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O Key Account Manager tem uma atividade voltada para o desenvolvimento de negócios do cliente e com o cliente, com uma visão de longo prazo, com múltiplas interações de pessoas e processos e com o foco na sua participação no cliente e na rentabilidade que obterá com as vendas realizadas.

Para a realização desse tipo de atividade, dois instrumentos básicos devem ser gerenciados: o sistema de informações e o plano de gestão dos clientes.

O sistema de informações e o plano de gestão dos clientes não são meros instrumentos de apoio e atividades que devem ser realizadas em determinados períodos, mas sim o instrumento de gestão do cliente, que deve ter uma abordagem ampla e de longo prazo. O trabalho do Key Account Manager é gerir informações e planos que resultem na gestão do cliente.

Esses dois instrumentos são a essência do trabalho do Key Account Management (KAM), e não acessórios para realizar seu trabalho. Não ter um sistema de informações atualizado significa não ter feito o trabalho de forma adequada. Não ter um plano de gestão de clientes significa não estar trabalhando a longo prazo e não estar potencializando todas as variáveis e interações necessárias para a otimização da gestão do cliente.

Os processos, os padrões e a organização do trabalho do gestor de clientes se apoiam nesses dois instrumentos.

6.1 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES DE GESTÃO DO CLIENTE

Para atingir os objetivos de desenvolver o cliente, interagindo em seu ambiente de negócios e com sua equipe, é necessário ter um profundo conhecimento do ambiente do cliente, de sua organização, de seu processo de gestão, de sua cultura e das pessoas que lá trabalham. É necessário, ainda, ter um registro estruturado da evolução das interações e dos negócios com esse cliente como forma de estabelecer um programa de crescimento contínuo no relacionamento e nos negócios.

Segundo Rock,[1] é necessário ter um perfil do cliente bastante amplo para desenvolver a atividade de gerenciamento de contas especiais; no entanto, deve-se evitar o risco de colocar todo o tipo de informações nesse perfil, sob pena de torná-lo complexo e de difícil utilização.

O sistema de informações é o cliente dentro da empresa. Todos os setores conhecerão o cliente por meio do sistema, ou seja, ele só existe na organização a partir do sistema de informações.

Se o gestor de contas especiais quer o apoio dos setores internos para a gestão do cliente, o primeiro passo é ter um sistema de informações que permita a esses setores internos ter a mesma visão dele, dentro da empresa.

O sistema de informações deve ser desenvolvido especialmente para o KAM pois, em geral, os sistemas existentes na empresa tendem a se concentrar em atividades internas ou em informações gerais do mercado de atuação da empresa, enquanto o sistema de gestão de clientes especiais deve ter informações do mercado, do modelo de gestão do cliente e dos planos e interações com este, que são questões muito específicas.

O KAM utilizará, do sistema de informações geral da empresa, apenas as informações de vendas e resultados com o cliente. O restante do sistema são informações do dia a dia das interações e que devem ser alimentadas pelo gestor do cliente especial.

6.1.1 Abrangência do sistema de informações

O sistema de informações reflete o trabalho do KAM; portanto, para desenvolvê-lo, devem ser analisadas as atividades que abrangem a gestão desse cliente. De forma simples, existem três atividades básicas na gestão do cliente:

Conhecer: é necessário conhecer quem é o cliente, em que mercado está inserido, seu papel e presença, sua participação, seu potencial competitivo, o potencial de compra, seu modelo de gestão, como está estruturado seu centro de compras, quem são as pessoas chave, que serviços demanda, qual a sua reputação, sua cultura negocial, seu histórico financeiro, entre outras características.

Planejar: o planejamento deve responder questões sobre que metas podem ser estabelecidas, que produtos podem ser oferecidos, quais são as prioridades, o que pode ser feito para atingir os objetivos, quais os novos negócios que podem ser desenvolvidos, quais ações e quais recursos são necessários, entre outros.

Gerir: a gestão deve considerar as atividades do dia a dia e o acompanhamento do que foi planejado, o padrão de atendimento, o tipo de interações pessoais e entre grupos, visitas, contatos, controle das ações, controle das vendas, controle dos resultados, entre outros.

O sistema de informações deve refletir as ações realizadas e o que é relevante conhecer para realizar essas ações e, dessa forma, tornar-se eficiente sem registrar informações desnecessárias, mostrando, ao mesmo tempo, o que está sendo feito no gerenciamento do cliente.

Em geral, tende a existir uma aversão das equipes de vendas à preparação e manutenção do sistema: primeiro, porque se entende que se está fazendo algo para os outros, não para o próprio trabalho; depois, porque se valoriza a informalidade da memória e do conhecimento pessoal, o que minimiza a importância de registrar as informações no sistema.

Esse comportamento é resultado de dois aspectos: experiências de sistemas inadequados que, efetivamente, demandavam informações desnecessárias, tirando o foco do gestor de clientes, e a existência de um comportamento cultural do improviso e da individualidade, que não reconhece a necessidade de registrar as informações no sistema. Entende-se que o sistema é algo acessório ao trabalho quando, na realidade, o sistema é o trabalho do gestor de contas.

O apoio dos setores internos só será possível se todos estiverem vendo o mesmo cliente. Nesse caso, o sistema de informações é o cliente.

O cliente para a empresa é o sistema de informações.

6.1.2 Estrutura do sistema de informações do cliente

O sistema de informações deve ser estruturado de acordo com as atividades a serem realizadas e, portanto, atender às etapas de gestão do cliente. As informações do sistema são aquelas necessárias para realizar uma boa gestão do cliente e sem as quais o trabalho não pode ser desenvolvido de forma adequada.

Portanto, o sistema de informações formal é apenas o registro das informações que precisam ser coletadas nas atividades normais de relacionamento com o cliente, para a realização do trabalho.

6.1.2.1 AMBIENTE DO CLIENTE (CONHECER)

O foco do KAM é o sell out, ou seja, a melhora dos negócios do cliente. Para tal, deve-se conhecer e entender o seu ambiente tanto externa como internamente.

Ambiente externo:

a) Ambiente de negócios: setor de atividade no qual o cliente atua, tamanho do mercado, nível concorrencial, estabilidade ambiental, fatores críticos de sucesso do setor.

b) Posicionamento de mercado do cliente: imagem e participação de mercado, cobertura de mercado, interações na cadeia de negócios, tipos de clientes, áreas de atuação e diferenciais competitivos.

Ambiente interno:

c) Estrutura e gestão do cliente: capital e recursos instalados, domínio tecnológico, capacidade de reação ao mercado, modelo de gestão, estrutura organizacional, modelo de planejamento de negócios, políticas de compras e fornecedores, planos para os próximos anos.

d) Organização do cliente: características dos gestores, cultura interna, níveis hierárquicos, estrutura de poder formal e informal, participantes e papéis exercidos nas unidades de decisão de compras, características pessoais dos gestores, perfil negocial técnico e afetivo, turnover de pessoal.

6.1.2.2 PLANO DE GESTÃO DO CLIENTE (PLANEJAR)

A gestão do cliente deve ser feita com um direcionamento e com objetivos definidos de curto, médio e longo prazos. As atividades do dia a dia devem ser orientadas e integradas de tal forma que se otimize o tempo alocado.

A partir da análise do cliente e dos objetivos da empresa, o plano de negócios deve estabelecer objetivos de curto, médio e longo prazos de participação no cliente, de vendas e de rentabilidade, novos negócios a desenvolver, programas de ação a serem implantados, formas de atendimento e interação entre as empresas, recursos a serem aplicados e indicadores de performance.

6.1.2.3 INTERAÇÕES E RESULTADOS COM OS CLIENTES (GERIR)

A partir do plano estabelecido e dos resultados obtidos, deve-se estabelecer as interações com o cliente. As atividades planejadas e realizadas devem ser registradas considerando:

Negócios com o cliente: histórico dos negócios realizados, volumes e rentabilidade, portfólio de produtos e serviços, custo de servir, tipo de serviços agregados, características das negociações.

Interações com o cliente: histórico das interações entre as equipes, frequência de atendimento, amplitude das relações, assuntos tratados, grupos envolvidos, visitas realizadas e questões pendentes em desenvolvimento.

O modelo do sistema de informações pode ser ilustrado conforme a Figura 6.1.

Figura 6.1 Modelo do sistema de informações do KAM

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O grau de profundidade e o detalhamento das informações estarão ligados à necessidade de interação com o cliente e à sua disposição em disponibilizar as informações. A atualização e o aprofundamento das informações devem fazer parte da rotina de todos os envolvidos no relacionamento e nas interações com o cliente. O sistema de informações é uma atividade viva e que se atualiza no dia a dia, refletindo as interações com o cliente.

6.2 PLANO DE GESTÃO DO CLIENTE ESPECIAL

O gerente de contas especiais deve ter a visão orientada para os negócios do cliente, para o desenvolvimento de relacionamento de longo prazo, para a implantação de ações que envolvem diversas pessoas de sua empresa e do cliente e para a aplicação de recursos que desenvolvam os negócios. Ao mesmo tempo, deve atingir os objetivos estabelecidos pela sua empresa. Essa variedade de ambientes, ações, pessoas e prazos torna o exercício de planejar as atividades e a elaboração de um plano de negócios essenciais para a condução da função.

O gerente de contas estará envolvido com os planos de negócios de sua empresa e de seu cliente. Tomando esses planos como base, deverá elaborar os seus próprios métodos para orientar sua atividade. O gerenciamento de contas especiais exigirá planos de três tipos: para o gerenciamento dos clientes, para campanhas de vendas e operacionais de vendas.[2]

O plano é o mapa que orienta e direciona todas as atividades de gestão do cliente na busca dos objetivos estabelecidos. Os grandes desafios do plano são prepará-lo, atendendo os interesses de todos os envolvidos, e garantir que ele seja suficientemente claro e objetivo para ser efetivamente usado por todos, principalmente pelo gerente de contas. A solução está em estabelecer um processo de elaboração de plano concentrado em sua aplicabilidade. Nesse sentido, deve-se considerar:

Ser resultado de um trabalho de equipe, de forma que todos os envolvidos em sua implantação tenham participado de sua elaboração.

Ser uma ferramenta essencial no gerenciamento do cliente e um instrumento de controle utilizado por todos, diariamente.

Ser dinâmico e adaptável, refletindo o ambiente no qual está sendo aplicado.

Ser um mecanismo pelo qual os envolvidos aceitam a responsabilidade de executar as atividades necessárias para atingir os objetivos propostos.

O plano pode ser preparado em diversas ocasiões e deve estar em constante revisão, a partir das interações com o cliente e dos resultados obtidos. Há situações, no entanto, que demandam uma elaboração formal:

Deve ser usado regularmente para acompanhamento, revisão ou redirecionamento do processo, em geral, com periodicidade anual ou semestral.

Quando um novo grupo de gerência de contas especiais está sendo formado.

Quando uma nova campanha de vendas está sendo criada.

Quando vários membros do grupo foram substituídos, para engajar essas pessoas no processo e aproveitar suas novas ideias.

Para agregar e integrar o grupo e criar uma visão única.

O plano escrito do gerente de contas é a melhor forma de manter o controle sobre a evolução e a possibilidade de atingir os objetivos e o efeito das ações sobre os resultados. O plano deve conter objetivos e metas, as pessoas envolvidas, os projetos e programas de ação e os recursos a serem aplicados, bem como os riscos envolvidos e a previsão das possíveis contingências.[3]

A integração do plano do gerente de contas com os planos gerais da empresa é essencial, e deve ser desenvolvida a partir das suas orientações gerais. A sequência natural é estabelecer os planos por cliente e avaliar sua adequação aos planos da empresa, buscando uma consonância entre o potencial do cliente e as metas da organização.

O plano da empresa pode servir de base para o plano do cliente, particularmente no que diz respeito a aspectos gerais do ambiente do mercado. Contudo, o plano do cliente se inicia com a análise do ambiente de seu mercado. O segmento desse cliente pode apresentar comportamento distinto do ambiente da empresa. Deve-se, portanto, buscar a coerência entre os planos, mas não deve ser estabelecido um ambiente único, necessariamente. Dessa forma, os planos se complementam e interagem, mas não são os mesmos.

6.2.1 Modelos de elaboração do plano de contas especiais

O plano de contas especiais compreende, essencialmente, dois elementos: a análise da situação e a estratégia para a conta especial.

A análise da situação deve considerar o ambiente de mercado do cliente especial, da empresa e dos concorrentes. Essas análises são realizadas com base em dados primários e secundários, dados qualitativos e quantitativos e dados formais e informais. Com base nessas análises será possível identificar tendências centrais e importantes do ambiente e que permitirão projetar o futuro. Para cada tendência chave identificada, deve-se fazer o seguinte questionamento: quais são as influências dessa tendência para o cliente especial? E para a empresa? Esse questionamento permitirá estabelecer as pressuposições básicas do plano de negócios e identificar as ameaças e oportunidades que servirão de base para estabelecer os objetivos do plano.[4]

A estratégia para a conta especial está relacionada com a alocação de recursos e é formulada com a visão do longo prazo e do relacionamento a ser desenvolvido com o cliente. Ela parte da análise do ambiente e considera as condições e objetivos gerais da organização, definindo as ações que deverão ser implantadas para atingir os objetivos propostos.

Uma visão semelhante é mostrada por Cheverton,[5] que afirma ser necessário ter o foco na ação ao utilizar o modelo de elaboração do plano de contas especiais. Esse plano deve ser dividido em quatro partes: sumário executivo, ações, análise e informação.

Para Ryals e Rogers,[6] a estrutura do plano de gerenciamento de contas é semelhante à do plano de marketing, com a diferença de que é preparada tendo como foco exclusivo o cliente.

O plano deve conter, basicamente, seis etapas: sumário executivo, visão geral do gerenciamento de contas, objetivos e estratégias, alinhamento com o cliente, gerenciamento do relacionamento e plano de implantação.

Os modelos dos diversos autores seguem, em geral, uma linha semelhante, enfatizando a necessidade de considerar tanto o ambiente da empresa como o ambiente do cliente, o envolvimento dos diversos setores de ambas as organizações, a orientação da continuidade do relacionamento e a necessidade de se atingir os objetivos do cliente e da empresa.

Quadro 6.1 Etapas do processo de elaboração do plano de clientes especiais[7]

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Para que o plano de gerenciamento de contas especiais possa ser implantado e não enfrente muita resistência, é essencial que seja discutido e aprovado tanto pela organização vendedora como pelo cliente.

O processo de elaboração do plano do cliente, se tratado de forma adequada, com tempo e envolvendo os diversos setores e pessoas por parte do cliente e da empresa, é uma ótima forma de estreitar o relacionamento e levar a discussão mais para negócios do que para negociação.

6.2.2 Proposta do modelo de plano de gestão de clientes especiais

O plano de gestão de clientes especiais é o principal instrumento de trabalho do Key Account Manager e se diferencia dos planos convencionais por ser efetivamente orientador das atividades realizadas com o cliente.

Nesse sentido, o plano irá se basear no sistema de informações, que garantirá a visão contínua do que está acontecendo com o cliente e de guia para estabelecer o padrão de atendimento da empresa ao cliente especial. Servirá, ainda, como orientador das ações necessárias para atingir os objetivos estabelecidos de participação no cliente (client share), de faturamento e rentabilidade. É no plano, ainda, que se estabelecem os valores que serão investidos no cliente.

O modelo de plano apresentado a seguir já foi testado em mais de 500 clientes de diversos setores de atividade e tem demonstrado atender às necessidades da gestão do cliente, além de estabelecer o sistema de trabalho do KAM.

6.2.2.1 ETAPAS DO PLANO DE GESTÃO DE CLIENTES ESPECIAIS

As etapas do plano compreendem as seguintes atividades:

Informações gerais sobre o cliente, suas atividades e fatores relevantes.

Análise do ambiente do cliente:

Externo:

Estudo das características e evolução do segmento de mercado.

Posicionamento e participação do cliente no mercado.

Ambiente concorrencial e fatores críticos de sucesso no segmento.

Interno:

Estrutura implantada, abrangência de mercado.

Recursos e processo de gestão do cliente.

Cultura negocial do cliente e estrutura da unidade de decisão de compras.

Políticas de gestão de compras e fornecedores.

Análise do ambiente de negócios do cliente com a empresa:

Importância da empresa nos negócios do cliente.

Participação dos concorrentes.

Potencial e posicionamento competitivo.

Análises de ameaças e identificação de oportunidades no cliente.

Riscos potenciais no ambiente do cliente:

Ampliação da participação nos negócios existentes.

Desenvolvimento de novos negócios.

Estratégias de integração e geração de custo de abandono.

Evolução do relacionamento com o cliente:

Evolução da participação nos negócios do cliente, de vendas e rentabilidade.

Definição de objetivos e metas da empresa e do cliente.

Crescimento em participação, vendas e rentabilidade.

Ampliação da linha de produtos e novos negócios.

Definição dos programas de ação.

Atividades gerais de manutenção do relacionamento:

Atividades específicas para crescimento de participação em produtos existentes e para novos produtos.

Definição dos indicadores de desempenho.

Estabelecimento de indicadores de desempenho e indicadores de gestão.

A profundidade do detalhamento de cada item irá variar conforme o setor e o nível de relacionamento esperado com cada cliente.

6.2.2.2 DETALHAMENTO DA ESTRUTURA DO PLANO DE CLIENTES

1. Informações gerais do cliente.

1.1 Informações cadastrais.

1.2 Estrutura de gestão (fábricas, centros de distribuição, lojas etc.).

1.3 Pontos de contato com o cliente.

1.4 Área de atuação, tipos de negócios e presença de mercado (quantidade de clientes, lojas, regiões etc.).

1.5 Evolução do faturamento do cliente e participação de mercado.

2. Análise do ambiente do cliente.

2.1 Análise geral do segmento de mercado do cliente:

Ambientes econômico, político-legal, tecnológico.

Análise da cadeia de demanda.

Principais concorrentes e fatores competitivos.

2.2 Posicionamento do cliente no mercado:

Imagem de marca, posicionamento de valor, atendimento a clientes.

Penetração e participação de mercado.

2.3 Análise da importância (valor/impacto no processo) da categoria de produtos da empresa no mercado do cliente.

2.4 Análise do segmento de produtos do cliente e suas competências.

2.5 Gestão operacional e políticas de fornecedores.

2.6 Cultura negocial e de unidade de tomada de decisão:

Cultura geral colaborativa.

Participantes do centro de compras.

Comportamento dos decisores (emocional ou racional).

Variáveis relevantes no processo negocial.

3. Análise do ambiente de negócios do cliente com a empresa.

3.1 Análise do impacto da empresa nos negócios do cliente.

3.2 Análise dos concorrentes e da política de fornecedores.

3.3 Análise do nível concorrencial entre os fornecedores.

3.4 Avaliação do potencial competitivo e abrangência de atuação.

4. Análise SWOT das relações com o cliente.

4.1 Análise das ameaças e oportunidades no relacionamento com o cliente.

4.2 Análise dos pontos fortes e fracos com relação ao cliente.

4.3 Identificação de fatores críticos de sucesso.

5. Análise da evolução do relacionamento com o cliente.

5.1 Evolução dos negócios realizados:

Mix de produtos e serviços, faturamento e rentabilidade, participação geral e por produto, novos negócios nos últimos períodos.

5.2 Evolução no relacionamento:

Tempo de relacionamento e etapas, amplitude dos serviços prestados, recursos envolvidos (pessoais/financeiros), evolução dos limites de crédito.

5.3 Análise das células comerciais:

Identificação do potencial de produtos com baixa participação e potencial de crescimento de novos produtos e novos negócios.

6. Estabelecimento de objetivos e metas.

6.1 Definição de objetivos estratégicos:

Crescimento em participação no cliente e novas áreas de negócio.

6.2 Definição de objetivos de curto prazo:

Metas de faturamento e rentabilidade geral e por produto/serviço.

6.3 Definição de objetivos qualitativos:

Níveis de avaliação de qualidade de atendimento e qualidade técnica.

Níveis de serviços a serem oferecidos e o custo de servir.

7. Programa de ações.

7.1 Programas gerais, gestão operacional e relacionamento.

7.2 Programas específicos por linha de produto e objetivos de crescimento:

Ações específicas, com responsáveis, objetivo, prazo de execução e recursos necessários.

8. Indicadores de desempenho.

8.1 Definição de indicadores de resultado e de gestão:

Acompanhamento dos resultados de vendas e de rentabilidade totais.

Acompanhamento da introdução de novos produtos e negócios.

Controles sobre a realização das ações, sobre os desvios aceitáveis e periodicidade do acompanhamento.

8.2 Definição de períodos formais de revisão geral do plano.

Essa formatação do plano tem caráter orientador e deve ser adequada à realidade de cada KAM, mas sua estrutura é válida para todas as situações e deve refletir a realidade da atuação do gestor no cliente.

O plano servirá de ponto de convergência entre o KAM e os diversos setores da empresa, devendo se transformar no documento formal que gere as relações com o cliente. Terá, ainda, papel fundamental no estabelecimento de um padrão de gestão dos clientes especiais na empresa.

Por fim, o plano garante a continuidade do gerenciamento do cliente pela empresa, pois persiste mesmo em eventuais trocas de gestores e garante, dessa forma, que não se perca o conhecimento do relacionamento com o cliente na empresa.

Uma preocupação presente nas empresas com relação ao modelo de gestão do KAM é que o cliente pode passar a dar mais importância ao gestor da conta do que à própria empresa, uma vez que as relações pessoais se aprofundam e acabam se estabelecendo laços fortes entre as pessoas, os quais se sobrepõem ao relacionamento entre as empresas.

Essa situação pode acontecer e não há como evitá-la totalmente, mas há como reduzir sua importância. Nesse caso, o plano do cliente é o instrumento essencial para estabelecer as relações entre as empresas, pois substitui as interações informais de conhecimento exclusivo do gestor por um documento formal da empresa, que orienta e controla as interações. Dessa forma, a empresa sabe como estão se desenvolvendo o relacionamento e os negócios com os clientes.

Evita-se, assim, o principal temor das empresas: de que, quando o gestor de contas sai, leva o cliente junto com ele para outra empresa. Isso pode ocorrer, efetivamente, quando o gestor vai trabalhar para um concorrente ou, figurativamente, quando muda de atividade; em ambos os casos, ao sair, ele leva todo o conhecimento sobre o cliente e todo o histórico do relacionamento. A relação entre a empresa e o cliente precisa, então, recomeçar praticamente do zero com a entrada de um novo gestor.

O sistema de informações e o plano são os documentos que estabelecem o relacionamento da empresa com o cliente e integram toda a organização, garantindo a continuidade desse relacionamento.