Capítulo 22
O tesouro
Em 21 de julho, à uma da manhã
, a Rádio Berlim transmitiu a voz rouca de Hitler. “Meus camaradas alemães”, começou ele.
Se hoje me dirijo a vocês é, primeiro, para que escutem minha voz e saibam que estou ileso e bem de saúde, e, segundo, para que tomem conhecimento de um crime sem precedentes na história alemã. Uma diminuta camarilha de oficiais ambiciosos, irresponsáveis e, ao mesmo tempo, insensatos e estúpidos, tramou uma conspiração para me eliminar e, junto comigo, os homens do alto-comando da Wehrmacht. A bomba, colocada pelo coronel conde Von Stauffenberg, explodiu a dois metros à direita de mim. Feriu gravemente alguns fiéis colaboradores, um dos quais morreu. Consegui sair ileso, salvo pequenos arranhões, contusões e queimaduras. Vejo nesse fato a confirmação da tarefa imposta sobre mim pela providência. O círculo desses usurpadores é muito pequeno e nada tem em comum com o espírito da Wehrmacht e, sobretudo, com o espírito do povo alemão. Trata-se de um grupo de elementos criminosos, que serão destruídos sem clemência. Todo alemão, quem quer que seja, tem o mesmo dever de confrontar sem piedade esses elementos, e prendê-los imediatamente ou – se resistirem à prisão – eliminá-los sem hesitação. A ordem foi dada a todas as nossas tropas. Vocês devem cumprir [essa ordem] cegamente, de acordo com a obediência a que o Exército alemão está acostumado.
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Quando escutou o discurso de Hitler, disse uma testemunha, o padre König empalideceu. Ele sabia que o padre Delp tinha se encontrado com Stauffenberg algumas semanas antes. Os dois padres tinham conhecimento dos planos do coronel católico. König pediu que um colega jesuíta, o padre Franz von Tattenbach, procurasse Delp e o alertasse para se esconder.
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Tattenbach montou em sua bicicleta e se dirigiu, no escuro, para a paróquia em Bogenhosen. Ele apoiou a bicicleta numa árvore e jogou seixos na janela de Delp. Delp usando um conjunto ginástica, apareceu na janela. Depois de subir uma escada de mão, Tattenbach o informou.
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Espontaneamente, o padre Delp disse:
Para evitar a aparência de culpa, Delp permaneceria na Igreja de São Jorge e celebraria a missa. Se precisasse fugir, Delp assegurou a Tattenbach, ele usaria uma porta secreta no muro da paróquia, que dava para o Parque Herzog, onde poderia encontrar contatos. Eles o levariam clandestinamente para a casa de um agricultor.
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Os guardas da SS andavam ostensivamente na prisão da Lehrterstrasse. Durante todo tempo antes do amanhecer de 21 de julho, eles insultavam os prisioneiros, gritando que o Führer estava vivo. Um soldado raso, cuja cela ladeava a de Müller, deixou escapar que desejava que Hitler tivesse morrido. Um guarda da SS escutou e o arrastou para fora da cela, berrando que o soldado pagaria por suas palavras.
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Müller e outros conspiradores presos queriam saber o que tinha dado errado. Sabiam que as comunicações entre os conspiradores da Prússia Oriental e de Berlim tinham falhado. Ninguém sabia o motivo. Mas quando Stauffenberg chegou a Berlim, ainda acreditando que tinha matado Hitler, quase quatro horas decisivas tinham passado. Quando os conspiradores finalmente colocaram suas tropas em movimento, alguns líderes nazistas tinham se recuperado e alertaram os comandantes leais. O golpe desmoronou antes de começar.
Generais algemados eram trazidos para a prisão da Lehrterstrasse. Trocando olhares com o general Stieff, que usava monóculo, Müller mostrou suas algemas em solidariedade, como se dissesse que eles deveriam se manter unidos, até as últimas consequências.
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Os amigos padres de Delp o encorajaram a fugir. Em fins de julho, detetives da SS investigaram os perímetros do círculo secreto do jesuíta. No entanto, Delp afirmou que não queria abandonar seus paroquianos durante “estes tempos difíceis de ataques aéreos noturnos”. Ele também não queria prejudicar sua profissão de votos final, marcada para meados de agosto. No entanto, provavelmente, a maior preocupação de Delp continuava sendo evitar a suspeita que recairia sobre ele ou outros se ele fugisse, como dissera ao padre Tattenbach na noite em que o golpe fracassou. Assim, ele ficou na Igreja de São Jorge, visivelmente tenso. O padre Braun, que visitou Delp e Rösch, “imediatamente depois” de 20 de julho, recordou: “Algo como um mau presságio pesava sobre todos nós. Ninguém sabia quão grande era o perigo, ou quão perto estava. Mas não falávamos sobre isso. Só algumas vezes, quando não estávamos sendo observados claramente, ele [Delp] piscava para mim. Sua expressão resumia tudo: a pergunta: o que iria acontecer?” Em 26 de julho, Georg Smolka, amigo de Delp, incitou-o a se esconder numa casa de fazenda bávara. O padre, sorrindo, abriu uma gaveta e mostrou um revólver, “para defesa”. Os contatos de Berlim o alertariam em código por meio de “interceptores” confiáveis se o perigo aumentasse.
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Em 28 de julho, o alerta chegou. O doutor Ernst Kessler, chefe do departamento jurídico da Bayerische Motoren Werke (BMW), recebeu um telex para Delp de “nossos amigos da resistência de Berlim”. A mensagem de perigo afirmava, como Kessler recordou, que “a discussão secreta entre o padre Delp e seus amigos da social-democracia fora cancelada por motivos de segurança”. Kessler pegou seu carro e correu para a missa matinal, na Igreja de São Jorge, para transmitir a mensagem.
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Quando Kessler chegou, a missa já tinha começado. Delp lia o evangelho do dia: “Vocês serão traídos até por pais, irmãos, parentes e amigos; e eles entregarão alguns de vocês à morte.”
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Kessler saiu da igreja e entrou na sacristia pela porta lateral. Nos termos mais urgentes, ele pediu que uma freira vicentina que assistia à missa entregasse a Delp um bilhete no altar. Quando Delp proferia a oração
Suscipe
Pater
, a porta da sacristia foi aberta com estrépito e, depois, fechada suavemente. O sacristão não podia se permitir interromper o Ofertório, pois Delp segurava a pátena e a hóstia, dizendo: “Recebe, Senhor, toda a minha liberdade. Toma a minha memória, o meu entendimento e toda a minha vontade.”
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Depois, Kessler postulou que um “anjo da guarda (...) impressionando com aquela ação sagrada” fez o sacristão se retirar, provavelmente poupando Kessler e a freira da forca, pois ninguém ainda sabia que dois agentes da Gestapo, em roupas civis, já tinham entrado na igreja.
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Depois da missa, na sacristia, o sacristão entregou o bilhete para Delp. O padre leu o bilhete e, em seguida, o engoliu. Ele saiu da igreja pela porta da sacristia, entrou no jardim e acendeu o toco de um charuto. Raios de sol penetravam através das folhas de um carvalho, iluminando a fumaça. Delp decidiu continuar normalmente. Dois homens, usando chapéu e capa de chuva, aproximaram-se dele.
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Na frente da igreja, os fiéis da paróquia limpavam o entulho dos bombardeios. “Era um dia agradável, de céu azul, e tudo parecia irreal; isto é, se alguém tivesse sido capaz de compreendê-lo”, recordou Luise Oestricher, secretária da paróquia. Delp surgiu da residência paroquial com os dois homens, usando um sobretudo no calor do verão. Seu aspecto se tornara sombrio, e ele parecia doente.
– Estou sendo preso – disse ele, com voz baixa e tensa. – Deus esteja convosco. Adeus.
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Em 24 de julho, um jipe militar estacionou na Praça de São Pedro. Raymond G. Rocca, agente da X-2, seção de contrainteligência da Office of Strategic Services (OSS) entrou nas dependências da Secretaria de Estado da Santa Sé. Ele tinha um encontro com o padre Vincent McCormick, jesuíta americano. Rocca tinha obtido a cooperação de McCormick ao compartilhar com este um dossiê a respeito da infiltração da Gestapo na Pontifícia Universidade Gregoriana, a instituição de ensino jesuíta da qual McCormick fora reitor. McCormick levou Rocca até uma passagem na parte de trás da basílica e eles desceram uma escada para alcançar a cripta. Ali, Rocca
se encontrou com monsenhor Kaas, que parecia preocupado com as escavações. Rocca sabia que o exilado alemão tinha outrora presidido o Partido do Centro Católico e ainda aconselhava Pio a respeito de assuntos alemães.
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Rocca explicou seu problema: a X-2 queria confirmar a confiabilidade de alguns presos políticos alemães que se apresentavam como antinazistas. Rocca queria confirmar, sobretudo, as declarações de Albrecht von Kessel, vice-embaixador do Reich junto à Santa Sé, de que todos os funcionários da embaixada estavam envolvidos na conspiração contra Hitler. Se fossem deportados para a Alemanha, “seriam mortos assim que reentrassem no território do Reich”.
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Kaas defendeu Kessel e, em seguida, disse algo que confundiu Rocca. O monsenhor tinha conhecimento de duas conspirações anteriores.
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Rocca não conseguiu entender como um sacerdote do alto escalão podia ter se imiscuído em questões tão perigosas. Quando Rocca tentou descobrir mais alguma coisa, Kaas o encaminhou para outro exilado alemão: o padre Leiber.
Nos escritórios da OSS, na via Sicilia, Rocca trocava telegramas com o escritório da X-2 em Londres. Precisando dos antinazistas para reconstruir a Alemanha após a derrota, os chefes de Rocca pediram-lhe que seguisse as orientações de Kaas. No entanto, quando Rocca tentou ver o padre Leiber, os intermediários lhe pediram que esperasse. O padre McCormick sugeriu que uma pessoa, de um escalão superior, talvez até mesmo o papa pessoalmente, tinha de aprovar a interface. Enquanto isso, Rocca telegrafou para a divisão de pesquisa e análise da OSS em Washington, em busca de informações a respeito da resistência católica.
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A pesquisa revelou alguns dados inesperados. Para Rocca, a informação mais surpreendente veio do exilado alemão Willy Brandt, que, tempos depois, se tornaria chanceler da Alemanha Ocidental. Ainda que incondicionalmente protestante e socialista, Brandt escreveu de maneira categórica: “A Igreja católica é a oposição mais ampla e mais organizada da Alemanha.”
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Como o clero interagia com todos os níveis da sociedade, era capaz de manter contatos, mesmo em círculos militares, sem despertar suspeitas da Gestapo. A Igreja resistiu com mais força na Baviera católica, onde os jesuítas de Munique administravam “um sistema organizacional bem estruturado”.
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Os sindicatos proscritos ligados ao Partido do Centro Católico também “se engajaram, durante anos, nas atividades clandestinas”.
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Porém, como a resistência católica trabalhava com muita discrição, a OSS não sabia muito acerca de operações específicas e quase nada a respeito de coordenação e controle. “A oposição associada à Igreja católica possui alguns representantes no exterior”, observou Brandt, “mas eles trabalham com muita cautela.”
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A relutância do padre Leiber de se encontrar com os agentes da OSS parecia ressaltar essa cautela. Portanto, Rocca sentiu-se honrado e agradecido quando, em 18 de agosto, Leiber concordou em recebê-lo.
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Leiber admitiu ligações com os conspiradores. Eles o tinham “quase constantemente mantido informado de suas atividades”, registrou Rocca.
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O jesuíta detalhou três conspirações anteriores à de 20 de julho. Entre os conspiradores, Leiber mencionou o general Franz Halder, ex-chefe do estado-maior da Wehrmacht, conhecido na OSS como “uma figura forte nos círculos católicos”. Leiber sugeriu, mas não declarou diretamente, que ele tinha compartilhado seu conhecimento das conspirações com o papa.
Rocca suspeitou que Leiber sabia muito mais do que falou. Como, Rocca se perguntou, Leiber se manteve informado a respeito das conspirações? O Vaticano tinha um mensageiro ou intermediário especial com a resistência alemã? Em caso afirmativo, a OSS podia chegar até ele? Mais fundamentalmente: por que os conspiradores tinham se esforçado tanto para manter informado o assistente mais próximo do papa de seus objetivos?
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Em agosto, o governo alemão lançou a Operação Tempestade, um ataque amplo contra supostos traidores. A Wehrmacht expulsou os líderes sobreviventes do golpe, de modo que, em vez de serem submetidos à corte marcial, ficaram diante do juiz Roland Freisler, no Tribunal do Povo. A fúria de Hitler também alcançou os conspiradores da Igreja.
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A SS torturou Delp e emitiu mandados de prisão contra König e Rösch. König se escondeu num depósito de carvão em Pullach. Rösch se escondeu dentro de um silo na Baviera rural e, depois, na fazenda de uma família cujo filho jesuíta tinha morrido no front oriental.
A caçada de Himmler por padres do Comitê se ampliou aos dominicanos. Na noite de 16 para 17 de setembro, o provincial Laurentius Siemer foi acordado à uma da manhã, aproximadamente, por um telefonema do porteiro do convento de Schwichteler. Dois homens queriam falar com ele. Siemer respondeu que eles deveriam voltar de manhã e voltou a dormir. Então, quando os dois homens tentaram entrar por uma janela, o porteiro voltou e acordou Siemer, que, naquele momento, deu-se conta de que os visitantes eram da Gestapo. Ele consultou o padre dominicano Otmar Decker, e eles conceberam uma operação para desviar a atenção. Enquanto Siemer deixava o convento pelo portão do jardim, Decker se apresentou aos dois agentes da Gestapo, e eles o agarraram, como esperado. Decker os levou à sala do provincial, no segundo andar, para que Siemer ganhasse tempo e alcançasse a floresta. Siemer conseguiu chegar ao vilarejo de Schwichteler e se escondeu primeiro num depósito de madeira e depois num curral de porcos.
A Gestapo tentou capturar Siemer por meio de seu assistente, o padre Odlio Braun. Em 7 de outubro, uma agente da Gestapo, Dagmar Imgart, mais conhecida como “Babbs” ou “Babsy”, apareceu na soleira da porta do escritório berlinense de Braun. Alguns dias antes, ela pedira a ele que intercedesse em favor de um padre católico pacifista, Max Josef Metzger, que estava preso. Braun achou o pedido suspeito, pois os nazistas tinham decapitado Metzger seis meses antes. Do outro lado da rua, havia um homem observando tudo. Braun pediu que sua secretária segurasse a mulher na porta. Então, ele correu para o andar superior, saiu por um alçapão e fugiu para o claustro dominicano adjacente, pulando pelos telhados.
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Em 22 de setembro, os homens da SS revistaram um anexo do Abwehr em Zossen. Arrombaram um cofre e encontraram provas do papel do Vaticano nas conspirações. O tesouro incluía anotações num papel de carta papal, descrevendo as condições britânicas para um armistício com a Alemanha, registrando como condição obrigatória a “eliminação de Hitler”.
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Quatro dias depois, os guardas se retiram do corredor perto da cela de Müller. Maas, o comandante da prisão, abordou Müller para uma conversa privada. Os homens da SS tinham descoberto material incriminatório em Zossen, sussurrou Maas. Eles não deixariam Müller escapar vivo. No entanto, um dos guardas da prisão, Milkau, poderia levar Müller para uma zona proletária da cidade. Ex-membros do Partido Social-Democrata esconderiam Müller ali. A SS talvez pensasse em procurá-lo num mosteiro bávaro, mas não no setor vermelho de Berlim.
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Müller agradeceu a Maas, mas recusou a oferta. Aquilo colocaria sua mulher atrás das grades e seus amigos sob suspeita. Maas assentiu, como se tivesse esperado aquela resposta. Ele disse que deixaria sua pistola Luger na cama de Müller. No entanto, Müller voltou a protestar. Como católico devoto, considerava o suicídio um pecado mortal.
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Na manhã de 27 de setembro, Hitler se recusou a sair da cama.
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Rejeitou o café da manhã e não demonstrou interesse pela guerra. Seus ajudantes, alarmados, nunca o tinham visto tão apático. “Para mim, pareceu que ele tinha simplesmente deitado e dito: ‘Não vou fazer mais nada’”, recordou Traudl Junge, sua secretária.
Durante seis dias, Hitler permaneceu na cama, algumas vezes gritando, em agonia. O doutor Morell o examinou e concluiu que nenhum problema físico causava sua dor. O Führer simplesmente parecia deprimido.
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Morell perguntou aos assessores próximos o que podia ter abalado o moral de Hitler. Eles lhe contaram um segredo. Recentemente, a Gestapo descobrira os arquivos secretos dos conspiradores num cofre em Zossen. Desde que tomou conhecimento do conteúdo das pastas, no dia 26 de setembro, Hitler mudara.
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Independentemente do conteúdo dos documentos (ninguém contou para Morell), Hitler havia barrado a atuação do Tribunal do Povo, pois ele sozinho decidiria o desfecho do caso.
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Enquanto Hitler remoía na cama, os exércitos aliados aproximavam-se do Reno. O alto escalão precisava reanimar o tirano. Morell chamou o doutor Erwin Giesing, especialista em ouvido, nariz e garganta, para examinar Hitler.
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Giesing viu um homem alquebrado, deitado na cama. Hitler levantou a cabeça num cumprimento e, em seguida, deixou-a cair sobre o travesseiro. Com o olhar vazio, queixou-se de pressão na cabeça. Falou “da tensão nervosa constante do último mês”. Afinal, em algum momento, o 20 de julho o afetaria. “Até agora, consegui manter tudo isso dentro de mim, mas, neste momento, escapou.”
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Giesing retirou uma ampola de vidro de sua maleta. Ela continha uma solução de dez por cento de cocaína, que Giesing vinha ministrando em Hitler desde agosto.
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Giesing mergulhou um cotonete na ampola e, depois, esfregou-o em torno das extremidades do nariz de Hitler. Em pouco tempo, o Führer se sentiu melhor. Ele se levantou da cama, andou pelo quarto e se lançou num monólogo. Ele tinha lido as últimas cartas que os conspiradores que foram enforcados enviaram para as respectivas mulheres. O general Stieff escreveu que tinha se convertido ao catolicismo. Com uma risada vigorosa, Hitler disse que se sentia “feliz de dar ao papa essa alma negra do demônio, mas só depois de ela ter sido enforcada”.
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Após meia hora de fala descontrolada, as palavras de Hitler começaram a perder força. Os olhos tremularam. Ele pegou as mãos de Giesing, apertou-as com força e exigiu mais “daquela cocaína”.
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Giesing agarrou o pulso de Hitler e o achou acelerado, mas fraco. O Führer desabou sobre a cama, inconsciente. Giesing o deixou dormir. Ele guardou seu kit e voltou para Berlim, deixando Morell curioso a respeito do que perturbara tanto Hitler nos documentos de Zossen. Somente após a guerra os sobreviventes do círculo íntimo tomaram conhecimento do conteúdo dos papéis. Desde o primeiro mês da guerra, de acordo com um resumo final da SS a respeito dos documentos de Zossen, os prováveis assassinos de Hitler “tinham mantido ligações com o papa”.
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