17. Banksia vistosa

Banksia vistosa

20170913_F016

Significado: Tens-me cativa

Banksia speciosa | Austrália Ocidental e do Sul

Pequena árvore com folhas finas e “dentes” proeminentes. As suas flores amareladas em forma de espiga florescem ao longo do ano, armazenando as sementes até que elas se abram com fogo. As flores atraem pássaros que se alimentam de néctar, sobretudo os beija-flores.

Alice conduziu o resto da noite pelo meio da tempestade. De madrugada, parou para meter gasolina numa estação de serviço próxima da fronteira do estado. Atestado o depósito, estacionou debaixo de um eucalipto para dormir umas horas. Quando acordou, o sol queimava-lhe o rosto e tinha a boca seca. Saiu da carrinha e entrou na estação de serviço, saindo dez minutos depois com um café bem forte num copo de papel, um bolinho seco com cobertura de açúcar, e um mapa. Deu duas dentadas no bolo antes de o deitar no lixo com uma careta. Arrancou com os pneus a derraparem na gravilha, e seguiu as placas que indicavam oeste, com o mapa aberto no lugar do passageiro. Afastou todo e qualquer pensamento que não fosse sobre aquilo que tinha à sua frente naquele momento. A única coisa que queria era afastar-se o mais possível da água; tinha vivido toda a vida junto ao mar ou ao rio.

Quanto mais se dirigia para o interior, mais estranha e árida lhe parecia a paisagem. Campos amplos e planos de erva amarela, afloramentos rochosos aqui e ali, e barrancos de eucaliptos retorcidos. Via ocasionalmente um telhado de chapa ondulada de uma quinta, ou um depósito de água prateado, junto a um moinho de vento – tudo debaixo de um céu azul e infinito.

Ficou sem bateria no telemóvel logo no primeiro dia, mas nem se deu ao trabalho de procurar o carregador no saco. Sempre que se sentia cansada, encostava à beira da estrada, onde quer que estivesse, trancava as portas e dormia umas horas. Profundamente, e sem sonhos. Quando passava por uma terreola-de-uma-rua-só, plantadas como sementes ao longo da estrada poeirenta, parava para abastecer e comprar sanduíches, ou pêssegos em lata que comia com os dedos. Outras vezes desfrutava de um chá com uma gotinha de leite, enquanto estudava o mapa; chamou-lhe a atenção o nome de uma vila. Ficava, no mínimo, a mais alguns sufocantes dias de viagem, mas Alice não se deixou desanimar. Na paragem seguinte comprou uma garrafa com pulverizador, que enchia com água da torneira, e ia borrifando o rosto para se refrescar. O sol escaldante abatia-se sobre ela sem misericórdia.

Na terceira noite na estrada, com o corpo ainda todo transpirado, apesar de o sol já se ter escondido, Alice viu um cartaz de néon azul e branco catrapiscando ao longe, nos arredores de uma cidade mineira. Arrumou a carrinha no parque de estacionamento do pequeno motel e pagou um extra por um quarto com ar condicionado e quitchenete. Numa loja de conveniência ali próxima comprou uma embalagem de mistura para panquecas, um pacote de manteiga e um frasco de melaço. Esfomeada, fez as panquecas na pequena cozinha antes sequer de descalçar as botas. Depois despiu-se, ficando apenas em cuecas, e estendeu-se sobre a colcha com flores que cobria a cama. Foi debicando das panquecas douradas com manteiga e melaço, acabando com a pilha inteira, deliciada com o ronronar do ar condicionado que lhe refrescava o quarto. O suave embalar dos filmes ininterruptos da televisão por cabo fê-la cair em mais um sono profundo e sem sonhos.

Na manhã seguinte, Alice saiu do quarto e deixou a chave na receção do motel. O sol tinha acabado de nascer, mas o calor já era abrasador. Inicialmente, achou que era uma ilusão de ótica, mas olhou em volta e parou. O escuro da noite anterior não lhe permitira aperceber-se da mudança da cor da terra. Ainda que já tivesse ouvido falar no Red Centre, o centro vermelho, nunca esperou ver um vermelho daqueles. Era mais uma espécie de cor de laranja. Tipo ferrugem. Tipo fogo. Maravilhada, fechou os olhos e ficou a ouvir os sons da manhã. O cantar dos pássaros, o zumbir dos aparelhos de ar condicionado atrás de si, o vento do deserto, um cão a ladrar. Abriu os olhos, e olhou à volta. Caminhou na direção da carrinha à procura da fonte do latido.

Aninhado junto a um arbusto estava um cachorrinho castanho-claro com uma mancha branca no meio das costas. Alice olhou em volta. Não havia outros carros no estacionamento, nem nenhum a chegar ou a partir. O cãozinho ladrou de novo. Não trazia coleira e tinha uma série de peladas no lombo. Enquanto Alice olhava para ele, as pulgas vinham à tona do pelo e voltavam a desparecer na mancha branca. O cachorrinho não tinha dono ou, se tivesse, era alguém que pouco ou nada se importava com ele. Alice espreitou por entre as pernas do bichinho. Era uma cachorrinha. Pô-la debaixo de um braço, abriu a porta da carrinha e poisou-a no lugar do passageiro. Trocaram um olhar.

– O que achas de Pippin? – perguntou Alice. A cachorrinha pôs a língua de fora. – Muito formal? – Alice meteu a primeira e saiu para a via rápida, continuando a seguir as placas até à cidade que lhe despertara a atenção no mapa. – Vamos a isto, Pip – disse. – Já só nos falta meio dia de viagem.

A vila de Agnes Bluff ficava na base do gigantesco afloramento vermelho que lhe dava o nome. De ambos os lados da rua principal, uma extensão de eucaliptos, e montras de lojas de estilo vitoriano enfeitadas nas mais diversas cores. Uma agência noticiosa, umas quantas galerias de arte, uma biblioteca, alguns cafés, um minimercado e uma bomba de gasolina. Foi lá que Alice parou, e estava prestes a começar a abastecer quando Pip ganiu, fazendo chichi no banco do passageiro. A urina tinha sangue.

– Oh, Pip! – gemeu Alice. A cachorrinha ganiu de novo.

Alice correu para dentro da estação de serviço e regressou pouco depois trazendo um papel rabiscado com indicações de uma morada. Acelerou, rezando ter combustível suficiente para chegar ao veterinário mais próximo.

Pip gania desesperadamente nos braços de Alice, enquanto esta batia com o punho na porta de vidro da clínica veterinária. Espreitou através da montra. Um relógio de parede anunciava três minutos depois da uma. Um papel na porta dizia que, aos sábados, a clínica fechava à uma. Seria sábado? Alice não fazia ideia. Continuou a bater à porta até um jovem mais ou menos da sua idade surgir de detrás do balcão, com um estetoscópio ao pescoço. Deu a volta à chave e abriu-lhe a porta.

– Posso ajudar?

– Por favor – suplicou Alice.

A jovem seguiu-o até ao consultório. O homem calçou umas luvas finas de borracha e tirou Pip dos braços de Alice. Inspecionou-lhe as zonas das peladas. Observou-lhe os olhos com uma lanterninha, depois a boca. Quando se endireitou, o calor do seu olhar tinha desaparecido.

– A tua cadela tem um quadro grave de sarna.

– Oh, ela não é minha. Ou melhor, ela… eu… encontrei-a na rua esta manhã. Aliás, encontrámo-nos uma à outra. Numa bomba de gasolina.

Ele estudou-lhe o rosto por um momento.

– Aconselho-te a lavares bem as mãos – disse-lhe, já com uma expressão mais suave, indicando-lhe um lavatório a um canto. Alice lavou as mãos com água quente.

– Daí o cheiro dela – disse o veterinário.

Alice olhou para ele, confusa, limpando as mãos a uma toalha de papel.

– Não te cheira? – insistiu ele.

Ela enfiou as mãos nos bolsos.

– Bom… não. Não reparei.

– E também é por isso que ela não para de se coçar.

Nisso, ele tinha razão. Alice apercebera-se de que a cachorrinha não tinha parado de se coçar desde que a encontrara.

– E também tem sangue… na urina. – A voz de Alice falhou-lhe.

– Sim, também tem uma infeção grave no trato urinário, e é isso que provoca a hemorragia. Está com febre alta, certamente da má nutrição. – Tirou as luvas e deitou-as no lixo. – Infelizmente é um quadro muito comum nos cães vadios daqui da zona.

O veterinário pegou em Pip e fechou-a numa pequena jaula. A cadelinha começou logo a uivar.

– Eh! – exclamou Alice, avançando para ela.

– Ela necessita de cuidados médicos urgentes – interrompeu-a o jovem. – Estou apenas a tratar dela.

Alice ainda levou uns segundos a absorver a informação. Deu um passo atrás. Pip gemeu de dentro da jaula, com a cauda entre as pernas.

Já lá fora, na receção, o veterinário quis saber os dados de Alice.

– Eu… não… – gaguejou a jovem.

– És nova por estas bandas?

Alice assentiu.

– Tens emprego cá?

Ela negou.

– E sítio para ficar?

Alice não respondeu. Ele escrevinhou qualquer coisa num bloco de notas e arrancou a folha.

– Vai até ao Bluff Pub. Eles alugam quartos. Pede para falar com a Merle e diz-lhe que vais da minha parte – disse ele, estendendo-lhe o papel.

– Obrigada.

Os olhos de Alice percorreram o cabeçalho impresso da folha, Moss Fletcher. Veterinário de Agnes Bluff. Moss. A jovem lembrou-se imediatamente de uma página do Dicionário de Thornfield: Moss11: Amor sem exceção.

Quando Alice saiu do veterinário, o calor seco atingiu-a como um muro invisível. Nada naquele sítio lhe era familiar. O céu era de um azul deslavado, vazio e estendia-se infinitamente. Não havia o menor vestígio de água do rio ou da fragrância de flores. Aquele sítio deixava-a com a cabeça a andar à roda e o pulso acelerado.

Cambaleou até à carrinha, esmagada pelo ritmo louco das batidas do coração. Respirou com dificuldade enquanto levava a mão à porta, sem conseguir abri-la. Regressaram-lhe memórias: o oceano e o fogo a rugirem indistintamente.

Tentou fechar os olhos, ultrapassar o pânico e respirar. Tentou proteger-se a si mesma, antes de ver tudo negro.

Moss passou uma revista rápida pelos animais antes de fechar a clínica. A cachorrinha de Alice estava medicada e a dormir. O jovem veterinário saiu para a tarde abrasadora, que cheirava intensamente a gasóleo queimado e ao frango assado de uma churrascaria próxima. O cheiro lembrou-o do que tinha pela frente: mais uma noite em casa, completamente só.

Atravessou o parque de estacionamento até ao carro, reparando numa carrinha amarela de caixa aberta. Alice Hart. Florióloga. Quinta de Thornfield. Onde Germinam Flores Silvestres, dizia na porta. Não estava ninguém lá dentro. Rodeou-a e deparou-se com Alice caída no chão de asfalto, a sangrar do nariz.

Precipitou-se sobre ela, repetindo o seu nome. Ela não reagiu. Tinha a pele de um tom assustadoramente pálido. Verificou-lhe o pulso e a respiração. Tirou o telemóvel do bolso e ligou para um médico. Teve o cuidado de não a mover de onde estava. Quando atenderam, Moss respondeu às perguntas, sentindo o coração a mil.

Por favor, outra vez não!

Não era um oceano de fogo: Alice flutuava num rio. Um rio feito de estrelas. Deixavam-lhe a pele verde-prata. Deixou-se boiar de costas, vendo-as chover do céu noturno. Algumas ficavam presas nos ramos mais altos das silhuetas dos eucaliptos. Outras colavam-se-lhe às pestanas, e entre os dedos dos pés. Engoliu umas quantas. Eram doces e frescas. Reuniu uma braçada delas, surpreendendo-se com a sua leveza, e espalhou-as cuidadosamente em seu redor. Um círculo de estrelas. Dentro do qual nada doía.

Alice engasgou-se ao retomar a consciência, achando que estava a cuspir estrelas.

– Oggi… – balbuciou.

– Sim, Alice, é natural que te sintas tonta. Tem calma.

Abriu os olhos. Viu uma mulher que lhe sorria enquanto lhe apontava para os olhos uma pequena lanterna. A sensação agitou-lhe a memória; estava numa cama de hospital, num quarto todo branco. Tinha uma agulha espetada no braço. Gemeu e virou a cabeça para o lado. Junto dela estava um homem sentado muito direito numa cadeira, olhando-a fixamente. Ergueu uma mão, cumprimentando-a, e Alice levantou dois dedos, retribuindo. O veterinário. Era o veterinário. Moss qualquer-coisa. Amor sem exceção.

– Estás a soro, Alice. Chegaste cá gravemente desidratada. Temos muitos casos destes em visitantes que não estão habituados ao calor do deserto. Foi por isso que desmaiaste. – A mulher vestia um casaquinho branco com o nome bordado no bolso: Dra. Kira Hendrix. – Vou fazer-te algumas perguntas de rotina, sim? Tens algum historial de tensão baixa na família?

Alice não sabia. Abanou a cabeça.

– E problemas de ansiedade, ou ataques de pânico?

– Só quando era miúda – respondeu rapidamente.

– E sabes o que os provocou?

O vento a soprar? A visão de uma flor? A chama persistente de um sonho?

– Não sei – respondeu Alice.

– Tomas alguma medicação?

A jovem voltou a abanar a cabeça.

– Felizmente não partiste o nariz, por isso vais ficar bem rapidamente. Para já, precisas de muito descanso. E de beber muitos líquidos. Se sentires algo estranho ou fora do normal não hesites em voltar cá. O Dr. Moss disse-me que chegaste hoje?

Alice assentiu.

– E onde é que estás hospedada?

Alice olhou de relance para Moss. Ele susteve o olhar nela por uns segundos, antes de falar.

– Está no hotel por cima do pub, doutora.

– Hmm… – murmurou a médica. Deu uma palmadinha amigável no ombro de Alice e voltou-se para Moss, de sobrolho erguido: – Posso falar consigo?

Juntaram-se no canto mais afastado do quarto. Alice ficou a olhar para eles. A doutora Kira ostentava um ar sério, enquanto o veterinário parecia surpreso.

– Ótimo – disse a Dra. Kira num tom mais alegre, pondo um fim à conversa. Regressou para a cabeceira de Alice. – Vamos lá tirar-te esse soro, Alice, e dar-te alta. Vai comendo refeições leves, pouquinho de cada vez, e repousa bastante.

Alice concordou, com um gesto de cabeça e os olhos baixos.

Moss destrancou as portas da carrinha e afastou-se para dar passagem a Alice, que trepou debilmente para o lugar do passageiro. O interior estava imaculado. Uma arvorezinha de cheiro pendia do retrovisor, soltando uma leve fragrância a eucalipto.

Seguiram em silêncio. Moss pigarreou algumas vezes.

– Eu… hmm, encontrei-te caída no parque de estacionamento quando fechei a clínica – disse, sem olhar para ela. – Não te mexi, liguei para a Dra. Kira, e ela veio logo e levou-te na ambulância. Eu segui atrás.

Alice manteve os olhos na estrada, distraindo-se com a imagem dele a encontrá-la inconsciente. Uma sensação de profunda vergonha fez-lhe arder os olhos. Não vais chorar agora.

– Chegámos – disse Moss, encostando à porta da clínica. Levou a mão ao bolso e tirou as chaves da carrinha de Alice. – Estavam na tua mão quando te encontrei. – Soou algo nervoso, como se tivesse sido ele o responsável pelo desmaio dela.

– Obrigada – disse Alice, baixinho. – Por tudo. – Pegou nas chaves, reparando num esgar de dor na expressão do veterinário quando ela lhe raspou com a chave no nó do dedo. – Desculpa – murmurou, cobrindo o rosto com as mãos. Suspirou, abanando a cabeça para si própria. – Obrigada – repetiu, saindo da carrinha e dirigindo-se à sua. Mas assim que viu as letras pintadas na porta, parou abruptamente. Ali estava, nu e cru, tudo aquilo que ela queria deixar para trás.

Alice Hart. Floriógrafa. Quinta de Thornfield, Onde Germinam Flores Silvestres.

– Alice?

Ela voltou-se, tentando esconder a porta do ângulo de visão de Moss.

– Ficas bem?

– Sim – assentiu a jovem – Obrigada. Vou ver se arranjo um quarto no pub.

Ele desviou o olhar, depois olhou de novo para ela.

– A Dra. Harris pediu-me que te vigiasse nas próximas 24 horas. – Pigarreou. – Importas-te?

Alice forçou um sorriso:

– Descanso. Muitos líquidos. Pouca comida de cada vez. Acho que consigo. – Só lhe apetecia atirar-se para uma cama, tapar a cabeça com os cobertores e não voltar a levantar-se. – Mas obrigada na mesma.

– Sim… Ok. – Outra longa pausa. – Bom, a Merle tem o meu número, se precisares de alguma coisa – disse, metendo a primeira. Alice acenou, aliviada por vê-lo afastar-se.

Entrou na carrinha e foi direta à estação de serviço. Depois de atestar, entrou na loja e percorreu as prateleiras até encontrar tinta para retoques e riscos em automóveis. A única cor disponível era azul-turquesa. Pegou numa latinha e num pincel. A caminho da caixa, um expositor com autocolantes grandes, coloridos e brilhantes chamou-lhe a atenção. Pegou em duas embalagens, pagou e saiu.

No estacionamento do pub, dedicou-se a pintar as letras da sua carrinha com a tinta azul brilhante. Sob a luz ténue do seu primeiro dia no deserto, Alice cobriu de azul-turquesa aquilo que era e de onde vinha.

Quando lá chegou, Merle não estava no pub. Foi recebida por uma jovem de sotaque cerrado, que lhe fez o check-in e lhe debitou com notável entusiasmo o menu do jantar. Alice fez de conta que ouviu. A rapariga tinha um mapa-múndi tatuado no antebraço, pontilhado com pequenas estrelas. Como seria a sensação de estarmos num local tão distante de tudo o que conhecemos, um sítio por nós escolhido, para conhecer e explorar? Como seria não ter outro objetivo senão o de viajar e colecionar experiências – tão vívidas e plenas de sentido que quiséssemos marcá-las indelevelmente na pele? Cada uma daquelas pequenas estrelas deixou Alice atormentada: Nunca estive ali. Nunca estive ali. Nunca estive ali.

Menina? – A rapariga acenou com um menu na cara de Alice, sorrindo radiosamente.

– Desculpe. – Alice abanou a cabeça, como que para acordar. – Posso pedir para o quarto?

– Com uma boa gorjeta… – sugeriu a outra.

Depois de fazer o pedido, Alice subiu finalmente ao quarto. Entrou e fechou-se à chave.

Sentou-se na cama, descalçou as botas e deitou-se de lado, a cabeça enterrada na almofada – soltando o pranto que lhe vinha pressionando as costelas há dias.

11 “Musgo”, em inglês. (N. da T.)