Tarde en Itapuã
(1971, con Toquinho)

Un viejo calzón de baño

Un día para vaguear

El mar como sin tamaño

Y un arco iris allá...

Después, en Plaza Caymmi

Sentir el cuerpo algo fofo

Y en una silla de mimbre

Beber un agua de coco

¡Qué bien!

Ir por la tarde a Itapuã

Al sol que enciende Itapuã

Oír tu mar, Itapuã

Hablar de amor, Itapuã.

Mientras el mar inaugura

Un novedoso color

Discutimos con ternura

Y con cachaça y licor

Y con la vista perdida

Entre los cielos y el mar

Bien despacito sentimos

Toda la tierra girar

¡Qué bien!

Ir por la tarde a Itapuã

Al sol que enciende Itapuã

Oír tu mar, Itapuã

Hablar de amor, Itapuã.

Después el escalofrío

Del viento al anochecer

Los cocoteros tan finos

Que ni se quieren mover...

Y en los espacios serenos

Sin tiempo y sin ansiedad

Sentir tus brazos morenos

Oh, luna de Itapuã

¡Qué bien!

Ir por la tarde a Itapuã

Al sol que enciende Itapuã

Oír tu mar, Itapuã

Hablar de amor, Itapuã.

Tarde em Itapuã

Um velho calção de banho

Um dia prá vadiar

O mar que não tem tamanho

E um arco-íris no ar...

Depois, na Praça Caymmi

Sentir preguiça no corpo

E numa esteira de vime

Beber uma água de côco

É bom!

Passar uma tarde em Itapuã

Ao sol que arde em Itapuã

Ouvindo o mar de Itapuã

Falar de amor em Itapuã.

Enquanto o mar inaugura

Um verde novinho em folha

Argumentar com doçura

Com uma cachaça de rolha...

E com olhar esquecido

No encontro de céu e mar

Bem devagar ir sentindo

A terra toda rodar

É bom!

Passar uma tarde em Itapuã

Ao sol que arde em Itapuã

Ouvindo o mar de Itapuã

Falar de amor em Itapuã.

Depois sentir o arrepio

Do vento que a noite traz

E o diz-que-diz-que macio

Que brota dos coqueirais...

E nos espaços serenos

Sem ontem nem amanhã

Dormir nos braços morenos

Da lua de Itapuã

É bom!

Passar uma tarde em Itapuã

Ao sol que arde em Itapuã

Ouvindo o mar de Itapuã

Falar de amor em Itapuã.