Rede

Jorge Fernandes

(1887­-1953)

Embaladora do sono...

Balanço dos alpendres e dos ranchos...

E vaivém nas modinhas langorosas...

Professora de violões...

Tipoia dos amores nordestinos...

Grande... larga e forte... para casais...

Berço de grande raça

Suspensa...

Guardadoura de sonhos...

Pra madorna ao meio­-dia...

Grande... côncava...

Lá no fundo dorme um bichinho

– ô... ô... ô... ô... ô... ôôôôôôôôô

– Balança o punho da rede pro menino dormir...

“Livro de Poemas”, Natal. 1927.