertencem ao gênero masculino?
a) dinamite, agiota, trema, cal
b) dilema, perdiz, tribo, axioma
c) eclipse, telefonema, dó, aroma
d) estratagema, bílis, omoplata, gengibre
e) sistema, guaraná, rês, anátema
9. (UFBA) Ficou com _______ quando soube que ______ caixa do banco entregara aos ladrões todo o dinheiro _______ clã.
a) o moral abalado – o – do
b) a moral abalada – o – da
c) o moral abalado – a – da
d) a moral abalado – a – do
e) a moral abalada – a – da
10. (ITA-SP) Examinar a frase abaixo, dando atenção aos vocábulos destacados:
“A estação emissora procurava encorajar o ânimo daqueles que lutavam contra a tropa inimiga.”
A sequência dos sinônimos das palavras destacadas na sentença acima é, pela ordem:
a) o rádio, a moral, a corja
b) a rádio, a moral, a horda
c) a rádio, o moral, a hoste
d) o rádio, o moral, a hoste
e) As alternativas acima não são corretas.
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