A GUERRA DA SUCESSÃO AUSTRÍACA
Número de mortos: 500 mil1
Posição na lista: 70
Tipo: guerra hegemônica
Linha divisória ampla: todos contra a Áustria
Época: 1740-48
Localização: Europa central
Principais Estados participantes: França, Prússia versus Áustria, Grã-Bretanha
Estados participantes secundários: Bavária, Saxônia-Polônia
Quem geralmente leva a maior culpa: Frederico, o Grande
Outra praga: a guerra pelo poder europeu com o uso de mosquetes
O imperador Habsburgo da Áustria, Carlos VI, não teve filhos e, infelizmente, cada um dos seus territórios possuía suas próprias leis sobre herança para tratar disso. Em alguns, não havia problema em passar o domínio para, digamos, uma filha ou um cunhado. Outros proibiam que os direitos fossem transmitidos para mulheres; preferiam passar a herança para tios ou primos. O imperador, no entanto, queria que tudo fosse para a sua filha mais velha, Maria Theresa, e empenhou-se em convencer todas as potências europeias a assinarem um acordo (a Sanção Pragmática), dizendo que concordariam e não criariam confusão. Parecia não haver problema.
No entanto, o jovem rei da Prússia, Frederico II (que logo seria Frederico, o Grande), procurava uma desculpa para sair fazendo conquistas gloriosas por toda a Europa. Depois que o imperador Carlos morreu, Frederico desencavou um acordo medieval entre príncipes mortos, que dava a província austríaca da Silésia para a Prússia antes de entregá-la a qualquer mulher.
Ninguém na Europa considerou convincente o argumento, e a invasão da Silésia (hoje na Polônia ocidental) foi repudiada como uma aventura tola, fadada a cair frente à maior potência da Europa central. No primeiro conflito, em Mollwitz, os austríacos facilmente expulsaram a cavalaria prussiana, com Frederico no meio, e então se voltaram contra a isolada infantaria prussiana; no entanto, a disciplina e o treinamento dos prussianos surpreenderam a todos, e a sua infantaria se manteve firme, liquidando a cavalaria atacante. Depois um contra-ataque prussiano esmagou também a infantaria austríaca. Maria Theresa foi obrigada a aceitar a perda da Silésia.
A conquista da Silésia aumentou em 1 milhão, facilmente, a população da Prússia, ao assimilar os protestantes alemães assentados em férteis glebas cultivadas à margem de um rio navegável. Frederico retirou-se da guerra para usufruir do seu novo território; entretanto, com a Áustria derrotada, a França percebeu que tinha a oportunidade perfeita para espezinhar o inimigo abatido e, então, declarou guerra. A Bavária e a Saxônia – que ansiavam quebrar a hegemonia austríaca na Alemanha – aderiram também. Entrementes, a Grã-Bretanha já estava em guerra com a França no alto-mar e além-mar; como o império britânico era, por dinastia, ligado ao Estado alemão de Hanover, auxiliou os austríacos.
A guerra ferveu por todos os habituais campos de batalha e caminhos da Europa central, mas cada um dos aliados tinha objetivos diferentes, de modo que não conseguiam coordenar bem suas estratégias. No fim, os austríacos conseguiram deter os abutres e restringir suas perdas apenas à Silésia.