XVI

Quem me dera que a minha vida fosse um carro de bois

Que vem a chiar, manhãzinha cedo, pela estrada.

E que para de onde veio volta depois

Quase à noitinha pela mesma estrada.

Eu não tinha que ter esperanças - tinha só que ter rodas…

A minha velhice não tinha rugas nem cabelo branco…

Quando eu já não servia, tiravam-me as rodas

E eu ficava virado e partido no fundo de um barranco.