[1]MA conservou, dentro do exemplar de trabalho de Poesias (São Paulo, Livraria Martins Editora, 1941), um texto em seis partes, no qual observa a própria criação. Em escrita convulsa, a tinta preta, sem perceber lapsos, focaliza os poemas Eu sou trezentos... e Canção, assim como os conjuntos “Grã Cão do outubro”, “Rito do irmão pequeno” e “O grifo da Morte”. MA continua o depoimento sobre o “Grã Cão do outubro”, quando pede opinião sobre esses poemas a destinatário não discriminado, em fragmento de carta datilografada, assinada “M.”, também inserido no exemplar de Poesias. Ali estão, ainda, os poemas Obsessão e Assustado, em recortes de jornal não identificado, sem data (V. Poesias inéditas e esparsas: 2. Poemas publicados por Mário de Andrade em jornais e revistas). Pode-se pensar que este acréscimo de documentos ao volume teria ocorrido no momento em que MA constitui a nova versão de poemas, visando à publicação de Poesias completas, volume II de suas Obras Completas, pela mesma editora, em 1943.
[2] Esta edição sanou o lapso do escritor no segmento “que via, nos seus estudos folclóricos”.
[3] No manuscrito de O Turista Aprendiz, versão de 1943, o diário registra em 5 de julho de 1927: “Que calmaria serena... Que mundo de águas lisas, fluidas... Que espelho claro... As caiçaras nos portos... Uma ausência plena de inquietações, de audácias, de Pireneus ambiciosos... E o sol, o sol do lado, todo de ouro branco, claro, mui claro, claríssimo, impossível da gente fitar. E há quem xingue a alvorada do Schiavo.” (V. ANDRADE, Mário de. O Turista Aprendiz. Estabelecimento de texto, introdução e notas Telê Ancona Lopez. São Paulo: Duas Cidades/ Secretaria da Cultura, Ciência e Tecnologia, 1976, p. 138).
[4] Em autógrafo a tinta preta, nota apensa ao exemplar de trabalho de Poesias, 1941.
[5] A edição sanou o lapso “em qualquer outros, explode”.
[6] Carta não enviada a Oneyda Alvarenga; local, data e destinatário atestados: [Rio de Janeiro, ant. 29 out. 1940]; fragmento em datiloscrito original, fita preta, apenso ao exemplar de trabalho de Poesias. Dados confirmados pela alusão na carta de Oneyda, em 29 de outubro de 1940: “Ainda não pude ler os seus versos”. A resposta de MA esclarece a questão, em 1º de novembro de 1940: “Recebi sua carta e na verdade só lhe escrevo desta vez pra lhe dizer que não precisa mandar A costela do Grã Cão pra cá, depois que a ler. Estarei em S. Paulo lá pelo dia 13 ou 14 deste e então trarei comigo os versos. Aliás passe eles ao Saia pra que ele também dê opinião. Estou me interessando, no caso, mais com a opinião dos moços que dos meus contemporâneos.” (V. ALVARENGA, Oneyda (Org.). Cartas Mário de Andrade/Oneyda Alvarenga. São Paulo: Duas Cidades, 1983, p. 301). Em 10 de março de 1941, escrevendo a Alphonsus de Guimaraens Filho, MA informa a composição do livro que sai em novembro desse mesmo ano: “[...] há uma larga parte de inéditos. Dei ao Manuel pra me aconselhar e ele repudiou muitos. Dei ao Prudente que também repudiou muitos. Mas ambos divergiam bastante no repúdio, só tendo concordado umas três vezes. Resolvi abandonar de vez o conselho da minha geração. Andei mostrando pra alguns moços que têm muita liberdade, mas a máxima liberdade comigo: não repudiaram nenhum! São versos brutais, representam uma das piores crises morais, ou melhor, imorais que já aguentei. Vou conservar. Não lhe mando por não ter quem os copie, meu secretário está ocupadíssimo agora e eu ainda mais.” (V. GUIMARAENS FILHO, Alphonsus de (Org.). Itinerários: cartas a Alphonsus de Guimaraens Filho de Mário de Andrade e Manuel Bandeira. São Paulo: Duas Cidades, 1974, p. 28).
[7]MA se refere ao Canto do mal de Amor.
[8] Autógrafo a tinta preta em folha extraída de outro exemplar de Poesias (1941), apensa ao exemplar de trabalho. A escrita ocupa o espaço em branco ao final do poema à p. 253, continuando no verso, p. 254.
[9] Autógrafo a tinta preta, no espaço em branco ao final do poema, prosseguindo no verso de folha (p. 265-266), no exemplar de trabalho de Poesias.
[10] Nota sobre a parte O grifo da Morte de “Livro azul”; guardada pelo escritor entre as folhas do exemplar de trabalho de Poesias, 1941; autógrafo a tinta preta em folha de bloco, papel milimetrado branco amarelecido, 14,7 x 11,5 cm, borda superior picotada.
[11] Alusão à viagem de MA Turista Aprendiz à Amazônia, em 1927.
[12] Nota de trabalho no manuscrito de O carro da Miséria; a indicação “p. 9” refere-se às partes X-XII .
[13] Os versos iniciais da última versão da parte XII do poema são: “Mas eu mas eu rapazes/ Canto com convicção.”.
[14] Plano no manuscrito de O carro da Miséria.
[15] Versão interrompida do ensaio no manuscrito de O carro da miséria.
[16] Rasura: hesitação: “de valor imediato”.
[17] Verso da parte X substituído nas versões conhecidas do poema: “Pois então violão hás-de reconhecer”.
[18] O estabelecimento do texto da Introdução acompanha a única versão conhecida; autógrafo a grafite, Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP.
[19] Rasura: hesitação: “colaboração” / “convivência”.
[20] Rasura: hesitação: “tão fatalmente” / “com tal fatalidade”.
[21]MA reuniu sua poesia anterior ao modernismo em três conjuntos de manuscritos. O primeiro, cujo título se desconhece, ocupou um caderno encaminhado a Manuel Bandeira em 1925, documento não localizado no espólio do poeta. MA a ele se refere em 4 de outubro desse ano, escrevendo ao amigo: “Primeiros versos que fiz não me lembro se com treze ou quatorze anos, foram acolhidos com gargalhadas de todos e, o que é pior, com inteira desatenção dele [do pai] e um muxoxo desprezivo. Nunca mais fiz nada até mais de vinte, convencido de que não era coisa nenhuma. De supetão, em 1913, época de doença grave, que quase me matou, neurastenia aguda devido a excesso de estudos de piano e morte de irmão que eu queria sobre todos, principiei a versificar. Fiz montões de porcarias que não mostrava a ninguém certo de que aquilo devia ser porcariada grossa. No entanto, no íntimo vibrava como um maluco diante dos meus sonetos. Fazia três até mais por dia, nas épocas de grande efervescência. Desses milhares de versos este livrinho ficou. Todo o resto eu ia destruindo aos poucos. Leia e volte porque não tenho cópia e me interessa guardar. São na quase totalidade anteriores ao Há uma gota. Você há-de ter curiosidade de ler isso. Alguns sonetos valem. Diga quais te parece valer. Confrontarei nossas opiniões. Talvez um dia publicando certos poemas de todas as épocas que não tem possibilidade de aparecer dentro dos meus livros que tem sempre assuntos determinados, incluirei alguns desses versos metrificados, sonetos e o Sabiá e mais Um deles. O resto: morte sem piedade. Reflita por escrito no próprio livro, não faz mal e não cansará.” (V. MORAES, Marcos Antonio de (Org.). Correspondência de Mário de Andrade e Manuel Bandeira. 2ª ed. São Paulo: Edusp/ IEB-USP, 2001, p. 243).
O segundo conjunto, rotulado “Poesias Anteriores a 1919 e às pesquisas modernistas”, possui 14 textos. Corresponde à seleta destinada ao número da Revista Acadêmica, do Rio de Janeiro, comemorativo dos 50 anos de MA, homenagem arquitetada em 1943, que não se concretizou. MA expõe o plano ao diretor do periódico: “Poesias anteriores a 1919 e às pesquisas modernistas. (É quase tudo inédito, creio que só tem três poesias publicadas, duas pela Acadêmica mesmo, e uma pela Garoa, revisteco inachável daqui. Como não pretendo republicar isso em parte nenhuma, quem quiser ter curiosidade só na Acadêmica mesmo. Você escolherá o que quiser, mas eu confesso que no caso de publicar, preferia que fosse tudo, pra ficar como documentação definitiva, aumentando provavelmente o valor bibliográfico do número)”, em 1º agosto de 1943 (V. ANTELO, Raúl (Org.). Cartas de Mário de Andrade a Murilo Miranda. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981, p. 155). Naquele momento, monta, em seu arquivo, o dossiê Acadêmica que colige “Poesia”, “Prosa de Ficção”, “Polêmica”, “Sátira” e “Crítica” (dividida em pintura, cinema, poesia e música). Escolhe, para figurar na primeira parte, “1. ‘Fiori-de-la-pá’ (1906-7)/ 2. Sonetos anteriores a Pauliceia (1914-19)/ 3. Últimos versos-Café (1942 – trecho)”.
O terceiro conjunto – Poesias anteriores a 1917 –, oferecido pelo escritor a sua discípula Oneyda Alvarenga, compõe-se também de 14 textos; repete determinados títulos presentes no anterior, e apresenta variantes nos versos. Foi abrigado por MA em uma pasta reaproveitada de manuscritos descartados “VI/ A/Costela/ do/ Grã Cão”. Em dezembro de 1960, a musicóloga e poeta publica, na Revista do Livro (a. 5, nº 20; São Paulo, p. 69-103), o conjunto que lhe coube, intitulando-o Poesias malditas.
A presente edição de Poesias completas, no caso de títulos que se conservaram nos dois dossiês, tomou como texto base a seleta destinada à Revista Acadêmica.
[22] Nota MA: “Este poema... surrealista foi inventado, com a respectiva música, em criança”.
Nota da edição: No conjunto presenteado por MA a Oneyda Alvarenga, recebe o título Poema escrito aos dez anos, e apresenta variantes: “Fiori de-la-pá!/ Jeni-transféli gúidi nus-pigórdi,/ Jeni-trans...féli-güinórdi,/ Jeni!” e este depoimento de MA: “Esta foi a nota lírica de toda a minha infância. Só iria escrever versos ‘conscientes’ muito depois, certamente com mais de dezoito anos. Este poema foi escrito mais ou menos pelos dez, como lhe diz o título. Cantarolava-o sempre, e ficou imperecível dentro de mim. Não sei o que quer dizer, e sobretudo me assusta muito esse ‘Jeni’, pela coincidência das sílabas, pois que é absolutamente certo jamais ter passado alguma Genny na minha vida. Não creio seja bonita essa estância, embora me impressione sempre com o mesmo vigor. Se a publico é por um mais ou menos monótono dever de honestidade, que alguns poucos saberão apreciar, poucos”. Ao publicá-lo na Revista do Livro, em dezembro de 1960, Oneyda Alvarenga lembra: “Este jogo músico-verbal da infância era de fato cantarolado. Gilda de Mello e Souza sabe-lhe a curiosa cantiguinha, que dela ouvi uma só vez, há muitos anos. Por isso não cheguei a decorá-la e nem houve naquele momento possibilidade de escrevê-la”.
No manuscrito A gramatiquinha da fala brasileira, MA dá outra versão do poema e historia a criação, de outra forma: “É curioso que, sem saber disso, os primeiros versos que fiz, ou pelo menos de que tenho memória foram também uma embolada legitimíssima. Isso foi no tempo dos quatorze pros quinze quando o amar passou dos simples beijos escondidos nos cabelos maravilhosos de Maria ou das marretas sintomáticas, meio sem ser de lado, que dava numa outra Maria, tenho a fatalidade das Marias na vida minha!... criadinha na tia do número 1. Tinha conhecido uma liberobadaroana, naquele tempo... Se chamava Geny. Pois eu andava sempre cantando estes versos admiravelmente expressivos e que são um exemplo perfeito e equilibradíssimo do processo da sublimação freudiana. Vou grafar a embolada pelas entidades psicológicas dos vocábulos que eu sentia dentro de mim. Vai:
“Fiori de la Pá
Geni transférdi güide nôs pigórdi
Geni trâns!(1) Feligüinórdi
Geny!...
“E foram os únicos que me ficaram da meninice... Únicos bem, não. Me lembro duma quadra de que só resta em mim o último verso. Também sintomático? Não sei. Vai:
“O moço pegou na faca e disse: Oh! Morte.
“(1) Neste ‘Geni trâns!...’ eu era possuído por um êxtase inconcebível. Erguia a voz, dava uma fermata e sofria!”. Edith Pimentel Pinto transcreve o trecho em A gramatiquinha de Mário de Andrade: texto e contexto. (São Paulo: Duas Cidades/ Secretaria de Estado da Cultura, 1990, p. 453).
[23] Com a indicação: “Inédito (Anterior a 1917)” e variantes, o poema saiu no encarte Antologia da moderna poesia brasileira i: Mário de Andrade, Revista Acadêmica (a. 7, nº 43; Rio de Janeiro, abril de 1939; Coleção Carlos Alberto Passos, IEB-USP), e assim se mostra na versão oferecida a Oneyda Alvarenga. Dentre as variantes destacam-se: “De nédias ninfas em bando” (v. 7) e “Pela relva de veludo,/ De mãos dadas, em polpudo/ Cordão, hílares, ovantes” (v. 9-11).
[24] O poema apresenta variantes na versão no dossiê oferecido a Oneyda Alvarenga. Publicado no Suplemento Literário, nº 171 de O Estado de S. Paulo (São Paulo, 27 de fevereiro de 1960).
[25] Na versão oferecida a Oneyda, o verso é: “E nem sofrer sei mais, por mor desgraça.”.
[26] No conjunto oferecido por MA a sua discípula Oneyda Alvarenga, o poema figura com variantes e o título A Alberto de Oliveira. Em carta a MA, datada 10 de outubro de 1925, Manuel Bandeira após o comentário – “Écloga que é um pastiche de Alberto de Oliveira, quase tão bem feito como o soneto do Príncipe (‘Lísias pastor enquanto o manso armento’).” –, externa seu desejo de escrever um pequeno estudo para a revista Estética, O passadismo de Mário de Andrade, projeto esse que não se cumpriu (V. MORAES, Marcos Antonio de (Org.). Op. cit., p. 247-248).
[27] Na versão confiada a Oneyda: “Deita-se à beira do pinhal, e o vento”.
[28] Soneto presente apenas na seleção destinada por MA à Revista Acadêmica, em 1943.
[29] Soneto com variantes, sobretudo de pontuação, na seleta ofertada por MA a Oneyda Alvarenga
[30] Na versão dada a Oneyda: “A barulhar, bulhento e rábido no arcano,”.
[31] “Vem às vezes um choro, um lamentoso berro”, na versão dada à discípula.
[32] “E sofro, e à maior dor a minha dor irmano.”, na versão oferecida a Oneyda.
[33]Soneto com variantes, sobretudo de pontuação, no conjunto publicado por Oneyda Alvarenga, em 1960, na Revista do Livro.
[34] “Na versão oferecida a Oneyda: “Estende no terreiro a sombra informe”.
[35] A esta versão no dossiê elaborado por MA, em 1943, para a Revista Acadêmica, e à versão no conjunto por ele oferecido a Oneyda Alvarenga, soma-se, datada de 1916, a do primeiro dos Dois sonetos, na Revista Acadêmica (nº 33; Rio de Janeiro, março de 1938). O segundo soneto mostra-se, com variantes, no “Grã Cão do outubro” em Poesias, 1941. Em 31 de janeiro de 1938, MA escreve a Murilo Miranda: “Lhe mando por mim esta poesiada. Preferia mandar prosa mas não tenho coragem pra escrever nada agora. Por outro lado, pode ser que os sonetos não valham nada, mas ingênua ou vaidosamente, dou grande importância pra eles, pelo que representam de especial na evolução particular dos meus... sentidos. Isso quer dizer que preferia que você desse uma página inteira só pra eles, na disposição em que vão, sem esquecer as datas que caracterizam bem a diversidade de estilo poético e de concepção estética do soneto. Se não for possível guarde pra outro número da Revista”. (V. ANTELO, Raúl (Org.). Op. cit., p. 47).
[36] Na Revista Acadêmica, em 1938, e na versão publicada por Oneyda Alvarenga em 1960, o verso é: “Como astros frios que, com a luz perdida,”.
[37] Na versão publicada em 1938, está: “Como estás longe ainda, e eu sou tão moço!”.
[38] Poema apenas na seleção destinada à Revista Acadêmica do Rio de Janeiro.
[39] Poema com variantes no conjunto que MA oferece a Oneyda Alvarenga, dentre as quais se destaca a do v. 3: “E deserdados da verdade humana”; título homônimo publicado na Revista Acadêmica do Rio de Janeiro (V. Poesias inéditas e esparsas: 2. Poemas publicados por Mário de Andrade em jornais e revistas).
[40] No conjunto destinado à Revista Acadêmica, a datilografia de MA repete cifrões sobre o título Antipático, substituindo-o por A culpa. O poema possui mais duas versões, ambas com variantes na pontuação: a que está, sem título, na carta de MA dirigida a Manuel Bandeira, em 10 de novembro de 1926, e aquela que, no conjunto oferecido a Oneyda Alvarenga, na década de 1940, teve o título original, Antipático, substituído por Só. MA assim apresenta seu poema ao amigo Bandeira: “Manu, tem um soneto meu que pode ser ruim ter empregado muita convenção de dicção, porém que é exatamente a verdade dum momento de minha vida”. E conclui: “Teve um momento na minha vida em que me vi assim. O que está aí é verdade. E você se lembrará agora que esse estado foi tão forte que mesmo depois inda ecoou.” (V. MORAES, Marcos Antonio de (Org.). Op. cit., p. 321).
[41] O soneto figura, com alterações na pontuação, no conjunto oferecido por MA a Oneyda Alvarenga.
[42] Poema publicado na revista paulistana A Garoa, em 24 de junho de 1922, retomado apenas na seleção destinada à Revista Acadêmica do Rio de Janeiro, em 1943; recorte no álbum “Recortes III”, organizado pela irmã de MA, Maria de Lourdes (Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP).
[43] Escrevendo a MA, em 10 de outubro de 1925, Manuel Bandeira manifesta sua intenção de publicar o estudo O passadismo de Mário de Andrade, na revista Estética, após afirmar: “O soneto nº III de A minha epopeia que acho bom – um soneto de boa tradição luso-brasileira (Camões-Quental-Nobre-Bilac), enfim que me deu prazer ler e reler, me suscitou imagens e emoções”. Não chega, contudo, a escrevê-lo (V. MORAES, Marcos Antonio de (Org.). Op. cit., p. 247-248).
[44] No conjunto que MA oferece a Oneyda Alvarenga, intitula-se Praiana; possui variantes e as estrofes não são numeradas. O poema advém da Canção marinha, para canto e piano, musicada por Marcelo Tupinambá (Fundo Marcelo Tupinambá, IEB-USP; V. POESIAS INÉDITAS E ESPARSAS: 5. Poemas inéditos e de publicação póstuma).
[45] Em 11 de setembro de 1954, João Condé publica, em seus Arquivos Implacáveis, n’O Cruzeiro, o fac-símile da última quadra, um autógrafo.
[46] Nota MA: “O soneto XXVIII de Cláudio Manuel da Costa (ed. Garnier) repete quase a mesma ideia, terminando ‘Tão longe dela estou e estou tão perto’. Gosto muito de Cláudio Manuel, talvez seja isso”.
Nota da edição: Soneto presente apenas no conjunto entregue por MA a Oneyda Alvarenga.
[47] Poema publicado na Revista da Academia Paulista de Letras, a.1, nº 3; São Paulo, 12 de agosto de 1938, versão no conjunto entregue por MA a Oneyda Alvarenga e por ela encaminhado ao Suplemento Literário, nº 171 de O Estado de S. Paulo (São Paulo, 27 de fevereiro de 1960). Manuel Bandeira, em sua carta de 10 de outubro de 1925, a MA, o analisa ao lado de Nevrose ao Luar, título que não consta de publicações ou acervos hoje conhecidos: “A Nevrose ao Luar e Balada da última princesa – bons simbolismos, sobretudo a última cuja música octassílaba está muito bem composta, com fino encanto prosódico, aquele fino encanto prosódico do simbolismo”. Na mesma carta, Bandeira manifesta sua vontade de escrever, para a revista Estética, um trabalho sobre o passadismo em Mário de Andrade. No entanto, a intenção não se efetiva (V. MORAES, Marcos Antonio de (Org.). Op. cit., p. 247-248).
[48] Poema no conjunto entregue por MA a Oneyda Alvarenga, na década de 1940. Fez parte do caderno anexado por Mário à carta por ele endereçada a Manuel Bandeira, em 4 de outubro de 1925. Logo no dia 10, respondendo ao amigo, o poeta de A cinza das horas cita os dois últimos versos da terceira quadra, a sétima inteira, e menciona a quinta; externa, também, seu intuito de escrever o estudo O passadismo de Mário de Andrade, para a revista Estética, mas não o realiza (V. MORAES, Marcos Antonio de (Org.). Op. cit., p. 247-248).
[49]MA ofereceu a Oneyda Alvarenga outro conjunto de poemas dele, reunidos em uma pasta de papel branco sob o título: “Poesias”, seguido da indicação a grafite esmaecido: “Oneida”. No avesso, o invólucro testemunha a reutilização, no título interno datilografado – “i/ Antes da Pauliceia desvairada”, e denuncia a existência de um projeto mais amplo para Poesias completas. Ao publicar este e o conjunto “Poesias anteriores a 1917”, na Revista do Livro (a. 5, nº 20; São Paulo, p. 69-103), como Poesias malditas, em dezembro de 1960, a organizadora relata: “No início de 1944, Mário de Andrade me deu os 24 poemas e a série de quadras que ora publico, acompanhando-os de uma explicação mais ou menos assim: não achava esses versos merecedores de publicação, mas também não tinha coragem de destruí-los; eram meus. [...] A exclusão que impediu a esses poemas a vida em letra de forma e o ingresso nas Obras Completas, não tirou ao presente o seu único possível e claríssimo sentido: Se você achar que valha a pena, publique um dia esses versos, quando houver um momento adequado”. Admite, porém, como poema, um pequeno conto – “A assombração” – que a presente edição de Poesias completas preferiu não incluir
[50] Outra versão do texto, datada de “Janeiro 1924”, autógrafo intitulado Noturno n° 4, acompanha a carta do dia 3, do mesmo mês e ano, a Anita Malfatti (Arquivo Anita Malfatti, IEB-USP e BATISTA, Marta Rossetti (Org.). Op. cit., p. 72-73; fac-símile em Poesias inéditas e esparsas: 3. Poemas na correspondência de Mário de Andrade).
[51] Nota MA: “Escrito num ano de frio excepcional em que nevou até no Paraná”
[52] Nota MA: “(Estes 4 poemas pertencentes ao ciclo do Tempo da Maria foram censurados por mim, por impossíveis de publicação no momento. Aliás diferem muito dos outros, por não serem... arte.)”.
Nota da edição: Em 28 de março de 1931, MA escreve a Manuel Bandeira: “Outro dia ainda, abrindo minha pasta de versos pra botar uns novos, me caíram nos olhos os poemas ‘malditos’ do ‘Tempo da Maria’, que julguei indecente publicar, porque eram românticos, bestas etc. Pois de repente ficaram me agradando e se não fechasse a pasta depressa creio que ficava arrependido. Algum dia hei-de mandar esses poemas pra você ler. São terrivelmente românticos e empolados. Mas me agradam. Homem, talvez me agradem agora por causa de estar, ah, meu irmãozinho, o amor se abancou de novo no meu rancho, mas é bom nem falar porque sou dolorosamente feliz” (V. MORAES, Marcos Antonio de (Org.). Op. cit., p. 495).
[53] Manuscrito com nota de MA: cruz de Santo André, a lápis vermelho, anulando o poema (Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP). Em 7 de novembro de 1927, escrevendo a Manuel Bandeira, MA copia o poema, intitulando-o Moda gozada. Em 2 de maio de 1931, em carta ao mesmo amigo, insere a Moda safada, outra versão (MORAES, Marcos Antonio de (Org.). Op. cit., p. 362-363 e 505-506).
[54] “Ando gozando”, na versão enviada a Bandeira em 1931.
[55] Na versão oferecida a Bandeira na carta de 1927 havia, após esta, estrofe também excluída da versão de 1931:
“Cheiro de terra,
Cheiro de cidade,
Oh velocidade
Montei em ti,
Tudo é gostosura,
Choro e me rio
Tudo por táxi!”
[56] Em 1927, na carta a Bandeira: “Pra vida alcançar”
[57] Em carta a Drummond, em 8 de maio de 1926, MA cita os quatro últimos versos deste poema (V. ANDRADE, Carlos Drummond de. Carlos e Mário: correspondência entre Carlos Drummond de Andrade – inédita – e Mário de Andrade: 1924-1945. Organização: Lélia Coelho Frota. Apresentação e notas às cartas de Mário de Andrade: Carlos Drummond de Andrade. Prefácio e notas às cartas de Carlos Drummond de Andrade: Silviano Santiago. Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi Produções Literárias, 2002, p. 213).
[58] Rasura: substituição em: “Brincando nestes versos”.
[59] A grafite, substituição em: “Vejamos, doce amiga,”.
[60] Substituição a grafite em: “São bem olhos de longe”.
[61] Nota MA, a grafite, comentário: “banal”.
Nota da edição: rasura a grafite: hesitação entre “Sofrer” e “Ter paciência com” (v. 2); “As” e “Estas” (v. 3); “como” e “feito” (v. 5); “O cheiro do” e “Um gosto de” (v. 9). A presente edição optou pela versão composta pela rasura a grafite.
[62] O soneto, assinado “Don José/ Mario Moraes Andrade”, recorte no álbum “Recortes III”, organizado pela irmã de MA, Maria de Lourdes, não designa data ou local de publicação (Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP). A vinheta que o ornamenta levou a pesquisa até A Cigarra, revista quinzenal paulistana que, em 15 de março de 1918 (a. 4, nº 87), divulga o resultado do concurso de sonetos sobre o Anhangabaú, por ela instituído, no momento da canalização do rio. O certame exigira apenas o pseudônimo dos participantes. A comissão julgadora, formada por Vicente de Carvalho, Francisca Júlia e Venceslau de Queirós, declina o vencedor – Alma de Tântalo – e as menções honrosas atribuídas a “João Paulista, Don José, Márcio Couto, Avatar, Brutus, Dalvo Guimarães, Aldo-Brando, d’Albert e Timão de Atenas”. O veredito de Vicente de Carvalho, endossado pelos companheiros, destaca: “Nenhum deles me pareceu excelente, o que é natural, tratando-se de obras de encomenda sobre um tema pouco propício. Ainda que hesitante, voto, para o primeiro lugar, no de Alma de Tântalo, que é pena estar desfeiado pelo último terceto”. Em 16 de abril (a. 5, nº 89), A Cigarra declara terem acorrido 52 poetas e revela os nomes dos premiados, com exceção de Brutus. Estampa o retrato do santista Rui Ribeiro Couto e o cheque de quinhentos mil-réis, merecido pelo primeiro lugar, assim como o soneto que aqui se transcreve com atualização ortográfica:
ANHANGABAÚ
Viste nascer São Paulo: uma aldeia singela,
sendo tu nada mais que um rio pequenino...
Viste desabrochar a primeira capela
e escutaste, uma tarde, o soluço de um sino...
Mas a aldeia cresceu e se tornou aquela
cidade-lenda, que em meus sonhos imagino,
de Álvares de Azevedo e Fagundes Varela...
Já não era São Paulo: era o Bairro Latino.
Rio bom! Quanta vez, poetas, cantarolantes,
iam ver-te, a pensar no futuro radioso
desta cidade, tão amiga de estudantes!
E hoje deves sofrer amarguras secretas,
rio bom! deslembrado e sepulto, saudoso
da imorredoura voz daqueles moços poetas!”
Os demais sonetos contemplados com menção honrosa, autores e pseudônimos, aparecem nos nº 91 e 95, de 16 de maio e 12 de julho do mesmo 1918; neste último está o de MA.
(V. http://www.arquivoestado.sp.gov.br/a_revistas.php)
[63] Soneto assinado: “Hamlet”, recorte sem indicação de data ou periódico, originalmente guardado por MA entre as páginas de Versos da Mocidade de Vicente de Carvalho (Porto: Livraria Chardron, 1912; Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP)
[64] Soneto assinado “Mario de Morais Andrade”, documento no álbum “Recortes III”, organizado pela irmã de MA, Maria de Lourdes, sem indicação de periódico ou data (Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP).
[65] Soneto assinado “Mario de Morais Andrade”, publicado na revista mensal O Echo (a. 17, nº 3; São Paulo, setembro de 1918); documento no álbum “Recortes III”, organizado pela irmã de MA, Maria de Lourdes (Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP).
[66] Publicado com a indicação “(Inédito)” no Correio Musical Brasileiro, a. 1, nº 3. São Paulo, 1-15 de junho de 1921, p. 8.
[67] Recorte de jornal não identificado, sem data, apenso ao exemplar de trabalho de Poesias, 1941, o que significa a retomada de um texto, com a informação sobre a redação em “1921” impressa junto ao poema. Assim sendo, a presente recuperação da poesia de MA, que se pautou pela cronologia da publicação, viu-se obrigada a adotar e endossar a data da escritura. O mesmo critério valeu para o poema Assustado.
[68] Nota MA: “ou socavas como eu tinha escrito. Porém está bom assim”.
[69] Publicado com a informação: “Inédito”; documento no álbum “Recortes III”, organizado pela irmã do poeta, Maria de Lourdes; nota de MA: “O Fanal Jornalzinho de Sant’Ana, 29/X/922” (Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP).
[70] Recorte de jornal não identificado, sem data, apenso ao exemplar de trabalho de Poesias, 1941, o que significa a retomada de um texto, com informação sobre a redação em “1922”, impressa junto ao poema. Assim sendo, a presente recuperação da poesia de MA, que se pautou pela cronologia da publicação, viu-se obrigada a adotar e endossar a data da escritura. O mesmo critério valeu para o poema Obsessão. MA inclui outra versão do poema em carta a Manuel Bandeira, em 6 de [junho] de 1922:
POESIA
... ontem dançaram...
CASA DESPIDA
... o piano sobe a escada imovelmente...
e as salas cruas
sem maquillage de tapetes
almofadas
bem-estar
Os quadros bailaram o shimmy
Retratos bêbedos agarrando-se às molduras...
O pó rola no chão exausto como um sátiro
BURGUESICE QUE ME INSULTA!
Agora:
o terra-a-terra sentimental do estar-a-gosto
o nu em família...
... no incógnito das salas enormes
vultos
balancé
maxixe
dó maior...
Comentam-se os sucessos:
comeram tudo
a pianista era infeliz
seu tal
sua tal
houve louças quebradas...
... tédio inabitável!”
E arremata a missiva: “Isto fará parte de livro que não terá nome. As poesias também não terão nome. Mais ou menos: cinestesias objetivadas”.
[71] Poema publicado na seção “Note d’arte” em La Paga, nº 1, revista italiana de São Paulo (recorte sem data no álbum organizado pela irmã de MA, Maria de Lourdes; Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP). A referência aos ídolos do futebol aproxima o poema a DOMINGO, em Pauliceia desvairada, 1922. Os versos compõem, graficamente, o jogo, recurso encontrado, pelo modernista paulistano, nos Calligrammes de Apollinaire.
[72] Poema publicado em Klaxon: mensário de arte moderna, nº 4 (São Paulo, 15 de agosto de 1922, p. 7-8), sem dedicatória. Esta edição acata a versão rasurada por MA, talvez em 1923, no seu exemplar do nº 4 da revista, presente na encadernação que reúne a coleção desse periódico (Biblioteca Mário de Andrade, IEB-USP).
[73] Jean Bard, declamador que vivia na Suíça. Deu recitais no Brasil, em 1923.
[74] Poema em Klaxon: mensário de arte moderna, nº 8-9 (São Paulo, dezembro de 1922-janeiro de 1923, p. 13-15). Esta edição acata as alterações operadas no poema, por MA, em seu exemplar de trabalho, na encadernação que, em sua biblioteca, reúne a coleção da revista (Biblioteca Mário de Andrade, IEB-USP).
[75] Verso acrescentado por MA em seu exemplar do periódico
[76] Rasura: acréscimo do artigo definido “as”.
[77] Na revista, o verso termina em ponto de exclamação, suprimido por MA em seu exemplar de trabalho do poema.
[78] Em Klaxon, há divisão: “Tenho a erudição das toalhas crespas de crochê, sobre/ o mármore das mesinhas e no recosto dos sofás!”; trecho recomposto por MA em seu exemplar.
[79] Rasura: correção do plural “voluptuosos” para o singular.
[80] Publicado em: A Idea Ilustrada, nº 16; São Paulo, 1923 (Coleção Carlos Alberto Passos, IEB-USP, fotocópia de documento na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro)
* Poema publicado sob o pseudônimo Eugênio Luz em Ariel: revista de cultura musical (a. 1, nº 12. São Paulo, setembro de 1924, p. 431).
[81] Poema de MA, na Revista do Brasil, v. 28, a. 10, nº 109 (São Paulo, janeiro de 1925, p. 15-25), inserido em Uma conferência: Condescendência pra divertir os sócios do Automóvel Clube. Neste texto, o humor desvenda a autoria do poema: “Mas em língua brasileira já um poeta maluco escreveu um fox-trot estilizado cujas imagens poderão interpretar os sentimentos dos músicos vivos que escrevem danças atuais artísticas” (Biblioteca Mário de Andrade, IEB-USP)
[82] Em A Idea Illustrada. São Paulo, abril de 1925 (Coleção Carlos Alberto Passos, IEB-USP).
[83] Publicado em O mês modernista, em 2 de janeiro de 1926. Esta seção, criada por Viriato Correa no jornal carioca A Noite, reuniu, de 11 de dezembro de 1925 a 12 de janeiro de 1926, além de entrevista de MA, colaborações dele, bem como de outros autores – Carlos Drummond de Andrade, Sérgio Milliet, Manuel Bandeira, Martins de Almeida e Prudente de Moraes, neto (V. caderneta Mez Modernista/ d’A Noite/ 1926, organizada por MA; Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP).
[84] Conservada a forma “Si”, essencial para o trocadilho no poema.
[85] Publicado com o pseudônimo Pau-D’Alho, na revista do modernismo Terra roxa e outras terras. a.1, nº 4. São Paulo, 3 de março de 1926, p. 3.
[86] Tristão de Athayde (1893-1983), pseudônimo de Alceu Amoroso Lima, crítico literário..
[87] Sérgio Milliet (1898-1966): um dos principais nomes do modernismo paulista; poeta e crítico.
[88]Terra roxa e outras terras, a.1, nº 5. São Paulo, 27 de abril de 1926, p. 5.
[89] Poema assinado Marioswald, “do livro inédito Oswaldário dos Andrades”; Verde: revista mensal de arte e cultura, nº 4. Cataguases, dezembro de 1927, p. 9.
[90] Publicado no Diário Nacional; São Paulo, 7 de abril de 1931 (Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP).
[91] Publicado na revista Momento: crítico-bibliográfico, a. 1, nº 3; Recife, março de 1934, p. 2. (V. no IEB-USP, na Biblioteca Mário de Andrade e na Coleção Carlos Alberto Passos).
[92] Manuscrito no Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP; possui versões com variantes, publicadas na Revista Acadêmica, nº 50 e 51, em julho e setembro de 1940. A versão no nº 50 é um texto espúrio, com 15 versos ausentes, conforme a nota que acompanha a correção, no número seguinte: “Por um lamentável engano tipográfico a poesia acima apareceu incompleta em nosso número anterior. Por esse motivo ela é agora publicada novamente”. No confronto com o manuscrito, a versão recomposta apresenta variantes na pontuação. No conjunto preparado por MA para a Revista Acadêmica e na seleção oferecida a Oneyda Alvarenga há um poema homônimo (V. Poesias inéditas e esparsas: 1. Poemas em conjuntos reunidos por Mário de Andrade).
[93] Yedda [Braga Miranda], irmã de Rubem Braga e mulher de Murilo Miranda, diretor da Revista Acadêmica.
[94] Na revista: “Dá-me! decide! dá-me o nhônhô que desceu nas asas do avião rouco,”.
[95] Publicado no nº 1 da revista Sombra (Rio de Janeiro, dezembro de 1940 - janeiro de 1941, p. 60-63); texto ilustrado com fotos de Nini Theilade do Balé Russo de Monte Carlo, por Jorge de Castro.
[96] Poema na Revista Acadêmica, nº 54; Rio de Janeiro, maio de 1941 acompanhado de nota da redação: “Este rondó foi feito por ocasião da estadia de Portinari nos Estados Unidos, quando o nosso grande pintor apresentava a sua exposição individual no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, no momento mesmo em que, no Brasil, se realizava o Recenseamento de 1940. Mandado para o pintor em Nova Iorque, só agora, com a volta de Portinari, obtivemos esse rondó, que aqui publicamos”.
[97] Poema ao final do artigo Lorca, pobre de nós!, publicado por MA em Leitura (a. 2, nº 15, Rio de Janeiro, fevereiro de 1944). No manuscrito Tradução poética está a primeira versão conhecida do poema (Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP):
Lorca! Sombra de Lorca!
Espectro de Lorca!
Vós todos, sacrificados da Inteligência!
Espectros de crimes! fantasmas da opressão!
Descei para estes céus demasiadamente agradáveis
Ocultai a gostosura entorpecente da nossa Via-Láctea!
Lorca! sombra de Lorca!
Esconde no teu cadáver espedaçado a glória fácil do Cruzeiro!
Fica no seu lugar!
[98] Versão na revista paulistana Ilustração, nº 30, em 30 de março de 1944 (com gravura de Manuel Martins), e no jornal carioca Diretrizes, em 20 de abril de 1944, p. 17, onde se lê: “A revista Ilustração, de São Paulo, publicou no seu último número um poema de Mário de Andrade, A Tal, que transcrevemos, a seguir, com a devida vênia. Trata-se de uma poesia realmente notável, que merece a mais ampla divulgação. A Tal, por quem o poeta de Pauliceia desvairada clama, outra não é que a segunda frente. Não será preciso discutir, pois, a oportunidade, o sentido político desses versos de Mário de Andrade. Poesias como esta deviam ser decoradas pelo povo”. A correção, pelo autor, a tinta preta, “alívio” para “alivie”, ocorre na p. 17, arrancada de Diretrizes (exemplar de trabalho), coincidindo com a versão original em datiloscrito (Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP).
[99] Poema-carta aos amigos em Piraçununga, escrito em São Paulo, 6 de abril de 1918; assinado: “Mario de Morais Andrade” (fotocópia doada pelo Desembargador Aloysio Álvares Cruz; Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP).
[100] Poema na carta de MA a Anita Malfatti; São Paulo, 22 de dezembro de 1921 (V. BATISTA, Marta Rossetti (Org.). Op. cit., p. 52; documento no Arquivo Anita Malfatti, IEB-USP).
[101] Em 30 [de dezembro de 1922], MA envia a Manuel Bandeira esta versão do poema XLIII de Losango cáqui (V. MORAES, Marcos Antonio de (Org.). Op. cit., p. 79-80).
[102] Versão do poema XVII de Losango cáqui dada a Manuel Bandeira em carta de 5 [de agosto de 1923] (V. MORAES, Marcos Antonio de (Org.). Op. cit., p. 99-100).
[103] Poema enviado a Anita Malfatti na carta de 3 de janeiro de 1924, autógrafo a tinta preta em folha de papel branco pautado, filigranado, tendo no verso o poema Noturno n° 4 (V. BATISTA, Marta Rossetti (Org.). Op. cit., p. 72; Arquivo Anita Malfatti, IEB-USP).
[104] Poema enviado a Anita Malfatti na carta de 3 de janeiro de 1924, autógrafo a tinta preta em folha de papel branco pautado, filigranado, tendo no anverso o poema Noturno n°3 (V. BATISTA, Marta Rossetti (Org.). Op. cit., p. 72-73; Arquivo Anita Malfatti, IEB-USP).
[105] Esta edição de Poesias completas acata a última versão do poema, anexada à carta de MA a Manuel Bandeira, escrita antes de 14 de janeiro de 1925, pelo que se infere da resposta deste destinatário, na data citada (Fundo Manuel Bandeira, Fundação Casa de Rui Barbosa). MA comunica: “Aí vai esse poema escrito faz um ano. Com intermitências, francamente, levei um ano corrigindo. Era quase que duas vezes maior. Reduzindo, reduzindo, ficou nisto. Por último, abrasileirei o cujo. Me parece que valeu a pena. Tem alguma coisa nele. Os preocupados com escolas dirão que é romântico. O meu Espoir en Dieu. Os ‘eternamente alegres’ refugarão... Que bem me importa. Me dê a sua opinião. Essa me interessa.” (V. MORAES, Marcos Antonio de (Org.). Op. cit., 178, 687-689). O poema, logo ao final da primeira versão, foi postado para Anita Malfatti em 3 de janeiro de 1924 (V. BATISTA, Marta Rossetti (Org.). Op. cit., p. 67-72; Arquivo Anita Malfatti, IEB-USP). As notas de rodapé registram as variantes, sem se ocupar de alterações na pontuação.
[106] “23 horas no relógio do Correio”, na versão na carta a Anita Malfatti.
[107] “Que importa?”, na versão remetida a Anita Malfatti.
[108] Na versão enviada a Malfatti: “arreada”.
[109] Na versão na carta à pintora: “para o que”.
[110] No poema enviado a Anita: “aos braços”.
[111] Na versão na carta a Anita: “apenas”.
[112] Na versão dada a Anita Malfatti: este verso é seguido de “Só vejo o que a luz me desvenda.”.
[113] Na carta a Anita Malfatti, o verso termina com “(bis)”.
[114] Na versão encaminhada a Anita Malfatti: “Assustados, agrupados como urus durante o raio...”.
[115] Na versão remetida à pintora: “Pauliceia tornou-se indiferente para mim.”.
[116] “Os meus amigos de Paris”, na versão dada a Anita.
[117] Verso com variante na versão remetida a Anita Malfatti, precedido de: “Não houve minoridade para mim.../ Não tive um José Bonifácio em minha vida.../ Sou rei, TODO ENFEITADO DE JOIAS COLOSSAIS!”.
[118] Na carta a Anita Malfatti o verso é: “A barulheira entra em meu quarto de repente.”.
[119] “Arrebento em prantos convulsos.”, na carta a Anita Malfatti.
[120] Na versão remetida a Anita Malfatti, verso com variante, precedido de: “Lágrimas? Minhas lágrimas, quanto tempo!/ Eu vos acreditava nalgum cemitério da Rússia,/ Voluntárias da Guerra.../ Não há tréguas!”
[121] “Beijos, alegrias, gargalhadas fuzilando no ar.”, na carta a Anita Malfatti.
[122] Entre este verso e o anterior há 6 versos na versão enviada à amiga: “Vaias, apitos, mais apitos.../ São Miguel chama os anjos-da-guarda./ De todas as esquinas os polícias angélicos/ Com grandes espadas de fogo para mim./ Oh, não! Senhor, eu sou teu filho!/ Não me prendas assim!”
[123] “Eu só mastigo estes derradeiros soluços...”, na versão remetida a Anita Malfatti.
[124] Na carta a Anita: “Liberta-me de ti! Liberta-me de ti!”.
[125] Na carta a Anita Malfatti, verso precedido de: “(Aqui enxuguei o rosto)/ Já estou calmo outra vez./ Os anjos não quiseram entrar na minha vida./ Sinto-me tão livre! Sinto-me tão leve!/ Estou voluntariamente pensando em meu Senhor./ Janeiro/ 1/ Terça-Feira/ Quase vaidoso de mim./ Foi ano rico, muito humano./ Heranças, tantas heranças de crimes./ Sorte grande de redentoras ações.”.
[126] “Sou como os outros homens desta Terra”, na carta a Anita Malfatti.
[127] Na versão enviada a Anita Malfatti, este verso e o anterior são: “Senhor, se odiamos também sabemos amar./ Nós pecamos sem que nenhum se esqueça de se arrepender.”.
[128] Na versão enviada à amiga pintora, este e os 3 versos anteriores apresentam variantes: “Senhor, 1924 começou./ Nada te peço./ És Pai, deves saber melhor o que preciso./ Mas não deixes de pôr nas tuas dádivas”.
[129] Na versão remetida a Anita, este verso e o anterior são: “Eu quisera ter a energia do cubismo/ E sua humildade também!”.
[130] Verso com variante na carta a Anita Malfatti, precedido de: “Não te esqueças de me fazer bom como Anita Malfatti,/ Confiante como o Osvaldo!/ Mas que eu nunca me baste a mim mesmo, Senhor!”.
[131] Na carta a Anita está: “Assustam-me as solidões orgulhosas!”.
[132] Acatada a forma “pra”, neste, no verso seguinte e no último da estrofe, aderindo à versão enviada por MA a Manuel Bandeira; na versão na carta a Anita Malfatti, lê-se “para”.
[133] Na versão dada a Anita Malfatti: “Quero muito pedir para penetrar o segredo da esmola!”
[134] Na carta a Malfatti: “Mas é possível que os meus pedidos estejam todos errados,/ Pois só Tu sabes o que falta para mim...”.
[135] Na versão enviada a Anita, este verso e o anterior são: “Porque a minha alma te pertence unicamente,/ Tu não me podes dar a tua unicamente para mim!”.
[136] O confronto da última versão apresentada a Bandeira, com a versão remetida a Anita Malfatti mostra a supressão dos versos: “Tudo o que me dás, eu já te dei./ Tua Cruz, minha cruz;/ Tua Caridade e meu amor.../ O teu Perdão, Senhor?/ Mas quando eu me considero por dentro e por fora/ Vejo que também muita coisa tenho para te perdoar./ Não me amedronta esta blasfêmia./ É uma blasfêmia de criança./ Somos tão camaradas!/ Posso me permitir esta brincadeira contigo.// Senhor, não rio mais, não brinco mais.
[137] Na versão enviada a Anita Malfatti, não há o destaque em maiúsculas.
[138] Na carta a Malfatti: “Ódio, volúpias/ E blasfêmias,/ Desesperos...”.
[139] “Não é preciso que os enumere mais.”, na carta à amiga pintora.
[140] Verso com variante na versão enviada a Anita Malfatti, precedido de: “E todos os homens da Terra estão fazendo como eu!/ Que Pai feliz!/ Deste-nos parte de tua Riqueza,/ Conservando-te sempre integral;/ Nós te damos tudo aquilo que somos,/ E nada fica para nós.// Senhor, 1924 começou.”
[141] “Alguns sinos ondulantes já se infiltram”, na carta a Anita Malfatti.
[142] Na carta a Anita Malfatti: “Vós tereis o bronze... Vós tereis a minha lembrança...”.
[143] “Minhas ideias se cansam...”, na versão remetida a Anita Malfatti.
[144] Verso acrescentado na versão encaminhada a Manuel Bandeira.
[145] “Quereria beber qualquer coisa...”, na carta a Anita Malfatti.
[146] Verso acrescentado à versão enviada a Bandeira.
[147] Na versão na carta a Anita Malfatti: “Esquecia-me... Senhor, o pão nosso de cada dia nos dai hoje!...”.
[148] Trecho de poema transcrito por Manuel Bandeira na carta enviada a MA, [antes de 10 de outubro de 1924]. A resposta do autor, em 19 de novembro [de 1924], convalida o título (V. MORAES, Marcos Antonio de (Org.). Op. cit., p. 134, 149). Fez parte – assim como Moda dos quatro rapazes, Moda do Brigadeiro, Acalanto da pensão azul, Soneto do homem morto e outro rondó do qual restou apenas a quadra: “Quem está na pindaíba/ Fica em Pindamonhangaba/ Não vai ao Rio de Janeiro/ Assistir ao Carnaval.” – do conjunto de poemas escritos em Campos do Jordão.
[149] Quadra remanescente de poema referido por MA apenas como “primeiro rondó”, o qual figurou, assim como o Rondó das coisas incríveis, no grupo resultante de viagem a Campos do Jordão, em 1924. Encontra-se na carta de 19 de novembro [de 1924], a Manuel Bandeira, onde se lê: “Bom dia. Revi agora os Poemas de Campos do Jordão. Aqui as lembranças maiores tuas foram aceitas todas, menos a maiorzona. Aconselhas-me a tirar um dos melhores poemas do grupo. Não tirei. De gustibus... meu caro. No Rondó das coisas incríveis foste luminoso. Agora ficou estupendo de síntese. Ah!... também não tirei a quadra do primeiro rondó.” (V. MORAES, Marcos Antonio de (Org.). Op. cit., p. 149). Do grupo, constituído por Moda dos quatro rapazes, Moda do Brigadeiro, Acalanto da pensão azul e Soneto do Homem Morto, apenas os três primeiros saíram em Clã do jabuti, livro de 1927. Antes, Acalanto da pensão azul aparece como Rondó da pensão azul, em Letras Novas, a. 1, nº 4-5; Natal, outubro-novembro de 1925, acompanhado da nota: “Pensão para tuberculosos nos Campos do Jordão”; Moda do Brigadeiro, como Rondó do Brigadeiro, mostra-se no nº 2 de Verde, revista de Cataguases, em outubro de 1927. Quanto ao Soneto do homem morto, MA o incluiu em Poesias, 1941, e a presente edição de Poesias completas o acrescentou em Clã do jabuti.
[150] Em 18 de outubro de 1925, escrevendo a Manuel Bandeira, MA envia este poema do então chamado “Ciclo da Maria”, vinculando-o a Dez quadrinhas de sua autoria (V. MORAES, Marcos Antonio de (Org.). Op. cit., p. 249-250).
[151] Poema na carta de 20 de outubro de 1925 a Paulo Prado (Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP).
[152] Documento em fac-símile na edição de Aracy Amaral da Correspondência Mário de Andrade e Tarsila do Amaral (São Paulo, Edusp/ IEB, 2001, p. 47).
[153] Este poema e a respectiva gênese estão na carta de MA a Manuel Bandeira, datada de 21 de fevereiro de 1926: “Hoje às três da manhã fiz um poeminha que está longe de ser excelente porém que possui uma calma tão gostosa, é tão silencioso que mando pra você. [...] As meninas muito sábadas são recordação dum domingo antigo. Mudei domingas pra sábadas porque ficava ‘domingas galinhas’. Além disso domingas parece nome próprio” (V. MORAES, Marcos Antonio de (Org.). Op. cit., p. 276).
[154] Em carta de 1º de agosto de 1926, comentando poemas de Drummond, MA cita estes versos seus: “Estou me lembrando dum poema já antigo meu que talvez saia no Clã do jabuti e em que mais ou menos a mesma ideia vem” (V. ANDRADE, Carlos Drummond de. Op. cit., p. 234).
[155] Poema escrito para Dulce do Amaral Pinto, filha de Tarsila, apelidada Dolur (V. AMARAL, Aracy (Org.). Op. cit., p. 129). Em 13 de maio de 1927, MA está com D. Olívia Guedes Penteado, Margarida Guedes Nogueira e Dolur, em sua viagem de turista aprendiz à Amazônia (V. ANDRADE, Mário de. O Turista Aprendiz. Ed. cit., p. 55).
[156] Poema na carta de 11 de maio de 1929, a Manuel Bandeira. Remodelado sai sob o título Momento (1929) em “A costela do Grã Cão” em Poesias, 1941 (V. MORAES, Marcos Antonio de (Org.). Op. cit., p. 418).
[157] Poema na carta a Yolanda Jordão Breves, datada de 7 de setembro de 1941; publicada no Jornal do Brasil; Rio de Janeiro, 24 de novembro de 1983 (Coleção Carlos Alberto Passos, IEB-USP).
[158] Esta estância e a anterior estão presentes em Dez quadrinhas, com alterações na pontuação (V. Poesias inéditas e esparsas: i. Poemas em conjuntos reunidos por Mário de Andrade).
[159] Na folha de anterrosto do livro de Almeida Garrett – Frei Luís de Sousa/ Um auto de Gil Vicente (Porto: Livraria Chardron, s.d., Coleção Lusitânia) – encontra-se a primeira versão do poema Artista, usado por MA como exemplo de soneto no Prefácio interessantíssimo de Pauliceia desvairada; está sem esse título e sem a divisão dos quartetos.
[160] Rasura: hesitação: “um barbante e cola/ que o meu sangue cola”.
[161] Autógrafo a grafite no verso da capa da partitura para piano Poèmes virgiliens: les abeilles de Th. Dubois (Rio de Janeiro: Arthur Napoleão, s.d.). Os versos de Virgílio que inspiraram Mário de Andrade estão transcritos e traduzidos na edição: “Illae continuo saltus silvasque peragrant/ Purpureosque metunt flores, et flumina libant/ Summa leves”; “Les abeilles parcourent les bocages et les buissons/ butinent sur les fleurs pourprées et rasent, légères,/ la surface des eaux”.
[162] Esboço a grafite na folha de falso-rosto de Versos da Mocidade de Vicente de Carvalho (Porto: Livraria Chardron, 1912).
[163] A primeira versão do poema mostra-se na marginália de MA; é o esboço a grafite, nas p. 162-163 do romance de Heinrich Mann, Die Armen
(Leipzig: Kurt Wolff Verlag, 1917). Na carta 31 de maio [de 1925], a Manuel Bandeira, está o relato da gênese do poema: “Dia 13 de maio, no bonde, escrevi este poema num livro de Heinrich Mann que estava lendo. Veio de repente por causa de duas meninas que passaram enquanto eu estava esperando o bonde. Não é engraçado? Não foi 13 de maio não, foi num feriado de abril, creio que 21, eu ia no concerto da Sinfônica, me lembro muito bem.” (V. MORAES, Marcos Antonio de (Org.). Op. cit., p. 213). Bandeira, em sua edição das cartas (Rio de Janeiro: Simões, 1958, p. 81), identifica o texto, no rodapé: “Sambinha”. O ano de 1925 é deduzido da menção de MA a sua máquina de escrever, a Remington Manuela, cuja compra é mencionada em outra carta ao poeta de Carnaval, datada de 18 de abril de 1925.
[164] Poema em autógrafo a grafite nas margens do artigo de André Suares, Musique & Poésie, em La Revue Musicale (a. 6, nº 1. Paris, 1 de novembro de 1924, p. 1).
[165] Esboço em autógrafo a grafite no manuscrito d’A gramatiquinha da fala brasileira (Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP).
[166] Esboço de poema junto de anotações várias, tendo como suporte a folha da letra “S” de caderneta de endereços; autógrafo a grafite, riscado a lápis azul que, no código de cores de MA, significa matéria excluída; fólio no manuscrito d’A gramatiquinha da fala brasileira (Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP).
[167] Poema-dedicatória a Joaquim Álvares Cruz, assinado “Mario”, no exemplar de Poesias de Raimundo Corrêa (3ª ed., Lisboa: Parceria Antonio Maria Pereira, 1910), doado pelo Desembargador Aloysio Álvares Cruz ao IEB-USP.
[168] Manuscrito no Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP.
[169] Folhas remanescentes do manuscrito de Losango cáqui mostrando, no topo, versão dos dois últimos versos do poema XL, conforme o livro de 1926: “Não devia dizer ‘meu coração estala’.../ Esta preocupação dum sentimento que passou!...”. Esta versão guarda – nos números “XLI”, “I” e “L”, ao lado do título “VII” –, possibilidades na ordenação dos textos no volume.
[170] No manuscrito: “Auf wieder zehen!...”
[171] Poema em folhas remanescentes do manuscrito de Losango cáqui, Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP.
[172] Em O Fanal, MA publica Noção de pátria e Canção de soldado; artigo e poema que conservou como recortes, anotando, na margem do primeiro: “Aparecido em O Fanal jornaleco militar que se publica em Sant’Ana. 7 de setembro de 1922”, e, na do segundo: “O Fanal Jornalzinho de Sant’Ana, 29/X/922” (V. Poesias inéditas e esparsas: 2. Poemas publicados por Mário de Andrade em jornais e revistas).
[173] Nota MA: “Nota (para o fim do volume): Para que não me acusem de plágio, sou obrigado a confessar que este poema é a cópia exata do sumário da revista parisiense: Bulletin de la Vie Artistique, 2º ano, nº 13”.
Nota da edição: Texto em folhas remanescentes do manuscrito de Losango cáqui (Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP). O poeta apropria-se do sumário do Bulletin de la Vie Artistique (a. 2, nº 13; Paris, 1º de julho de 1921), número ausente de sua biblioteca. Poema referido por MA em carta de 29 [de novembro de 1925], a Prudente de Moraes, neto: “Eu, duma feita fiz um lindinho poema dadaísta Parlons Peinture copiando na íntegra o sumário dum número do Bulletin de la Vie Artistique que não sei quem me mandou de Paris. Procuro agora a contraprova que guardei porém só encontro um pedaço. Respeitei tudo, até a pontuação. Veja se não é gostoso mesmo de ironia, e de sequência lógica na simultaneidade. [...] Repare quanta sequência lógica sobretudo a ironia magistral da sequência 5º, 6º e 7º versos. Todo o final então é uma joia pura de fineza e de ironia. Considero esse poema uma invenção.” (V. KOIFMAN, Georgina (Org.). Cartas de Mário de Andrade a Prudente de Moraes, neto. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985, p. 156).
[174] Versão em datiloscrito no Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP. Mostra variantes no confronto com a versão enviada por MA a Tarsila do Amaral na carta de 20 de maio [de 1923]: “Querida amiga [...] Escreve-me alguma coisa. Conta-me de ti. Teus projetos, anseios, vitórias. Sabes perfeitamente quanto me interessa qualquer coisa que te diga respeito. Sei que trabalhas muito. Que fazes. Manda-me um desenho teu. Queres? Será uma correspondência originalíssima. Tu com desenhos, eu com poemas. Para começar, mando-te esta impressão do Tédio da alvorada do Villa-Lobos”.
[175] Na versão enviada à pintora: “A primeira voz da mata goteja das franças, úmida de orvalho”.
[176] Na versão remetida a Tarsila: “Tudo acorda e se queda num bafo lânguido de sumo e de suor”.
[177] Este verso e o 18 aparecem sem reticências e em caixa alta, na versão oferecida a Tarsila.
[178] Na versão para Tarsila: “O mesmo ribeirão nacionalista, com o sombrio das águas fundas...”
[179] Na carta à pintora está: “De tarde o pormenor romântico dum veado... / O Dia mais uma vez!”.
[180] “Seus cabelos duros de noite”, na versão remetida a Tarsila do Amaral.
[181] Na carta à pintora: “descobrindo-lhe o corpo”.
[182] Manuscrito, letra e música (Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP). Guilherme de Almeida publica O hino dos hominhos no Suplemento literário de O Estado de S. Paulo (a. 4, nº 171. São Paulo, 27 de fevereiro de 1960; Biblioteca IEB-USP). O hino surge certamente dos festivos encontros do grupo modernista paulistano, entre 1923 e 1927. Em carta de 23 de novembro [de 1925], Manuel Bandeira afirma: “Recebi e gozei o ‘hino dos gambás’.” (V. MORAES, Marcos Antonio de (Org.). Op. cit., p. 256). Ainda em 1925, nos caminhos do nacionalismo, MA escreve Clã do jabuti, título que afirma a resistência do brasileiro, apropriando-se do significado desse animal nos contos indígenas recolhidos por Couto de Magalhães, em O selvagem. O hino desenvolve a oposição gambá/ manacá, palavra esta que, na gíria da época equivalia a mulher bela, perfumada. No diário da viagem de MA Turista Aprendiz, em 1927, a mecenas Dona Olívia Guedes Penteado é apelidada Manacá.
[183] Manuscrito: letra e música (Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP).
[184] Na lembrança do sobrinho de Mário de Andrade, Carlos Augusto de Andrade Camargo, existe mais esta quadra, seguida do refrão: “Eu tenho n’arma/ Uma ferida/ Bem querida/ Que afiná/ Quem me deixô/ Foi a Maroca/ Do Cruzá/ Essa ferida/ Inda dói/ Como chifrada/ Da boiada/ Na invernada/ Quando a gente/ Vai de tarde/ Passeá!”
[185] Poema de MA musicado por Marcelo Tupinambá, para canto e piano; nº 2 na 2ª série das Canções brasileiras. Em 29 de janeiro de 1926, MA escreve: “Autorizo o sr. Campassi a imprimir a Canção Marinha de Marcello Tupinambá, com os versos de minha autoria que a acompanham.” (Fundo Marcelo Tupinambá, IEB-USP). MA utiliza versos da Canção marinha na redacão de Praieira, excluindo a segunda estrofe e invertendo a primeira e a terceira (V. Poesias inéditas e esparsas: 1. Poemas em conjuntos reunidos por Mário de Andrade).
[186] Poema no manuscrito O Turista Aprendiz (V. ANDRADE, Mário de. O Turista Aprendiz. Ed. cit, p. 185-186). Escrevendo a Manuel Bandeira, em 27 de novembro de 1927, MA conta a gênese do poema e oferece outra versão. (V. MORAES, Marcos Antonio de (Org.). Op. cit., p. 367).
[187] Na versão apresentada a Manuel Bandeira: “Que luz que alegria que monotonia”.
[188] Na carta a Bandeira, este verso e o anterior são: “Só cada grelada de cada pequena/ De tipo mexido ianque-brasileiro”.
[189] Quadrinha no manuscrito de O Turista Aprendiz. (Ed. cit., p. 187).
[190] Poema escrito para Stella Gris Ferreira, mulher de Ascenso Ferreira; publicação póstuma em 8 de março de 1996, no jornal paulistano O Estado de S. Paulo (V. Coleção Carlos Alberto Passos, IEB-USP).
[191] Manuscrito no Arquivo Mário de Andrade.
[192] Os aviadores empenhados na Revolução Constitucionalista José Ângelo Gomes Ribeiro e Mário Machado Bittencourt perecem, em 24 de setembro de 1932, na tentativa de bombardear Santos.
[193] Texto na caderneta Poemas, no manuscrito de Lira paulistana (Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP).
[194] No manuscrito, hesitação sobreposta: “Tua aspiração”.
[195] Manuscrito (Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP).
[196] Manuscrito no dossiê Cantos de guerra (Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP).
[197] Manuscrito no dossiê Cantos de guerra (Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP). No confronto com a última versão de O carro da Miséria, mostra-se, com exceção de Amargura, como uma primeira versão conhecida de partes em que o poema se divide, aqui identificadas.
[198] A primeira versão conhecida de Amargura é o poema Monólogo, na carta de MA a Manuel Bandeira, em 27 de dezembro de 1929 (V. MORAES, Marcos Antonio de (Org.). Op. cit., p. 436). No manuscrito de O carro da Miséria, corresponde à parte IX. Na versão endereçada a Bandeira, além de variantes na pontuação, os quatro últimos versos são: “Crise, mulheres, cinema/ E a p... que te pariu./ Não insista mais, ouviu?/ Sou desgraçado. Não fumo.”.
[199] No manuscrito: “gaiganta”.
[200] No manuscrito de O carro da Miséria, corresponde à parte XIV.
[201] Manuscrito no dossiê Cantos de guerra (Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP).
[202] Manuscrito no Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP. Publicação póstuma como Um poema inédito de Mário de Andrade/ Nova canção de Dixie (Correio Paulistano. São Paulo, 24 de fevereiro de 1946).
[203] Manuscrito no Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP.
[204] Texto na caderneta Poemas, no manuscrito de Lira paulistana (Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP).
[205] Manuscrito no Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP.
[206] Entre 22 e 24 de fevereiro, MA planeja e escreve os primeiros versos deste seu possível oratório profano; no dia seguinte, morre.
[207] Rasura: hesitação: “Das consolações quentes do gozo”.
[208]MA refere-se a seu poema A Meditação sobre o Tietê, concluído em 12 de fevereiro, 1945.
[209] Manuscrito no Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP. MA recriou, em francês, poemas seus. Sua tradução de Noturno e Paisagem nº4, de Pauliceia desvairada; de São Pedro, publicado na revista Klaxon, assim como Momento, que saiu em A Idea ilustrada, foram difundidos em “Território da tradução”, número especial de Remate de Males: revista do Departamento de Teoria Literária da Unicamp (nº 4; Campinas, dez. 1984, p. 17-18), com notas de Iumma M. Simon, Alexandre Eulálio e Charlotte Galves, esta responsável pela revisão, à qual a presente edição de Poesias completas recorreu.
[210] Manuscrito no Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP. Publicado no número especial “Território da tradução”; loc. cit., p. 19-209).
[211] No manuscrito está: “rodent” (v. 1, 13); a edição adota a forma rôndent (verbo rôder), seguindo a revisão do francês por Charlotte Galves, em “Território da tradução”
[212] Rasura: hesitação: “plantations / caféiers”.
[213] Manuscrito no Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP. MA traduz seu poema Momento, publicado em A Idea Illustrada (nº 16; São Paulo, 1923), retomado em Poesias inéditas e esparsas: 2. Poemas publicados por Mário de Andrade em jornais e revistas, na presente edição de Poesias completas. A tradução de MA está no número especial “Território da tradução”; loc. cit., p. 20-21.
[214] Manuscrito no Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP. Tradução de São Pedro (Klaxon, nº 4, 15 de agosto de 1922). Publicado no número especial “Território da tradução”; loc. cit., p. 21-22.
[215] No original: “[...] des nègres/ des mulatres/ des indiens” (v. 28-30); a presente edição adota a revisão do francês por Charlotte Galves, em “Território da tradução”.
[216] Manuscrito no Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP.
[217] Manuscrito; provável primeira versão da tradução publicada como Paysage/ (São Paulo), acompanhada da nota: “Traduit du portugais par Serge Milliet”, em Lumière (Antuérpia, 15 de agosto de 1922), páginas conservadas por MA (Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP). Poema incluído em De groep Klaxon em Het Overzicht, nº 20 (Amsterdam, janeiro de 1924, p. 130-132), matéria que apresenta, também, de MA, Nature; Les discoboles, Epigramme e Sieste de Guilherme de Almeida; Paix Universelle de Tácito de Almeida e Boite a souvenirs (com dedicatória a Oswald de Andrade) de Sérgio Milliet. A presente edição de Poesias completas toma como texto base a versão na revista holandesa.
[218] No manuscrito e na revista Lumière, o verso termina em reticências.
[219] No manuscrito e em Lumière, este verso é dividido: “dialogue une complainte / avec le vent...”
[220] Rasura: “allégresse” é substituída por “joie”, no manuscrito. Em 1922, na revista Lumière e, em 1924, em Het Overzicht MA retoma o substantivo “allégresse”.
[221] Manuscrito no Arquivo Mário de Andrade, IEB-USP
[222] Poema publicado na matéria De groep klaxon em Het Overzicht, nº 20 (Amsterdam, janeiro de 1924, p. 131), onde estão também Paysage de MA; Les discoboles, Epigramme e Sieste de Guilherme de Almeida; Paix Universelle de Tácito de Almeida e Boite a souvenirs de Sérgio Milliet.
[223] Nota MA: “Grand arbre des forêts brésiliennes”.
[224] Tradução de Mário de Andrade em Poesias do chileno Arturo Torres-Rioseco (Rio de Janeiro/ Porto Alegre/ São Paulo: Livraria do Globo, 1945, p. 47-48); tradução de Ana Amélia Queiroz Carneiro de Mendonça, Aurélio Buarque de Hollanda, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Jorge de Lima, Manuel Bandeira, Mário de Andrade, Marques Rebelo, Murilo Mendes, Oswald de Andrade, Vinícius de Moraes. Introdução de Gabriela Mistral.
[225] Tradução de Mário de Andrade em Poesias do chileno Arturo Torres-Rioseco (Ed. cit., p. 49-50).
[226] Tradução de Mário de Andrade em Poesias do chileno Arturo Torres-Rioseco (Ed. cit., p. 51-52).
[227] Tradução de Mário de Andrade em Poesias do chileno Arturo Torres-Rioseco (Ed. cit., p. 53-54).