Entre Rinhas De Cachorros E Porcos Abatidos

Entre Rinhas De Cachorros E Porcos Abatidos
Authors
Maia, Ana Paula
Publisher
Record
Tags
romance
ISBN
9788501085283
Date
2009-05-29T00:00:00+00:00
Size
2.30 MB
Lang
pt
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"Um grito? Um protesto? Uma careta? Uma expressão "banana pra vocês"? Antes, Ana Paula Maia recria nuances do que pode ser péssimo na realidade e, artista que é, não oferece soluções, apenas aponta com o dedo, artisticamente, para o que todos sabem, conhecem, mas parecem não querer ver. Ela não faz denúncia, não é dessas bossas. Ela faz é obra de arte." [Jornal Rascunho]

O livro reúne duas novelas: “Entre Rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos”, com cinco capítulos; e “o trabalho sujo dos outros”, em sete capítulos. Os personagens apresentam aquela ética de faroeste. Edgar Wilson e o seu fiel escudeiro Gerson bem que figurariam em qualquer cidade do Velho Oeste. A realidade brutalizada, quase cópia do cotidiano, bem à moda do escritor Rubem Fonseca, ganha, na literatura de Ana Paula Maia, ares de paródia da mesma forma como cineasta Quentin Tarantino reprocessa a violência dos filmes de ação e dá um ar irônico e intertextual à sua filmografia. Tanto para o cineasta como para a escritora há uma raiz de inspiração comum: o cinemão americano, o caldeirão pop. “- Ok, então – diz o policial. - Edgar Wilson e Gerson, obrigado pela atenção de vocês e peça ajuda. Não vou tomar mais o tempo de vocês, rapazes. Percebo que são gente de bem, que trabalha pesado”. Sentiu um tom meio que de roteiro de cinema? É intencional.

Ana Paula, mestre em ironias, revela o quanto da cultura americana está entrada no cotidiano. Quando precisam chamar a emergência para socorrer uma vítima ninguém sabe para qual número ligar, mas todos lembram-se do “911” americano. Mas não pensem que os diálogos com cinema comprometem a trama. Ao contrário. Ana Paula Maia é mão segura na narrativa, sabe dosar bem tempo, ambiente, enredo, sobretudo na segunda história, a do lixeiro Erasmo Wagner. A escritora sabe desenvolver suas metáforas e, seu ponto alto, criar universos e fazer com que o leitor partilhe de seus estranhos e envolventes submundos.

[Jornal da Paraíba, Submundo do pop]