A GUERRA SINO-DZUNGAR
Número de mortos: 600 mil1
Posição na lista: 67
Tipo: conquista
Linha divisória ampla: chineses versus dzungars
Época: 1755-57
Localização: Ásia central
Quem geralmente leva a maior culpa: Qianlong
Em algum lugar no meio do nada, há muito tempo, os chineses eliminaram uma tribo de que pouca gente ouvira falar. Na maioria das vezes, a história é assim.
Os dzungars eram da raça mongol. Os cavaleiros nômades das estepes da Ásia central que vimos até agora – como os hunos e os mongóis – eram uma contínua ameaça à civilização. Alguns capítulos atrás, cavaleiros como os manchus e os tártaros estavam aterrorizando a China e a Rússia. Depois, armas de fogo viraram a maré contra esses nômades, e a sua independência começou a ser pressionada pelo avanço da civilização.
Os soldados da vanguarda da civilização que invadiam as estepes comumente eram também descendentes recentes de habitantes das estepes – turcos, cossacos e, no caso da China, os manchus (ver “O colapso da dinastia Ming”). O imperador Qianlong levou o império chinês na era Qing à sua maior extensão, conquistando todo o entorno da China, principalmente o deserto ocidental em Xinjiang e a terra dos dzungars.
Povos e lugares de que nunca se ouviu falar
Até morrer, em 1745, Galdan Tsereng, khan da Dzungaria, mantivera duro controle sobre todas as tribos componentes do seu império. Como seu filho e sucessor, porém, era cruel e depravado, e a nobreza dzungar o isolou e aprisionou. Ele foi sucedido por um fracote monástico que deixou várias tribos se tornarem independentes antes de ser morto em um ardil. Enquanto o novo khan, Dawaji, consolidava o controle, alguns derrotados na luta pelo poder se refugiaram em território chinês e pediram ajuda. O imperador Qianlong ficou feliz com isso.
Um exército chinês conquistou Kuldja, a capital dzungar, e colocou Amursana, o genro fugitivo de Galdan Tsereng, no comando. Depois de uma perseguição pelo deserto, o khan anterior, Dawaji, foi capturado pelos chineses, mas eles o levaram para um retiro confortável em vez de matá-lo.
Como os chineses não queriam um Estado forte dzungar na sua fronteira, reconheceram a autonomia de tribos distintas em vez de restaurarem o império unificado dzungar, mas Amursana esperava herdar o grande império do seu sogro e, então, iniciou uma rebelião.
Qianlong sentiu-se pessoalmente traído por tal deslealdade e decidiu varrer os dzungars da face da Terra. Os detalhes dessa limpeza étnica são bem padronizados: quem não saísse do caminho era morto; quem saísse do caminho morria de fome.2