Símbolos e Mitos no Filme O Silêncio dos Inocentes

Neste ensaio sobre o filme "O Silêncio dos Inocentes", Olavo de Carvalho analisa a obra do ponto de vista simbólico, não dos pontos de vista ideológico ou sociológico - o faz apenas no Apêndice a pedido dos alunos -, pois entende que "segundo o velho adágio escolástico, é a natureza do objeto que deve determinar o método de estudá-lo".

Entende a trama como grande obra de arte, "uma narrativa da modalidade imitativa elevada (citando Northrop Frye), estruturada segundo um modelo que sugere o dos Autos medievais - Cristo, Diabo e Alma".

A descreve como narrativa iniciática onde dois polos batalham entre si, com a "batalha dos magos" e seus discípulos: Crawford representa o bem, cuja ação de Clarice se inspira; Lecter representa o mal, cuja ação de Gumb se inspira. Ao fim do processo, a heroína tem sua revelação alcançada.

"O Silêncio dos Inocentes", portanto, não é apenas mais um filme policial ou thriller, mas uma obra de arte que torna melhor quem a assiste, por sua alta carga "moral e pedagógica".