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Index
Obra Completa de Fernando Pessoa I: Poesia de Fernando Pessoa. Inclui "Mensagem", "Cancioneiro", a poesia inédita e mais (Edição Definitiva)
I. Palavras de Pórtico (Navegar é preciso)
II. Mensagem (1934)
Primeira Parte: Brasão
I. Os Campos
II. Os Castelos
III. As Quinas
IV. A Coroa
V. O Timbre
Segunda Parte: Mar Português
I. O INFANTE
II. HORIZONTE
III. PADRÃO
IV. O MOSTRENGO
V. EPITÁFIO DE BARTOLOMEU DIAS
VI. OS COLOMBOS
VII. OCIDENTE
VIII. FERNÃO DE MAGALHÃES
IX. ASCENSÃO DE VASCO DA GAMA
X. MAR PORTUGUÊS
XI. A ÚLTIMA NAU
XII. PRECE
Terceira Parte: O Encoberto
I. Os Símbolos
II. Os Avisos
III. Os Tempos
III. Cancioneiro (1902-1935)
1. QUANDO ELA PASSA
2. EM BUSCA DA BELEZA
3. MAR. MANHÃ
4. VISÃO
5. ANÁLISE
6. Ó naus felizes, que do mar vago
7. HORA MORTA
8. IMPRESSÕES DO CREPÚSCULO
9. HORA ABSURDA
10. DOBRE
11. ALÉM-DEUS
I. Abismo
II. Passou
III. A voz de Deus
IV. A queda
V. Braço sem corpo brandindo um gládio
12. CHUVA OBLÍQUA
13. As tuas mãos terminam em segredo
14. CANÇÃO
15. Serena voz imperfeita, eleita
16. UNS VERSOS QUAISQUER
17. Como a noite é longa!
18. Bate a luz no cimo
19. Saber? Que sei eu?
20. Vai redonda e alta
21. Sopra demais o vento
22. Chove?... Nenhuma chuva cai...
23. Ameaçou chuva. E a negra
24. Meu pensamento é um rio subterrâneo
25. Não sei, ama, onde era
26. PASSOS DA CRUZ
27. Há no firmamento
28. Súbita mão de algum fantasma oculto
29. Para onde vai a minha vida, e quem a leva?
30. INTERVALO
31. EPISÓDIOS — A MÚMIA
32. FICÇÕES DO INTERLÚDIO
33. O sol às casas, como a montes
34. Ah! A angústia, a raiva vil, o desespero
35. Onde pus a esperança, as rosas
36. ABDICAÇÃO
37. Ah, quanta vez, na hora suave
38. Feliz dia para quem é
39. NATAL
40. No entardecer da terra
41. Ó sino da minha aldeia
42. Leve, breve, suave
43. Pobre velha música!
44. Dorme enquanto eu velo...
45. Sol nulo dos dias vãos
46. Trila na noite uma flauta. É de algum
47. Põe-me as mãos nos ombros...
48. Manhã dos outros! Ó sol que dás confiança
49. Treme em luz a água.
50. Dorme sobre o meu seio
51. Ao longe, ao luar
52. Em toda a noite o sono não veio. Agora
53. Ela canta, pobre ceifeira
54. Sonho. Não sei quem sou neste momento.
55. Nada sou, nada posso, nada sigo
56. Não é ainda a noite
57. Pouco importa de onde a brisa
58. O MENINO DA SUA MÃE
59. MARINHA
60. Paira à tona de água
61. QUALQUER MÚSICA
62. DEPOIS DA FEIRA
63. Natal... Na província neva
64. Tenho dó das estrelas
65. ABAT-JOUR
66. Um muro de nuvens densas
67. Aqui na orla da praia, mudo e contente do mar
68. Como inútil taça cheia
69. GOMES LEAL
70. Boiam leves, desatentos
71. Contemplo o lago mudo
72. Às vezes entre a tormenta
73. Dá a surpresa de ser
74. Tenho dito tantas vezes
75. Lenta e quieta a sombra vasta
76. Chove. É dia de Natal
77. Por trás daquela janela
78. O ÚLTIMO SORTILÉGIO
79. Gato que brincas na rua
80. Não: não digas nada!
81. De onde é quase o horizonte
82. Vaga, no azul amplo solta
83. O ANDAIME
84. Hoje que a tarde é calma e o céu tranquilo
85. Guia-me a só razão
86. Há quase um ano não escrevo
87. Fúria nas trevas o vento
88. A morte é a curva da estrada
89. Quem bate à minha porta
90. INICIAÇÃO
91. Na sombra do Monte Abiegno
92. Do vale à montanha
93. Cansa sentir quando se pensa
94. Não meu, não meu é quanto escrevo
95. Sorriso audível das folhas
96. AUTOPSICOGRAFIA
97. ISTO
98. Passa uma nuvem pelo sol
99. É brando o dia, brando o vento.
100. Entre o luar e a folhagem
101. Oiço, como se o cheiro
102. Nuvens sobre a floresta...
103. Não sei se é sonho, se realidade
104. Aqui onde se espera
105. Redemoinha o vento
106. Momento imperceptível
107. Vai alto pela folhagem
108. Quando as crianças brincam
109. Passos tardam na relva
110. O que me dói não é
111. Porque é que um sono agita
112. Contemplo o que não vejo
113. Entre o sono e o sonho
114. A morte chega cedo
115. Repousa sobre o trigo
116. Tudo que faço ou medito
117. Se eu, ainda que ninguém
118. Tenho tanto sentimento
119. Durmo. Se sonho, ao despertar não sei
120. Viajar! Perder países!
121. Que coisa distante
122. Na ribeira deste rio
123. No mal-estar em que vivo
124. Quando era criança
125. Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva
126. Grandes mistérios habitam
127. Não sei que sonho me não descansa
128. FRESTA
129. Onda que, enrolada, tornas
130. Montes, e a paz que há neles, pois são longe...
131. Neste mundo em que esquecemos
132. Foi um momento
133. Cessa o teu canto!
134. EROS E PSIQUE
135. Azul, ou verde, ou roxo, quando o sol
136. Começa a ir ser dia
137. A OUTRA
138. Não me digas mais nada. O resto é vida.
139. Teus olhos entristecem
140. Há doenças piores que as doenças
141. No ouro sem fim da tarde morta
142. Sonhos, sistemas, mitos, ideais…
143. Na quinta entre ciprestes
144. Dizem?
145. CONSELHO
146. LIBERDADE (Falta uma citação de Séneca)
147. POEMA
148. TOMAMOS A VILA DEPOIS DUM INTENSO BOMBARDEAMENTO
149. NO TÚMULO DE CHRISTIAN ROSENCREUTZ
150. GLOSA
151. Assim, sem nada feito e o por fazer
152. Esta espécie de loucura
153. Entre o bater rasgado dos pendões
154. A minha vida é um barco abandonado
155. Os deuses vão-se como forasteiros
156. Se já não torna a eterna primavera
IV. À memória do Presidente-Rei Sidónio Pais (1920)
V. Quinto Império (1923-1925)
VI. Quadras ao gosto popular (1907-1935)
VII. Poemas para Lili
VIII. Poema Pial
IX. Poesias Inéditas (1919-1935)
1. Pousa um momento
2. Meu ser vive na Noite e no Desejo
3. A lembrada canção
4. Longe de mim em mim existo
5. Pudesse eu como o luar
6. Tudo quanto sonhei tenho perdido
7. Outros terão
8. Cansado até dos deuses que não são...
9. Os deuses são felizes
10. Cai chuva. É noite. Uma pequena brisa
11. Ah, sempre no curso leve do tempo pesado
12. Cansa ser, sentir dói, pensar destrui.
13. Tornar-te-ás só quem tu sempre foste
14. Qualquer caminho leva a toda a parte
15. Ó curva do horizonte, quem te passa
16. Vento que passas
17. Quando era jovem, eu a mim dizia
18. Sepulto vive quem é a outrem dado
19. A parte do indolente é a abstrata vida
20. É uma brisa leve
21. Não tragas flores, que eu sofro...
22. Os deuses, não os reis, são os tiranos
23. Ah, já está tudo lido
24. Ah, toca suavemente
25. Hoje, neste ócio incerto
26. POEMAS DOS DOIS EXÍLIOS
27. Oiço passar o vento na noite
28. EU
29. Dormir! Não ter desejos nem esperanças
30. Mendigo do que não conhece
31. Ah quanta melancolia!
32. Meus dias passam, minha fé também.
33. Flor que não dura
34. Aqui neste profundo apartamento
35. LIGEIA
36. Nas entressombras de arvoredo
37. GLOSAS
38. AMIEL
39. Como às vezes num dia azul e manso
40. O CONTRASSÍMBOLO
41. Em torno a mim, em maré cheia
42. Universal lamento
43. Sei que nunca terei o que procuro
44. PRESSÁGIO
45. Já não vivi em vão
46. Pelo plaino sem caminho
47. Não venhas sentar-te à minha frente, nem a meu lado;
48. Durmo. Regresso ou espero?
49. Velo, na noite em mim
50. Há luz no tojo e no brejo
51. Brincava a criança
52. O que eu fui o que é?
53. A água da chuva desce a ladeira.
54. Há música. Tenho sono
55. Meu coração esteve sempre
56. Hoje estou triste, estou triste
57. Passava eu na estrada pensando impreciso
58. O sonho que se opôs a que eu vivesse
59. O amor, quando se revela
60. É inda quente o fim do dia...
61. Em torno ao candeeiro desolado
62. E, ó vento vago
63. O meu coração quebrou-se
64. No fim da chuva e do vento
65. O LOUCO
66. Caminho a teu lado mudo
67. Há uma música do povo
68. A esperança como um fósforo inda aceso
69. A pálida luz da manhã de inverno
70. Sim, tudo é certo logo que o não seja
71. A tua voz fala amorosa...
72. Qual é a tarde por achar
73. Vou com um passo como de ir parar
74. Parece que estou sossegando
75. Aqui está-se sossegado
76. O céu de todos os invernos
77. Mas o hóspede inconvidado
78. Mas eu, alheio sempre, sempre entrando
79. Pela rua já serena
80. Tenho pena até... nem sei...
81. O som do relógio
82. EPITÁFIO DESCONHECIDO
83. GLOSA
84. O abismo é o muro que tenho
85. Relógio, morre —
86. Quem vende a verdade, e a que esquina?
87. Na noite que me desconhece
88. Mais triste do que o que acontece
89. Ó ervas frescas que cobris
90. Há quanto tempo não canto
91. Ó sorte de olhar mesquinho
92. Dói-me quem sou. E em meio da emoção
93. Depois que todos foram
94. Vai leve a sombra
95. Árvore verde
96. Vou em mim como entre bosques
97. Meus versos são meu sonho dado
98. Deixa-me ouvir o que não ouço...
99. A tua carne calma
100. Teu corpo real que dorme
101. Ah, a esta alma que não arde
102. Fito-me frente a frente
103. Talvez que seja a brisa
104. Sei bem que não consigo
105. Se eu pudesse não ter o ser que tenho
106. Não quero mais que um som de água
107. Deve chamar-se tristeza
108. Quem me roubou quem nunca fui e a vida?
109. Se sou alegre ou sou triste?...
110. O grande sol na eira
111. Pois cai um grande e calmo efeito
112. Grande sol a entreter
113. Maravilha-te, memória!
114. O sol queima o que toca
115. Gostara, realmente
116. Melodia triste sem pranto
117. Entre o luar e o arvoredo
118. Deixo ao cego e ao surdo
119. Olha-me rindo uma criança
120. Quero ser livre insincero
121. O rio que passa dura
122. Meu ruído de alma cala
123. E ou jazigo haja
124. Gnomos do luar que faz selvas
125. Minha mulher, a solidão
126. Na margem verde da estrada
127. A estrada, como uma senhora
128. Tão vago é o vento que parece
129. De aqui a pouco acaba o dia
130. É boa! Se fossem malmequeres!
131. Enfia, a agulha
132. Parece estar calor, mas nasce
133. Gradual, desde que o calor
134. Como um vento na floresta
135. Quanto fui peregrino
136. Do meio da rua
137. Por quem foi que me trocaram
138. Leve no cimo das ervas
139. Se tudo o que há é mentira
140. Há um grande som no arvoredo.
141. Cai chuva do céu cinzento
142. Andavam de noite aos segredos
143. Parece às vezes que desperto
144. O ruído vário da rua
145. Cheguei à janela
146. Eu amo tudo o que foi
147. Há um murmúrio na floresta
148. O vento tem variedade
149. Já ouvi doze vezes dar a hora
150. Paisagens, quero-as comigo
151. O mau aroma alacre
152. Vão breves passando
153. Fito-me frente a frente
154. Em plena vida e violência
155. Não sei ser triste a valer
156. Tenho sono em pleno dia
157. Sou um evadido.
158. As nuvens são sombrias
159. Desfaze a mala feita para a partida!
160. Se estou só, quero não estar
161. Bem, hoje que estou só e posso ver
162. No céu da noite que começa
163. INCIDENTE
164. Não fiz nada, bem sei, nem o farei
165. Vê-la faz pena de esperança.
166. Uma maior solidão
167. Chove. Que fiz eu da vida?
168. Vem dos lados da montanha
169. Desperto sempre antes que raie o dia
170. Clareia cinzenta a noite de chuva
171. A Lua (dizem os Ingleses)
172. As lentas nuvens fazem sono
173. Tão linda e finda a memoro!
174. Há um frio e um vácuo no ar.
175. E toda a noite a chuva veio
176. CEIFEIRA
177. Eu tenho ideias e razões
178. Não, não é nesse lago entre rochedos
179. Tenho principalmente não ter nada
180. Pálida sombra esvoaça
181. Lembro-me ou não? Ou sonhei?
182. Basta pensar em sentir
183. Como nuvens pelo céu
184. Porque sou tão triste ignoro
185. O que o seu jeito revela
186. Nos jardins municipais
187. Porque, ó Sagrado, sobre a minha vida
188. Quando já nada nos resta
189. O sol doirava-te a cabeça loura
190. A aranha do meu destino
191. Ah, só eu sei
192. No meu sonho estiolaram
193. Lâmpada deserta
194. Ah, como incerta, na noite em frente
195. Vinha elegante, depressa
196. Lá fora onde árvores são
197. Nada que sou me interessa
198. O ponteiro dos segundos
199. Em outro mundo, onde a vontade é lei
200. Minhas mesmas emoções
201. Depois que o som da terra, que é não tê-lo
202. Rala cai chuva. O ar não é escuro. A hora
203. Eh, como outrora era outra a que eu não tinha!
204. Oscila o incensório antigo
205. Ouço sem ver, e assim, entre o arvoredo
206. Quase anónima sorris
207. Porque esqueci quem fui quando criança?
208. Ser consciente é talvez um esquecimento
209. Uma névoa de Outono o ar raro vela
210. Que suave é o ar! Como parece
211. Do seu longínquo reino cor-de-rosa
212. Entre o sossego e o arvoredo
213. Não quero ir onde não há a luz
214. Nesta vida, em que sou meu sono
215. Vejo passar os barcos pelo mar
216. Vai pela estrada que na colina
217. Vi passar, num mistério concedido
218. Ladram uns cães a distância
219. Leves véus velam, nuvens vãs, a Lua
220. Quero, terei —
221. É um campo verde e vasto
222. Falhei. Os astros seguem seu caminho
223. Deixei de ser aquele que esperava
224. Vai alta a nuvem que passa
225. A novela inacabada
226. Nada. Passaram nuvens e eu fiquei...
227. Eu me resigno. Há no alto da montanha
228. A minha camisa rota
229. Canta onde nada existe
230. Durmo, cheio de nada, e amanhã
231. Tenho esperança? Não tenho
232. Náusea. Vontade de nada
233. O vento sopra lá fora.
234. Sopra o vento, sopra o vento
235. Vai lá longe, na floresta
236. Pálida, a Lua permanece
237. Dorme, criança, dorme
238. Verdadeiramente
239. O que é vida e o que é morte
240. Sabes quem sou? Eu não sei
241. Tenho escrito muitos versos
242. Renego, lápis partido
243. Se eu me sentir sono
244. Flui, indeciso na bruma
245. Nesta grande oscilação
246. Sonho sem fim nem fundo
247. Não digas nada! Que hás-me de dizer?
248. Do fundo do fim do mundo
249. Tenho em mim como uma bruma
250. CANTO A LEOPARDI
251. Teu perfil, teu olhar real ou feito
252. Como é por dentro outra pessoa
253. A lâmpada nova
254. Vaga saudade, tanto
255. Onde quer que o arado o seu traço consiga
256. O sol que doura as neves afastadas
257. Ah, quero as relvas e as crianças!
258. Deixem-me o sono! Sei que é já manhã
259. Deixei atrás os erros do que fui
260. Não digas nada!
261. Ah, verdadeiramente a deusa! —
262. Teu inútil dever
263. Começa, no ar da antemanhã
264. A montanha por achar
265. A ciência, a ciência, a ciência...
266. A criança que ri na rua
267. Sim, já sei...
268. Era isso mesmo —
269. O som contínuo da chuva
270. Na véspera de nada
271. Sob olhos que não olham — os meus olhos —
272. Não tenho que sonhar que possam dar-me
273. Exígua lâmpada tranquila
274. Na paz da noite, cheia de tanto durar
275. Criança, era outro...
276. Onde, em jardins exaustos
277. SÁ CARNEIRO
278. Música... Que sei eu de mim?
279. A mão posta sobre a mesa
280. Tudo quanto penso
281. Um dia baço mas não frio...
282. O amor é que é essencial
Obra Completa de Fernando Pessoa II: Poesia Completa de Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos (Edição Definitiva)
1. Fernando Pessoa sobre a heteronímia
2. Notas biográficas e literárias
A vida e a obra de Alberto Caeiro
I. Notas para a recordação do meu mestre Alberto Caeiro, por Fernando Pessoa
II. “Prefácio a Caeiro” e outros comentários, por Ricardo Reis
III. Alberto Caeiro por Álvaro de Campos
IV. Entrevista, por Alexander Search
A vida e a obra de Ricardo Reis
I. Ricardo Reis — vida dele. Por Fernando Pessoa
II. Ricardo Reis por Álvaro de Campos
III. A Filosofia de Ricardo Reis, por Frederico Reis
A vida e a obra de Álvaro de Campos
I. Entrevista com Álvaro de Campos, engenheiro naval e poeta futurista
II. Controvérsia entre Álvaro de Campos e Ricardo Reis
ALBERTO CAEIRO
O Guardador de Rebanhos
I. Eu nunca guardei rebanhos
II. O meu olhar é nítido como um girassol
III. Ao entardecer, debruçado pela janela
IV. Esta tarde a trovoada caiu
V. Há metafísica bastante em não pensar em nada
VI. Pensar em Deus é desobedecer a Deus
VII. Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo...
VIII. Num meio-dia de fim de Primavera
IX. Sou um guardador de rebanhos
X. «Olá, guardador de rebanhos
XI. Aquela senhora tem um piano
XII. Os pastores de Virgílio tocavam avenas e outras coisas
XIII. Leve, leve, muito leve
XIV. Não me importo com as rimas. Raras vezes
XV. As quatro canções que seguem
XVI. Quem me dera que a minha vida fosse um carro de bois
XVII. No meu prato que mistura de Natureza!
XVIII. Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
XIX. O luar quando bate na relva
XX. O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
XXI. Se eu pudesse trincar a terra toda
XXII. Como quem num dia de Verão abre a porta de casa
XXIII. O meu olhar azul como o céu
XXIV. O que nós vemos das coisas são as coisas
XXV. As bolas de sabão que esta criança
XXVI. Às vezes, em dias de luz perfeita e exata
XXVII. Só a Natureza é divina, e ela não é divina...
XXVIII. Li hoje quase duas páginas
XXIX. Nem sempre sou igual no que digo e escrevo
XXX. Se quiserem que eu tenha um misticismo, está bem, tenho-o
XXXI. Se às vezes digo que as flores sorriem
XXXII. Ontem à tarde um homem das cidades
XXXIII. Pobres das flores nos canteiros dos jardins regulares
XXXIV. Acho tão natural que não se pense
XXXV. O luar através dos altos ramos
XXXVI. E há poetas que são artistas
XXXVII. Como um grande borrão de fogo sujo
XXXVIII. Bendito seja o mesmo sol de outras terras
XXXIX. O mistério das coisas, onde está ele?
XL. Passa uma borboleta por diante de mim
XLI. No entardecer dos dias de Verão, às vezes
XLII. Passou a diligência pela estrada, e foi-se
XLIII. Antes o voo da ave, que passa e não deixa rasto
XLIV. Acordo de noite subitamente
XLV. Um renque de árvores lá longe, lá para a encosta
XLVI. Deste modo ou daquele modo
XLVII. Um dia excessivamente nítido
XLVIII. Da mais alta janela da minha casa
XLIX. Meto-me para dentro, e fecho a janela
O Pastor Amoroso
I. Quando eu não te tinha
II. Vai alta no céu a lua da Primavera
III. Talvez quem vê bem não sirva para sentir
IV. O amor é uma companhia.
V. O pastor amoroso perdeu o cajado
VI. Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura dela
VII. Agora que sinto amor
VIII. Todos dias agora acordo com alegria e pena
Poemas Inconjuntos
1. A espantosa realidade das coisas
2. Quando tornar a vir a Primavera
3. Se eu morrer novo
4. Quando vier a Primavera
5. Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia
6. É noite. A noite é muito escura. Numa casa a uma grande distância
7. Nunca sei como é que se pode achar um poente triste
8. Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol
9. Quando a erva crescer em cima da minha sepultura
10. Todas as teorias, todos os poemas
11. A manhã raia. Não: a manhã não raia
12. Sempre que penso uma coisa, traio-a
13. Eu queria ter o tempo e o sossego suficientes
14. Leram-me hoje S. Francisco de Assis
15. A criança que pensa em fadas e acredita nas fadas
16. A noite desce, o calor soçobra um pouco
17. Aceita o universo
18. Creio que irei morrer
19. De longe vejo passar no rio um navio...
20. Estou doente. Meus pensamentos começam a estar confusos
21. No dia brancamente nublado entristeço quase a medo
22. Quando está frio no tempo do frio, para mim é como se estivesse agradável
23. Seja o que for que esteja no centro do Mundo
24. Pouco me importa
25. A guerra, que aflige com os seus esquadrões o Mundo
26. Pouco a pouco o campo se alarga e se doura
27. Todas as opiniões que há sobre a Natureza
28. A água chia no púcaro que elevo à boca
29. Última estrela a desaparecer antes do dia
30. O que ouviu os meus versos disse-me
31. Navio que partes para longe
32. Criança desconhecida e suja brincando à minha porta
33. Verdade, mentira, certeza, incerteza…
34. Uma gargalhada de raparigas soa do ar da estrada
35. Noite de S. João para além do muro do meu quintal
36. Tu, místico, vês uma significação em todas as coisas
37. Pastor do monte, tão longe de mim com as tuas ovelhas
38. Pétala dobrada para trás da rosa que outros dizem de veludo
39. Ah querem uma luz melhor que a do sol!
40. Gozo os campos sem reparar para eles.
41. Entre o que vejo de um campo e o que vejo de outro campo
42. Não tenho pressa. Pressa de quê?
43. Sim: existo dentro do meu corpo
44. LAST POEM (ditado pelo poeta no dia da sua morte)
45. Vive, dizes, no presente
46. O PENÚLTIMO POEMA
47. Sim, talvez tenham razão
48. Dizem que em cada coisa uma coisa oculta mora
49. Dizes-me: tu és mais alguma coisa
50. Não basta abrir a janela
51. Hoje de manhã saí muito cedo
52. Primeiro prenúncio de trovoada de depois de amanhã
53. A neve pôs uma toalha calada sobre tudo
54. Falas de civilização, e de não dever ser
55. O quê? Valho mais que uma flor
56. Para além da curva da estrada
57. Ontem o pregador de verdades dele
Fragmentos
1. Não tenho pressa: não a têm o sol e a lua
2. Como uma criança antes de a ensinarem a ser grande
3. Deito-me ao comprido na erva
4. Falaram-me os homens em humanidade
5. Não sei o que é conhecer-me. Não vejo para dentro
6. Nunca busquei viver a minha vida
7. Patriota? Não: só português
RICARDO REIS
Odes – Livro Primeiro
I. Seguro assento na coluna firme
II. As rosas amo dos jardins de Adónis
III. O mar jaz; gemem em segredo os ventos
IV. Não consentem os deuses mais que a vida
V. Como se cada beijo
VI. O ritmo antigo que há em pés descalços
VII. Ponho na altiva mente o fixo esforço
VIII. Quão breve tempo é a mais longa vida
IX. Coroai-me de rosas
X. Melhor destino que o de conhecer-se
XI. Temo, Lídia, o destino. Nada é certo
XII. A flor que és, não a que dás, eu quero
XIII. Olho os campos, Neera
XIV. De novo traz as aparentes novas
XV. Este, seu escasso campo ora lavrando
XVI. Tuas, não minhas, teço estas grinaldas
XVII. Não queiras, Lídia, edificar no espaço
XVIII. Saudoso já deste Verão que vejo
XIX. Prazer, mas devagar
XX. Cuidas, ínvio, que cumpres, apertando
Outros odes e poemas
1. Mestre, são plácidas
2. Os deuses desterrados
3. O deus Pã não morreu
4. De Apolo o carro rodou pra fora
5. Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio
6. Ao longe os montes têm neve ao sol
7. Só o ter flores pela vista fora
8. A palidez do dia é levemente dourada
9. Não tenhas nada nas mãos
10. Sábio é o que se contenta com o espetáculo do mundo
11. Cada coisa a seu tempo tem seu tempo
12. Da nossa semelhança com os deuses
13. Só esta liberdade nos concedem
14. Aqui, Neera, longe
15. Da lâmpada noturna
16. Vós que, crentes em Cristos e Marias
17. Antes de nós nos mesmos arvoredos
18. Acima da verdade estão os deuses
19. Anjos ou deuses, sempre nós tivemos
20. Tirem-me os deuses
21. Bocas roxas de vinho
22. Ouvi contar que outrora, quando a Pérsia
23. Prefiro rosas, meu amor, à pátria
24. Felizes, cujos corpos sob as árvores
25. Segue o teu destino
26. Feliz aquele a quem a vida grata
27. Não a ti, Cristo, odeio ou te não quero
28. Não a ti, Cristo, odeio ou menosprezo
29. Uma após uma as ondas apressadas
30. Não quero as oferendas
31. Vossa formosa juventude leda
32. Não canto a noite porque no meu canto
33. Não quero recordar nem conhecer-me
34. A abelha que, voando, freme sobre
35. Dia após dia a mesma vida é a mesma
36. Flores que colho, ou deixo
37. No ciclo eterno das mudáveis coisas
38. Já sobre a fronte vã se me acinzenta
39. Não só vinho, mas nele o olvido, deito
40. Quanta tristeza e amargura afoga
41. Frutos, dão-os as árvores que vivem
42. Gozo sonhado é gozo, ainda que em sonho
43. Solene passa sobre a fértil terra
44. Atrás não torna, nem, como Orfeu, volve
45. A nada imploram tuas mãos já coisas
46. Aqui, dizeis, na cova a que me abeiro
47. Lenta, descansa a onda que a maré deixa.
48. O sono é bom pois despertamos dele
49. O rastro breve que das ervas moles
50. Pesa o decreto atroz do fim certeiro
51. Nos altos ramos de árvores frondosas
52. Inglória é a vida, e inglório o conhecê-la
53. Tudo que cessa é morte, e a morte é nossa
54. A cada qual, como a estatura, é dada
55. Nem da erva humilde se o Destino esquece
56. Quem diz ao dia, dura! e à treva, acaba!
58. Se recordo quem fui, outrem me vejo
59. Quando, Lídia, vier o nosso Outono
60. Tênue, como se de Éolo a esquecessem
61. No breve número de doze meses
62. Não sei de quem recordo meu passado
63. O que sentimos, não o que é sentido
64. Quer pouco: terás tudo
65. Não só quem nos odeia ou nos inveja
66. Não quero, Cloé, teu amor, que oprime
67. Não sei se é amor que tens, ou amor que finges
68. Nunca a alheia vontade, inda que grata
69. No mundo, só comigo, me deixaram
70. Os deuses e os Messias que são deuses
71. Do que quero renego, se o querê-lo
72. Sim, sei bem
73. Breve o dia, breve o ano, breve tudo
74. Domina ou cala. Não te percas, dando
75. Tudo, desde ermos astros afastados
76. Ninguém, na vasta selva virgem
77. Se a cada coisa que há um deus compete
78. Quanto faças, supremamente faze
79. Rasteja mole pelos campos ermos
80. Azuis os montes que estão longe param
81. Lídia, ignoramos. Somos estrangeiros
82. Severo narro. Quanto sinto, penso
83. Sereno aguarda o fim que pouco tarda
84. Ninguém a outro ama, senão que ama
85. Vive sem horas. Quanto mede pesa
86. Para ser grande, sê inteiro: nada
87. Quero ignorado, e calmo
88. Cada dia sem gozo não foi teu
89. Pois que nada que dure, ou que, durando
90. Estás só. Ninguém o sabe. Cala e finge
91. Aqui, neste misérrimo desterro
92. Uns, com os olhos postos no passado
93. Súbdito inútil de astros dominantes
94. Aguardo, equânime, o que não conheço
95. Deixemos, Lídia, a ciência que não põe
96. É tão suave a fuga deste dia
97. Para os deuses as coisas são mais coisas
98. No magno dia até os sons são claros
99. Quero dos deuses só que me não lembrem
100. Aos deuses peço só que me concedam
101. Cada um cumpre o destino que lhe cumpre
102. Meu gesto que destrói
103. Sob a leve tutela
ÁLVARO DE CAMPOS
1. TRÊS SONETOS
2. OPIÁRIO
3. ODE TRIUNFAL
4. DOIS EXCERTOS DE ODES (FINS DE DUAS ODES, NATURALMENTE)
5. Chove muito, chove excessivamente...
6. O melodioso sistema do Universo
7. Os mortos! Que prodigiosamente
8. ODE MARÍTIMA
9. Ah, os primeiros minutos nos cafés de novas cidades!
10. Através do ruído do café cheio de gente
11. SAUDAÇÃO A WALT WHITMAN
12. SAUDAÇÃO [I]
13. SAUDAÇÃO [II]
14. Para saudar-te
15. Abram falência à nossa vitalidade!
16. Para cantar-te
17. O verdadeiro poema moderno é a vida sem poemas
18. A FERNANDO PESSOA
19. PASSAGEM DAS HORAS [I]
20. A CASA BRANCA NAU PRETA
21. No lugar dos palácios desertos e em ruínas
22. Não sei. Falta-me um sentido, um tato
23. PASSAGEM DAS HORAS [II]
24. Meu coração, bandeira içada
25. LISBON REVISITED(1923)
26. LISBON REVISITED (1926)
27. Se te queres matar, porque não te queres matar?
28. Faróis distantes
29. O florir do encontro casual
30. Nas praças vindouras
31. Ai, Margarida
32. O frio especial das manhãs de viagem
33. Perdi a esperança como uma carteira vazia...
34. TABACARIA
35. ESCRITO NUM LIVRO ABANDONADO EM VIAGEM
36. APOSTILA
37. DEMOGORGON
38. ADIAMENTO
39. Mestre, meu mestre querido!
40. NA ÚLTIMA PÁGINA DE UMA ANTOLOGIA NOVA
41. Na noite terrível, substância natural de todas as noites
42. Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra
43. NUVENS
44. NOTURNO DE DIA
45. «THE TIMES»
46. CANÇÃO À INGLESA
47. GAZETILHA
48. O soslaio do operário estúpido para o engenheiro doido
49. Não tenho sinceridade nenhuma que te dar
50. Talvez não seja mais do que o meu sonho...
51. INSÔNIA
52. ACASO
53. Ah, abram-me outra realidade!
54. MARINETTI, ACADÉMICO
55. RETICÊNCIAS
56. APONTAMENTO
57. Ah a frescura na face de não cumprir um dever!
58. POEMA DE CANÇÃO SOBRE A ESPERANÇA
59. Não se preocupem comigo: também tenho a verdade
60. Ah, no terrível silêncio do quarto
61. DILUENTE
62. DE LA MUSIQUE
63. ANIVERSÁRIO
64. P-HÁ
65. Nunca, por mais que viaje, por mais que conheça
66. Passo, na noite da rua suburbana
67. Hoje que tudo me falta, como se fosse o chão
68. Há tantos deuses!
69. Cesário, que conseguiu
70. PARAGEM. ZONA
71. DIAGNÓSTICO
72. BICARBONATO DE SODA
73. A rapariga inglesa, uma loura, tão jovem, tão boa
74. CUL DE LAMPE
75. Sim, é claro
76. Não! Só quero a liberdade!
77. A liberdade, sim, a liberdade!
78. TRAPO
79. Chega através do dia de névoa alguma coisa do esquecimento
80. Grandes são os desertos, e tudo é deserto
81. Cruz na porta da tabacaria!
82. Tenho escrito mais versos que verdade
83. Tenho uma grande constipação
84. OXFORD SHORES
85. Sim, sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de tudo
86. AH, UM SONETO…
87. É inútil prolongar a conversa de todo este silêncio
88. Acordo de noite, muito de noite, no silêncio todo
89. Quero acabar entre rosas, porque as amei na infância
90. NOTAS SOBRE TAVIRA
91. REALIDADE
92. E o esplendor dos mapas, caminho abstrato para a imaginação concreta
93. A clareza falsa, rígida, não-lar dos hospitais
94. Na ampla sala de jantar das tias velhas
95. PSIQUETIPIA (OU PSICOTIPIA)
96. MAGNIFICAT
97. PECADO ORIGINAL
98. DATILOGRAFIA
99. Puseram-me uma tampa
100. Lisboa com suas casas
101. Esta velha angústia
102. Na casa defronte de mim e dos meus sonhos
103. Saí do comboio
104. A música, sim a música...
105. Domingo irei para as hortas na pessoa dos outros
106. Começa a haver meia-noite, e a haver sossego
107. Há tanto tempo que não sou capaz
108....Como, nos dias de grandes acontecimentos no centro da cidade
109. Depus a máscara e vi-me ao espelho
110. Depois de não ter dormido
111. Na véspera de não partir nunca
112. O que há em mim é sobretudo cansaço
113. Tantos poemas contemporâneos!
114. Às vezes tenho ideias, felizes
115. Símbolos? Estou farto de símbolos...
116. Ali não havia eletricidade
117. Não: devagar
118. Os antigos invocavam as Musas
119. Há mais de meia hora
120. Depois de quando deixei de pensar em depois
121. Eu, eu mesmo...
122. Não sei se os astros mandam neste mundo
123. Ah! Ser indiferente!
124. REGRESSO AO LAR
125. Sim, está tudo certo
126. Estou cansado, é claro
127. Saudação a todos quantos querem ser felizes
128. Não estou pensando em nada
129. O sono que desce sobre mim
130. Estou tonto
131. Todas as cartas de amor são
Poemas sem data
132. A alma humana é porca como um ânus
133. A plácida face anônima de um morto
134. A vida é para os inconscientes (Ó Lydia, Celimène, Daisy)
135. Acordar da cidade de Lisboa, mais tarde do que as outras
136. Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir
137. Ah, onde estou ou onde passo, ou onde não estou nem passo
138. Ah, perante esta única realidade, que é o mistério
139. Arre, que tanto é muito pouco!
140. BARROW-ON-FURNESS
141. CLEARLY NON-CAMPOS!
142. Começo a conhecer-me. Não existo
143. Contudo, contudo
144. Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa
145. Desfraldando ao conjunto fictício dos céus estrelados
146. DOBRADA À MODA DO PORTO
147. Encostei-me para trás na cadeira de convés e fechei os olhos
148. Gostava de gostar de gostar
149. Já sei: alguém disse a verdade
150. LÀ-BAS, JE NE SAIS OÙ...
151. Mas eu não tenho problemas tenho só mistérios
152. Mas eu, em cuja alma se reflectem
153. Mas não e só o cadáver
154. Meu corpo é a minha roupa de baixo; que me importa
155. Minha imaginação é um Arco de Triunfo
156. Não ter emoções, não ter desejos, não ter vontades
157. Não, não é cansaço...
158. Névoas de todas as recordações juntas
159. No conflito escuro e besta
160. No fim de tudo dormir
161. O binómio de Newton é tão belo como a Venus de Milo
162. O Chiado sabe-me a açorda
163. O descalabro a ócio e estrelas...
164. O FUTURO
165. O horror sórdido do que, a sós consigo
166. O mesmo Teucro duce et auspice Teucro
167. O que é haver ser, o que é haver seres, o que é haver coisas
168. O ter deveres, que prolixa coisa!
169. O tumulto concentrado da minha imaginação intelectual...
170. ODE MARCIAL
171. Ora até que enfim..., perfeitamente...
172. Ora porra!
173. POEMA EM LINHA RECTA
174. Quase sem querer (se o soubéssemos!) os grandes homens saindo dos homens vulgares
175. Que lindos olhos de azul inocente os do pequenito do agiota!
176. Que noite serena!
177. Que somos nós? Navios que passam um pelo outro na noite
178. Sucata de alma vendida pelo peso do corpo
179. Toda a gente é interessante se a gente souber ver toda a gente
180. Todos julgamos que seremos vivos depois de mortos
181. Uma vontade física de comer o Universo
182. Vai pelo cais fora um bulício de chegada próxima
183. VILEGIATURA
Obra Completa de Fernando Pessoa III: Poemas Dramáticos (Edição Definitiva)
I. O Marinheiro (1915)
II. Primeiro Fausto (1908-1909)
Nota Preliminar
Primeiro Tema: O Mistério do Mundo
Segundo Tema: O Horror de Conhecer
Terceiro Tema: A Falência do Prazer e do Amor
Quarto Tema: O Temor da Morte
Dois Diálogos
Obra Completa de Fernando Pessoa IV - Livro do Desassossego e a obra em prosa: (Edição Definitiva)
I. Livro do Desassossego
Prefácio de Fernando Pessoa
Autobiografia sem fatos
1. Nasci em um tempo em que a maioria dos jovens
2. Tenho que escolher o que detesto
3. Amo, pelas tardes demoradas de Verão
4. ... e do alto da majestade de todos os sonhos
5. Tenho diante de mim as duas páginas grandes do livro pesado
6. Pedi tão pouco à vida e esse mesmo pouco a vida me negou
7. Hoje, em um dos devaneios sem propósito nem dignidade
8. O patrão Vasques
9. Ah, compreendo!
10. E assim sou, fútil e sensível
11. LITANIA
12. Invejo
13. A miséria da minha condição
14. Saber que será má a obra que se não fará nunca
15. Conquistei, palmo a pequeno palmo
16. Devaneio entre Cascais e Lisboa
17. São horas talvez de eu fazer o único esforço de eu olhar para a minha vida
18. Encaro serenamente
19. No recôncavo da praia à beira-mar
20. Várias vezes, no decurso da minha vida opressa por circunstâncias
21. Haja ou não deuses, deles somos servos
22. A minha imagem, tal qual eu a via nos espelhos
23. ABSURDO
24. Hoje, como me oprimisse a sensação do corpo
25. É uma oleografia sem remédio
26. Dar a cada emoção uma personalidade, a cada estado de alma uma alma
27. A literatura, que é a arte casada com o pensamento
28. Um hálito de música ou de sonho
29. Depois que os últimos pingos da chuva começaram a tardar na queda
30. Reconheço, não sei se com tristeza, a secura humana do meu coração
31. O relógio que está lá para trás
32. SINFONIA DE UMA NOITE INQUIETA
33. Nos primeiros dias do outono subitamente entrado
34. Penso às vezes que nunca sairei da Rua dos Douradores
35… e um profundo e tediento desdém
36. Não são as paredes reles do meu quarto vulgar
37. INTERVALO DOLOROSO
38. Invejo a todas as pessoas o não serem eu
39. De repente, como se um destino médico me houvesse operado
40. Sinto-me às vezes tocado, não sei porquê
41. O silêncio que sai do som da chuva espalha-se
42. Não compreendo senão como uma espécie de falta de asseio
43. Há um cansaço da inteligência abstrata
44. Há um sono da atenção voluntária
45. Viver uma vida desapaixonada e culta
46. Releio passivamente
47… no desalinho triste das minhas emoções confusas
48. Para compreender, destruí-me
49. O isolamento talhou-me a sua imagem e semelhança
50. Espaçado, o pestanejar azul branco de um vaga-lume
51. O céu negro ao fundo do sul do Tejo
52. O vento levantou-se
53. Quando, como uma noite de tempestade a que o dia se segue
54. A personagem individual e imponente
55. Por mais que pertença, por alma, à linhagem dos românticos
56. O sócio capitalista aqui da firma
57. E, hoje, pensando no que tem sido a minha vida
58. O ambiente é a alma das coisas
59. Cada vez que o meu propósito se ergueu
60. INTERVALO DOLOROSO
61. É nobre ser tímido
62. Tenho a náusea física da humanidade vulgar
63. Toda a vida da alma humana é um movimento na penumbra
64. Choro sobre as minhas páginas imperfeitas
65. Aquela divina e ilustre timidez
66. ENCOLHER DE OMBROS
67. Quantas vezes, presa da superfície e do bruxedo
68. O cansaço de todas as ilusões
69. Chove muito, mais, sempre mais
70. Quando outra virtude não haja em mim
71. Aquilo que, creio, produz em mim o sentimento profundo
72. Disse Amiel que uma paisagem é um estado da alma
73. No alto ermo dos montes naturais
74. TROVOADA
75. Para sentir a delícia e o terror da velocidade
76. Penso às vezes com um agrado
77. Muitas vezes para me entreter
78. Há sensações que são sonos
79. Leve, como uma coisa que começasse
80. INTERVALO DOLOROSO
81. As carroças da rua ronronam
82. Não sei que vaga carícia
83. Remoinhos, redemoinhos, na futilidade fluida da vida!
84. Meditei hoje, num intervalo de sentir
85. Reparando às vezes no trabalho literário abundante
86. Penso se tudo na vida não será a degeneração de tudo
87. A metafísica pareceu-me sempre uma forma prolongada da loucura
88. Onde está Deus, mesmo que não exista?
89. A única atitude digna de um homem superior
90. Reconhecer a realidade como uma forma da ilusão
91. Uma vista breve de campo
92. (our childhood’s playing with cotton reels, etc.)
93. Em mim foi sempre menor a intensidade das sensações
94. Viver é ser outro
95. Durei horas incógnitas
96. Vejo as paisagens sonhadas com a mesma clareza com que fito as reais
97. O verdadeiro sábio é aquele que assim se dispõe que os acontecimentos
98. Acordei hoje muito cedo
99. Há momentos em que tudo cansa
100. Vivo sempre no presente. O futuro, não o conheço
101. Se a nossa vida fosse um eterno estar-à-janela
102. A vida é para nós o que concebemos nela
103. Cultivo o ódio à ação como uma flor de estufa
104. Nenhuma ideia brilhante consegue entrar em circulação
105. ESTÉTICA DA ABDICAÇÃO
106. Às vezes, quando ergo a cabeça estonteada dos livros
107. Sou daquelas almas que as mulheres dizem que amam
108. A vida pode ser sentida como uma náusea no estômago
109. (storm)
110. Quando durmo muitos sonhos, venho para a rua
111. Todo o homem de hoje
112. Nunca amamos alguém
113. Dois, três dias de semelhança de princípio de amor
114. ESTÉTICA DO ARTIFÍCIO
115. Assim organizar a nossa vida
116. Escrever é esquecer
117. A maioria da gente enferma de não saber dizer o que vê e o que pensa
118. Que me pesa que ninguém leia o que escrevo?
119. Foi sempre com desgosto que li
120. Aquela malícia incerta e quase imponderável
121. Como todo o indivíduo de grande mobilidade mental
122. A ideia de viajar nauseia-me
123. A renúncia é a libertação
124. (Chapter on Indifference or something like that)
125. Não fizeram, Senhor, as vossas naus
126. Tenho grandes estagnações
127. Não me indigno, porque a indignação é para os fortes
128. Repudiei sempre que me compreendessem
129. O moço atava os embrulhos de todos os dias
130. Penso, muitas vezes, em como eu seria
131. Não tendo que fazer, nem que pensar em fazer
132. Quanto mais contemplo o espetáculo do mundo
133. …o mundo, monturo de forças instintivas
134. Busco-me e não me encontro
135. As coisas mais simples, mais realmente simples
136. O peso de sentir!
137…a hiperacuidade não sei se das sensações
138. Há uma erudição do conhecimento
139. Há muito tempo que não escrevo
140. Acontece-me às vezes, e sempre que acontece é quase de repente
141. PAISAGEM DE CHUVA
142. O que há de mais reles nos sonhos
143. Tenho mais pena dos que sonham o provável
144. Depois dos dias todos de chuva
145. Quanto mais alto o homem
146. Alguns têm na vida um grande sonho
147. Todo esforço, qualquer que seja o fim para que tenda
148. O homem perfeito do pagão era a perfeição do homem que há
149. Muitos têm definido o homem
150. A persistência instintiva da vida
151. Lento, no luar lá fora da noite lenta
152. Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa
153. Ergo-me da cadeira com um esforço monstruoso
154. Quem sou eu para mim?
155. Como há quem trabalhe de tédio
156. Que rainha imperiosa guarda
157. Criar dentro de mim um Estado com uma política
158. A quem, embora em sonho, como Dis raptou Prosérpina
159. Duas vezes, naquela minha adolescência que sinto longínqua
160. Todo o dia, em toda a sua desolação de nuvens leves e mornas
161. Nada me pesa tanto no desgosto como as palavras sociais de moral
162. Tudo quanto de desagradável nos sucede na vida
163. A experiência direta é o subterfúgio
164. A inação consola de tudo
165. Tudo quanto não é a minha alma é para mim
166. Se considero com atenção a vida que os homens vivem
167. Estou num dia em que me pesa
168. …E eu, que odeio a vida com timidez
169. Releio lúcido, demoradamente, trecho a trecho
170. Depois que as últimas chuvas passaram para o sul
171. Uma só coisa me maravilha mais do que a estupidez
172. A ladeira leva ao moinho, mas o esforço não leva a nada
173. O sonho é a pior das drogas
174. Depois de uma noite mal dormida
175. Quando nasceu a geração
176. A ESTALAGEM DA RAZÃO
177. Teorias metafísicas que possam dar-nos um momento a ilusão
178. Somos morte
179. O instinto infante da humanidade
180. Se algum dia me suceder
181. Nas vagas sombras de luz
182. INTERVALO
183. Desde o princípio baço do dia quente
184. Antes que o estio cesse e chegue o outono
185. INTERVALO
186. Prouvera aos deuses
187. A tragédia principal da minha vida
188. O homem vulgar
189. DIA DE CHUVA
190. Qualquer deslocamento das horas usuais traz sempre ao espírito uma novidade
191. Penso às vezes, com um deleite triste
192. Três dias seguidos de calor sem calma
193. Tenho assistido, incógnito, ao desfalecimento gradual da minha vida
194. Há um grande cansaço na alma do meu coração
195. Há criaturas que sofrem realmente por não poder ter vivido na vida real
196. Os sentimentos que mais doem
197. Sinto o tempo com uma dor enorme
198. PROSA DE FÉRIAS
199. A doçura de não ter família nem companhia
200. A vulgaridade é um lar
201. Desde antes de manhã cedo
202. Atrás dos primeiros menos-calores do estio
203. Nem se sabe se o que acaba do dia
204. Nuvens... Hoje tenho consciência do céu
205. Fluido, o abandono do dia finda entre púrpuras exaustas
206. FLORESTA
207. Quantas coisas, que temos por certas ou justas, não são mais que os vestígios dos nossos sonhos
208. Assim como, quer o saibamos quer não, temos todos uma metafísica
209. Colaborar, ligar-se, agir com outros
210. ESTÉTICA DO DESALENTO
211. O entusiasmo é uma grosseria
212. No que somos e no que queremos somos a Morte
213. Tudo se me evapora
214. Outra vez encontrei um trecho meu
215. Tenho as opiniões mais desencontradas
216. O poente está espalhado pelas nuvens
217. Todos os movimentos da sensibilidade
218. Sou mais velho que o Tempo e que o Espaço
219. Esse lugar ativo de sensações, a minha alma
220. INTERVALO DOLOROSO
221. Tenho sido sempre um sonhador
222. Como nos dias em que a trovoada se prepara
223. O gládio de um relâmpago frouxo
224. …esse episódio da imaginação a que chamamos realidade
225. Sim, é o poente
226. Com que luxúria
227. Prefiro a prosa ao verso
228. Tudo se penetra
229. Ler é sonhar pela mão de outrem
230. A arte é um esquivar-se a agir
231. Fazer uma obra e reconhecê-la má
232. Quanto mais avançamos na vida
233. …a tristeza solene que habita em todas as coisas grandes
234. Faltamos se entretivemos
235. Só uma vez fui verdadeiramente amado
236. Não se subordinar a nada
237. Quando criança eu apanhava os carrinhos de linha
238. Nenhum prêmio certo tem a virtude
239. Cansamo-nos de tudo, exceto de compreender
240. PAISAGEM DE CHUVA
241. SONHO TRIANGULAR
242. À parte aqueles sonhos vulgares
243. Quem quisesse fazer um catálogo de monstros
244. Ser major reformado parece-me uma coisa ideal
245. A alma humana é vítima
246. Considerar todas as coisas que nos sucedem como acidentes
247. A vida prática sempre me pareceu o menos cômodo
248. Da minha abstenção de colaborar na existência do mundo exterior
249. Desde o meio do século dezoito
251. FRAGMENTOS DE UMA AUTOBIOGRAFIA
252. Pensar, ainda assim, é agir
253. …o sagrado instinto de não ter teorias
254. Mais que uma vez, ao passear lentamente pelas ruas da tarde
255. Se alguma coisa há que esta vida tem para nós
256. Tive sempre uma repugnância quase física pelas coisas secretas
257. O pensamento pode ter elevação sem ter elegância
258. O ter tocado nos pés de Cristo
259. Gosto de dizer
260. A arte consiste em fazer os outros sentir o que nós sentimos
261. Em mim todas as afeições se passam à superfície
262. Cheguei hoje, de repente, a uma sensação absurda e justa
263. Tão dado como sou ao tédio
264. Conheço, translata, a sensação de ter comido demais
265. A ideia de viajar seduz-me por translação
266. Quando vim primeiro para Lisboa
267. É a última morte do Capitão Nemo
268. O olfacto é uma vista estranha
269. Ter já lido os Pickwick Papers
270. A arte livra-nos ilusoriamente da sordidez de sermos
271. Não o amor, mas os arredores é que vale a pena
272. Cristo é uma forma da emoção
273. A história nega as coisas certas
274. Ah, é um erro doloroso e crasso aquela distinção
275. O governo do mundo começa em nós mesmos
276. Uma opinião é uma grosseria, mesmo quando não é sincera
277. Tudo ali é quebrado, anônimo e impertencente
278. A maioria dos homens vive com espontaneidade uma vida fictícia
279. Foi-se hoje embora
280. Ó noite onde as estrelas mentem luz
281. Primeiro é um som que faz um outro som
282. Depois que o fim dos astros esbranqueceu
283. A liberdade é a possibilidade do isolamento
284. Não toquemos na vida nem com as pontas dos dedos
285. Estou quase convencido de que nunca estou desperto
286. Passávamos, jovens ainda, sob as árvores altas
287. Adoramos a perfeição
288. Que tragédia não acreditar na perfectibilidade humana!
289. Se eu tivesse escrito o Rei Lear
290. As frases que nunca escreverei
291. Se houvesse na arte o mister de aperfeiçoador
292. Se houvesse na arte o mister de aperfeiçoador
293. INTERVALO DOLOROSO
294. O dinheiro, as crianças, os doidos
295. O dinheiro é belo, porque é uma libertação
296. A mania do absurdo e do paradoxo
297. A reductio ad absurdum é uma das minhas bebidas predilectas
298. Tudo é absurdo
299. Cada vez que viajo, viajo imenso
300. SONHO TRIANGULAR
301. A única maneira de teres sensações novas
302. Descobri que penso sempre
303. O mundo é de quem não sente
304. A fé é o instinto da ação
305. Quantas vezes, no decurso dos mundos, não terá um cometa errante posto fim a uma Terra!
306. Pertenço a uma geração que herdou a descrença na fé cristã
307. ESTÉTICA DO DESALENTO
308. À minha incapacidade de viver crismei de gênio
309. O prazer de nos elogiarmos a nós próprios
310. Minha alma é uma orquestra oculta
311. Às vezes, sem que o espere ou deva esperá-lo
312. Há dias em que cada pessoa que encontro
313. Irrita-me a felicidade de todos estes homens
314. Desejaria construir um código de inércia
315. Perder tempo comporta uma estética
316. Um quietismo estético da vida
317. Uma das minhas preocupações constantes
318. barcos que passam na noite e se nem saúdam nem conhecem
319. Reconheço hoje que falhei
320. Depois que os últimos calores do estio deixavam de ser duros no sol baço
321. A oportunidade é como o dinheiro
322. Por fácil que seja, todo o gesto representa a violação de um segredo
323…a chuva caía ainda triste
324. Saber não ter ilusões é absolutamente necessário
325. Ficções do interlúdio
326. De resto eu não sonho
327. Na grande claridade do dia
328. Junta as mãos, põe-as entre as minhas
329. Pensaste já, ó Outra
330. Visto que talvez nem tudo seja falso
331. Doem-me a cabeça e o universo
332. …O pasmo que me causa a minha capacidade para a angústia
333. Nenhum problema tem solução
334. Passaram meses sobre o último que escrevi
335. «Sentir é uma maçada.»
336. Não sei quantos terão contemplado
337. O que tenho sobretudo é cansaço
338. Sempre me tem preocupado
339. Paira-me à superfície do cansaço qualquer coisa de áureo
340. Não acredito na paisagem
341. Na minha alma ignóbil e profunda
342. Nunca durmo: vivo e sonho
343. UM DIA (zig-zag)
344. GLORIFICAÇÃO DAS ESTÉREIS
345. Eu não sonho possuir-te. Para quê?
346. As coisas sonhadas só têm o lado de cá
347. CARTA PARA NÃO MANDAR
348. Nada pesa tanto como o afeto alheio
349. A mais vil de todas as necessidades
350. Não sei o que é o tempo
351. PACIÊNCIAS
352. Não é nos largos campos
353. A manhã, meio fria, meio morna
354. O calor, como uma roupa invisível, dá vontade de o tirar
355. Senti-me inquieto já
356. Depois que o calor cessou
357. Regra é da vida que podemos, e devemos, aprender com toda a gente
358. Vi e ouvi ontem um grande homem
359. Ninguém compreende outro
360. Comparados com os homens simples e autênticos
361. A procura da verdade
362. É legítima toda a violação da lei moral
363. Nós não podemos amar, filho
364. Eu não possuo o meu corpo
365. A loucura chamada afirmar
366. Paisagens inúteis como aquelas que dão a volta às chávenas chinesas
367…e os crisântemos adoecem a sua vida lassa em jardins apenumbrados
368. E os diálogos nos jardins fantásticos
369. Nesta era metálica dos bárbaros
370. Nunca deixo saber aos meus sentimentos o que lhes vou fazer sentir
371. APOTEOSE DO ABSURDO [I]
372. APOTEOSE DO ABSURDO [II]
373. A vida é uma viagem experimental
374. Na perfeição nítida do dia
375. O campo é onde não estamos
376. A leve embriaguez da febre ligeira
377. A sensação da convalescença
378. Os classificadores de coisas
379. INTERVALO DOLOROSO
380. Há muito — não sei se há dias, se há meses
381. Ninguém ainda definiu
382. Cheguei àquele ponto em que o tédio é uma pessoa
383. O mundo exterior existe como um ator num palco
384. …e tudo é uma doença incurável
385. Névoa ou fumo?
386. Caminhávamos, juntos e separados
387. Suponho que seja o que chamam um decadente
388. Tornar puramente literária a receptividade dos sentidos
389. O lema que hoje mais requeiro para definição do meu espírito
390. Saber ser supersticioso ainda é uma das artes
391. Desde que, conforme posso, medito e observo
392. O povo é bom tipo
393. …reles como os fins da vida
394. E assim como sonho
395. De suave e aérea a hora era uma ara onde orar
396. Depois que as últimas chuvas deixaram o céu
397. Por entre a casaria
398. Tenho por intuição
399. Como Diógenes a Alexandre
400. Com um charuto caro e os olhos fechados é ser rico
401. Criei para mim, fausto de um opróbrio, uma pompa de dor
402. Poder reencarnar numa pedra
403. Não me encontro um sentido
404. Enrolar o mundo à roda dos nossos dedos
405. A vida, para a maioria dos homens
406. Não creio alto na felicidade dos animais
407. Deus criou-me para criança
408. Cantava, em uma voz muito suave
409. Não sei porquê
410. Sempre que podem, sentam-se defronte do espelho
411. O orgulho é a certeza emotiva da grandeza própria
412. INTERVALO DOLOROSO
413. Viver do sonho e para o sonho
414. Mas as paisagens sonhadas são apenas fumos
415. As figuras imaginárias têm mais relevo e verdade que as reais
416. Às vezes, nos meus diálogos comigo
417. Não conheço prazer como o dos livros, e pouco leio
418. Detesto a leitura
419. Coisas de nada, naturais da vida
420. MARCHA FÚNEBRE
421. A VIAGEM NA CABEÇA
422. Surge dos lados do oriente a luz loura do luar de ouro
423. São cetins prolixos, púrpuras perplexas
424. Todos os dias acontecem no mundo coisas que não são explicáveis
425. O próprio sonho me castiga
426. Considerar a nossa maior angústia como um incidente sem importância
427. Meus sonhos: Como me crio amigos no sonho, ando com eles
428. ESTÉTICA DA INDIFERENÇA
429. Em todos os lugares da vida
430. Tendo visto com que lucidez e coerência lógica certos loucos justificam
431. Uma das grandes tragédias da minha vida
432. Escravo do temperamento como das circunstâncias
433. Passei entre eles estrangeiro
434. (Luares)
435. ...e desnivela-se em conglomerados de sombra
436. CHUVA
437. Há sossegos do campo na cidade
438. Um azul esbranquiçado
439…a acuidade dolorosa das minhas sensações
440. O céu do estio prolongado
441. Floresce alto na solidão
442. Releio, em uma destas sonolências sem sono
443. Que de Infernos e Purgatórios e Paraísos tenho em mim
444. Tudo se me tornou insuportável, exceto a vida
445. Dizem que o tédio é uma doença de inertes
446. OMAR KHAYYAM
447. Quedar-nos-emos indiferentes à verdade ou mentira
448. OMAR KHAYYAM
449. Há mágoas íntimas que não sabemos distinguir
450. Como uma esperança negra
451. Viajar? Para viajar basta existir
452. O único viajante com verdadeira alma
453. Do terraço deste café
454. A leitura dos jornais
455. Todos aqueles acasos infelizes da nossa vida
456. Há quanto tempo não escrevo!
457. As coisas modernas são
458. No nevoeiro leve da manhã de meia-primavera
459. Gostaria de estar no campo para poder gostar de estar na cidade
460. Quanto mais alta a sensibilidade
461. Sabendo como as coisas mais pequenas têm com facilidade a arte
462. Mas a exclusão, que me impus, dos fins e dos movimentos da vida
463. Sossego enfim
464. Quem tenha lido as páginas deste livro
465. Quando o estio entra entristeço
466. O homem não deve poder ver a sua própria cara
467. Ouviu-me ler os meus versos
468. Quando vivemos constantemente no abstrato
469. O próprio escrever perdeu a doçura para mim
470. Falar é ter demasiada consideração pelos outros
471. Desde que possamos considerar este mundo uma ilusão
472. Atingir, no estado místico, só o que esse estado tem de grato
473. Em qualquer espírito, que não seja disforme, existe a crença em Deus
474. UM DIA
475. «De que é que você se está a rir?»
476. Parecerá a muitos que este meu diário, feito para mim, é artificial
477. …e os lírios nas margens de rios remotos
478. (lunar scene)
479. Em baixo, afastando-se do alto
480. Alastra ante meus olhos saudosos a cidade incerta e silente
481. Entrei no barbeiro no modo do costume
Os grandes trechos
A DIVINA INVEJA
CARTA
CASCATA
CENOTÁFIO
CONSELHOS ÀS MAL-CASADAS
DECLARAÇÃO DE DIFERENÇA
DIÁRIO AO ACASO
DIÁRIO LÚCIDO
EDUCAÇÃO SENTIMENTAL
EXAME DE CONSCIÊNCIA
LAGOA DA POSSE
LENDA IMPERIAL
MANEIRA DE BEM SONHAR
MANEIRA DE BEM SONHAR NOS METAFÍSICOS
MARCHA FÚNEBRE
MARCHA FÚNEBRE PARA O REI LUÍS SEGUNDO DA BAVIERA
MÁXIMAS
MILÍMETROS (sensações de coisas mínimas)
NA FLORESTA DO ALHEAMENTO
NOSSA SENHORA DO SILÊNCIO
O AMANTE VISUAL
O MAJOR
O RIO DA POSSE
O SENSACIONISTA
PASTORAL DE PEDRO
PERISTILO
SENTIMENTO APOCALÍPTICO
SINFONIA DA NOITE INQUIETA
UMA CARTA
VIAGEM NUNCA FEITA
VIA LÁCTEA
Apêndice
1. O meu conhecimento com Vicente Guedes
2…este livro suave
3. As misérias de um homem
4. E para ti, ó Morte
5. Trazei vós o pálio de ouro e morte
6. Luís II
7. O homem magro sorriu desleixadamente
8. (cópia duma carta para Pretória)
9. Mais «pensamentos»
10. AMORES COM A CHINESA DE UMA CHÁVENA DE PORCELANA
11. A SOCIEDADE EM QUE EU VIVO
12. Há uma técnica do sonho
13. Sensações nascem analisadas
14. Um outro tédio
15. Súbdito incoerente de todas as sensações
16. …como uma criança que para de correr
17. G. Junqueiro?
18. Sou curioso de todos, ávido de tudo, voraz da ideia de todas
19. Carta a João de Lebre e Lima, em 3 de Maio de 1914
20. Carta a Armando Cortes-Rodrigues, em 2 de Setembro de 1914
21. Carta a a Armando Cortes-Rodrigues, em 4 de Outubro de 1914
22. Carta a Armando Cortes-Rodrigues, em 19 de Novembro de 1914
23. Carta a João Gaspar Simões, em 28 de Julho de 1932
24. Carta a Adolfo Casais Monteiro, em 13 de Janeiro de 1935
25. Nota para as edições próprias
26. L. do D.
27. Do Prefácio às Ficções do Interlúdio
28. «Ideias metafísicas do Livro do Desassossego»
II. O Banqueiro Anarquista
III. Na Farmácia do Evaristo
IV. Crônica decorativa
V. Quaresma, decifrador
Prefácio a Quaresma
O caso da janela estreita
O roubo na Quinta das Vinhas
A carta mágica
O Caso Vargas
VI. O Mendigo
VII. O Eremita da Serra Negra
VIII. Num bar de Londres
IX. A hora do diabo
X. O conto do Vigário
Obra Completa de Fernando Pessoa V: Escritos sobre Arte e Literatura (Edição Definitiva)
1. A nova poesia portuguesa no aspecto psicológico
2. Teatro Estático
3. Modernas correntes na Literatura Portuguesa
4. O Sensacionismo
5. Sobre a Revista Orpheu e a arte moderna
6. Carta sobre o Futurismo
7. Apontamentos para uma Estética não-aristotélica
8. Nota ao acaso
9. Athena
10. A virtude principal da Literatura
11. As Artes
12. Sobre a crítica literária
13. Erostratus
14. Carta a Gaspar Simões
15. Para se avaliar do mérito de um poeta
16. Os 3 gêneros de artistas
17. Manifesto
18. Introdução à Estética
19. Outra nota ao acaso
20. A poesia nova em Portugal
21. História da Literatura Inglesa
22. A nova poesia portuguesa sociologicamente considerada
23. Classicismo
24. A imoralidade das biografias
25. O sentido do classicismo
26. Literatura da decadência
27. Sobre o romantismo
28. Correntes literárias
29. Antonio Botto e o ideal estético em Portugal
30. Camões é Os Lusíadas
31. Friedrich Nietzsche
32. A arte, que se faz com a ideia
33. O instinto do dramaturgo
34. O primeiro grau da poesia lírica
35. O artista como artista
36. O valor essencial da arte
37. O verdadeiro perigo do romantismo
38. Os efeitos da guerra sobre a literatura
39. Em arte tudo é lícito
40. Ninguém pode ler tudo
Obra Completa de Fernando Pessoa VI: Escritos sobre Política e Sociedade (Edição Definitiva)
1. ULTIMATUM (Álvaro de Campos)
2. Fragmentos sobre Portugal
3. Problema Ibérico
4. Convicções Políticas
5. O preconceito da ordem
6. A opinião pública
7. Como sociólogos
8. Teoria da República Aristocrática
9. A civilização europeia
10. Uma teoria política
11. Comparação da Alemanha com Portugal
12. O nacionalismo liberal
13. A Renascença
14. Cinco diálogos sobre a Tirania
15. O melhor regime político
16. O voto popular
17. Sobre guerra e civilização
18. O Estado futuro e o Estado alemão
19. O Preconceito Revolucionário
20. Opinião e Democracia
Obra Completa de Fernando Pessoa VII: Escritos sobre Filosofia (Edição Definitiva)
METAFÍSICA E CIÊNCIA
Filosofia
Idealismo
Metafísica [I]
Metafísica [II]
Metafísica [III]
Introdução à [...] (Antônio Mora)
Agnosticismo Idealista
Intr[.] ao estudo da Metaf[.] (Antônio Mora)
Prolegômenos (Antônio Mora)
A Metaphysical Theory
O que é a Metafísica?
Fragmentos
CONSCIÊNCIA, CONHECIMENTO E O REAL
Da impossibilidade de uma Ciência do Lexicon
Eremita
Neo‑rom. or Answer to A. P.
Um sistema idealista
Niilismo — Eremita
Agnosticismo Idealista
Teoria do Agnosticismo Idealista
Mitologia nova
Dimensions
Teoria das Dimensões
Tratado da Negação (Rafael Baldaia)
Uma teoria materialista
O Gênio
Pragmatismo
Fragmentos
RELIGIÃO E PAGANISMO
Psicologia da Fé
Raciocínio
Teísmo
Introd[.] ao estudo do Ocultismo
Religiões
Int[.]: Ocultismo
Diálogos filosóficos
Paganismo Superior [I]
O Desconhecido
Ethics
A Moral
Paganismo Superior [II]
Paganismo Superior [III]
Paganismo Superior [IV]
Justificação do fenômeno religioso
Paganismo Superior [V]
Teoria do dualismo (Antônio Mora)
Occultism or a Static Drame
Ciência e Religião
Fragmentos
ÉTICA, MORAL E A CONDIÇÃO HUMANA
A Moral da Força [I] / ou coisa análoga.
De profundis
Literatura e Sociologia
A Moral da Força [II]
A Moral da Força [III]
Problema do Mal
O Homem perante a Morte
Fragmentos
Obra Completa de Fernando Pessoa VIII: Escritos e fragmentos autobiográficos (Edição Definitiva)
1. Diário íntimo (Fev.-Abr. 1913)
2. Nota Biográfica (1935)
3. Fragmentos autobiográficos
I. Ao tomar de vez a decisão de ser Eu
II. Pertenço a uma geração que ainda está por vir
III. O meu egoísmo
IV. Minhas qualidades
V. Não é que não publique porque não quero
VI. Anarquismo
VII. Não sei quem sou, que alma tenho
VIII. Sinto isto
IX. Ficarei o Inferno de ser Eu
X. Quer isto dizer que não tenho verdadeiros amigos?
XI. No decurso da minha vida opressa por circunstâncias
XII. A minha arte é ser eu
XIII. Nunca aprendi a existir
XIV. Não faço visitas
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