Aventuras Intergalácticas

- Authors
- Caldwell, Steven
- Publisher
- Círculo do Livro
- Tags
- exilado dos livros
- Date
- 2014-07-16T03:00:00+00:00
- Size
- 16.31 MB
- Lang
- pt
No século XXIII, a Federação Galáctica já ocupava um espaço calculado em
quase 500 anos-luz de diâmetro. Dentro de seu raio de influência
encontravam-se, milhares de planetas; embora a grande maioria fosse,
desabitada, muitos abrigavam espécies nativas ou transformavam-se em
colônias de exploradores siderais. Em boa parte de tais astros
desenvolviam-se atividades de processamento industrial de minérios, via
de regra através de métodos totalmente automatizados: centenas de
milhares de naves, dos mais variados tipos, cruzavam o espaço
percorrendo as rotas mercantis que interligavam os quatro cantos da
Federação. Nos primórdios da história da Federação, a expansão galáctica
processou-se de maneira relativamente rápida e desenfreada, na medida
em que os exploradores siderais, motivados tanto por interesses
comerciais como por amor à aventura, adentravam o desconhecido em ávida
busca de riquezas e terras virgens. Porém, quando esses pioneiros grupos
de intrépidos exploradores começaram a ser dizimados por trágicos
acidentes fatais, a Federação houve por bem impor leis de navegação cada
vez mais rígidas, objetivando instituir programas de expansão
planificados. Logo se fizeram sentir os reflexos de tais medidas: o
índice de expansão diminuiu acentuadamente, dando-se maior prioridade à
união de esforços e ao aproveitamento racional dos recursos existentes.
Todavia, a expansão galáctica não cessou por completo: naves de
reconhecimento financiadas pelo governo federativo continuavam a sondar o
infinito, além das fronteiras oficiais, em expedições de mapeamento e
coleta de dados. Além disso, procurava- se tomar os planetas
recém-colonizados bases de produção mais seguras e melhor controladas,
criando-se novas oportunidades de comércio e navegação interestelar.
Apesar do crescente e bem planejado progresso da expansão galáctica, as
autoridades jamais deixaram de estar conscientes de que, embora a
Federação tivesse se ampliado extraordinariamente - bem mais do que os
homens de duzentos ou trezentos anos antes jamais poderiam ter imaginado
- o volume cósmico por ela conquistado representava apenas uma ínfima
partícula da área total da galáxia. Tendo-se como base o número de
planetas habitados dentro das fronteiras federativas, considerava-se
como certa a existência de centenas, se não milhares, de outras formas
inteligentes de vida nos incontáveis sistemas solares do espaço sideral.
Mais dia, menos dia, seria travado contato com uma espécie, ou grupo de
espécies, que se equipararia em poder tecnológico às civilizações da
Federação ou, talvez, que as ultrapassaria em nível de desenvolvimento.
No entanto, a óbvia vantagem de se procurarem e identificarem tais
espécies, antes de elas tomarem iniciativa semelhante, era de pouca
importância devido às dificuldades econômicas implícitas na procura de
minúsculas agulhas no imenso palheiro do espaço cósmico, as quais, por
outro lado, poderiam nem mesmo existir. Desse modo, tais expedições só
seriam justificadas diante de provas irrefutáveis da existência de seres
alienígenas fora dos limites da Federação Galáctica. Tais provas
surgiram quando uma nave da Patrulha de Segurança, em missão rotineira
na região periférica, detectou a existência de um objeto voador
alienígena de procedência desconhecida. Esse breve contato marcou o
início de uma fascinante aventura expedicionária: a viagem do Venturer
figura entre os mais impressionantes episódios já registrados nos anais
da navegação espacial. A bravura de sua abnegada tripulação face às
incertezas de semelhante missão toma-se ainda mais notável ante o
conhecimento, por parte de todos os membros da equipe, de que, devido
aos efeitos temporais relativos acarretados por permanência prolongada
no hiperespaço, alguns dias no cosmos equivaleriam a um ano em seu
planeta de origem. Quando regressassem, todos os seus entes queridos já
estariam mortos e os mundos da Federação apresentar-se iam quase
irreconhecíveis. Eis, então, a sua história.