giff.jpg Caim[38] giff.jpg 

 

 

Maldito sejas tu, homem, que ao corpo espelhas 

Odiento e vil um outro eu mesmo! Sê maldita, 

Mulher, em cujo olhar, de límpidas centelhas, 

Não olho sem que nele o meu rosto reflita! 

 

5     E tu, sol, que a incitar as malditas parelhas 

Do plaustro, vens trazer para a dor infinita 

Do meu remorso, os dias áureos e as vermelhas 

Tardes que entram a rir na minha alma precita! 

 

Maldita a brisa que descobre e que reconta! 

10   E o lago que oferece a vidraça ampla e nua! 

E o galho que indigita! E o rochedo que aponta! 

 

Venha a noite! Oh! maldita a noite negra, cheia 

Da treva que me insula e despe! Venha a lua! 

Maldita a lua que me esboça sobre a areia!