giff.jpg A culpa[40] giff.jpg 

 

 

Não tem ninguém por si, ninguém que o estime. 

Percebe em todos natural repulsa. 

Sorri. Ninguém sorri. E, à dor que o oprime, 

Sai-lhe a risada, esgar, torta e convulsa. 

 

5     Jamais pratica um mal, jamais um crime 

Dentro em seu peito encontra abrigo e pulsa: 

Mas vai, sem ter um ombro a que se arrime, 

De coração sem eco, de alma avulsa. 

 

Desde que assim se viu perdeu a calma, 

10   Busca em ânsia um amigo e ao grande mundo 

Só vê desertos a florir abrolhos... 

 

Até para chorar, no fundo da alma, 

Precisou de cavar um poço fundo 

Onde escoassem os prantos dos seus olhos.