[Gutenberg 29120] • A Morgadinha dos Cannaviaes / (Chronica da aldeia)
- Authors
- Dinis, Júlio
- Publisher
- Rodrigues & C.ª
- Tags
- romance , portuguese literature -- 19th century , classics
- Date
- 1868-01-01T00:00:00+00:00
- Size
- 0.43 MB
- Lang
- pt
A Morgadinha dos Canaviais [...] ilustra uma das teses favoritas do autor: o efeito regenerador da vida rústica sobre um organismo moralmente deprimido pela vida urbana. [As principais protagonistas] alargam a galeria dinisina de mulheres fortes, femininas e virtuosas, dispostas a contornar as barreiras sociais por amor [...]. Está também presente, neste terceiro romance de Júlio Dinis, uma forte componente de crítica social, que visa o fanatismo religioso e o clericalismo hipócrita.
A Morgadinha dos Canaviais. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. [Consult. 2011-12-26]. Disponível na www:
A Morgadinha dos Canaviais é uma magnífica obra novecentista do escritor português Júlio Dinis que versa, sob a forma de romance, sobre a vida campestre portuguesa em meados de oitocentos.
Júlio Dinis, através de uma técnica literária bastante aprofundada, ao bom estilo da época, escreve um romance, em muitas partes, satírico, sobre a realidade da vida do campo, através do recurso a personagens tipo, de forma a retractar o mais fielmente possível uma realidade verdadeiramente fantástica.
A estória principia com a chegada de Henrique – jovem lisboeta repleto dos vícios da vida em cidade – a uma aldeia do Minho, onde se procura restabelecer de doenças do espírito.
Nesta aldeia, pobre em ocupações e na folia da cidade, Henrique encontra na família do conselheiro – na altura da narrativa, ilustre deputado da nação – um porto seguro que lhe permite a manutenção do status quo da cidade.
Não querendo, obviamente, avançar na narração da estória, não podemos deixar de referir no entanto, a importância deste facto para o desenrolar da obra, pois é na casa do Mosteiro que Henrique conhece as primas Madalena (ou Morgadinha dos Canaviais) e Cristina.
De entre todas as aventuras que se desenrolam, não podemos deixar de chamar à atenção para o acto eleitoral que serve de epíteto ao livro. A crítica social aos caudilhos, ao compadrio, à cunha, atinge com esta descrição o seu ponto mais alto.
Filipe de Arede Nunes, 30 Set. 2008
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