«Com as incógnitas eu consigo viver, são os factos que eu não aguento»

Aos catorze anos, Matias Fluss é um adolescente preocupado com três coisas: o sexo, um tio enlouquecido e as fábulas budistas. Vive com a mãe e a irmã mais velha, Cecilia, numa espécie de ninho onde lambe as feridas da juventude: a primeira paixão, as dúvidas existenciais, os conflitos de afirmação. Sempre que sente o copo a transbordar, refugia-se na cabana isolada do tio Elias. Cedo, contudo, a inocência lhe será arrancada com o desaparecimento súbito de Cecilia, que, afundada numa paixão por um homem desconhecido, é vista pela última vez a saltar de uma ponte.

Muito mais tarde, Matias será obrigado a revisitar a dor, quando a sua pacata vida de professor universitário for interrompida por uma carta vinda das sombras do passado, lançando a suspeita sobre o que aconteceu realmente à irmã – sem saber ainda que regressar ao passado poderá significar, também, resgatar-se a si mesmo.

No final desta «trilogia dos lugares sem nome», iniciada com O luto de Elias Gro, João Tordo explora, através de personagens únicas e universais, numa geografia singular, os temas da memória e do afecto, do amor e da desolação, da vida terrena e espiritual, procurando aquilo que com mais força nos liga aos outros e a nós próprios.

«Um dos maiores talentos literários de Portugal (…) a sua formação reflecte-se nas suas obras: tal como Gonçalo M. Tavares, a escrita, para Tordo, significa explorar questões existenciais»

Darmstädter Echo, Alemanha

«Tal como o Nobel José Saramago, João Tordo põe em questão, com o seu talento, a crença numa identidade própria à qual nós, os humanos, estamos apegados»

Le Monde, França

«João Tordo tem uma capacidade enorme de efabulação que não se encontra facilmente»

José Saramago

«Um grande romancista que nos redime do horror, como os grandes mestres, pela força misteriosa da escrita»

António-Pedro Vasconcelos, Sol

UMA TRILOGIA ELOGIADA PELA CRÍTICA

«Um retrato íntimo da mortalidade»

Isabel Lucas, Público

«Uma escrita vibrante, capaz de momentos de grande intensidade expressiva ou de inesperado lirismo»

José Mário Silva, Expresso

«Um romance que se abre em escuridão e labareda, para que nos vejamos ao espelho» José Tolentino Mendonça «O luto de Elias Gro há-de guardar lugar próprio e intransmissível entre as melhores obras da Literatura Portuguesa contemporânea»

João Gobern, Diário de Notícias

«Este é um romance extraordinário, que se lê à transparência de um talento mais do que confirmado, porventura único entre nós, na primeira linha das vozes literárias da geração a que João Tordo pertence»

João de Melo

«João Tordo cria (…) dois palcos contíguos, que equilibra entre o atrevimento cruel que o realismo comanda e o clima introspectivo que dele resulta, conjugados com particular desenvoltura e absoluta eficácia»

Lídia Jorge