Os Vienenses - Esplendor, Decadência E Exílio

Os Vienenses - Esplendor, Decadência E Exílio
Authors
Hofmann, Paul
Publisher
José Olympio Editora
Tags
1. viena (áustria) - história. 2. vienenses - psicologia.
ISBN
9788503006002
Date
1996-08-05T03:00:00+00:00
Size
2.20 MB
Lang
pt
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A redescoberta da cultura  vienense deu lugar, nos últimos  anos, a uma já extensa bibliografia. São dezenas de livros  que, deste ou daquele ângulo,  descrevem a antiga capital dos  Habsburgos, analisam-na, estabelecem a sua influência  sobre a modernidade como a  conhecemos e vivemos neste  século. Os vienenses contrasta vivamente  com outras obras do gênero. Não se limita a examinar o período de  alguns decênios: Hofmann  estuda a cultura vienense numa  larga perspectiva histórica de  cerca de vinte séculos. O texto  inicia-se com a fundação da  cidade pelas legiões romanas e  termina quando Kurt Waldheim,  suspeito de ter sido nazista,  assume o poder na República da  Áustria, causando forte mal-estar  internacional. Hofmann não vem do mundo  acadêmico. De ascendência  austríaca, é um conceituado  intelectual americano e, nessa  condição, viveu muitos anos em  Viena; é profundo conhecedor  não só da história da cidade, mas  também do caráter, dos hábitos e  peculiaridades dos seus   habitantes. Essa familiaridade  pode ser percebida pelo tipo de  observação que só ele é capaz de  fazer sobre coisas aparentemente  miúdas como Os gestos dos  vienenses, sua ambiguidade, sua  forma particular de distorcer  os fatos. "Os vienenses foi escrito com  ênfase jornalística nos  traumáticos acontecimentos do  século XX: a derrota da Áustria  na guerra de 1914-18, a crise  econômica dos anos 20, a perda  da independência na década  seguinte, o Anchluss e os anos  terríveis da Segunda Guerra  Mundial, que terminou com a  destruição da cidade, campo de  longa batalha entre alemães e  russos. Sendo Viena, desde cedo, capital  de um império composto de  várias nacionalidades, dá-se,  aqui, grande destaque ao papel  das diversas minorias - tcheca,  boêmia, polonesa, sérvia,  húngara, judia -que  contribuíram para a criação da  inconfundível fisionomia dessa  cultura, em suas dimensões  sociais, políticas e artísticas. Sem ser um historiador  profissional, Hofmann esbanja  erudição e apoia seu livro em um  sólido trabalho de pesquisa  bibliográfica; tem a elegância  típica dos ensaístas e o agudo  senso de humor que os  caracteriza. A clareza jornalística  de seu relato atrai para o livro  não apenas os que já sabem algo  sobre Viena, mas também os que  estão fazendo sua iniciação nesse  tema tão interessante e tão cheio  de encanto: a tumultuada mas  quase sempre brilhante história  da cidade de Haydn, Beethoven,  Schoenberg, Freud e tantos  outros gênios. Por sinal, vívidos  personagens do autor.” MARIO PONTES