Prólogo
Está a escurecer e a menina começa a ficar com frio. Foi um dia tão bonito – as luzes e as máscaras e o fogo de artifício, como uma chuva de estrelas incandescentes. Foi mágico, semelhante a um conto de fadas, mas agora ficou estragado, tudo correu mal. Olha para cima, através das árvores, e os ramos parecem fechar-se cada vez mais sobre a sua cabeça. Mas não como em A Branca de Neve ou A Bela Adormecida. Aqui não há um príncipe montado num lindo cavalo branco que a venha salvar. Apenas um céu escuro e monstros escondidos nas sombras. Consegue ouvir ruídos na vegetação rasteira, o murmurejar de pequenos animais, e um movimento mais forte, mais pesado, que se aproxima cada vez mais, passo a passo. Limpa o rosto molhado pelas lágrimas que não cessam e deseja com toda a sua força ser a princesa de Brave – Indomável. Ela não ficaria assustada por ser ver sozinha numa floresta. Mas a Daisy está.
A Daisy, na verdade, está muito assustada.
– Daisy? – diz uma voz. – Onde estás?
Mais passos, agora mais perto, e a voz soa zangada:
– Não te consegues esconder de mim. Vou encontrar-te. Sabes isso, não sabes, Daisy? Vou encontrar-te!