Capítulo 8
Segredo absoluto
Quando o perigo da descoberta dava indícios de desaparecer, Pio revitalizou a conspiração. No final de 1939, começou a revelar seus segredos para Londres. Em 1º de dezembro, após almoçar com monsenhor Kaas, o embaixador britânico D’Arcy Osborne telegrafou para Londres, informando acerca de uma conspiração para afastar Hitler e de conversações de paz por intermédio do papa.
Kaas disse que um agente dos círculos militares alemães tinha se aproximado dele. O agente, a quem Kaas evidentemente conhecia e em quem confiava, tinha solicitado a ajuda do Vaticano como intermediário para assegurar uma “paz justa e honrosa”. Se a Alemanha pudesse ter a garantia de um tratamento justo, os conspiradores “subsequentemente assumiriam o controle do país derrubando o regime nazista”.
Pio “sempre acolheu favoravelmente” o que os conspiradores propuseram. No entanto, exigiu o maior cuidado por parte do Vaticano, e evitou a intervenção política direta. O comentário de Osborne para Londres, como o telegrama de Gasparri para Munique, em 1923, trouxe um raro raio de luz a respeito da política secreta papal: “É a asserção usual do princípio apolítico do Vaticano; na prática, acho que sempre pode ser superado, desde que não haja lapso óbvio de imparcialidade” [grifo nosso].
Então, Kaas compartilhou seu ponto de vista. Ele achava prematura a sugestão de conversações de paz. As negociações exigiriam garantias convincentes não só da intenção dos conspiradores de afastar Hitler, mas também de sua capacidade de fazer isso. Como eles propunham lidar exatamente com Hitler permanecia incerto.
Osborne concordou que o plano parecia “nebuloso”. De qualquer forma, antes que conversações proveitosas ocorressem, Londres precisava da garantia de que a Alemanha abandonaria sua presente política de violação. “Ao mesmo tempo, não exclui a eventual possibilidade do estabelecimento de contato por intermédio do Vaticano, ou, ao menos, por intermédio dos círculos do Vaticano”, registrou Osborne. Ele esperava que Kaas relatasse quaisquer outros contatos com os conspiradores. Quando Osborne perguntou se poderia relatar a conversa deles para Londres, Kaas consentiu, “desde que o segredo seja cuidadosamente guardado”. 1
Enquanto isso, as ligações entre Müller e o Vaticano contrariavam Hitler de formas surpreendentes. Em janeiro, um relatório chegou ao quartel-general do Abwehr de que ele talvez invadisse a Suíça para cobrir seu flanco esquerdo. Müller percebeu Canaris quase engasgar de ira. “Esse idiota agora também quer ocupar a Suíça”, disse o almirante. A Alemanha jamais recuperará a honra, afirmou ele, se o maior rufião do mundo [Weltlump ], já conspirando para invadir os Países Baixos, agora também atacar o Estado iconicamente neutro da Europa. Se isso acontecesse, Canaris prosseguiu, ninguém, no futuro, “aceitaria um pedaço de pão de qualquer alemão”. 2
Canaris considerou maneiras de prevenir a Suíça. O movimento militar visível suíço poderia ser estimulado para dissuadir o ataque de Hitler? Müller sugeriu utilizar o agente Hans Bernd Gisevius, que tinha uma missão em Zurique e conhecia a cena suíça. No entanto, isso se opunha aos princípios operacionais de Canaris. “Você deve ter alguma coisa em mente”, afirmou Canaris, e prosseguiu: “Se quer ser útil a um país, você não deve fazer nada no próprio país. Se um dos meus homens da Suíça fizer isso, ficará muito exposto depois. Assim, Gisevius não poderá cumprir a missão tão bem quanto você.” Müller aceitou a missão, mas enfatizou que ele deveria evitar fazer algo que pudesse comprometer o Vaticano.
Em Roma, Müller tentou diversas maneiras de abordar o problema. Em primeiro lugar, encontrou-se com Paul Krieg, capelão da Guarda Suíça. No entanto, Krieg quis saber muita coisa, 3 e Müller se esquivou. Então, Müller decidiu trabalhar com Galeazzo Ciano, ministro das Relações Exteriores italiano, cujo pacifismo relativo e a desconfiança de Berlim eram bem conhecidos do Abwehr. 4 Müller enviou uma mensagem para Ciano por meio de um intermediário. Ciano enviou um aviso para Berna, e a Suíça iniciou manobras militares.
Canaris exagerou essas manobras, informando a Hitler que eram uma “mobilização parcial”. Sabendo como a mente de Hitler funcionava, Canaris prosseguiu, enviando relatórios a respeito das defesas alpinas, observando que vinham de uma “alta autoridade eclesiástica”. As informações teriam vindo do abade Corbinian Hofmeister, de Metten, amigo e companheiro frequente de viagem de Müller. Ele estava na Suíça por causa de negócios da Igreja, muitas vezes o suficiente para fazer essa atividade lateral parecer plausível, e, por meio de seus estudos fictícios das medidas de defesa suíças, Hofmeister apareceu nos registros do Abwehr como “agente secreto”. 5 Ao utilizar esses relatórios, Canaris sustentou que a conquista total da Suíça levaria mais do que as seis semanas sugeridas por alguns. Então, Hitler abandonou o plano de invasão da Suíça. 6
Em 8 de janeiro, monsenhor Kaas ficou sabendo que Müller tinha retornado para Roma. Nesse mesmo dia, Kaas alertou Osborne, reiterando “a disposição do Vaticano de agir como intermediário”, como Osborne registrou. O planejamento do golpe pareceu novamente urgente, pois Robert Ley, líder trabalhista nazista, que estivera recentemente em Roma, tinha arrotado que Hitler lançaria um grande ataque. 7
Três dias depois, Pio se reuniu com Osborne. “Ele me informou que havia recebido a visita de um representante alemão”, escreveu Osborne para Londres. O agente falou em nome dos comandantes do Exército alemão, cujos nomes o papa preferiu manter em segredo. Pio sentiu a obrigação de retransmitir aquilo de que tinha tomado conhecimento. “De qualquer maneira, ele sentiu que sua consciência não ficaria tranquila se não me informasse”, escreveu Osborne. “Uma grande ofensiva alemã foi preparada até os últimos detalhes para meados de fevereiro, ou, possivelmente, até mesmo antes”, parafraseou a afirmação de Pio. O ataque ocorreria através da Holanda. “Será violento, amargo e completamente inescrupuloso.”
Contudo, não precisava ocorrer. Se recebessem a garantia de uma paz justa com a Grã-Bretanha – eles não mencionaram a França –, os generais substituiriam o presente governo alemão por um verhandlungsfähige Regierung , ou seja, um governo capaz de negociar. Eles gostariam de manter a Áustria, mas devolveriam a Polônia e a Tchecoslováquia, e também “negociariam com” a União Soviética. Nesse caso, Osborne subentendeu a quebra do pacto de Hitler com Stalin.
Osborne permaneceu cético. Os planos vagos o lembraram do caso de Venlo. “Sua Santidade afirmou que podia se responsabilizar pela boa-fé do intermediário”, escreveu Osborne, mas ele não podia garantir a boa-fé dos chefes. Ainda menos, o papa podia garantir que eles conseguiriam efetivar a mudança de governo que indicaram ou que seriam mais confiáveis que Hitler se conseguissem.
No entanto, Pio procedeu como se acreditasse nos conspiradores. Ele assegurou a Osborne que os chefes alemães não estavam de forma alguma ligados ao Partido Nazista. Se Londres desejasse enviar ao papa qualquer mensagem para os conspiradores alemães, Osborne poderia pedir para vê-lo a qualquer hora. Além disso, “o papa me pediu que considerasse [o assunto] absolutamente secreto. Se algo se tornasse conhecido, custaria a vida dos generais não nomeados”.
Osborne prometeu discrição. Ele informaria a respeito da audiência em carta confidencial somente a lorde Halifax, ministro das Relações Exteriores, enviada por meio de mala postal, de modo que nenhum funcionário especializado em escrita cifrada ou estenógrafo a visse. O próprio Osborne datilografaria a carta e não manteria uma cópia. 8
Embora agisse discretamente, Pio não escondeu os planos de ataque de Hitler. Na segunda semana de janeiro de 1940, um medo generalizado tomou conta dos diplomatas ocidentais em Roma quando os assistentes do papa os informaram da ofensiva alemã, que Hitler tinha acabado de remarcar para o dia 14. No dia 10, 9 um prelado do Vaticano alertou o embaixador belga junto à Santa Sé, Adrien Nieuwenhuys, que os alemães logo atacariam no front ocidental. No dia seguinte, Nieuwenhuys ligou para o Vaticano e questionou o subsecretário de Estado, Giovanni Montini, o futuro papa Paulo VI.
Inicialmente, Montini limitou-se a generalidades. Quando o belga o pressionou, porém, Montini cedeu. “De fato, recebemos algo”, o subsecretário afirmou. Por causa da sensibilidade da fonte, ele incitou o embaixador a levar a questão a um nível superior. Aceitando esse conselho, Nieuwenhuys visitou o cardeal secretário de Estado, Luigi Maglione. Tratando o assunto com cuidado, Maglione sugeriu que um ataque alemão se aproximava, mas atribuiu seu ponto de vista a conjecturas particulares, e não a conjecturas de agentes secretos. Nieuwenhuys e o embaixador francês na Santa Sé, François Charles-Roux, suspeitaram que Pio recebera algum relatório especial em 9 ou 10 de janeiro, mas estava procedendo com cuidado para proteger a fonte alemã. 10
Charles-Roux fez uma sondagem diplomática. Em 16 de janeiro, visitou o subsecretário de Negócios Extraordinários, Domenico Tardini, que, com habilidade, evitava revelações a qualquer serviço secreto. Tardini referiu-se somente a boatos vindos de Berlim: Hitler se encontrava preso numa armadilha, com seu prestígio exigindo que atacasse os Aliados na primavera ou até antes. 11 O circunlóquio de Tardini só aprofundou a crença de Charles-Roux de que o papa possuía informações de uma célula secreta na Alemanha. 12
Na realidade, Pio já tinha compartilhado a advertência, mas protegendo sua fonte. Em 9 de janeiro, o cardeal Maglione instruiu o agente papal em Bruxelas, monsenhor Clemente Micara, a informar os belgas acerca de um ataque alemão iminente. 13 Seis dias depois, Maglione enviou uma mensagem similar ao seu agente em Haia, monsenhor Paolo Giobbe, pedindo-lhe que alertasse os holandeses. 14
Naquele mesmo mês, Pio fez um protesto público. Ele deu novos detalhes a respeito das atrocidades na Polônia em boletins da Rádio Vaticano. 15 No entanto, quando o clero polonês protestou, afirmando que os programas de rádio acirravam a perseguição, Pio se recolheu novamente ao silêncio público e à ação secreta. 16
Novamente, o papa abordou os britânicos como agente dos conspiradores. Em 7 de fevereiro, convocou Osborne para outra audiência. O Vaticano tinha imposto novas e esmeradas medidas de segurança. “Dessa vez, foi tudo muito Phillips Oppenheim”, escreveu o embaixador, mencionando o nome de um escritor de livros de espionagem popular na época. O maestro di camera do papa, ou seja, o chefe de seu domicílio privado, ligou primeiro para o apartamento de Osborne. Ele pediu que o embaixador fosse ao escritório do Vaticano à meia-noite e meia. O maestro esperaria nos aposentos papais, aos quais um intermediário levaria Osborne. Então, discretamente, o maestro o conduziria ao papa. Osborne não devia se vestir para uma audiência. A Igreja não divulgaria sua visita e não manteria registro dela. Se alguém perguntasse, Osborne deveria dizer que tinha vindo para ver o maestro . Para tornar essa mentira tecnicamente verdadeira, Osborne poderia perguntar ao maestro algo que Londres pudesse querer saber de forma plausível.
Na hora marcada, Osborne mostrou suas credenciais a uma guarda de honra. O maestro aproximou-se silenciosamente, caminhando sobre um tapete espesso. Indicando que Osborne deveria imitá-lo, o embaixador se ajoelhou pouco depois de ingressar numa porta adjacente. Osborne se viu numa sala de canto repleta de livros, com três janelas altas, com vista para a Praça de São Pedro.
Sua Santidade estava sentado junto a uma mesa de carvalho, ladeado por uma máquina de escrever branca e um telefone branco. Ele falou de quatro páginas de notas datilografadas em alemão. “O papa me revelou que fora abordado de novo pelo ‘intermediário confiável’ dos círculos militares alemães”, relatou Osborne. “Eu o pressionei para identificá-los, mas ele não deu nenhum nome; o papa só disse que um general conhecido e importante estava envolvido. Ele sonegou o nome, pois não queria, de forma não intencional, ser a causa da morte dele se o seu nome fosse revelado. Mas o papa me assegurou que ele era de importância suficiente para ser levado muito a sério.”
Pio dissecou um incidente misterioso para sublinhar a importância do agente. Num amanhecer enevoado de 10 de janeiro, dois desorientados oficiais da Luftwaffe fizeram um pouso de emergência num campo belga. Um dos oficiais carregava documentos secretos, que só conseguiu destruir parcialmente. Os oficiais belgas recuperaram planos de um ataque alemão através dos Países Baixos. 17 Os comandantes aliados suspeitaram de um truque alemão; Osborne achou que o episódio fora encenado para pressionar a Bélgica.
O agente dos conspiradores descreveu os documentos como autênticos. Hitler se recusou a cancelar a invasão, apesar da violação das normas de segurança. Somente o frio intenso o atrasou. Ele atacaria na primavera, o papa advertiu: “Hitler está blasonando que estará no Louvre no verão e que uma de suas primeiras preocupações será achar um lugar mais digno para expor a Vênus de Milo [ sic ]!”
Naquele momento, Pio chegou ao xis da questão. “Uma parte do Exército (proporção e influência indefinidas) gostaria de mudar de governo e se livrar de Hitler.” Eles não começariam o golpe na Berlim de maioria protestante, mas em Munique, Colônia e Viena, de maioria católica. 18 Inicialmente, o Reich teria dois governos e, provavelmente, uma guerra civil. O grupo contra Hitler instalaria uma ditadura militar e, depois, a substituiria por um Estado democrático. Assim que o novo regime conseguisse falar com autoridade, promoveria a paz. Os patrocinadores do plano queriam saber se “a existência contínua do Reich, mais a Áustria” proporcionava uma base para conversações. 19
Osborne permaneceu cético. Ele disse a Pio que a nova abordagem parecia aberta a todas as antigas críticas. Não continha garantias de autenticidade, ou de sucesso, ou de que um novo governo alemão seria mais confiável ou menos agressivo. A questão fundamental – se os revoltosos queriam iniciar conversações antes do golpe – parecia obscura.
Pio não discordou. No máximo, o plano equivalia a uma esperança. No entanto, “sua consciência não lhe permitiria ignorá-lo completamente, com receio de que talvez houvesse uma chance em um milhão de ele servir ao propósito de poupar vidas”.
O papa destacou novamente a necessidade de segredo absoluto. Ele insistiu para que Osborne não colocasse nada no papel, exceto um relatório para Londres, que o próprio embaixador datilografaria, e do qual ele não faria nenhuma cópia. Além disso, Pio pediu que Neville Chamberlain, primeiro-ministro britânico, informasse os franceses apenas oralmente. O papa afirmou que até seu secretário de Estado não sabia de nada. Se os britânicos quisessem enviar alguma mensagem para os conspiradores, Osborne deveria repetir o balé clandestino daquela noite, fazendo contato por intermédio do maestro .
Sem dúvida, Pio assumiu a conspiração com toda a seriedade. “Acho que a insistência de Sua Santidade a respeito do segredo mais absoluto é uma medida de sua própria crença na confiabilidade de seus informantes”, escreveu Osborne. O papa parecia tão comprometido com a conspiração que dava a impressão de quase agressividade. Ele até perguntou se lorde Halifax não podia pessoalmente garantir a integridade territorial da Alemanha pós-Hitler: “Ele era o mais relutante em abandonar esse ideia.”
A paixão do papa causou impacto. “Fiquei com a impressão de que a iniciativa alemã era mais importante e verdadeira do que eu tinha pensado”, datilografou Osborne. Pio tinha agido a favor do golpe de modo tão intenso, Osborne sentiu, que Londres teria provavelmente de responder. 20
O pleito do papa foi levado em consideração nos escalões mais altos de Londres. Lorde Halifax enviou uma cópia do relatório de Osborne para o rei Jorge VI. Sua Majestade considerou que algo parecia em andamento na Alemanha: duas semanas antes, ele tinha sido informado por sua prima, a rainha Maria da Iugoslávia, a respeito de uma conspiração para “liquidar” Hitler. 21 Em 15 de fevereiro, Chamberlain anotou orientações para futuros contatos por intermédio do papa: “A Grã-Bretanha está disposta a discutir quaisquer condições pedidas se convencida de que o assunto está destinado a acontecer”, escreveu o primeiro-ministro. 22
Enquanto esperava uma resposta formal, Pio deu outro pequeno empurrão. Dessa vez, utilizou um rito oficial em favor de assuntos clandestinos. Em 16 de fevereiro, a mulher e o filho de lorde Halifax visitaram Roma; Pio concedeu-lhes uma audiência, da qual Osborne também participou. O Santo Padre “puxou-me para o lado no fim”, escreveu Osborne, e prosseguiu, “para me dizer que os círculos militares alemães mencionados em minhas cartas anteriores confirmaram sua intenção, ou seu desejo, de realizar uma mudança de governo”. No entanto, mesmo se o regime mudasse, Osborne não achava que a Grã-Bretanha poderia deixar a máquina de guerra alemã intacta. Além disso, se os conspiradores realmente quisessem uma mudança de regime, por que eles não “davam prosseguimento” a isso? Pio respondeu que eles esperavam garantias britânicas. Então, o papa interrompeu a conversa, pois lady Halifax estava esperando. Contudo, Osborne cumpriu a promessa de relatar o que Pio lhe disse. 23
No dia seguinte, Halifax deu sinal verde para Osborne. “Refleti a respeito de sua carta [7 de fevereiro] e a discuti com o primeiro-ministro.” Esse acorde inicial mostrou que Londres agora levava a conspiração a sério. Um sinal ainda mais seguro que os britânicos endossavam o plano era que propuseram não dar aos franceses “qualquer relato do que se passava”.
Halifax mencionou o empenho pessoal do papa como motivo para avançar. “Em vista da importância atribuída por Sua Santidade à abordagem que me foi apresentada, achamos que você deve entrar em contato com ele novamente por meio do canal indicado a você, e lhe transmitir uma indicação de nossa reação.” Se os chefes na Alemanha tinham tanto a intenção quanto o poder de realizar o que prometiam, o governo de Sua Majestade consideraria quaisquer consultas que eles quisessem fazer. Halifax convidou os conspiradores a desenvolver a ideia em termos concretos. Ele propôs uma troca de ideias com a resistência alemã por intermédio do papa. 24
Na última semana de fevereiro, Osborne retransmitiu a resposta britânica. 25 “Hoje O esteve com o Chefe e lhe disse algo que o induzirá a retornar à casa imediatamente”, rabiscou o padre Leiber num cartão de visita, no hotel em que Josef Müller estava. “Devemos ter uma conversa ainda hoje.” 26 Quando eles se encontraram naquela noite, o jesuíta sussurrou: “Está progredindo.” 27