Capítulo 17
As plantas arquitetônicas de Siegfried
Josef Müller passou o dia 13
de março num bar perto do quartel-general do serviço de inteligência militar, em Berlim, esperando a senha referente à morte de Hitler. O avião particular do almirante Canaris permanecia abastecido no aeroporto de Tempelhof, pronto para levar Müller a Roma pela rota mais rápida. Uma vez no interior dos muros do Vaticano, se tudo saísse como planejado, Müller apresentaria suas credenciais e receberia o reconhecimento oficial do papa do governo pós-nazista. As horas se passaram. Depois de cada caneca de cerveja, as esperanças de Müller se desvaneciam. A senha nunca chegou.
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Em Smolensk, Tresckow e Schlabrendorff esperavam que um dos aviões de caça que escoltavam o avião de Hitler emitisse pelo rádio um aviso de emergência. Com o detonador ajustado para trinta minutos, a bomba deveria ter explodido após o avião percorrer de duzentos a 250 quilômetros, em algum lugar sobre Minsk. No entanto, eles não tiveram nenhuma notícia até três horas depois, quando o telefone tocou e Tresckow atendeu. O avião de Hitler tinha pousado em segurança em Rastenburg.
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Schlabrendorff ligou para Berlim, transmitindo a senha para fracasso do atentado. Então, em pânico, ele se deu conta de que eles deviam, a todo custo, recuperar o pacote imediatamente. Caso contrário, o desinformado general Stieff ainda poderia abri-lo, esperando se servir de um conhaque após uma batalha. “Ficamos num estado de agitação indescritível”, recordou Schlabrendorff.
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Após alguma deliberação frenética, Tresckow ligou para Brandt e, casualmente, pediu-lhe que retivesse o pacote, alegando algum tipo de confusão.
Na manhã seguinte, Schlabrendorff voou para Mauerwald, na Prússia Oriental. Nervosamente, passou pelos postos de controle e se lembrou de como Brandt, “ignorante do objeto à mão, sorriu e se apresentou a mim com a bomba, sacudindo o pacote com tanta força que temi que pudesse explodir”.
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Schlabrendorff correu para um trem que alojava os visitantes num ramal ferroviário. “Entrei no compartimento reservado para mim, tranquei a porta e, com muito cuidado, abri o pacote com uma lâmina de barbear. Quando removi o invólucro, constatei que a condição das duas cargas permanecia inalterada. Desarmei a bomba com cuidado e removi o detonador.”
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O ácido tinha consumido o arame.
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O percussor tinha atingido o detonador, queimando a cápsula. No entanto, por algum acaso, a bomba não tinha explodido. Estava úmida e fria. Talvez porque o sistema de aquecimento da cabine do avião tivesse falhado, ou porque o compartimento de bagagem do avião não tivesse aquecimento, o interruptor de disparo congelara.
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Alguns dias depois, os conspiradores tiveram uma segunda chance.
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Por coincidência, um deles, o coronel barão Rudolf von Gersdorff, foi destacado para participar de uma missão na cerimônia do Dia do Herói Nacional, em Berlim, onde Hitler inspecionaria armas russas capturadas. Gersdorff se comprometeu a cometer um atentado contra a vida de Hitler, ao custo de sacrificar a sua.
Ele iria se explodir com Hitler. A mulher de Gersdorff tinha morrido,
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a guerra estava perdida, e ele queria sua própria morte para significar alguma coisa. Com esse intuito, ele naturalmente quis saber se o golpe progrediria como planejado. Tresckow revelou que o papa tinha realizado arranjos com as potências ocidentais para uma rendição em separado no front ocidental, enquanto os jesuítas alemães tinham feito planos para uma forma democrática de governo.
Na noite de 20 para 21 de março, Tresckow contou a Schlabrendorff a respeito de um plano num código que nenhum estranho poderia entender. Tresckow tomou conhecimento da agenda de Hitler com seus contatos no estado-maior, prometendo segredo absoluto e com referências frequentes à “pena de morte”.
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Ele deduziu que Hitler tinha concedido meia hora para a cerimônia. Na manhã seguinte, logo cedo, Schlabrendorff foi ao hotel Eden. Gersdorff ainda estava dormindo. “Eu o acordei e lhe entreguei a bomba antes de ele tomar o café da manhã”, recordou Schlabrendorff.
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Gersdorff se dirigiu até a cerimônia com a bomba no bolso do casaco. Ele atuaria como guia de Hitler, explicando a exposição. Enquanto Hitler passava por filas de feridos de guerra no museu Zeughaus, uma orquestra tocava música solene no saguão decorado com bandeiras. Gersdorff programou a bomba – duas conchas embrulhadas juntas – para detonar em dez minutos. Hitler, porém, atravessou correndo a exposição, mal olhando para o equipamento militar soviético. Ele saiu depois de três minutos. Então, Gersdorff correu para o banheiro,
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destruiu o detonador, jogou-o no vaso sanitário e puxou a cordinha da descarga.
Os fracassos de março de 1943 frustraram os conspiradores jesuítas. “Mesmo os padres Rösch e König, que realmente deviam ter aprendido, por causa de sua disciplina, a esperar, são incapazes disso”, escreveu Moltke, “e quando uma ação é acompanhada de um revés inevitável, ficam impacientes e não veem que além do vale há uma colina.”
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Após dezoito meses de trabalho de avanço político, os jesuítas do Comitê das Ordens não queriam esperar, principalmente depois que viram a chance de alcançar Hitler literalmente em seu quintal.
No subúrbio de Pullach, dezesseis quilômetros ao sul de Munique, Hitler tinha construído quatro abrigos subterrâneos, incluindo trinta recintos e um sistema de ventilação para protegê-lo contra ataques de gás.
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Esse quartel-general alternativo do Führer, que recebeu o codinome Siegfried, fazia divisa com a Berchmanskolleg, moderna e espaçosa faculdade dos jesuítas, que os nazistas tentaram desapropriar.
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Para manter a escola fora das mãos do partido, os jesuítas contrataram Josef Müller, que passou a perna no partido, negociando um acordo com as Forças Armadas, permitindo o uso de partes do terreno como hospital. No entanto, isso não acabou com as disputas em Pullack. Os guarda-costas da SS de Hitler, no abrigo Siegfried, ameaçaram um processo judicial, alegando que o esgoto dos jesuítas tinha poluído a água potável deles.
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Novamente, o padre Rösch contratou Müller para se defender do partido.
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Então o próprio Hitler apareceu. Quando ele se hospedou em Siegfried
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pela primeira vez, de 9 a 12 de novembro de 1942, sua proximidade com aqueles que tramavam sua morte estimulou algumas ideias criativas e objetivas. Ocorreu aos jesuítas que sua presa tinha basicamente ocupado um apartamento no complexo deles. O padre Delp recomendou o ingresso dos padres excluídos do serviço militar na Organisation Todt, que mantinha os abrigos do Führer.
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Assim, eles poderiam obter acesso para colocar uma bomba-relógio no quartel-general Siegfried. Delp perguntou aos contatos militares se eles podiam introduzi-lo na Organisation Todt.
No entanto, uma brecha na segurança de Hitler já tinha surgido. Ao negociar com a SS a respeito do vazamento do esgoto, o padre König obteve cópias das plantas arquitetônicas do
bunker
Siegfried. Ele passou as plantas para Müller.
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Por meio da irmandade que a cerveja proporcionava com Hans Rattenhuber, chefe da segurança pessoal de Hitler, Müller sabia detalhes ultrassecretos dos procedimentos de proteção de Hitler, mas nunca viu uma boa maneira de superar os homens de Rattenhuber. Ter as plantas para o refúgio de Hitler mudava tudo. Respiradouros, túneis, portas, dutos: aquilo tudo era uma mistura de possibilidades.
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Müller alertou Oster, que pensou em eliminar Hitler no
bunker
sob a cobertura de um ataque aéreo.
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De acordo com Müller, em 4 de abril de 1943, ele tinha uma cópia das plantas arquitetônicas na mesa de sua casa,
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enquanto o trem especial do Führer se deslocava através dos bosques turíngios na direção de Munique, onde Hitler ficaria até 5 de abril, no mínimo.
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Mas naqueles dias, exatamente quando todos os fatores convergiram em favor dos conspiradores, a SS desferiu um golpe mortal contra eles.
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Willy Schmidhuber falou. Torturado desde sua extradição da Itália, ele entregou a Operação U-7: o plano dos conspiradores para o resgate de judeus. Em consequência, às dez da manhã, em 5 de abril, Manfred Roeder, investigador da Luftwaffe, e Franz Sonderegger, inspetor da SS, irromperam na sala de Oster. Roeder exibiu seu mandado de busca, pediu que Dohnanyi abrisse as gavetas de sua mesa e lhe disse que pretendia revistar a sala em busca de documentos incriminatórios. Ele avançou sobre um cofre verde adornado com espirais estampadas e exigiu a chave, que Dohnanyi, de má vontade, forneceu após negar que estivesse com ele. Roeder tirou pastas do cofre e as depositou sobre a mesa de Dohnanyi. Continham codinomes para disfarçar missões secretas no exterior e também relatórios sobre a expatriação de judeus.
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Dohnanyi não tirou os olhos de uma pasta intitulada “Z Grau”.
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Ele deu um olhar rápido e significativo para Oster, que permanecia junto à mesa, e balbuciou baixinho: “Esses papéis, esses papéis!”
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Camuflados com “material de inteligência”, explicavam o fracasso da tentativa de golpe de 13 de março.
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Acompanhados de bilhetes, escritos para o general Beck, informavam-no que, em 9 de abril, o pastor Bonhoeffer acompanharia Müller a Roma, para discutir as conspirações com o padre Leiber.
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Oster se postou atrás de Dohnanyi para retirar as folhas de papel da pasta.
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Roeder se virou e, depois, descreveu o que aconteceu. “Por meio de um arranjo entre Oster e Dohnanyi, o coronel Oster ficou diante do investigador-chefe com a mão esquerda atrás das costas, removeu as mencionadas folhas e... as escondeu sob um terno civil. Tendo sido observado por... Sonderegger... e pelo investigador-chefe, ele foi imediatamente desafiado.”
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Roeder prendeu Dohnanyi. No momento, Oster escapou, ficando em prisão domiciliar. Canaris supôs que estava com os dias contados.
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Os conspiradores não podiam mais atacar Hitler a partir de dentro do sistema, e seus inimigos, naquele momento, tinham provas por escrito de seus contatos, por meio de Müller, com o papa.
Müller correu para casa assim que tomou conhecimento da prisão de Dohnanyi. Perto do meio-dia, o escritório do Abwehr de Munique ligou. O tom de voz algo desanimado do tenente-coronel Nikolaus Ficht revelou a Müller que sua hora tinha chegado.
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Müller quis saber que acusações teria de enfrentar.
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Ficht disse que o coronel doutor Manfred Roeder, promotor-chefe da suprema corte marcial do Reich, tinha expedido uma ordem para sua prisão. Hermann Göring, chefe da Luftwaffe, e Wilhelm Keitel, chefe do alto-comando supremo das Forças Armadas alemãs, também tinham assinado a ordem de prisão.
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O crime declarado era a sabotagem do esforço de guerra. A evidência teria incluído as declarações de Wilhelm Schmidhuber revelando que Müller ajudara judeus a escapar com documentos falsificados e dinheiro em espécie.
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Além disso, de acordo com a SS, Müller era “suspeito de estar envolvido numa conspiração geral para derrubar Hitler, em conluio com potências ocidentais”.
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Procurando ganhar tempo, Müller pediu permissão para falar com Canaris. Tente a sorte, disse Ficht, mas Müller não conseguiu ser atendido pelo almirante. Ele falou somente com
Frau
Schwarte, secretária de Canaris, que pareceu agitada.
– Está o caos total – gritou ela ao telefone. –
Eles
estão aqui!
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Müller começou a esvaziar a mesa de seu escritório. Por quase um ano, desde a prisão de Schmidhuber, uma espada tinha pendido sobre a cabeça deles. Naquele momento, ela caíra. Müller se perguntava se a Gestapo tinha algo além do que Schmidhuber tinha revelado. Eles tinham achado os papéis em Zossen? Em caso afirmativo, ficar calado não salvaria ninguém. Aquelas pastas, Müller sabia, continham provas suficientes para pendurar todos eles na forca.
Com horror, Müller se deu conta de que não poderia remover a prova mais condenatória de sua mesa. Uma gaveta secreta e trancada continha as plantas arquitetônicas da habitação de Pullach de Hitler, o
bunker
do Führer de Siegfried e papéis referentes às suas missões junto ao Vaticano. Como medida de segurança, Müller nunca mantinha as chaves do compartimento secreto em sua casa. Ele a guardava num cofre em seu escritório de advocacia. E não acreditava que conseguisse ir até lá e voltar antes da chegada das autoridades. Sua secretária, Anni Haaser, conhecia a combinação do cofre. Ela poderia trazer a chave, mas ele já tinha telefonado para ela pedindo-lhe que destruísse caixas contendo pastas. Anni Haaser não poderia ajudá-lo em dois lugares ao mesmo tempo.
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Müller começou a fazer a mala que levaria para a prisão. Numa maleta de viagem, ele enfiou quinze lenços, seis camisas, cinco pares de meias, alguma roupa de baixo, dois dicionários de bolso, duas laranjas, um terno cinza e uma gravata verde.
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Müller beijou a mulher, Maria, e a abraçou. Ele sempre procurou mantê-la fora de suas tramas. No entanto, pela experiência, ele sabia que os nazistas ameaçariam ou prenderiam parentes inocentes para alcançar seus objetivos.
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Ele chamou Christa, sua filha de oito anos. Eles saíram para a varanda, adjacente ao escritório, a fim de alimentar o canário, Hansi, em sua gaiola.
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Se ele tivesse de ficar em Berlim por um tempo maior do que o de hábito, disse para ela, Christa não deveria se esquecer de alimentar o pássaro.
O
Kriminalkomissar
Franz Sonderegger se aproximou da porta de entrada.
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Natural da Renânia, era um homem esguio, com ombros curvados e rosto magro e enrugado. Enquanto Müller descia para o andar térreo da casa, Sonderegger vedava as portas do escritório com fita adesiva da polícia.
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Na entrada da casa, um oficial do Exército algemou Müller. Ele se encaixou no assento traseiro do sedã escuro que o esperava. Müller se virou e ergueu os punhos algemados, acenando para a mulher e a filha paradas na frente da casa. Elas o observaram até ele desaparecer de vista.
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