Log In
Or create an account ->
Imperial Library
Home
About
News
Upload
Forum
Help
Login/SignUp
Index
um – Você sabe que já te vi pelada antes, né? – grita Holly atrás da porta do quarto. – Sim, querida, mas já faz um tempo. Acho que você não está preparada para isso. – Você quer dizer: ‘‘não acho que você esteja preparada para minha bunda enorme’’? – Você realmente acabou de dizer isso para uma garota seminua? Esperava mais de você. Você vai me deixar complexada. Idiota. – Quanta dureza, Grace. – Foi isso o que ela disse – resmunguei. – Uau, – escuto-a dizer, rindo discretamente. Estava no processo de tentar colocar minha bunda dentro de um jeans novo, com a cintura tão baixa que poderia até ser uma ilegal. – Pronto, – anunciou Holly – vou entrar. Não estou nem aí, Grace! Ela entrou rapidamente pela porta, parando repentinamente quando viu que eu estava fazendo um esforço na cama. Eu estava deitada, estirada nos lençóis, com um charmoso sutiã de renda cor de pêssego, com metade da porcaria da calça jeans que ela me convenceu a comprar, apesar de eu saber que, de nenhum modo, estava jo
dois Escutei o abrupto suspiro de Nick atrás de mim quando ele quase me jogou no chão para apertar a mão de Jack, surpreendendo-o no processo. – Oi, Jack. Eu sou o Nick. Eu te vi no seu filme A melhor metade dela. Eu simplesmente amei! Também vi suas fotos para a revista Entertainment Weekly. Sei que nem todos gostaram da capa, mas eu adorei! Não entendi por que falaram tanto sobre vestir o kilt — você tem ótimas pernas. Está morando aqui em Los Angeles agora? Está ansioso para a estreia de Tempo? Uau, você é lindo. — Nick se esqueceu de respirar e parou de falar apenas porque ficou sem ar. Durante este ataque verbal, eu observei o momento em que a expressão de Jack mudou de surpresa para confusa, depois ele começou a raciocinar e, por fim, mal conseguia conter a risada. Dei umas risadinhas e comecei a soltar a mão de Nick da de Jack. – Calma, rapaz! Você pode falar para o Jack que ele é lindo a noite inteira, mas você não gostaria de assustá-lo e aterrorizá-lo nos primeiros cinco minu
três A manhã serguinte fez eu me sentir ardendo no inferno… e essa foi só a parte do vômito. Quando abri meus olhos pela primeira vez, o que demorou muitos minutos depois de diversas tentativas por causa do rímel amanhecido, sabia que este provavelmente seria o pior da minha vida. Eu nunca, repito: nunca, tomo mais de dois drinques. Eu simplesmente não aguento mais. Adoraria fingir que ainda consigo sair com jovens, tomar drinque após drinque, sem sentir dor alguma, mas aquela não era mais eu. Eu senti a dor — ah, como senti a dor. Tentei me vestir, mas a gravidade me venceu e fui para o corredor usando uma camisa polo de botões velha, deixando meu shorts no chão do meu quarto, onde ele tinha finalmente desistido de lutar. Depois de repetidas tentativas de equilíbrio, consegui chegar ao corredor, sem shorts, abraçando a parede e depois o corrimão para me apoiar. Conseguia sentir o cheiro de café e, como um farol, fui levada até ele. Escutei Holly falando ao telefone, e eu gemi devido a
quatro Acordei me sentindo um pouco desorientada. Minhas costas estavam duras e percebi que havia pegado no sono na poltrona perto da lareira, na sala de estar. Estiquei-me, escutando os tendões no meu pescoço estalarem, até que percebi que Holly estava sentada na minha frente com um sorriso igual ao do Gato de Alice no País das Maravilhas. – Oi, e aí? – perguntei, aconchegando-me novamente por baixo da coberta que tinha me enrolado na noite passada enquanto eu lia. Enquanto lia — ah não. – Não te disse? Até que parte chegou? – perguntou ela com uma expressão confusa, olhando explicitamente para as revistas espalhadas por todo o chão perto de mim. Tentei me arrastar para mais embaixo da coberta enquanto ela apontava para mim me acusando, e eu finalmente virei meus olhos e segurei minhas mãos, rendendo-me. – Está bem, beleza, te conto. É brilhante e estou totalmente viciada. Estou apaixonada pelo Cientista Supersexy! – admiti, ficando corada ao pensar nas partes que li ontem à noite. Jo
cinco Após voltar, tomei um banho rápido para tirar o cheiro de cê-cê. Quando terminei, voltei para a cozinha e encontrei Holly esquentando a comida que tinha buscado para o jantar. – Como foi seu dia, querida? – perguntei, dando um beijinho em sua bochecha e fazendo uma voz de dona de casa dos anos 1950. – Foi agitado. Estou feliz de estar em casa. Vi que você teve um dia produtivo – respondeu ela, acenando para a revista que estava no congelador, quando ela tirou a garrafa de Absolut. Ri e disse: – Tive que escondê-la. Estava me deixando louca! Tentei escrever protocolos de treinamento a tarde toda e as revistas ficavam me chamando. Eu, por fim, tive que pô-las de lado. Peguei a jarra de azeitonas e comecei a misturar dois dirty martinis. – Até qual parte você leu? – perguntou ela, ao pegar, agradecidamente, o drinque que dei para ela. – Hmm, deixe-me pensar. Ele estava conversando com seu assistente sobre fazer algumas modificações na máquina do tempo. Eu adoro o Isaac. – Espera par
seis Acordei cedo e fiz um rápido café da manhã para mim e para Holly, enquanto ela se arrumava para trabalhar. Já que meus horários eram muito mais livres do que os dela, tentei ser uma boa hóspede e mantive-a bem alimentada. Misturei uma salada de frutas e a adicionei numa taça com iogurte de baunilha. Quando ela começou a descer as escadas, eu rapidamente coloquei para ela um copo de café de pistão, com a quantidade correta de leite e dois cubos de açúcar — do jeito que ela gosta. – Maldita, você está me mimando. Eu acho que finalmente terei que contratar uma empregada quando você se mudar – brincou ela, sentando-se na mesa do café da manhã e bebendo seu café perfeito. – Você pode fazer isso ou pode se casar com um homem que não trabalhe. Aí você terá sua casa limpa e sua xoxota ficará contente, tudo em uma só tacada – acrescentei, começando a me alongar antes da minha aula de ioga. – Minha xoxota não saberia o que fazer se um homem se aproximasse – suspirou ela, olhando tristemente
sete Gladstone é um dos meus restaurantes favoritos e, apesar de ser um pouco turístico, é perfeito desse jeito. É um restaurante com ambientes interno e externo, com piso de madeira e bancos de concreto para sentar. Decidimos fazer apenas aquilo e tínhamos o Oceano Pacífico inteiro como nosso pano de fundo. Eu imediatamente pedi uma cerveja, e Jack me acompanhou, nós continuávamos sorrindo um para o outro. Sei que devia parecer que eu tinha pegado no sono com um cabide na minha boca. Ainda podia sentir sua mão em meu braço, como se tivesse deixado uma marca lá. A garçonete voltou com nossa cerveja e pedimos o almoço. Por ser um restaurante de frutos do mar, eu sempre peço a sopa de caranguejo e o camarão empanado no coco. Há anos peço a mesma refeição. Mesmo quando eu voltava apenas para visitar, pedia para Holly me trazer aqui. Depois que a garçonete terminou de anotar nosso pedido, Jack levantou seu copo de Killian’s Red para mim e disse: – Para Van Morrison e para a versão mais sen
oito Diversas enxaguadas no banheiro do Gladstone e depois de secar com diversas toalhas de papel, estava pronta para enfrentar o que aparecesse e sabia que não haveria compaixão. Jack estava esperando por mim e seu rosto se iluminou ao me ver. – Penteado bonito, Sheridan – brincou ele. Tentei secá-lo com o secador de mão, o que resultou em fios grudentos radiando para fora do meu rosto envergonhado. – Cale a porra da sua boca ou juro que da próxima vez que estiver usando sapatos pontudos te chutarei – adverti-o, percebendo como a equipe de espera estava se esforçando para não rir. Obviamente, Jack tinha lhes atualizado com o que aconteceu com a gaivota. Eu sabia, então, que ele nunca se esqueceria disso. Comecei a andar em direção ao estacionamento quando ouvi um dos garçons dizer: – Senhorita? Você se esqueceu do seu embrulho para viagem. Não se esqueça das sobras do seu camarão empanado ao coco. Você vai querê-lo perto da meia-noite. Sendo uma pessoa que nunca recusa comida, voltei
nove A noite foi divertida. Holly e eu nos encontramos com Nick em um bar em West Hollywood. Eles estavam dando uma noite de “décadas”, e dançamos a noite inteira ao som dos anos oitenta. Eu não falei para Nick sobre estar envolvida em um rolo com Jack. Primeiro, sabia o quanto ele tinha uma queda por ele. Segundo, ele também trabalhava na indústria e isso era um rumor muito tentador de se iniciar. Depois da ressaca do outro dia, me assegurei de beber no máximo dois drinques, apesar das melhores tentativas de Nick em me deixar bêbada e no palco com uma travesti. Isso não iria acontecer — a parte de ficar bêbada. Dançar no palco, eu dancei… Caí exausta na cama um pouco depois das três — bem depois da minha hora de dormir — e estava quase pegando no sono instantaneamente, mas não rápido a ponto de me esquecer do inglesinho, e se ele estava em casa ou não. * * * * Algumas horas mais tarde, após uma boa noite de sono, decidi dar outra corrida no Parque Griffith. Ao dirigir pelos cânions no
dez Apesar de nos conhecermos há apenas alguns dias, aquela noite tinha sido decisiva para nosso “relacionamento”. Estava rolando. Sabia que estávamos ridiculamente atraídos um pelo outro. Sabia que não tinha sentido algum estarmos nos envolvendo no que agora era mais do que um simples flerte. Sabia que a diferença de nove anos era importante e que, querendo ou não, isso eventualmente seria algo com que se lidar. Sabia que ele já era o Senhor Nome Quente, edição britânica, e que estava prestes a estourar como uma grande estrela. Sabia que havia pouca ou quase nenhuma chance de que nós dois sairíamos ilesos disso. Sabia que ele iria me foder como se fosse pago pra isso. E sabia que eu iria deixá-lo. Apesar de todas essas outras coisas estarem lá e um dia terem que ser tratadas, eu estava além da minha capacidade conseguir resistir. Ia deixar meu corpo tomar conta e meu cérebro se preocupar com outras coisas. Todas as porcarias mentais foram empurradas para o lado e colocadas em uma caix
onze Jack lançou seus olhos para mim, escorregando devagar minha camiseta dos meus ombros, deixando-a cair no chão. Ele passou suas mãos ao longo dos meus braços, e seus dedos entrelaçaram aos meus. Ele jogou nossas mãos para trás ao me beijar por um longo tempo e profundamente, enquanto se apertava firmemente em mim, e eu quase não conseguia respirar. De um modo muito bom. Assim que ele soltou minhas mãos, elas encontraram o caminho para sua nova casa, enroscadas no cabelo dele. Ele deu beijos por todo o meu pescoço até a minha clavícula, e escutei minha respiração parar na minha garganta. Jack sorriu contra a minha pele, sabendo que esse era o meu ponto fraco. Senti suas mãos quando elas soltaram o fecho do meu sutiã, juntando-se à pilha nos meus pés. Ele curvou sua cabeça e deixou um rastro de beijos pelos meus seios, suas mãos viajavam para segurá-los gentilmente. Seus polegares roçaram em meus mamilos e eu quase pirei. – Isso é demais – sussurrei, observando-o me assistir. Seus ol
doze Rastejei por todo o seu corpo como uma gatinha empolgada, determinada a chegar aonde queria. Ele sibilou quando deixei meus peitos se esfregarem nele, deslizando para cima e para baixo novamente com movimentos propositais feitos para deixá-lo descontrolado. Não sou nenhuma novata no assunto e eu sabia que era boa nisso. Quando ele começou a sorrir maliciosamente, sua boca rapidamente ficou desenhada com uma forma perfeita de O, conforme seus olhos se fecharam e ele exalou vagarosamente. – Grace – sussurrou ele, prolongando meu nome por alguns segundos. Suas mãos saíram do meu rosto e voltaram ao meu cabelo quase na mesma hora. Quando seus olhos se abriram novamente, ele me viu posicionada com minha boca diretamente acima do brinquedinho dele, sem se mexer. Deixei minha respiração afagá-lo e observei-o se contrair por baixo de mim. Ele era lindo. Eu gentilmente o levei para dentro de minha boca, apenas um pouco, e deixei minha língua se curvar para tocar só a ponta. Ele gemeu. Jack
treze Aquela noite será lembrada na história para sempre como: “Hamilton: 5/ Sheridan: perdeu a conta depois de 17”. Foi provavelmente a melhor noite que já passei na cama com um homem. E no chão com um homem. E em pé na porta com um homem. E, juro por deus, no chão do closet com um homem. Quando o sol se abriu no céu, estávamos deitados um ao lado do outro, totalmente acabados. Foi igual às Olimpíadas Orais. Em um certo momento, a coitada da Holly realmente veio até a porta, implorando para que deixássemos ela dormir um pouco. Não consegui responder, estava muito envolvida nos espasmos de outro orgasmo intenso, então, Jack retirou sua boca apenas tempo o suficiente para mandá-la embora, voltando a mim rapidamente. Quanto cavalheirismo. Nossos rostos se encontravam nas laterais, e ele tinha colocado seu braço sob minha cabeça, para me apoiar. Minha perna foi jogada sobre seu quadril, meu braço estava em volta de sua cintura, arrastando meus dedos para cima e para baixo pela sua coluna.
catorze Fiz café da manhã para ele e o observei. Ovos: mexidos. Torrada: levemente queimada, do jeito que ele gosta — e com mel, como um Ursinho Pimpão. Tanto suco quanto café. Enquanto eu cozinhava, ele roubou beijos meus cada vez que eu me aproximava dele. Tentou espiar por baixo da camiseta que eu estava vestindo. Mantive-o longe, apesar de a torrada ter ficado um pouco mais queimada do que ele gostaria, já que ficava tentando afastá-lo quando estava perto da cafeteira. Também estava morrendo de fome, então tomamos café juntos no balcão, em lados opostos. Achei melhor manter um pouco de granito entre eu e as mãos errantes do inglesinho. Quando ele terminou, gemeu, dando um tapinha em sua barriga cheia e soltando um arroto alto. – Porco – fiz careta, colocando nossos pratos na pia. – Acostume-se, Sheridan. Eu sou nojento – disse ele, atravessando o balcão para me encontrar na lava-louças – Porquinho, porquinho, porquinho – riu ele, apontando para si mesmo. Ele estava parecendo desone
quinze Nós nos beijamos como adolescentes, em pé no meu novo quarto, beijando e se acariciando suavemente. Não havia a urgência de antes, apesar de que podia senti-la voltando à superfície a qualquer momento. Agora havia suavidade, tranquilidade para nossa exploração. Tinha me esquecido de como é simplesmente beijar um homem e ele me beijar de volta, os dois no mesmo passo. Isso era doce, estimulante, adorável e amável. Este era um romance que estava começando. Beijamos-nos até o sol começar a se por e ele encostou minha cabeça em seu ombro, pegando-me para um abraço apertado. Ele prendeu meu cabelo novamente em um rabo de cavalo e beijou perto da minha orelha. – É loucura que… – começou ele. – Não vamos começar de novo. Estamos de acordo, nós dois somos loucos – interrompi, acariciando-o no traseiro. – Não terminei ainda, sua grossa – disse ele, intimidando-me. – Opa, desculpa. Por favor, continue – me desculpei. – Ia dizer, é loucura eu achar que seus peitos estão espetaculares nesta
dezesseis Minha barriga se encheu de calor conforme a tensão começou a se formar. Sibilei ao sentir uma vibração, uma excitação teimosa e uma língua molhada quente docemente me envolvendo. Inclinei-me, sentindo a intensidade correr por mim. Hmmmm. Acordei com um susto, respirando pesadamente e no meio de um gemido. Puxei os lençóis em mim, cobrindo minha nudez. Ainda conseguia sentir meu orgasmo do sonho. Tinha sido tão real. Parecia tão real. Eu ainda estava completamente excitada. – Graças a Deus você acordou. Estava com medo de ter perdido meu jeito – escutei meu inglesinho dizer. Olhei pelo quarto, procurando por ele, até que senti uma cutucada na minha perna. Olhei para baixo e vi Jack entre minhas pernas. Isso seria conhecido agora como o Despertador Hamiltoniano. Sua língua estava posicionada sobre mim, preparada para entregar outro tipo de beijo de matar. – Ah, Deus. Eu não sonhei isso? – exclamei, mamilos no ponto. – Ahã – ele sussurrou, indicando sua língua e colocando-a em m
dezessete Eu, com certeza, dormi naquela noite, mas foi um sono leve. Fiquei me virando de um lado para o outro, sem me importar se iria acordá-lo ou não. Mas ele dormia pacificamente, totalmente acabado. Fiquei pensando qual era o significado da mensagem e levantei todas as possíveis razões dessa garota — que era a mesma com quem ele tinha sido fotografado e questionado publicamente sobre a natureza do relacionamento deles — lhe enviar uma mensagem tão tarde. Havia muitas razões, e a maioria delas era inocente. Eu, claro, decidi me focar nas não tão inocentes. Jack tinha deixado a tal da Marcia em algum bar depois que ela o chupou no banheiro. Jack tinha deixado a tal da Marcia na sua cama depois de tê-la comido insensivelmente, e depois disse para ela que ele iria ao banheiro, mas não retornou nunca mais. Jack tinha deixado a tal da Marcia em uma festa, rodeada por todas as outras mulheres nuas que ele tinha comido naquela noite, recusando-se a se despedir dela pessoalmente. Mas no f
dezoito Naquela manhã fiquei à toa. Jack ia dublar, então aproveitei para mexer numas coisas que tinha deixado de lado enquanto estávamos aprisionados. Atualizei-me no projeto freelance que estava terminando. Podia trabalhar em alguns projetos menores de Nova Iorque, mas, com o salário que ganharei, posso basicamente parar de ser freelancer. Eu teria a oportunidade de me sustentar como uma atriz pela primeira vez na vida, e eu quase tinha que me beliscar para acreditar nisso. Também comecei a fazer as malas, decidindo o que enviaria para Nova Iorque e o que traria para minha casa nova. Merda. Ainda havia tanto coisa que deixei para fazer e quase não tinha mais tempo para isso. Comecei a sentir um pouco de pânico. Precisava sair da aula de superposição de voz que tinha acabado de me matricular. Precisava mudar minha assinatura da revista da Martha Stewart para Nova Iorque. Merda, eu ainda nem sabia aonde iria morar. Precisava fazer compras. Não tinha mais desodorante e precisava comprar
dezenove Ficamos quietos enquanto dirigíamos, nós dois perdidos nos pensamentos. Não queria que a noite fosse referente à conversa de mais cedo, mas tudo o que conseguia ver quando fechava meus olhos eram aquelas fotos e a palavra PAPA-ANJO estampada por dentro das minhas pálpebras. Eu sabia que a coisa da idade voltaria para mim algum dia — eu só esperava que isso não acontecesse tão rápido e na frente de todos os seus fãs. Eu normalmente nunca me senti velha. Trinta e três não é estar velha, pelo amor de Deus. No entanto, se você está saindo com um ator de vinte e quatro anos e que é o sonho de todas as jovenzinhas… ter trinta e três é estar decrépita. Mas Deus, aquelas fotos, aquelas fotos! Se você se esquecer de todas as implicações das fotos, elas eram fofas. Eles tinham capturado como estávamos: felizes e contentes, engraçados e jovens, Jack e Grace. Eu amava estas fotos, principalmente aquela do nosso abençoado FatBurger. Estávamos na fila, esperando para fazermos nosso pedido.
vinte Quando acordei, parecia a manhã de Natal. Isso significa que eu estava tão empolgada para dirigir até Santa Barbara e fazer sexo de hotel que comecei a pular na cama, cantando uma música alegre. Jack, claro, ainda parecia sonolento e resmungou por baixo das cobertas. Continuei pulando e cantando uma melodia que parecia, estranhamente, como “A Tisket A Tasket”: “Uma transa, uma transa, vou conseguir uma transa!” Jack estava por baixo das cobertas, ainda resmungando. Eu o cutuquei com meu dedo do pé, ficando em pé sobre ele com uma pose triunfante. – Ei, levanta! Levanta! Achei que você tinha dito que a transa começaria hoje – provoquei, retirando meu dedo e puxando as cobertas lentamente. Notei uma testa enrugada, sobrancelhas unidas, olhos brilhantes e uma boca carrancuda. Enquanto a revelação continuava, no entanto, vi um peito forte, quadris finos, meu traço favorito deste lado da Appalachia e… olá, amante. Uma Baguete Matutina. Seus olhos diziam “não”, mas seu pau dizia “sim”.
vinte e um Ao voltar até a sala de estar, senti como se outra pessoa estivesse me movimentando. Meus pés não estavam se mexendo sozinhos. Eu andei levemente até onde ele estava de costas para mim, em frente à lareira. Ele tinha desligado a última luz, deixando o quarto completamente iluminado por luz de velas, e o brilho suave do fogo crepitou tranquilamente. O rádio tocava baixinho ao fundo. Este palco estava pronto. Senti meu nervosismo voltar. Por que está nervosa? Este é o seu Jack… É exatamente por isso que estava nervosa. Este era o meu Jack e apesar dele ter explorado cada parte do meu corpo com uma selvagem moderação, isso era algo novo, algo diferente. E que alteraria o jeito com que nos olhamos daqui para frente. Isso não seria apenas sexo, apesar de eu ser contrária a chamar isso de fazer amor… sempre odiei esse termo. Mas algo aconteceria nesta noite. Olhei para ele estudando silenciosamente, observando suas mãos fortes passarem por seu cabelo ao observar as chamas. Eu o ac
vinte e dois 2:17 da manhã. Acordei com um susto e senti Jack me agarrar dormindo. Eu estava tendo pesadelos, não sonhos bons. Sonhos tristes. No último, Jack e eu estávamos parados um na frente do outro, em lados opostos de uma rua barulhenta em uma cidade populosa. Estávamos tentando atravessar a rua para nos encontrar, mas sempre éramos jogados de volta à calçada. Toda vez que um de nós tentava atravessar, outra fila de carros nervosos passava correndo por nós, fazendo com que fosse impossível que a gente se alcançasse. Por fim, ele cansou de esperar e virou as costas para mim, indo embora. Foi quando eu acordei. Não precisava ser um gênio para entender isso… Saí de seu abraço apertado e depois de pegar sua camisa do chão, andei até o lounge. O fogo ainda estava queimando, mas agora tinha apenas brasas, cintilando como rubi na escuridão. Abotoei a camisa, passando uma mão pelo meu cabelo, e percebi a lua sobre o oceano. Estava cheia e redonda e parecia estar bem próxima à terra. Abr
vinte e três Conforme prometido, comemos o que pedimos na cama, vestidos apenas com nossos roupões do hotel. Insisti para que ele ficasse sem nada por baixo, deixando mais fácil para mim e para a minha leal xoxota o agarrarem depois da janta. Rimos e conversamos, e eu ainda o deixei pegar um pouco do meu queijo quente. O milk-shake não dividi com ninguém. Grace não compartilha sorvete. No entanto, ela fala sobre si mesma na terceira pessoa. No momento em que terminamos de comer e ele havia colocado o carrinho longe, eu estava completamente farta e feliz. Eu ri e aplaudi quando ele começou a fazer um striptease improvisado no seu caminho de volta ao quarto, e eu até mesmo cantarolei um som burlesco enquanto ele dançava. Eu gritava e chamava, joguei até uma flor, que tinha sido deixada pelo serviço de quarto, como forma de apreciação pelo show. Ele realmente era um dos caras mais engraçados que já tinha conhecido. Eu esperava que, conforme sua fama aumentasse, suas fãs pudessem ver este
vinte e quatro Então era isso. Empacotei minha última caixa, arrumei minha última mala. Os entregadores buscaram as coisas que eu estava enviando para Nova Iorque. Elas seriam entregues no hotel, que tinha concordado em guardá-las até que meu novo apartamento ficasse pronto. O amigo da Holly achou para mim um ótimo apartamento de apenas um dormitório, localizado no Upper West Side entre a rua 60, que era relativamente perto da região da Broadway. Com não sabia por quanto tempo ficaria em Nova Iorque, parecia mais fácil escolher uma boa localização central, em um bom bairro, pois estaria perto de tudo o que eu precisasse. Logo após a faculdade, eu tinha considerado brevemente me mudar para Nova Iorque, mas como eu e a Holly conhecíamos mais gente em Los Angeles e achamos que seria melhor para nossa carreira, nós duas terminamos na Costa Oeste. Mas, secretamente, eu sempre me arrependi de não ter morado em Manhattan e eu estava grata por ter a oportunidade de morar lá — mesmo que fossem
vinte e cinco O café da manhã foi rápido. Jack fez mingau de aveia para mim e para Holly, eu fiz café e ela cortou bananas para nossas tigelas. Conversamos rapidamente sobre os meus planos de última hora. Eu deixaria meu carro na Holly. Achamos melhor que ele ficasse num lugar onde alguém realmente vivesse. Os dois passariam na minha casa de vez em quando. Ainda havia algumas coisas sendo entregues, mas entre Jack e Holly, eles já tinham resolvido tudo. Eu, na verdade, ofereci meu carro para que Jack usasse enquanto eu estivesse fora e ele riu, dizendo para mim que “gostava um pouco” de seu carrinho quebrado e “agora que a esnobe de carro estaria longe, ficaria feliz de poder dirigi-lo novamente”. Jack e eu fizemos uma ligeira viagem para o andar de cima depois do café da manhã, determinados a ficarmos sozinhos por mais tempo possível antes de termos que sair para o aeroporto. Meu voo era à uma hora, e decidimos sair para o aeroporto por volta das dez. Já eram oito e meia. Fomos direto
← Prev
Back
Next →
← Prev
Back
Next →