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Imperial Library
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Agradecimentos Muito obrigada a Micki Nuding e a todos da Gallery Books por terem acreditado em mim e no meu trabalho. Um sincero agradecimento à Editora Omnific pela oportunidade de realizar meu sonho. Obrigada à minha assessora, Amy Tannenbaum, e à Agência Jane Rotrosen por seu apoio e suas orientações intermináveis. Agradeço de coração aos meus diversos amigos da internet, cujo incentivo me ajudou a concretizar isso tudo. À minha família, que me ensinou que o humor pode ser encontrado em qualquer lugar, até mesmo nas coisas mais inesperadas – especialmente nessas. Por fim, agradeço aos meus filhos – vocês sempre serão minhas melhores realizações. Obrigada por me fazerem rir e me deixarem louca, e por me inspirarem a nunca parar de tentar coisas novas. Capítulo 1 Está vendo aquele traste fedido e barbudo jogado no sofá? O cara vestindo uma camiseta cinza imunda e uma calça de moletom rasgada? Aquele sou eu, Drew Evans. Não costumo ser desse jeito. Estou falando sério, aquele não sou eu de verdade. Na vida real, sou elegante, sempre faço a barba, e penteio meu cabelo preto para trás de um jeito que dizem me deixar com um ar ameaçador, mas profissional. Meus ternos são feitos à mão. Uso sapatos que custam mais do que o seu aluguel. Meu apartamento? Sim, o lugar em que estou agora. As cortinas estão fechadas e os móveis refletem o tom azulado da TV. As mesas e o chão estão cheios de garrafas de cerveja, caixas de pizza e potes de sorvete vazios. Este não é o meu apartamento de verdade. O lugar onde vivo é impecável, uma moça o arruma duas vezes por semana. Tem todo tipo de conforto moderno, todo brinquedo de gente grande que você possa imaginar: som surround, e uma grande TV de plasma, que faria qualquer homem ficar de joelhos e implora Capítulo 2 Comentei que amo meu trabalho? Se minha empresa fosse a liga mais importante de beisebol, eu seria o jogador mais valioso. Sou sócio em um dos maiores bancos de investimento da cidade de Nova York, especializado em mídia e tecnologia. Sim, sim, meu pai e seus dois amigos mais próximos começaram esta empresa. Mas isso não significa que não me esforcei para estar onde estou, pois me esforcei. Também não significa que não como, respiro, durmo ou trabalho para conseguir a reputação que tenho, pois eu faço tudo isso. Você deve estar se perguntando o que um bancário de investimentos faz. Bom, você se lembra, em Uma linda mulher, quando Richard Gere fala para Julia Roberts que sua empresa compra outras para então vendê-las parte por parte? Sou o cara que o ajuda a fazer isso. Eu negocio os acordos, redijo os contratos, administro a diligência devida, esboço acordos de crédito, entre outras coisas que tenho certeza que você não tem interesse algum em saber. Agora você deve estar se Capítulo 3 Meu lema é autodeterminação. Decisão. Controle. Eu determino o caminho da minha vida. Eu decido meus fracassos e sucessos. Foda-se o destino. O destino pode ir para o inferno. Se eu realmente quiser algo, posso conseguir. Se tiver foco e sacrifício, não há nada que eu não possa fazer. Qual é a intenção da minha presunção, você quer saber? Por que pareço um palestrante de autoajuda? O que estou tentando dizer? Em resumo, eu controlo meu pênis. Meu pênis não me controla. Pelo menos é o que tenho tentado me convencer durante a última uma hora e meia. Está me vendo ali, em minha mesa, resmungando como um maldito esquizofrênico sem medicação? Aquele sou eu, me lembrando dos princípios e das crenças sagradas que me trouxeram a este ponto da minha vida. Que me tornaram um sucesso indiscutível na cama e no trabalho. Que nunca falharam antes. Que estou morrendo de vontade de jogar pela porra da janela. Tudo por causa da mulher que está no escritório ao final do corredor. Katherine To Capítulo 4 Apesar de tudo, não fiquei com dor nos ovos. Eu me encontrei com a garota da cafeteria naquela noite. Ela é professora de ioga. Legal. O quê? Fala sério, não aja desta maneira. Eu quero Kate, sem dúvida alguma. Mas não espere que eu vá agir como um monge até isso acontecer. As mulheres não entendem que um homem pode querer uma mulher, mas ainda assim transar com outra. Que inferno, um cara pode amar uma mulher, e ainda assim comer outras dez. É a vida. O sexo é uma libertação. É só físico. É isso. Pelo menos é o que os homens acham. Está bem, está bem – não comece a atirar os sapatos em mim ou algo assim. Pelo menos este homem acha. Melhorou? Talvez você entenda meu ponto de vista se eu explicar de outro modo. Você escova seus dentes, certo? Então, vamos supor que sua pasta de dente favorita seja Aquafresh. Mas acabou o estoque na loja. Só tem Colgate. O que você vai fazer? Vai usar Colgate, não é? Você pode preferir Aquafresh, mas, diante disso, você usa o que está ao seu a Capítulo 5 Foi assim que começaram os Jogos Olímpicos do banco de investimentos. Gostaria de dizer que foi um campeonato maduro entre dois colegas profissionais e muito inteligentes. Gostaria de dizer que foi amigável. Gostaria de… mas não farei isso. Pois estaria mentindo. Lembra-se do comentário do meu pai? Que a Kate era a primeira a chegar e a última a sair? Ficou na minha cabeça a noite inteira. Conseguir a conta de Anderson não significava apenas realizar a melhor apresentação ou aparecer com as melhores ideias. Isso era o que Kate achava – mas sabia que havia algo mais. Afinal, o homem é meu pai, compartilhamos o mesmo DNA. Era também sobre reconhecimento. Daquela pessoa que se dedicava mais. Daquela pessoa que merecia isso. Eu estava determinado a provar para meu pai que eu era “aquela pessoa”. Então, na manhã seguinte, cheguei uma hora mais cedo. Quando Kate chegou no escritório, não olhei por cima de minha mesa, mas percebi quando ela passou pela minha porta. Viu a expressão Capítulo 6 Pressão é uma coisa engraçada. Faz algumas pessoas surtarem, como aquele aluno do MIT, que decidiu matar metade do corpo estudantil, com um rifle de longo alcance, por ter tirado B+ na prova final. Também faz com que algumas pessoas falhem. Já ouviu falar de Jorge Posada? A pressão faz com que algumas pessoas caiam. Desmoronem. Congelem. Não sou igual a essas pessoas. Funciono sob pressão. Ela me induz, me leva ao sucesso. É meu elemento. Como um peixe na água. No dia seguinte, vou trabalhar animado e bem cedo. Vestido para matar, com cara de confiante. É hora do show. Kate e eu chegamos à sala do meu pai às nove da manhã em ponto. Não consigo não dar uma olhada nela. Ela parece bem. Confiante. Empolgada. Aparentemente, ela reage ao estresse da mesma maneira que eu. Meu pai nos explica que Saul Anderson ligou para avisar que chegaria à cidade antes do previsto. Amanhã à noite. A maioria dos empresários faz isso. Adianta suas reuniões de última hora. É um teste. Para ver se v Capítulo 7 Já beijei centenas de garotas. Não, na verdade, foram milhares. Só me lembro de algumas delas. Mas este beijo? Este eu não vou esquecer tão cedo. Ela tem gosto de… minha nossa, nunca usei drogas, mas imagino que, quando se usa cocaína ou se injeta heroína pela primeira vez, o gosto deve ser o mesmo. Muito viciante. Nossos lábios se chocam e se separam, cheios de raiva e molhados. Não consigo parar de tocá-la. Minhas mãos estão em todos os lugares: em seu rosto, em seu cabelo, pelas suas costas, pegando em seus quadris. Puxando-a para mais perto, com muita vontade de sentir mais partes dela – querendo que ela sinta o que está me provocando. Precisando de ar, arranco minha boca da dela e ataco seu pescoço. Eu me alimento dela, como um homem faminto. E é exatamente como me sinto com ela – esfomeado. Eu inalo na mesma hora em que lambo, chupo e mordo todo o trajeto do seu queixo até a orelha. Ela está resmungando de modo incoerente, mas compreendo. O som de sua voz, selvagem e s Capítulo 8 No dia seguinte, Kate chega ao escritório depois das onze horas. Nem preciso te lembrar de que isso não é comum para ela. Está me evitando. Sei disso, pois já fiz a mesma coisa em outras situações. Fugi discretamente para o outro lado do bar, quando reconheci uma de minhas ex-ficantes. Mas ser a pessoa evitada? É uma droga. Não tenho o privilégio de falar com ela até as duas da tarde, quando entra apressada em minha sala – muito linda, por sinal. Seu cabelo está preso com grampos, Alexandra chamaria isso de coque francês. Ela está usando um vestido preto esvoaçante na altura dos joelhos, com casaco e sapatos altos pretos combinando. Ela coloca sobre a mesa uma pequena pilha de cartazes; seus gráficos e diagramas reduzidos ao tamanho de um caderno, como combinamos. – Tudo bem, você está certo. Você devia lidar com o Anderson. Ficarei como sua assistente. Ela fala como se nada tivesse acontecido. Como se não tivesse estado em meus braços me fazendo pegar fogo nesta mesma sala, Capítulo 9 – Quando foi a primeira vez que você ficou bêbado? – Aos treze. Antes do baile da escola. Meus pais estavam viajando e minha acompanhante, Jennifer Brewster, achou que seria bem maduro tomar vodca com suco de laranja. Mas tudo que encontrei foi rum. Então tomamos rum com suco de laranja. Acabamos botando tudo para fora atrás da quadra. Até agora, quando sinto o cheiro de rum, me dá ânsia de vômito. Primeiro beijo? – Tommy Wilkens. Sexto ano, no cinema. Ele colocou o braço ao meu redor e enfiou a língua na minha garganta. Não tinha ideia do que estava acontecendo. Estamos jogando "Primeira e décima". Para quem não conhece este jogo com bebidas, vou explicá-lo. Uma pessoa pergunta a outra sobre a primeira vez que fez algo – sua primeira viagem à Disney, a primeira vez que transou etc. E a outra tem que contar sobre aquela primeira vez. Se ainda não tiver feito algo pela primeira vez – ou não responder –, têm que tomar a dose. Depois, os dois têm que te contar algo que fizeram Capítulo 10 Meu pai não gostou do modo como cuidei da situação com Anderson. Fui imprudente, não fui profissional, blá-blá-blá. E, pelo fato de eu ter mais experiência, ele me considerou mais responsável do que Kate por perder o cliente. Mas ficar queimado no escritório durante um tempo não me deixou tão mal quanto você imagina. Principalmente porque não me arrependo da minha reação. Se passasse por isso de novo, faria tudo do mesmo jeito. Então, meu pai pode ter ficado decepcionado comigo, mas, para falar a verdade, quando ele terminou de me repreender, eu estava decepcionado para cacete com ele também. Além disso, nas quatro semanas após aquela reunião infeliz, as coisas entre eu e Kate continuaram evoluindo. Ainda trocamos alguns golpes no trabalho, mas são mais cutucadas no peito, para atormentar, do que socos certeiros na mandíbula, calculados para acabarmos um com o outro. Compartilhamos ideias, nos ajudamos. Meu pai estava certo sobre isso, pelo menos. Eu e Kate nos complementam Capítulo 11 A comemoração de Ação de Graças acontece todo ano na casa dos meus pais no interior. É sempre um pequeno encontro familiar. Tem meus pais, claro. Você já conheceu meu pai. Minha mãe é uma versão mais velha e menor de Alexandra. Apesar de todas as suas convicções feministas (ela era uma excelente advogada antes da maternidade), ela ama a brincadeira de ser uma dona de casa feliz. Depois que ela e meu pai tiveram sucesso financeiro, ela também se dedicou a várias organizações beneficentes. É o que ela ainda faz na maior parte do tempo, agora que Alexandra e eu já saímos do ninho. Tem também o pai de Steven, George Reinhart. Imagine o Steven daqui a trinta anos, com pouco cabelo e um sério caso de pé de galinha. A senhora Reinhart morreu quando éramos adolescentes. Pelo que sei, George nunca saiu com outra pessoa desde então. Ele passa muito tempo no trabalho, fazendo contas em seu escritório. É um ótimo homem. Isso também nos leva aos pais de Matthew, os Fisher. Não vejo a ho Capítulo 12 Na segunda-feira de manhã, estou na sala de conferências esperando a reunião com a equipe. Todo mundo está aqui. Todos, com exceção de Kate. Meu pai olha seu relógio. Ele começou o dia cedo hoje, e sei que está ansioso para dar início. Fico com uma pulga atrás da orelha. Onde ela está? Por fim, Kate chega correndo, ainda com o casaco no corpo e uma pilha de pastas caindo de suas mãos. Ela parece… horrível. Na verdade, ela é bonita, sempre está bonita. Mas, acredite em uma pessoa que já a observou mais intimamente, Kate está tendo um péssimo dia. Viu como ela está pálida? E quando foi que aquelas olheiras apareceram debaixo de seus olhos? Seu cabelo está preso em um coque bagunçado, que seria muito sexy se ela não parecesse tão… doente. Ela sorri nervosa para meu pai. – Me desculpe, senhor Evans. Está sendo uma manhã difícil. – Sem problemas, Kate. Íamos começar agora. Enquanto meu pai relembra seus anúncios, não consigo parar de encará-la. Ela não olha para mim nem uma vez. Capítulo 13 O trajeto até meu apartamento é um exercício de direção acrobática. Estou tentando desesperadamente manter minha boca em Kate e não nos matar. Ela senta no meu colo, montando na minha cintura, beijando meu pescoço, lambendo minha orelha – me deixando louco. Estou com uma mão no volante e a outra entre nós, deslizando sobre sua barriga, seu pescoço e aqueles seios perfeitos que me excitam por baixo de sua camisa meio aberta. Não tentem fazer isso em casa, crianças. Sua saia sobe até as coxas conforme ela se esfrega no meu pau latejante. Ela está tão gostosa sobre mim, que tenho que usar toda minha força de vontade para não desviar meus olhos da pista. Eu a beijo com firmeza e observo a rua por cima de seu ombro. Ela se move para cima e para baixo, masturbando-me devagar com a pressão. Deus do céu, se esfregar assim nunca foi tão bom. Controlar? Reprimir? Já me esqueci disso faz tempo. Por fim, estaciono o carro na garagem do meu prédio. Pego a primeira vaga que encontro e sa Capítulo 14 Uma vez, li um artigo que dizia que fazer sexo aumentava nossa expectativa de vida. Se for assim, Kate e eu vamos viver para sempre. Perdi a conta de quantas vezes fizemos isso. É como a mordida de um mosquito – quanto mais você coça, mais ela arde. Estou feliz por ter comprado a caixa extragrande de camisinhas no mercado. Caso você não tenha percebido pelas minhas reações, vou esclarecer: Kate Brooks é uma trepada incrível. Uma transa espetacular. Se antes eu não tinha certeza de que Billy Warren era um completo bundão – já que só tinha tido uma amostra do que ele jogou fora –, agora tenho total certeza disso. Ela é aventureira, assumidamente exigente, espontânea e segura. Bem parecida comigo. Nos encaixamos, de diversas formas. Quando enfim paramos para respirar, o céu na minha janela está começando a escurecer. Kate está deitada quieta, com a cabeça no meu peito; passando os dedos por ele e puxando alguns pelos, de vez em quando. Espero que, após tudo o que te contei, is Capítulo 15 Estou te entediando com estes detalhes sórdidos? Poderia resumir isso tudo apenas dizendo: Kate e eu transamos como doidos durante o final de semana inteiro. Mas isso não seria tão legal. Também não te apresentaria tudo. Pelo caminho mais longo, você conseguirá todos os fatos. E a visão privilegiada de todos os nossos pequenos momentos. Momentos que pareciam tolos e insignificantes naquela época. Mas, agora que estou gripado, são as únicas coisas que me vêm à cabeça. A cada minuto, de cada dia. Já ficou com uma música na cabeça? Lógico que já, isso já aconteceu com todo mundo. E talvez seja uma música bonita, talvez até sua favorita. Mas mesmo assim é muito irritante, não acha? Não é legal. Pois você não quer apenas escutá-la em seu cérebro – você quer escutá-la em um rádio ou em um show ao vivo. Repeti-la em sua mente é apenas uma imitação barata. Uma simulação, um maldito lembrete de que não pode ouvir a versão real. Está entendendo aonde quero chegar? Não se preocupe, vo Capítulo 16 Todo super-herói tem um esconderijo, um santuário. Pelo menos todos os bons. Eu também tenho um. Minha própria Bat-Caverna. É onde a mágica acontece. Onde construí a minha carreira lendária. Meu escritório pessoal. É um refúgio masculino. Uma área sem vaginas – no bom sentido. Todo homem devia ter um. Eu o decorei sozinho – cada parte, cada detalhe. Se meu carro é meu bebê, esta sala é meu primogênito. Meu orgulho e minha alegria. Pisos de madeira, tapetes orientais feitos à mão, poltronas de couro inglês. Uma lareira de pedra e uma estante embutida revestem uma parede. Atrás de minha mesa, tem uma janela que oferece uma inestimável vista da cidade. E no canto está uma mesa de baralho, onde eu e meus amigos bebemos uísque do bom, fumamos charutos cubanos e jogamos pôquer uma vez por mês. É o único momento em que Steven tem permissão para sair de casa e brincar. Estou em minha mesa, de cuecas, trabalhando no meu notebook. É o que faço toda tarde de domingo. Kate? Não, ela ai Capítulo 17 Eu sei o que você está pensando: Que porra é essa? Se percebi que estou apaixonado por Kate e se ela está claramente cega de amor por mim, como é que ela acabou voltando com Billy Porque-você-não-morre-logo Warren? Ótima pergunta. Estamos quase lá. Mas antes: uma lição de Ciências. O que você sabe sobre sapos? Sim, eu disse “sapos”. Sabia que, se colocar um sapo em água fervente, ele irá pular para fora? Mas, se colocá-lo em água fria e esquentá-la lentamente, ele ficará lá dentro. E ferverá até morrer. Ele nem tentará escapar. Nem saberá que está morrendo. Até que seja tarde demais. Os homens são muito parecidos com sapos. Será que surtei por causa da minha pequena epifania? Claro que sim. Era grande. Iria mudar minha vida. Não haveria outras bocetas. Nem outras histórias para os rapazes. Nem noites de sábado. Mas nada disso importava mais. Francamente. Porque era tarde demais. Eu já tinha perdido o controle – para Kate. Aquela noite inteira eu a observei dormindo. E fiz p Capítulo 18 Depois que Kate sai, as coisas ficam… nebulosas. Não é assim que descrevem? Vítimas de algum acidente de trem catastrófico? Nos momentos após o desastre, nada está claro. Surreal. Falo para Erin que estou doente. Seu sorriso é triste e compassivo. Antes de entrar no elevador, olho para a sala de Kate, esperando vê-la de novo. Apenas para me torturar. Mas a porta está fechada. Chove lá fora. Chuva de inverno. Daquele tipo que te encharca e te deixa tremendo de dentro para fora. Mas não me incomoda. Volto caminhando para meu apartamento, dormente e atordoado. Como um zumbi de algum filme de terror de baixo orçamento, que não reage, mesmo quando corta o próprio pé com uma motosserra. Mas quando chego à porta – é aí que meus sentidos voltam ao normal. Quando volto a sentir algo. E eu sinto Kate. Por todo canto. Ainda consigo ver seus olhos, cheios de calor. Escuto seu sussurro em meu ouvido ao cair na cama. Seu cheiro cobre meu travesseiro. E não consigo superar o fato de que e Capítulo 19 Então é isso. Esta é a minha história. A ascensão. A queda. O final. Agora, cá estou eu, neste restaurante barulhento, para onde Alexandra e Matthew me arrastaram, e acabei de contar para eles quase a mesma história que te contei. Quando tinha seis anos, aprendi a andar de bicicleta. Como todas as crianças, na primeira vez em que tiram as rodinhas, eu caí. Bastante. Toda vez que isso acontecia, Alexandra era quem estava lá para me ajudar. Ela me limpava, beijava os machucados para sarar e me convencia a tentar outra vez. Então, é natural eu esperar que minha irmã tenha compaixão pela minha dor de cotovelo. Gentil. Simpática. Mas o que escuto é: – Você é um puta de um idiota, sabia disso, Drew? Aposto que você estava se perguntando por que a chamamos de A Vaca. Bem, aí está. – Como é? – Pare de sentir pena de si mesmo. Tem ideia da bagunça que fez? Eu sempre soube que você era mimado e egoísta. Caramba, sou uma das pessoas que te ajudou a ficar deste jeito. Mas nunca pensei Capítulo 20 Ok. Então, aquilo não deu certo. Você tem razão: foi um completo desastre. Acha que eu devia ter ido atrás dela? Bem, você se engana. Já leu A arte da guerra, de Sun Tzu? Eu já. É um livro sobre estratégia militar. Um bom general sabe quando atacar. Um ótimo general sabe quando recuar. Para reagrupar. Contei para a Kate o que precisava. Agora tenho que mostrar para ela. Ações ganham guerras. Ações curam feridas. Não as palavras. As palavras não valem nada. As minhas, em particular, valem menos que fiapos no momento. Então… tenho um plano. Fracassar não é uma opção. Pois não diz respeito só a mim e ao que eu quero. Não mais. Isso diz respeito ao que a Kate quer também. E ela me quer. Claro, ela está lutando contra isso, mas o sentimento está lá. Como sempre esteve. Ninguém nunca será para Kate o que posso ser. E – antes que você corte minha cabeça – não estou falando isso por causa do meu excesso de confiança. Estou falando isso porque, por trás da raiva, do sofrimento… Kate Capítulo 21 Quando Kate se aproxima da porta do prédio, estou logo atrás dela. Assim que ela atravessa a entrada, a música começa. Ela para, assustada. Eles se chamam Three Man Band. São músicos itinerantes. Literalmente. O vocalista tem um violão pendurado por uma faixa nos ombros e um microfone preso no peito. O baterista tem um conjunto de seis peças que carrega na frente do corpo – como uma criança marchando em uma banda, só que muito mais legal. O último cara tem uma combinação de guitarra e teclado, em uma plataforma presa à cintura. Não é tão cafona quanto parece. Eles são bons. Parecem uma daquelas bandas covers que tocam na praia de Jersey no verão. Estão tocando “Caught up in you”, do .38 Special. Kate resmunga para mim por entre os dentes: – Que merda é essa? Eu encolho os ombros. – Bem, não sei tocar violão. E não sei cantar. Então… Sei o que você deve estar pensando. Música, Drew? Este é o grande plano? Billy já não tentou isso? Sim, Warren tentou esta estratégia e fracass Capítulo 22 Acho que você não sabia disso, mas muitos homens têm uma queda pela Ariel. A pequena sereia, lembra? Eu nunca tive uma queda por ela, mas consigo entender a atração: ela preenche bem aquele par de conchas, é ruiva e passa a maior parte do filme sem falar nada. Considerando isso, não estou muito perturbado com a ereção que estou ostentando enquanto assisto A Bela e a Fera, como parte da lição de casa que Erin me passou. Gosto da Bela. Ela é sensual. Bem, tratando-se de um desenho, claro. Ela me lembra Kate. É talentosa. Esperta. Não atura qualquer merda da Fera ou daquele idiota com os braços absurdamente grandes. Encaro a TV quando Bela se inclina para alimentar o passarinho. Então, me inclino para frente, tentando ver uma boa parte de seu seio… Será que vou para o inferno? Não consigo me controlar. Estou desesperado. Frustrado. Com tesão. Disse que ia falar sobre isso depois, lembra? Bom, agora é o depois. Sinto-me como uma lata de refrigerante que foi sacudida e está quas Capítulo 23 O jogo mais importante na carreira de um novo jogador não é sua estreia. Mas sim o que vem em seguida. A segunda apresentação. Ele tem que provar que é consistente. Confiável. Hoje é meu segundo jogo. O dia em que vou mostrar para Kate que ela não vai se livrar de mim e que sou um baita artilheiro. Comecei com algo simples. Elegante. Algo menos chocante que a Three Man Band. Afinal, você nem sempre precisa atacar com armas nucleares para ganhar uma guerra. A sala de Kate está cheia de balões. Milhares deles. Cada um impresso com ME DESCULPE. Exagerado? Também não acho. Então pedi que entregassem uma coisinha em sua sala. Da Tiffany. Uma caixinha azul com um recado: Dentro da caixa, em uma corrente de platina, está um perfeito coração de diamante de dois quilates. Meloso? Claro que sim. Mas as mulheres amam essas coisas melosas. Pelo menos é o que os filmes, que fiquei assistindo até as três horas da manhã, mostram. Espero que isso faça as pernas de Kate ficarem bambas. E en Capítulo 24 Após Deloris ir embora, pego minha pasta e saio da sala para ir à minha reunião com o cara que escreve no céu. Ainda tenho que bolar algo para levar Kate até o telhado. Falando em Kate… Quer dar uma volta pela sala dela antes de sair? Para ver como ela e a boa irmã estão se saindo? A porta da sala dela está aberta. Eu encosto minhas mãos no batente e me inclino para dentro. Você consegue vê-la atrás dos balões? Sentada em sua mesa, com as mãos entrelaçadas – um sorriso congelado no rosto, enquanto ela concorda com tudo que a Irmã Beatrice diz. – Moças, como estamos indo nesta tarde? Kate se vira para mim. E sua voz é hostil. – Drew. Aí está você. Estava pensando em você agora. Do jeito que ela está apertando as mãos, parece que estava pensando em como me estrangular. – Enquanto a Irmã Beatrice me contava a fascinante história das casas de vidro. E sobre como nós não deveríamos jogar pedras, pois vivemos nelas. Ela continua sorrindo. Mas seus olhos dizem algo totalmente dife Capítulo 25 Entro na sala de Kate como um soldado invadindo a praia na Normandia. Ela está em sua mesa escrevendo apressada no seu bloco de notas. – Voltei. Sentiu saudades? Ela não olha para cima. – Desesperadamente. Sarcasmo é o mecanismo de defesa mais antigo que existe. Eu continuo. – Sabia que estava te ganhando. O que me fez levar vantagem? Irmã B.? Kate se afasta da mesa e cruza as pernas. Ela está usando sapatos novos. Não tinha reparado antes. Sapato boneca preto com salto alto e uma tira no tornozelo. Bom. Deus. Eles são a combinação perfeita de sensual e meigo. Doçura e sexo. E meu pobre e omisso pau se convulsiona quando imagino todas as coisas fantásticas – e semi-ilegais – que eu poderia fazer com ela naqueles sapatos. Nunca tive um fetiche, mas estou pensando em começar a ter um. A voz de Kate me afasta de meus pensamentos impuros. – Não. Foi a visita da sua irmã, na verdade. Sutileza não existe na sua família, não é? Oh-oh. Estava com medo disso. – Alexandra tem problem Capítulo 26 Está vendo aquele cara irresistível, usando calça e camisa pretas, com as mangas dobradas? Aquele que está arrumando a louça de porcelana na mesa? Aquele sou eu, Drew Evans. Bem, não realmente. Não o velho eu. Este é o novo e aprimorado. Versão 2.0. Sabe o que isso significa? Metade das mulheres nesta cidade daria tudo para me ter deste jeito. Caidinho. Obcecado. Apaixonado. Mas apenas uma mulher conseguiu me deixar assim. Agora só preciso mostrar a ela que estou aqui para ficar. Faz dois dias que não a vejo. Dois longos e dolorosos dias. Não foi tão ruim quanto os sete anteriores, mas chegou perto. Enfim, dê uma olhada. O que acha? Estou me esquecendo de algo? Flores frescas cobrem cada superfície disponível. Margaridas brancas. Antes, pensava que elas fariam Kate se lembrar de Warren, mas não estou preocupado com isso agora. São suas favoritas, então serão as únicas aqui. No rádio está tocando uma música calma de Bocelli. O ambiente está iluminado por velas. Centenas – em Capítulo 27 Cada novo associado da Evans, Reinhart e Fisher tem o direito de redecorar sua sala. Não somos a única empresa com este tipo de política. É um bom negócio. Faz com que os funcionários se sintam confortáveis, como se uma parte da empresa fosse deles. As escolhas de cores para pintura e padrões de mobília não são ilimitadas – mas em uma empresa como a nossa, a quantidade é bem vasta. Foi assim que consegui minha inspiração. Foi como consegui descobrir as preferências de Kate. Ela não curte florido, e eu agradeço a Deus por isso. Ela gosta de listras, estampas e tons terrosos. Por que estou te contando isso? O que isso tem a ver com tudo? Você se lembra da Bat-Caverna? Meu escritório. Meu primogênito. Meu local em que não é permitida a entrada de mulheres? Bem, ele teve uma mudança de sexo. Não, isso não é totalmente verdade. Está um pouco hermafrodita agora. Observe. Acendo a luz e levo Kate para o meio do quarto. Em seguido, tiro o lenço dela. Seus olhos se arregalam. – Ai, Capítulo 28 Conseguimos chegar até a cama. Até que enfim. Depois de algumas horas e três orgasmos, estamos deitados um ao lado do outro, nos olhando. Dividindo um travesseiro. O travesseiro. – Diga de novo. É a décima vez que ela me pede isso. Mas não ligo. Vou dizer isso até morrer se ela quiser. – Eu te amo, Kate. Ela suspira. Parece contente. – Vou ficar bem pegajosa e carente nas próximas semanas. Você devia se preparar. – Ficarei inseguro e ciumento. Vai dar tudo certo. Sinto um sorriso em sua voz. – Você me disse que não tinha ciúmes. Eu encolho os ombros. – Também te disse que nunca mais mentiria. Suas mãos penteiam gentilmente a parte de trás do meu cabelo. – Quando você soube? Eu sorrio. – A primeira vez que me deixou meter em você sem camisinha. Ela puxa meu cabelo. Com força. – Ai! Céus! Sua voz soa irritada, como a de uma mãe que acabou de pegar o filho roubando um biscoito proibido pela décima vez. – Drew. Isso não soou nada romântico. – Você não acha? Encontro forças para
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Chief Librarian: Las Zenow <zenow@riseup.net>
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